Análise Arkade – Hitman 3 encerra a trilogia com muita competência e estratégia

25 de janeiro de 2021
Análise Arkade - Hitman 3 encerra a trilogia com muita competência e estratégia

Pois bem, chegou a hora de colocar um ponto final em Hitman. Pelo menos na trilogia proposta pela IO Interactive. Transformando a sua franquia em uma espécie de thriller de TV, com direitos a “temporadas” e “episódios”, a série “World of Assassination” tem em seu terceiro game, a conclusão dos eventos já vividos nos games anteriores.

Este formato, que foi um pouco contestado no primeiro game, por ter sido oferecido episódio a episódio, agora conta não só com todos os episódios de uma só vez, mas também com a possibilidade de importar missões e saves de outros jogos da série. E, em clima de “season finale”, chegou a hora de colocar, de uma vez por todas, um ponto final na Providence, uma organização que controla secretamente os negócios pelo mundo.

Literalmente, um 3 em 1

Análise Arkade - Hitman 3 encerra a trilogia com muita competência e estratégia

Antes de tudo, temos de falar do formato de jogo proposto para Hitman 3. Uma vez sendo este o “último capítulo” desta série, o game também funciona como um hub, para a soma de todo o conteúdo já lançado do game, além dos saves. Claro, desde que esteja na mesma plataforma. Meus reviews de Hitman 1 e 2 foram feitos em um Playstation 4, enquanto o terceiro game foi feito em um Xbox Series S, e claro, não tinha disponível o conteúdo anterior que possuo em outro sistema. Mas, comprando tudo na mesma plataforma, todo o conteúdo será adicionado.

Possuindo todo o conteúdo na mesma plataforma, Hitman 3 se torna, assim, como a ponte principal para todo o conteúdo do game. No seu menu principal, temos acesso às três partes do game, além das DLCs, com os modos Sniper Assassin e Contracts. A única diferença, é que os modos de Hitman 3 são todos Single-player. Aparentemente, as questões multiplayer não foram muito contempladas pelos fãs, o que fez a IO Interactive decidir não dar importância a este formato de gameplay.

Você poderá acompanhar tudo relacionado à trilogia em Hitman 3. Sua pontuação, desbloqueio de benefícios, as possibilidades de novos inícios e novas possibilidades de exploração das missões. Fazendo, enfim, que as três partes do game se tornem em um só pacote. Incentivando, inclusive, que pessoas que conheceram esta série de Hitman no terceiro game, possam curtir as outras missões do game.

Um game de estratégia com elementos de ação

Análise Arkade - Hitman 3 encerra a trilogia com muita competência e estratégia

Agora, vamos falar especificamente de Hitman 3. A fórmula do game é a mesma dos outros dois jogos: um cenário para explorar, oportunidades para aproveitar e várias maneiras de atacar seus alvos, usando da inteligência para criar situações ou agir sem deixar nenhum rastro. Entretanto, desta vez, as missões ficaram ainda mais amplas, com espaços ainda maiores, que faz com que o game seja, literalmente, um game de estratégia.

Apesar da visão em terceira pessoa e mecânicas de games de ação, Hitman 3 é, no final, um game de estratégia. Pois, embora seja possível sim, bancar o Rambo e matar seus alvos e mais meio mundo na sua investida, também é possível, como eu fiz, terminar o game sem dar nenhum tiro. Os ambientes, maiores do que os games anteriores, também oferecem maior possibilidades de interação e de aproximar dos alvos.

Algumas missões, inclusive, exigem de você mais do que o conhecido “vista-se como determinado indivíduo para ter acesso ao alvo”. Será preciso, por exemplo, bancar um detetive e investigar um crime, que nada tem a ver com o seu objetivo principal. Mas quanto mais você investiga, mais pode planejar o melhor jeito de abater seu alvo. Isso permite que, ao mesmo tempo que você fique mais imerso nas questões internas das missões, também seja possível planejar maneiras mais criativas de cumprir seus objetivos.

Os ambientes também estão mais complexos, com vários locais os quais exigem acessos diferentes e uma forma de acesso específica. Será comum aos exploradores mais assíduos, assumirem três ou até quatro identidades, dependendo da missão, para se aproximar dos alvos. Desta vez, temos seis localidades para agir: um arranha-céus em Dubai, uma mansão no interior da Inglaterra, uma megalópole na China, uma festa em uma mansão na Argentina, um clube underground na Alemanha, e um trem na Romênia.

Os itens são basicamente os mesmos, espalhados pelos cenários, mas com um acréscimo que, se não é dos mais utilizados no game, se mostra bem interessante: uma câmera, que tem a capacidade de hackear portas e outros elementos específicos, além de funcionar como ‘modo foto’. Inclusive, na parte da investigação que mencionei, ela se torna muito útil. A investigação, quando parte da missão, não tem o mesmo brilho encontrado na série Batman Arkham ou Assassin’s Creed. É bem simples, por sinal. Mas que se olhado com atenção no futuro, pode ser evoluído nos próximos games.

Dito isso, é importante reforçar o aviso: só jogue Hitman 3 se você gosta de games de estratégia, ou se valoriza o formato de gameplay proposto desta série. Se está esperando um game de ação, ou um game com missões mais aceleradas, a tendência é de grande frustração. Não pelo game ser ruim, mas sim por ter um gameplay bem específico, feito para quem não se importa apenas de andar e andar, e agir apenas no momento propício.

Tecnicamente impecável

Análise Arkade - Hitman 3 encerra a trilogia com muita competência e estratégia

Assim como o Agente 47, Hitman 3 também está em sua melhor forma. A narrativa está em sua melhor forma, com uma trama complexa, digna dos melhores livros de espionagem. Ainda assim, quem quiser ignorar a história e curtir o “parque de diversões” que cada fase oferece, terá à disposição dezenas de opções para cumprir suas missões.

Visualmente falando, o game também está muito caprichado. Todas as fases estão bem construídas, em cenários e elementos, mas destaco uma: Chongqing, na China. A combinação entre noite chuvosa, neons e ambientações variadas, que vão desde um prédio abandonado que serve de espaço para experiências questionáveis, a um galpão no subsolo, passando pelas ruas da cidade, até debaixo da ponte, que serve de morada para sem-teto. É apenas uma fase, mas é possível ver a quantidade de detalhes e empenho para construí-la, sendo possível ver este mesmo empenho nas outras missões.

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E o controle do Agente 47 também segue simples, porém eficiente. As mecânicas básicas são as mesmas: possibilidade de nocautear e esconder alvos, de disfarce, de usar elementos do cenário para evolução da missão e a capacidade de manter os ouvidos atentos, ouvindo conversas que podem revelar oportunidades. Em um game com dezenas de possibilidades, todas elas funcionam bem e fazem o game seguir interessante de ser jogado, mesmo depois de concluir a história principal.

A Season Finale que Hitman merecia

Hitman, de 2016, foi bem intencionado, mas foi lançado de maneira um tanto equivocada. A ideia de lançar o game em pedaços não foi bem aceita pelos fãs, e foi reformulada no game seguinte, de 2018. E agora, em 2021, a trilogia se encerra da melhor maneira possível. Seu enredo, mais decisivo, é interessante e intrigante. Mas ainda assim, jogadores que decidirem ignorar a história principal, ainda terão muito o que curtir com o jogo.

É o fim de Hitman? Não. Mas esta trilogia teve um final. Se teremos uma nova trilogia, ou uma nova maneira de jogar Hitman ainda não sabemos, mas este game nos dá ótimas expectativas sobre o que esperar do game de James Bond, que foi recentemente anunciado e será feita pela mesma IO Interactive. A beleza visual, somado ao gameplay simples e funcional, com extrema competência na criação de missões ricas de variedade segue evoluindo um gênero muito específico, mas de qualidade.

Quem teve paciência com o primeiro game, e curtiu o segundo, encontrará no terceiro uma grande recompensa por ter apoiado o game. Novatos, que querem adentrar ao mundo de assassinatos e conspirações com o Agente 47, precisam ter em mente que este Hitman não é nem Splinter Cell, nem Metal Gear Solid, apesar de compartilhar de conceitos e o mundo da espionagem. É, como disse, um game de estratégia, que é jogado como um game de ação. Se você, novato, quiser dar uma chance ao game, garanto que, entendendo sua proposta, terá muito para se divertir.

Hitman 3 já está disponível, em caráter digital, para PC, Playstation 4, Xbox One e Xbox Series X|S (onde a review foi feita, com uma cópia gentilmente cedida pela IO Interactive). Além disso, o game chega também ao Nintendo Switch, via nuvem. O game será ativado no Switch, e terá “apenas” 66MB de download, porém será jogado em um sistema semelhante ao do Google Stadia ou o xCloud, via streaming. O que exigirá conexão constante à Internet. O game não está disponível na EShop nacional, e é preciso observar questões de conectividade, para quem pensa em adquirir o game com contas Nintendo de outros países.

No dia 29 de janeiro, os mesmos sistemas receberão o game em mídia física, oferecida pela Solutions 2 Go. E os jogadores de Playstation 5 terão acesso ao game, no dia 11 de fevereiro. Atualmente é possível jogar no console apenas por retrocompatibilidade.

Uma resposta para “Análise Arkade – Hitman 3 encerra a trilogia com muita competência e estratégia”

  • 26 de janeiro de 2021 às 17:14 -

    Helinux

  • Muito boa a análise!!!! A verdade que toda trilogia boa abre as portas para uma nova trilogia!!!! valeu!!!!

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