Análise Arkade: Fallout 4 é o convite definitivo para a exploração (e o fim de sua vida social)

23 de novembro de 2015

Análise Arkade: Fallout 4 é o convite definitivo para a exploração (e o fim de sua vida social)

Como você sabe, a guerra nunca muda. E Fallout também não. Hora de voltar ao Vault — e sair dele — para conhecer a mais nova investida da Bethesda, que foi um dos títulos mais aguardados de 2015.

Fallout 4 é o Fallout que todo fã da franquia espera: um game de mapa gigante, com mecânicas complexas, enredo que prende com decisões que ajudam no desenvolvimento do seu personagem e uma impressionante liberdade de conceitos e no próprio gameplay.

A Bethesda conseguiu manter o jogo escondido no forno por muito tempo, sem ficar cansando o público com vídeos fora de hora e bastaram cinco meses para apresentar o game e preparar terreno para o lançamento do jogo. Isso também ajudou a ampliar o hype em proporções nunca antes vista para um game tão segmentado. Serve como exemplo para certas empresas (e estamos falando da empresa e não de seu desenvolvedor, quem manja sabe do que estamos falando).

Os eventos do game acontecem antes da famosa guerra nuclear que acabou com o mundo que conhecemos, levando o jogador para 200 anos após estes eventos. E nesta nova aventura, seu personagem conta com auxílio de várias “coisas”, que envolvem um novo Pip-Boy, um cachorro e um robô, que são muito úteis na exploração de um mundo tão perigoso, como a humanidade de Fallout.

Um bonito game de PS2

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A primeira coisa que os gamers reparam ao jogar Fallout 4, é o visual do game. Sim, está tudo bem feito e caprichado, o mundo está bem construído e cenários como a casa do começo da história e o Vault estão bacanas, mas ao explorar os mundos, a sensação óbvia é de que estamos jogando um game de Playstation 2, com problemas em algumas texturas, visuais pobres de personagens e cenários limitados, se entendermos o poder que os consoles atuais e os PCs podem oferecer.

Mas claro que isso não é motivo de tratar Fallout 4 como um game ruim, especialmente para fãs da série que não se preocupam com isso. Alguns momentos inclusive chegam a irritar, que é quando somos obrigados a interagir com os NPCs lentos e enrolados, mas de novo, é muito pouco quando comparamos com tudo o que o game tem a oferecer.

Outro problema do game está na jogabilidade. Reforçando nossos conceitos de “jogo de PS2“, a mira não funciona aquelas coisas, monstros “entram” dentro de locais aonde eles não cabem, graças a defeitos gráficos e muitas vezes, correr para se proteger pode ser tarefa das mais desagradáveis. Lembrando também que a movimentação em momentos de ação com o personagem em terceira pessoa lembra muito o game Blue Stinger, um game bem antigo de Dreamcast.

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Ah, e como quem avisa, amigo é… cuidado com seus saves. Mais um item de game de “10 anos atrás” que retornou para te dar dor de cabeça, o quick save com checkpoint é um tanto perigoso, podendo fazer com que você perca itens e momentos importantes conquistados se apenas confiar no quick save. No mínimo, faça um save normal ao desligar o console.

E ponto positivo para as sempre presentes cores fortes que trazem um clima totalmente exclusivo para o conceito de destruição de Fallout. Sim, o mundo continua cinza e triste, mas os elementos coloridos, com a já conhecida caracterização dos anos 50 que a série tem, além de reforçar a todo momento que o jogador está curtindo um legitimo Fallout, mostra também que o mundo poderia ser muito mais colorido se não fosse a estupidez humana.

Pare de reclamar dos gráficos, o jogo tem muita coisa pra te oferecer

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Tendo falado sobre os gráficos, vamos agora falar do que realmente importa: o game em si. Começando pelo mapa, que é enorme e pode competir pelo título de maior mapa da história dos games. Isso também significa que existe uma infinidade de locais para se conhecer, explorar e obter desde itens até informações da história.

Começando pelo próprio sistema de criação de personagens, que acabou virando um jogo a parte. As possibilidades de customização são impressionantes e você pode, com tempo e dedicação criar um avatar de você mesmo para adentrar ao universo do game. A ferramenta ficou tão popular que já falamos sobre os inúmeros personagens da cultura pop que foram criados por lá, que vão de Walter White até o presidente Barack Obama.

Quem se meter a querer investigar cada pedacinho de Fallout 4, pode dizer adeus à sua vida social. Até a segunda semana de lançamento, o game contava com 15% de seus jogadores que ainda estavam dentro do Vault 111, cena que é completa em uma média de 40 mintos, caso jogada apenas “para sair de lá”. Claro que nestes 15% temos pessoas desinteressadas ou que não curtiram o game, mas pode ter certeza que tem gente até agora explorando apenas o Vault, com seus computadores recheados de arquivos e informações, que fazem Resident Evil passar vergonha.

O mesmo vale para os locais, onde tudo o que falei no parágrafo acima vale, mas em proporções maiores, já que cada casa, cada prédio e cada abrigo contém histórias, relatos e documentações de seres humanos, que assim como você, também buscaram sobreviver de alguma forma em meio ao caos que o planeta se encontra. Jogadores mais interessados terão muito o que fazer a cada novo local que seu personagem chegará, e vão curtir caminhar vila por vila.

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A imensidão também estão nos itens. Você recolhe quase de tudo no jogo e embora pareça que está carregando lixo, fique atento pois mais cedo ou mais tarde esse “lixo” vai ser de grande utilidade e poderá ser uma tremenda mão na roda, podendo até servir para melhorar suas armaduras. O Workshop existe para você pegar o lixo acumulado e criar suas próprias armas. Sim, dá pra passar horas só montando armas também.

E as conversas também estão bem trabalhadas, com destaque para as respostas sarcásticas que você pode dar a todo momento. Claro que você pode ser o boa praça a todo momento, mas se preferir, pode ser mais direto ao ponto, ou mesmo tirar onda das pessoas e criar um personagem mais fanfarrão. Mas não espere momentos de conversa como L.A. Noire, pois aqui, embora consistentes, estão bem mais pobres, especialmente nos quesitos gráficos.

Você também pode fazer a sua parte para o bem do planeta, ajudando na limpeza do solo contaminado e na construção de casas para na medida do possível, reconstruir o mundo. Claro que em um mundo devastado, tal atitude é agulha no palheiro, porém além de trazer o conceito de “mundo melhor”, sempre presente na série, também temos mais coisas ainda pra se fazer pelo game, que mesmo com apenas esta novidade, continua gigante.

Não é novidade, é evolução

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Fallout 4 não tem compromisso nenhum com novidades, no sentido de adicionar um monte de coisas que podem acabar comprometendo as estruturas de sua franquia, porém isso não significa que temos evoluções significativas. Gerenciar seu personagem se tornou, por exemplo, uma tarefa muito mais complexa, com as distribuições de ponto interferindo, além das funções normais e de seu S.P.E.C.I.A.L, habilidades específicas, para objetivos específicos. Apenas isso exige do jogador um cuidado especial em cuidar do personagem.

O Pip-Boy também não é mais um elemento da tela, podendo ir para a tela do seu celular — ou para o pulso, caso seja um felizardo dono de uma edição de colecionador — que oferece além do mapa, e todo o conteúdo do dispositivo do game para a tela de seu aparelho, os games que podem ser jogados nos computadores do game. Games estes que são uma merecida homenagem aos clássicos dos videogames, adaptando suas mecânicas ao “jeitão Fallout de ser”.

O gameplay ficou um pouco mais linear, com o mesmo “trilho” de Call of Duty ou similares, mas este trilho acontece apenas para progressão da história e você pode “sair da estação” em determinado momento para explorar. Funciona assim: você encontra um grupo de sobreviventes e decidem caminhar até a próxima cidade, e ao chegar lá, ao invés de continuar no trilho do enredo, você pode simplesmente seguir o seu próprio caminho e ir aonde der na telha. Segue mais ou menos a fórmula dos games Zelda, aonde a progressão da história está ali te esperando, mas te permite sair buscando corações ou itens importantes.

Fiel à filosofia Fallout

Análise Arkade: Fallout 4 é o convite definitivo para a exploração (e o fim de sua vida social)

Fallout 4 é um game feito para fãs de Fallout e da Bethesda. A Bethesda não se preocupou em momento nenhum, nem com o hype gerado em cima do game, em oferecer algo que agradasse a gregos e a troianos, se preocupando apenas com os jogadores da franquia. Novos jogadores são bem vindos por aqui, pois o game é bem amigável quando ao ensino de conceitos e introdução ao universo de seu enredo, porém a complexidade de seus conceitos, a pouquíssima evolução do game em relação aos jogos passados, os gráficos não tão bonitos e a imensidão do mapa podem assustar gamers mais acostumados com jogos mais populares — e curtos e diretos ao ponto.

Mas o jogador que conhece, gosta ou mesmo os que se interessaram pela franquia, devidamente apresentada pela Bethesda com o Fallout Shelter e tantas outras ações de marketing, terão horas, horas e mais horas de exploração e conteúdo. Fallout 4 não é um jogo que quer ser bonito, nem o mais popular — mesmo com o hype — muito menos o “melhor do ano”. Mas entrega para fãs e interessados um interessante pacote, que significa algo que os games tem perdido geração após geração: a profundidade em um gameplay e a alegria de novas descobertas em uma exploração.

2 Respostas para “Análise Arkade: Fallout 4 é o convite definitivo para a exploração (e o fim de sua vida social)”

  • 24 de novembro de 2015 às 17:44 -

    DiegoWP

  • Nossa comparar esse game a um game de ps2 foi pra acabar, parei de ler ali kkkk

  • 26 de novembro de 2015 às 11:19 -

    Wattylla Barbosa de Sousa

  • Você não mencionou a taxa de quadros. Devo considerar isso positivamente?

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