Análise Arkade: O apogeu da FromSoftware em Elden Ring

18 de março de 2022
Análise Arkade: O apogeu da FromSoftware em Elden Ring

Dizer que Elden Ring chegou causando uma enorme impressão na indústria e na própria comunidade gamer é um eufemismo. O game chegou quebrando recordes de vendas, de jogadores consecutivos e está sendo simplesmente muito aclamado por todos!

E demorou, mas enfim chegou a hora de publicarmos nossa opinião sobre o game! Nossa review pode ser tardia, e confesso, ainda não consegui terminar o game, estando nesse momento provavelmente com 70% da história concluída, mas joguei o suficiente para poder ter uma ideia clara sobre como falar de Elden Ring, obviamente deixando spoilers de lado.

Nossa análise foi baseada na versão de PC do game, com uma cópia gentilmente cedida pelos nossos amigos da Nuuvem! Sendo assim, obviamente falarei sobre seus problemas técnicos da versão de PC. E sem mais delongas, ergam-se Maculados! Está na hora de iniciar a jornada pela conquista do Elden Ring!

“Levantem-se agora, Maculados!”

Análise Arkade: O apogeu da FromSoftware em Elden Ring

Em todos os games da FromSoftware em sua série “Soulsborne”, você controla um personagem que surge como um ninguém, que então é colocado de defronte a um caminho de grandeza e, é claro, sofrimento e morte. E em Elden Ring, você é, literalmente, um ninguém, despertado da morte pelo poder da Graça, para que busque o Anel Prístino (a tradução em português para “Elden Ring”) e torne-se o novo Lorde Prístino (ou Elden Lord).

O game ambienta-se num local chamado As Terras Intermédias, lar dos semideuses descendentes da Rainha Marika, a Eterna. Um dia, um dos semideuses, Godwyn, o Dourado, foi morto por um grupo de assassinos, num evento que ficou conhecido como a “Noite das Facas Negras”.

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Após sua morte, o Anel Prístino misteriosamente foi despedaçado, e cada um dos semideuses clamou para si um de seus fragmentos, obtendo seus poderes. Os semideuses então travaram colossais guerras entre si, ao que tudo indica com o objetivo de obterem ainda mais poder. E essas guerras devastaram as Terras Intermédias.

Em resposta a isso, a “Vontade Superior”, seja ela o que for, e representada pela colossal Térvore, a gigantesca árvore dourada visível por todas as Terras Intermédias, liberou o poder da Graça para aqueles que a muito a perderam, o povo conhecido como “Maculados”, antigos habitantes das Terras Intermédias, que foram banidos para além da névoa que circunda essas terras.

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Com isso, muitos Maculados foram trazidos novamente à vida e chamados de volta à seu antigo lar, para que entre um deles o novo Lorde Prístino surja para restaurar a Ordem Dourada, algo como as leis que governam a vida e a morte do mundo do game. E você, no controle de um “Maculado sem renome“, atravessa a névoa dando início a sua jornada, em busca do Anel Prístino.

Um mundo construído pelo lore, mas muito maior do que antes

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Elden Ring segue o mesmo estilo de narrativa da série Dark Souls, mas é um pouco mais direto ao contar sua história principal através de diálogos com NPCs. Mas, o game realmente brilha através do lore, contado na descrição de itens e até mesmo de forma visual pelos cenários.

Um grande exemplo disso é a região de Caelid, uma gigantesca área infectada pela Podridão Escarlate, que causou mutações terríveis em sua fauna e flora, dando vida a criaturas realmente horríveis e grotescas. Conforme o jogador explora esse local, é possível juntar as peças dos diálogos e descrições de itens para entender a pintura inteira que compõe essa área. O mesmo com cada região do game, que tem diferentes histórias para contar, bastando que o jogador vá atrás delas.

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A grande diferença disso tudo é que, enquanto que em Dark Souls cada área do mapa, mesmo as maiores, eram compostas de espaços “fechados”, Elden Ring contém um mapa realmente gigantesco e com muitas, mas muitas coisas para se ver.

Abaixo você pode conferir o tamanho do mapa que liberei, e ainda não estou nem perto de liberar 100% dele!

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O mapa acima contém somente as regiões de Limgrave, Caelid e Liurnia, mas há muito mais para ser descoberto! E muito mais debaixo da terra!

O mapa aberto conta com imensas vastidões recheadas de inimigos, itens coletáveis e é claro, muitos inimigos. As áreas abertas podem ser exploradas tanto a pé, quanto montado em Torrent, seu Corcel Espectral, que pode ser chamado instantaneamente e permite que se explore os mapas com maior rapidez e mobilidade, graças a sua habilidade de pulo duplo.

Mas, as áreas principais do mapa, os castelos e dungeons, seguem no estilo tradicional da série Souls, com cenários labirínticos fechados, interligados por atalhos e com poucos pontos para você poder de fato descansar. Aliás, você viu os círculos amarelos no mapa acima? Eles são os Locais de Graça Perdida, as bonfires do game. E como é possível ver, a quantidade deles espalhados pelo mundo é enorme, com fast travel entre eles ativo desde o início.

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As áreas fechadas são divididas em duas categorias: As Dungeons comuns e as Legacy Dungeons. As Dungeons comuns estão escondidas pelo mapa aberto. Elas contém áreas opcionais, que abrigam tesouros bem valiosos, além de inimigos poderosos, mas de nível menor que os bosses principais. Essas dungeons são bem simples, e no caso delas há uma boa dose de repetição de cenários, de forma que há muitos layouts quase idênticos. Essas dungeons “servem” para que o jogador encare desafios menores para que consiga equipamentos novos e sinta uma progressão mais branda em termos de dificuldade.

Já as Legacy Dungeons, que são as áreas com os chefões principais da narrativa, são imensas. Realmente imensas. O nível de dificuldade delas está no estilo que os fãs de Souls esperam, e contém os chefões mais desafiadores e poderosos.

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O mundo de Elden Ring é imenso. Ele não chega a ser maior do que outros games de mundo aberto, mas para quem é habituado ao estilo de mapas dos games da FromSoftware, entrar nas Terras Intermédias parece como algo nunca antes visto. Afinal, essa é uma genuína mistura do estilo de Souls com um mundo muito maior (Ah, e ainda há áreas subterrâneas gigantescas escondidas pelo mapa!), o que torna Elden Ring uma experiência muito familiar, mas completamente nova. E até onde sei, nenhum outro game fez isso até hoje (há alguns que estão tentando, mas ou ainda não foram lançados, ou não se saíram bem na proposta).

Alta dificuldade, mas com mais opções e ferramentas

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Sempre que se faz uma análise sobre qualquer game da FromSoftware, um assunto que obrigatoriamente precisa ser abordado é sua dificuldade. E no caso de Elden Ring, o próprio estúdio e seu diretor, Hidetaka Miyazaki, comentaram a intenção de fazer com que esse game fosse mais convidativo para jogadores que não gostam muito do estilo Souls, e também para jogadores de primeira viagem.

Sendo assim, Elden Ring é um game difícil? Com toda a certeza é. Mas ele é mesmo mais convidativo? Por incrível que pareça, sim! E grande parte disso se dá graças a seu estilo de mundo aberto. Você chegou numa área que está difícil demais para você? Tudo bem, tente explorar outro local. Você pode sair explorando para ganhar alguns níveis a mais, alguma nova arma ou magia poderosa, uma armadura melhor, ou pode encontrar um local ainda pior!

Um exemplo de local que você pode acabar descobrindo se decidir explorar lugares que parecem (e são) terríveis.

Em termos de gameplay, Elden Ring é exatamente como seus antecessores: ações baseadas em gasto de estamina, lock-on de inimigos, um botão para usar o equipamento na mão esquerda, outro pra mão direita e etc. A base do sistema é exatamente a mesma. O que difere é que agora há muito mais customização e opções para se usar em gameplay.

As principais formas de customização estão primeiro na enorme seleção de armas, escudos, armaduras, cajados mágicos, arcos, bestas e etc. Isso ainda é aliado com uma maior facilidade para encontrar equipamentos poderosos bem cedo na aventura. Assim, você pode literalmente mudar o rumo da sua exploração ao encontrar algum equipamento novo que pode já ir usando.

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A segunda principal forma de customização está na forma das Cinzas, divididas em dois tipos: Cinzas da Guerra e Cinzas de Invocação. As de invocação são extremamente úteis, pois servem para invocar espíritos de inimigos NPCs para lutar a seu lado. É muito importante deixar claro que essas invocações não são muito fortes, de forma que ela não irão lutar suas batalhas inteiramente por você. Elas são mais úteis como auxílio ou distração em batalhas, mas de qualquer forma, você pode deixá-las mais fortes, permitindo que sobrevivam por mais tempo e causem mais dano.

Já as Cinzas da Guerra são uma completa evolução das Weapon Arts de Dark Souls 3. A maioria armas e escudos do game possuem alguma habilidade, por exemplo usar o escudo para aparar golpes, realizar um golpe especial com uma espada, usar um disparo focado com um arco e etc. E ainda há habilidades que podem ser encontradas ou compradas, que podem ser equipadas em diferentes tipos de armas.

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Isso aumenta muito a customização de estilo de jogo. Você pode por exemplo trocar a habilidade de uma espada, que originalmente dava apenas uma estocada, para outra totalmente diferente, por exemplo criar uma gigantesca espada mágica e golpear de cima para baixo, ou um poderoso ataque com dano de fogo, além de muitos outros tipos.

Obviamente, conforme você progride, as coisas vão ficando mais e mais difíceis, com inimigos mais fortes no mundo aberto, criaturas terríveis e chefões ainda piores, que demandarão muito mais empenho do jogador para que possa derrotá-los. Felizmente, as várias opções para que o jogador customize o estilo de jogo de seu personagem deixam tudo mais “descomplicado”, permitindo uma forma melhor de experimentação e mudança de estilo de jogo.

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Uma das Cinzas da Guerra mais legais, literalmente transformando sua arma numa gigantesca espada mágica!

E, graças ao mundo aberto, o game conta com um sistema de coleta de materiais para a produção de itens. Você coleta receitas para fabricar novos itens em baús, corpos espalhados pelo mapa ou comprando de mercadores. A partir daí, você deve coletar os materiais necessários para produzi-los, coletando plantas, materiais dropados por inimigos, e ao caçar os diferentes tipos de animais das Terras Intermédias.

O crafting facilita para que o jogador equipe-se com itens muito úteis de forma mais fácil, podendo produzir bombas, sebos que imbuem suas armas com algum tipo de dano, ou itens que o protege de diferentes tipos de dano, itens que geram buffs temporários e etc.

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E há também o recurso de stealth, que é uma adição muito bem vinda ao game, pois não se trata de algo mandatório, que o jogador precisa usar para progredir. O stealth no game é 100% opcional. Você pode agachar e andar sem fazer barulho para atacar um inimigo pelas costas, para tentar evitar batalhas difíceis, ou simplesmente para tentar passar completamente despercebido em uma área completamente cheia de inimigos. Basta usar os cenários a seu favor. Usar stealth em florestas é mais fácil, pois há vários arbustos e árvores que você pode usar de cobertura. Áreas rochosas permitem que você use o terreno acidentado para tentar progredir sem ser visto também.

Mas, obviamente, o stealth não permite que você faça tudo. Há inimigos que podem rastreá-lo mesmo sem vê-lo, e, se você não lutar, fica bem mais difícil de coletar runas, que são as almas de Elden Ring, usadas para comprar itens e como XP para subir de nível. O importante é que essa é mais uma opção de jogo, que permite que você use estratégia e criatividade em suas batalhas.

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O stealth, aliado com a passagem de tempo do game, pode completamente mudar os rumos de uma batalha. O game possui um ciclo de dia e noite, além de climas dinâmicos, com névoa, chuva, tempestade, céu aberto e etc. Use a natureza a seu favor como desejar, mas tenha em mente que há alguns eventos que ocorrem somente em certas partes do dia. Por exemplo, há alguns chefões opcionais que aparecem no mapa somente durante a noite, oferecendo desafios e runas extras se o jogador aceitar as batalhas.

Há ainda alguns recursos menores que ajudam bastante jogadores de primeira viagem, mas que não necessariamente diminuem a dificuldade: As estacas de Marika, que são pequenas estátuas colocadas em pontos estratégicos, normalmente perto de chefões ou campos de inimigos. Se você morrer, pode escolher reviver perto de uma dessas estacas, ou no último local de graça visitado.

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E o outro recurso está nas recargas de seu item de cura. Enquanto você estiver no mundo aberto, sempre que você derrotar grupos de inimigos, receberá de volta um número de itens de cura usados, seja o Frasco de Lágrimas Carmesim para Vida, ou as Lágrimas Cerúleas para Foco (que basicamente é a barra de MP). A quantidade recuperada depende da quantidade de inimigos no grupo e o nível de dificuldade deles. Ou seja, o game faz com que você possa recuperar-se mais rapidamente após batalhas intensas, ao invés de obrigá-lo a descansar para recuperar seus frascos, incentivando que você continue seguindo adiante ao invés de batalhar, parar e batalhar de novo.

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Ah, e o game não possui pausa, que é o estilo “padrão”, mas altamente controverso do subgênero. Sekiro foi a única exceção à regra, podendo ser pausado a qualquer momento, assim como o Demon’s Souls da Bluepoint, mas em Elden Ring isso não é possível. Ou melhor dizendo, é possível, ao usar um “exploit” dos menus. Se você abrir qualquer menu e apertar o botão para ver as explicações desse mesmo menu, o game é pausado. Sendo assim, apesar de oficialmente não ser possível, você tem uma gambiarra que pode pausar o game quando você precisar.

Multiplayer e PVP

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Elden Ring não seria um Souls que se preze sem elementos online, que estão presentes aqui da mesma forma “estranha” que o padrão da FromSoftware. Elden Ring é, acima de tudo, um game Single Player, mas você pode recrutar outros jogadores para ajudar pelo caminho. Porém, a natureza do co-op está diretamente ligada a um objetivo fixo: Derrotar o chefão da área.

Ao chamar jogadores para seu mundo, é possível explorar o mundo aberto, de forma limitada, pois a área acessível ao jogador convocado é reduzida. Isso pois a ideia é que os jogadores se ajudem principalmente a derrotar um chefão, de forma que, apenas quando essa condição é realizada, o jogador convocado retorna para seu mundo com uma premiação de itens pelo dever cumprido.

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Isso significa que não é possível jogar o game do começo ao fim inteiramente via co-op com um amigo? Até dá, mas será necessário muitas invocações diferentes. Fora que para que ambos progridam no game, cada um precisa jogar em Single Player em seu próprio mundo.

Qualquer um que já tenha jogado Dark Souls, Demon’s Souls ou Bloodborne já está familiarizado com esse estilo, pois repetindo, Elden Ring é um game Single Player com recursos multiplayer. Mas se você está pensando em se aventurar por esse subgênero começando por Elden Ring, é bom já ter isso bem claro em mente.

Aliás, o sistema de mensagens, fantasmas de jogadores e poças de sangue continuam intactos. Por todo lado você pode encontrar mensagens deixadas por outros jogadores, algumas com dicas úteis, outras sendo puras trollagens. E você também pode deixar mensagens, mas infelizmente o número que você pode deixar é pequeno. Os fantasmas são outros jogadores que passaram ou estão passando pelo mesmo local que você, algo muito legal de se acompanhar, muitas vezes ajudando a encontrar coisas novas. E as poças de sangue mostram como outros jogadores morreram no local em que você está. Interaja com uma poça e você verá um fantasma momentos antes de sua morte.

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O PVP tem o mesmo estilo de Bloodborne, o que é bem positivo para jogadores que não desejam ter seus mundos constantemente invadidos por outros jogadores. O PVP só fica ativo de três formas: Na primeira forma, se você invocar outro jogador, automaticamente abre seu mundo para ser invadido. Assim, você será invadido somente se estiver jogando com outras pessoas (invasões de NPCs, no entanto, ocorrem mesmo jogando offline).

A segunda forma é através de um sinal de invasão. Você pode escrever no chão um sinal de invocação, para que outro jogador te convide para o co-op, ou um sinal de invasão, para que outro jogador o convide para uma luta. Essa forma de invasão é 100% voluntária.

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E por fim, a terceira forma de PVP é através de um item que abre seu mundo para invasões, mesmo estando sozinho. Ou seja, você apenas será invadido no game ou se estiver numa sessão co-op, ou se deliberadamente desejar ser invadido.

Audiovisual e problemas de performance

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Talvez você tenha visto as polêmicas geradas por alguns desenvolvedores da Ubisoft e Guerrilla em relação ao gráficos, UX e quest design de Elden Ring. Apesar de pontos relevantes, como problemas de performance na versão de PC terem sido levantados, uma coisa que não dá pra concordar é que Elden Ring é um game feio.

Graficamente, não está no topo da fidelidade visual e realismo de outros games da atualidade, como o próprio Horizon Forbidden West da Guerilla, mas a direção artística e o visual do game são simplesmente magníficos.

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As Terras Intermédias são gigantescas, com muitos elementos que a compões, desde animais, vegetação, geografia, inimigos humanos, monstros e coisas ainda mais assustadoras. Cada região do mapa possui um estilo único que a diferencia das demais. Limgrave é composta por planícies, pântanos e vegetação esparsa; Caelid é um deserto com enormes fungos mutantes, lagoas vermelhas e céu de um vermelho eterno; Liurnia é um lugar com muitas chuvas, vegetação densa e uma imensa lagoa central. E por aí se segue, com cada novo local visitado mais deslumbrante que o anterior. Mas uma coisa é constante: Não importa onde você esteja na superfície, a Térvore é sempre visível, com seus galhos dourados espalhando-se pelo céu.

Os designs de monstros, armas e armaduras superam tudo o que se esperava e jamais deixam de surpreender. E há ainda um excelente trabalho de iluminação, com cada pequeno pedaço individual de armas e armaduras brilhando e refletindo as luzes ambientes, monstros com uma imensa riqueza de detalhes, e é claro, a sujeira. Se você já leu qualquer review minha dos games da FromSoftware, então sabe que um dos parâmetro que uso para definir a beleza do game está na sujeira, quanto mais detalhada a sujeira, mais belo considero o game. E aqui a sujeira é não apenas uma parte visual dos cenários, mas parte da própria identidade do game.

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Infelizmente, o game foi lançado com problemas de performance em sua versão de PC, na forma de intensas quedas de framerate em momentos aparentemente aleatórios, mesmo jogando em uma máquina. Em minhas jogatinas, essas quedas de frame aconteciam em momentos pontuais, mas constantes. Isso significa que o game em sua grande parte rodava de forma lisa, até que de repente, sem motivo aparente, o framerate caía de forma absurda por cerca de 1 a 2 segundos, até se estabilizar.

Isso acontecia em momentos diversos sem necessariamente ser causado por muitos objetos ou partículas sendo carregadas. Esse problema aconteceu comigo durante batalhas contra chefões, durante lutas contra inimigos comuns, enquanto eu cavalgava fora de batalhas e até mesmo ao andar por trechos fechados, sem muitos elementos de cenário.

Felizmente, um patch de correção desse problema, e que também reinsere no game NPCs e questlines que foram erroneamente cortadas, foi lançado essa semana, e corrigiu enormemente esses problemas, tornando toda a experiência num geral muito melhor.

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Na parte sonora, temos uma trilha musical primorosa. Como sempre, totalmente orquestrada, com corais belíssimos cantando as músicas em (pelo menos ao que parece) latim. Uma diferença fundamental é que enquanto os outros Souls tocavam músicas apenas nas áreas de hub e nas batalhas contra chefões, aqui as músicas são constantes, com temas calmos mas únicos para cada região, que preenchem a atmosfera quando fora de combate.

Quando você entra em combate, ou quando algum inimigo, mesmo que você ainda não tenha visto, se torna agressivo em relação a você, uma música mais intensa, mas ainda assim não muito marcante, começa a tocar, já lhe deixando preparado para lutar ou fugir. Mas, obviamente, são nos chefões que a trilha sonora mostra todo o seu poder. E a quantidade de chefões do game é realmente imensa! Infelizmente há uma repetição de chefões nas dungeons mais simples, e até de chefões encontrados no mundo aberto, mas a variedade de músicas é bem grande, dada a grande quantidade desses chefões.

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O game conta com localização em português brasileiro em seus menus e legendas, tendo alguns errinhos bem feios em trechos pontuais, como ao traduzir a palavra “chest”, que no contexto deveria ter o sentido de “tórax”, como “baú”. Mas no geral, a tradução foi muito bem feita. As vozes do game são todas em inglês, e a atuação de seus voice actors são excelentes, com muito mais diálogos com muitos personagens e chefões diferentes.

O ponto alto da FromSoftware

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Cada novo game da FromSoftware é criado agrupando todos os acertos de seus games passados. Dark Souls 3 é o grande exemplo disso, pegando tudo o que deu certo em Dark Souls 1 e 2, e Bloodborne, condensando em um pacote só, adaptando características e também literalmente mantendo algumas delas inalteradas.

Elden Ring é então provavelmente a obra prima do estúdio, até este momento. O game pega tudo o que deu certo e que o público mais adora (ou o que os mais fez sofrer) em Demon’s Souls, em todos os Dark Souls, em Bloodborne e também em Sekiro. colocando tudo em um estilo único, que não é mais contido por mapas limitados, mas abertos para um enorme mundo explorável.

O estilo medieval, o gameplay e sistemas básicos são os mesmos de Demon’s e Dark Souls. O estilo de combate com opções mais rápidas e com builds mais versáteis vem de Bloodborne, bem como as habilidades de armas, criadas em Bloodborne, transformadas em Dark Souls III e expandidas em Elden Ring.

E é claro, temos o stealth e até mesmo algumas armas e ataques vindas diretamente de Sekiro! Tudo isso combinado torna Elden Ring um game ainda maior do que se mostra a primeira vista. O game brilha com a exploração, com a dedicação do jogador, com o caminho que você decide trilhar nas Terras Intermédias.

Análise Arkade: O apogeu da FromSoftware em Elden Ring

Elden Ring não é um game perfeito, e possui falhas como os problemas de performance, há uma clara reutilização de assets e animações (o que não necessariamente é um defeito, mas é bem evidente) e outros pontos, digamos, “discutíveis”, relacionados a seu nível de dificuldade, que sempre levantam a discussão sobre acessibilidade, se um Easy Mode deveria ou não ser criado, e etc.

Poderíamos passar mais um tempão conversando sobre isso (e talvez realmente façamos isso no futuro, essa discussão certamente é muito válida), mas para os propósitos dessa análise, o que eu, como fã assíduo de Souls e como aquele escrevendo esse texto, gostaria de dizer, é que para aqueles que conhecem e apreciam a fórmula do Souls-like como ela é, em seu estado “puro” (afinal, foi a FromSoftware que criou esse subgênero), Elden Ring é como a “apoteose” do subgênero.

Análise Arkade: O apogeu da FromSoftware em Elden Ring

Tá, talvez eu esteja exagerando de forma imensa com uma declaração dessas, e tenho consciência de que muita gente discordaria veementemente comigo, por quaisquer motivos “pré-concebidos”: “O game poderia ser mais difícil“, “o mundo aberto oferece muito espaço vazio e muita caminhada até chegar em algum lugar importante“, “o lore não é tão oculto quanto eu gostaria, pois a história é muito direta“, etc e etc. Esses são alguns argumentos que eu pessoalmente li e ouvi de pessoas internet afora, a maioria obviamente como comentários feitos antes que o game sequer fosse lançado.

Após seu lançamento, notei que muitas dessas críticas diminuíram. Elas não sumiram, definitivamente estão aí, afinal não é errado gostar mais ou menos de certas coisas do game, ou do próprio game em si. Mas conceitos pré-formados baseados apenas em “não é como eu quero então é ruim“, diminuíram consideravelmente. Chame isso de puritanismo gamer exagerado ou não, o fato, que eu mesmo pude observar, é que Elden Ring conseguiu conquistar se não a todos, então a sua grande maioria de fãs de carteirinha.

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E também muitos jogadores novos! Estamos nos aproximando da marca de 1 mês pós-lançamento de Elden Ring e as pessoas ainda não pararam de falar do game, com muitas pessoas novas entrando nas Terras Intermédias e tendo seu primeiro contato com o subgênero do Souls-like.

Então, se me permitem a ousadia, creio ser possível dizer que Elden Ring conseguiu se tornar o melhor Souls-like da atualidade, unindo tudo o que tornou esse estilo tão amado (e controverso), num pacote muito maior, muito mais bonito e, principalmente, muito mais desafiador. Mas que dá mais controle na mão do jogador em como trilhar seu próprio caminho e em como superar seus inúmeros desafios.

Elden Ring foi lançado no dia 25 de fevereiro com versões para PC, Playstation 4, Playstation 5, Xbox One e Xbox Series X. Essa review foi escrita baseada na versão de PC, que nos foi gentilmente fornecida por nossos grandes amigos da Nuuvem!

Elden Ring está com 8% de desconto na loja da Nuuvem, saindo por R$ 229,49, contando com várias opções de pagamento e parcelamento diferentes! E se você comprar utilizando o nosso link, ainda ajuda a gente no processo!

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