Análise Arkade – Electro Ride: boas ideias com gameplay problemático

2 de fevereiro de 2021
Análise Arkade - Electro Ride: boas ideias com gameplay problemático

O Nintendo Switch se tornou, com o passar dos anos, como uma interessante opção para games clássicos, ou novos jogos se inspirando no mundo retrô. Falando em corridas, o console tem Out Run, com a adaptação SEGA Ages, ou o interessante 80’s Overdrive, que traz gameplay clássico com um visual muito caprichado.

Nesta tendência chega Electro Ride. Um game que promete ação arcade, do tipo casual, com visual neon. Além do Nintendo Switch, o game também está disponível para PC. Não é aquele game feito para ser um game de corrida “definitivo”, buscando ser aquele game que você joga apenas para desligar a mente e curtir uma ação descompromissada. Mas, alguns problemas, infelizmente atrapalham a experiência.

Em Electro Ride, você corre em uma espécie de União Soviética futurista na pele de um piloto que quer ser o mais rápido do Leste Europeu. Sinceramente, não entendi a razão de ser especificamente da União Soviética, entretanto, cidades do bloco estão presentes no game. Como Berlim, com direito ao muro erguido durante a Guerra Frida, passando por Moscou, até Varsóvia, capital polonesa. Apesar da Polônia não ter feito parte da URSS, sofreu forte influência soviética depois da Segunda Guerra Mundial.

Análise Arkade - Electro Ride: boas ideias com gameplay problemático

O game foi desenvolvido por Sylwester Osik, que vive na Polônia. Mas não há muitas informações sobre a razão de ter escolhido a União Soviética como plano de fundo, e nem os elementos futuristas, que poderia simbolizar uma espécie de futuro paralelo no qual a nação ainda existisse, com os ares futuristas, estes sim, presentes constantemente nas propagandas soviéticas. Seria, no fim, interessante saber a razão desta escolha, e o motivo da URSS da mente do desenvolvedor ser feita majoritariamente de neon.

Mesmo sem dar muita atenção para a parte do enredo, o que seria bem interessante ter algumas informações adicionais sobre o que se passava na mente do desenvolvedor durante a criação, há algumas cutscenes, em forma de história em quadrinhos, que explica um pouco a evolução de seu piloto.

Colors for Speed

Análise Arkade - Electro Ride: boas ideias com gameplay problemático

O game em si é um game arcade como tantos outros que você já jogou. Apenas com uma diferença, que achei bem criativa, inclusive. Sabe aquelas barras de velocidade, comuns nos games de corrida? Pois elas existem aqui. Entretanto, os carros tem cores específicas, e estes boosts só funcionam se for a mesma cor do carro. Se você passa com o carro em outra cor, seu carro muda de cor, precisando passar na nova cor para ganhar a velocidade extra.

Este pequeno elemento faz as corridas ganharem um ar totalmente novo, precisando passar pela linha correta, baseada nas suas cores, para conseguir o melhor tempo. Infelizmente, a boa ideia e os bons visuais em neon do game são ofuscados por um grande problema, para um jogo desta natureza: os controles.

Análise Arkade - Electro Ride: boas ideias com gameplay problemático

Os controles do game, no Switch, são muito, mas muito sensíveis. Uma curva significa “jogar” seu carro para o lado escolhido, acertando os guard-rails várias vezes. Mesmo jogando com o direcional, a situação não ajuda muito. Passando nos tais boosts coloridos, a situação fica ainda mais maluca, com o carro ficando incontrolável.

Tal problema é imperdoável para um game desta natureza. E, mesmo sendo desenvolvido por apenas uma pessoa, talvez um tempo maior de dedicação na jogabilidade ajudaria neste sentido. Fora isso, há carros bacanas para se jogar, um modo história, e ainda um multiplayer com tela dividida, além de modo online.

Uma boa ideia, mas que peca no mais importante

Análise Arkade - Electro Ride: boas ideias com gameplay problemático

Para um game de corrida, nada deve ser mais importante do que sua jogabilidade. A história do gênero mostra que até games, simplistas e medianos, agradaram por ter um bom gameplay. O que não é o caso aqui. O game tem sim um bom visual, é agradável em sua oferta de carros e tem uma ideia simples, mas eficiente. Entretanto, nada disso faz sentido em um game cujos carros não podem ser controlados de maneira adequada.

É triste, pois tudo o que o game oferece é convidativo, ao menos para dar uma experimentada e ver as ideias aplicadas. Aguardo que tal questão venha a ser melhorada, a fim de fazer com que o game, aí sim, seja jogado da forma que se deve.

Eletric Ride já contava com versão para PC, na Steam, e ganhou uma versão para Switch, no final de 2020.

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