Análise Arkade: de volta à guerra com Gears of War Ultimate Edition

31 de agosto de 2015

Análise Arkade: de volta à guerra com Gears of War Ultimate Edition

Parece que foi ontem, mas na verdade já se passaram 9 anos desde o lançamento do primeiro Gears of War para o Xbox 360. O game foi um marco, influenciou vários shooters em terceira pessoa e é tido como um dos melhores jogo do X360. Mas será que ele precisava de um remake? Vamos descobrir!

Humanos, Locusts e Lambents

A história de Gears of War pode já ser manjada para muitos, mas vale a pena dar uma recapitulada: o game se passa no planeta Sera, que foi devastado por infindáveis guerras — as Pendulum Wars –, frutos do interesse de dois grupos humanos pela Emulsão, recurso natural de alto valor comercial.

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Depois de décadas de guerras, a já frágil raça humana se vê em perigo quando um grupo de criaturas que viviam nos subterrâneos do planeta — os Locusts — invade a superfície (no que ficou conhecido como o Emergence Day) para dar cabo da humanidade e tomar o controle do planeta.

Para defender o que restou da raça humana, entra em ação a COGCoalition of Ordered Governments — um batalhão altamente militarizado de forças globais cujo objetivo era manter a paz em Sera após as Pendulum Wars — para tentar acabar com esta nova ameaça.

Análise Arkade: de volta à guerra com Gears of War Ultimate Edition

Como a coisa está feia para o nosso lado, o veterano de guerra Marcus Fenix é tirado da cadeia (porque ele foi parar lá continua sendo um mistério) para voltar à ativa. Integrado ao Esquadrão Delta, cabe a ele e seus companheiros — Dominic Santiago, Augustus Cole “Train” e Damon Baird — a missão de (literalmente) ir ao centro do planeta enfrentar Locusts, Lambents e outros perigos na esperança de encerrar a guerra.

As novidades

Para começar, temos o jogo rodando lindamente em 1080p, com texturas e cenários refeitos, efeitos de iluminação atualizados e novos modelos de personagens, tudo melhorado e muito mais bonito. A campanha se mantém em estáveis 30fps, e para o multiplayer os jogadores podem contar com 60fps, o que oferece mais fluidez e melhora o tempo de resposta dos comandos.

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Os cenários e a iluminação estão muito mais bonitos.

Outro destaque vai para a localização do game: no X360, o máximo que tínhamos eram legendas em inglês, mas aqui tudo mudou. Gears of War Ultimate Edition chega ao Brasil 100% em português, e a dublagem do game está entre as melhores que já vimos por aqui, bem como a sincronia labial.

Gravamos uma cutscene dublada, confira abaixo:

As cutscenes, aliás, são outro ponto de destaque: muito mais do que simplesmente remasterizadas, elas foram refeitas do zero, e estão incríveis. Todo o trabalho de captura de movimentos foi refeito, e graças aos novos ângulos de câmera, o que temos são cutscenes ainda mais bonitas e cinematográficas.

Nos vídeos abaixo (cortesia do canal IGN) você pode conferir um pouco mais da diferença de visual tanto das cutscenes quanto do gameplay entre a versão original do game para Xbox 360 e a Ultimate Edition do Xbox One:

Gameplay:

Cutscenes:

Completam o rol das novidades a inclusão de nada menos que 5 novos capítulos de campanha e vários novos mapas para o multiplayer (ambas novidades extraídas do port para PC do game original), além de histórias em quadrinhos oficiais da série (destravadas conforme você coleta dog tags) que podem ser lidas pelo menu.

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As HQs estão em inglês, mas são bem interessantes para quem curte o universo da série.

 Gameplay refinado

Resident Evil 4 merece créditos por ter sido jogo que “inaugurou” a câmera “papagaio de pirata” (que fica atrás do do ombro e deixa o protagonista meio no canto da tela), mas foi Gears of War que instituiu o estilo de jogo cover based à esse novo formato de câmera e se tornou referência no gênero.

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Vulgarmente chamado de shooter “de murinho”, em Gears of War ficar desprotegido nunca é uma boa opção: você sempre deve buscar cobertura atrás de muretas, móveis, veículos e outros elementos do cenário para escapar dos implacáveis tiros inimigos.

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Contando com um vasto arsenal que vai de pistolas e escopetas até bestas que disparam dardos explosivos e uma arma que coordena um facho de luz mortal via satélite — sem esquecer é claro da emblemática Lancer, arma que é um mix de metralhadora com motosserra –, seu trabalho é basicamente ir do ponto A ao ponto B, cumprindo objetivos variados e destroçando centenas de Locusts e Lambents de variados tipos e tamanhos no processo.

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A emblemática Lancer é metralhadora e motosserra em um arma só.

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O Hammer of Dawn lança um facho de luz mortal direto de um satélite.

As mecânicas de jogo são simples, mas estão ainda mais fluidas e bem calibradas: o botão A “cola” em uma cobertura (e é usado também para correr e esquivar), enquanto LT e RT servem para mirar e atirar, respectivamente. O B usa um ataque melee (ou a motosserra da Lancer) e o direcional digital troca de armas.

Temos ainda o active reload, que foi uma das boas novidades que Gears trouxe aos shooters: recarregando sua arma no timing certo você agiliza a recarga e ainda ganha um boost temporário no seu poder de fogo. Se errar o timing, perde preciosos segundos (e ouve seu personagem praguejar). Nas frenéticas partidas PvP, dominar a nobre arte do active reload pode fazer toda a diferença!

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No geral, o pessoal da The Coalition (responsável pelo game e pelo vindouro Gears 4) manteve o gameplay essencialmente igual, mas melhorou algumas coisas: agora é possível, por exemplo, trocar de arma ou recarregar enquanto seu personagem corre, e o rolamento de esquiva pode ser feito para qualquer direção. Somadas ao gameplay que como um todo está mais fluido e responsivo, estas pequenas novidades definitivamente melhoram a experiência.

Campanha cinematográfica e multiplayer frenético

Falamos ali em cima que as missões de Gears se resumem basicamente a ir do ponto A ao ponto B, e isso poderia ser bem chato, se feito da maneira errada. Porém, Gears of War é um jogo extremamente frenético e empolgante, e sua narrativa cinematográfica está sempre surpreendendo o jogador com momentos épicos de pura adrenalina.

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Embora o grosso da jogabilidade seja o tiroteio — e ele funciona muito bem, obrigado — Gears ainda nos brinda com momentos de tensão (com inimigos sinistros que saem da escuridão), enormes chefes gigantes, missões a bordo de veículos, proteção de fortificações, perseguições e muito mais.

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A missão veicular do game fica bem mais tranquila no cooperativo.

Um dos fatores que torna tudo ainda mais empolgante é a trilha sonora: Gears of War tem faixas orquestradas muito marcantes, e elas realmente combinam com o jogo e injetam uma dose extra de adrenalina aos tiroteios. É impossível não se empolgar com o emblemático “pam pampampampam, pam pampampampam” de uma das melhores músicas do game, que volta com tudo neste remake:

E o mais legal é que você pode curtir todo o frenesi do game acompanhado de um amigo: mantendo uma ótima característica do Gears original, a Ultimate Edition conta com campanha cooperativa, que pode ser jogada por 2 players, tanto online quanto em tela dividida. E se você pretende zerar o jogo na dificuldade Insana, ter um companheiro ao seu lado fará toda a diferença!

Depois de curtir a explosiva campanha do game, é chegada a hora de partir para a matança online nas frenéticas arenas multiplayer, que estão mais disputadas e sangrentas do que nunca, e agora oferecem muito mais fluidez, pois, como já dissemos, o multiplayer roda em 60fps e ainda traz novos mapas e toneladas de skins para customização de armas.

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Um detalhe da hora é que seu personagem fica todo sujo de sangue depois que você executa um inimigo com a motosserra da Lancer. =)

O jogo oferece diversos modos de jogo tradicionais do gênero, como King of the Hill e Deathmatch que contam com variações interessantes, como partidas 2 contra 2 onde todos só podem usar shotguns, e o modo Assassination, onde a vitória só é concedida depois que o líder do grupo inimigo é eliminado.

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Na prática, se você passou longas horas jogando o multiplayer de Gears na geração passada, certamente fará o mesmo aqui. os servidores estão bem movimentados e, embora eu ache que poderiam ter aproveitado a oportunidade para trazer o modo Horda, sei que ele só foi introduzido em Gears 2, logo, isso seria “pedir demais”, até porque os modos de jogo disponíveis aqui já rendem incontáveis horas de jogatina.

Conclusão

Em 2006, Gears of War se tornou um marco por apresentar ao mundo uma grande franquia, e também por criar tendências que são aproveitadas até hoje em jogos de tiro. Agora em 2015, esta versão melhorada do game não só relembra aos fãs porque este jogo é tão bom, como também pode apresentar a série para toda uma nova safra de jogadores que por ventura não curtiram a série na geração passada.

Análise Arkade: de volta à guerra com Gears of War Ultimate Edition

Em meio a tantos remakes e remasters que são feitos “nas coxas”, Gears of War Ultimate Edition se destaca por trazer algo realmente melhorado, mais bonito e completo ao Xbox One. Um remake feito com capricho e cuidado, por uma empresa que mostrou que tem respeito pela série, e que certamente sabe o que fazer com ela daqui para frente. Aliás, desde já fico na torcida para que o restante da trilogia seja refeito com o mesmo capricho pela The Coalition! =D

Análise Arkade: de volta à guerra com Gears of War Ultimate Edition

Se você já é fã de Gears, este remake é sua chance de relembrar o clássico primeiro jogo da série da melhor maneira possível. E se você ainda não conhece a franquia, aproveite o precinho camarada desta Ultimate Edition (R$ 139,90) para entrar de cabeça na guerra contra os Locusts.

Gears of War Ultimate Edition foi lançado no dia 25 de agosto para o Xbox One. Uma versão para PC também deve chegar em breve.

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