Análise Arkade: Iron Harvest – Operation Eagle tem aeronaves e muita ação

7 de junho de 2021
Análise Arkade: Iron Harvest - Operation Eagle tem aeronaves e muita ação

Lançado originalmente em setembro de 2020, Iron Harvest surpreendeu como um RTS de altíssima qualidade. Agora, nove meses após seu lançamento, temos seu primeiro DLC disponível! Iron Harvest – Operation Eagle traz uma nova campanha de cerca de 10 horas de duração, uma nova nação inspirada nos Estados Unidos e, principalmente, unidades aéreas para todas as nações!

O DLC é robusto e cheio de conteúdo, com acréscimos interessantes ao gameplay e uma nova nação bem mais ofensiva. Mas o que chama mais atenção em todo o conteúdo do DLC são as mudanças estratégicas proporcionadas por esses acréscimos, que vão fazer o universo de Iron Harvest tremer. Mas vamos falar sobre tudo isso de forma mais detalhada nesta análise completa!

Análise Arkade: Iron Harvest - Operation Eagle tem aeronaves e muita ação

Os cavaleiros do céu

O principal destaque para a expansão de Iron Harvest é a sua nova campanha. Como já visto no jogo base, o game possui um foco bem robusto no modo singleplayer (ou cooperativo) com uma história longa bem contada, dezenas de cenas cinemáticas e horas e horas de jogatina em campanha.

No caso de Iron Harvest – Operation Eagle, nós vemos a sequência dos acontecimentos da campanha base, que é uma versão steampunk da Primeira Guerra Mundial. E assim, tal qual no fato histórico da chamada “Grande Guerra”, os aviões foram a melhoria tecnológica mais impactante. Assim, seguindo a mesma lógica, temos este mesmo acréscimo ao universo de Iron Harvest 1920+.

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Na história acompanhamos o embate da nação fictícia chamada Usonia, baseada nos Estados Unidos. Comandando inicialmente um general William Manson, precisamos defender o território do Alasca contra as invasões dos Rusviéticos. Com o desenvolver da história, passamos a controlar outros heróis em novas frentes de batalha, alterando cenários e mostrando mais sobre a participação dessa nova nação na guerra.

A campanha se desenvolve muito bem, seguindo o mesmo nível de produção e qualidade do jogo base. Entretanto, as aeronaves, apresentadas logo na segunda missão, não são introduzidas da melhor forma. Isso porque, mesmo que a campanha ensine de modo quase orgânico a criar as aeronaves e utilizar algumas de suas funções básicas, não temos exatamente as melhores oportunidades para experimentar seus acréscimos estratégicos, demorando bastante para isso.

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A melhor defesa é o ataque

A nação da Usonia como nova opção de jogo traz uma variedade interessante à Iron Harvest. Isso porque As nações existentes no jogo base são todas bem niveladas para um combate mais de chão, com uso de barricadas e unidades mecânicas pesadas. Já Usonia é muito menos defensiva, com unidades terrestres mais ágeis e com menos defesa. Além de, obviamente, ter a introdução das unidades aéreas.

Essa mudança de equilíbrio entre defesa e ataque tem seus pontos negativos, mas também possui vários ganhos. A começar pela chegada das aeronaves para todas as nações. Com isso, algumas estratégias do jogo base se tornam bastante obsoletas, como o uso constante de barricadas como único foco de defesa. Essa estratégia se torna completamente ineficaz contra aeronaves que lançam bombas e mísseis à distância.

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Ao mesmo tempo, baterias anteaéreas tornam a vida das naves bem mais difícil. Mas Usonia possui alguns recursos exclusivos interessantes, como os paraquedistas e transporte aéreo. Dando uma variedade muito interessante à construção de estratégias. Mas com tudo isso, notamos que o jogo aparenta ficar bem mais ofensivo com o acréscimo das aeronaves, com antigos desafios de terreno se tornando um pouco mais obsoletos.

Iron Harvest em um voo nebuloso

A introdução das unidades aéreas foi um grande acerto para Iron Harvest. Entretanto, quando falamos de um RTS, acrescentar novas unidades ou mecânicas sempre envolve certo desbalanceamento que precisa ser ajustado. No caso das unidades voadoras de Operation Eagle, temos dois pontos bem marcantes: o ataque opressor das unidades aéreas e a defesa “invisível” das baterias anteaéreas.

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Existem unidades que se camuflam para invadir o campo inimigo.

No primeiro caso, temos unidades que simplesmente ignoram boa parte do contexto de mapa construído brilhantemente em Iron Harvest. Isso porque toda a mecânica de barricadas, paredes, uso de edificações e veículos como defesa se torna automaticamente obsoleta contra os bombardeios aéreos. O que tira um pouco da estratégia de campo do jogo, deixando-o mais próximo de RTS como Starcraft 2.

Ao mesmo tempo, a mecânica e animações das baterias anteaéreas não são muito bem formuladas (em contraste a todo o resto das novas unidades). Com isso, não sabemos ao certo se existe alguma bateria anteaérea atacando, nem de qual direção ela está mirando. Porque o alcance da bateria é muito maior do que o alcance das unidades aéreas, além de que suas animações de ataque são quase estáticas e não temos nenhuma sinalização de campo que mostra que estamos na área de alcance dessas defesas.

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Não importa barricadas, prédios ou defesas, as naves vão te atacar.

Com isso, o acréscimo das novas unidades, mesmo que muito interessante, torna o jogo um pouco mais “bagunçado” do que o visto no jogo base. É preciso nivelar melhor o dano causado tanto pelas aeronaves em unidades terrestres quanto também das anteaéreas nas unidades voadoras. Pois uma relação tão linear de “essa mata essa que mata essa” torna o jogo bem menos aberto a possibilidades.

A guerra está longe de acabar

Iron Harvest – Operation Eagle é um DLC que, independente de qualquer coisa, vale bastante a pena. Seja pela suas 10 horas de campanha adicionais, com uma história que é praticamente um “Iron Harvest 2” completo. Ou seja pelos acréscimos feitos às estratégias de combates. Tudo apresentado na expansão é válido e aumenta bastante o tempo de jogatina.

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Entretanto, são necessárias atualizações para maior balanceamento entre as novas e antigas unidades, tornando o contexto do jogo um pouco mais coeso. Caso isso não seja feito, o risco é que as possibilidades de estratégia únicas que o jogo apresenta se tornem obsoletas, tornando tudo muito mais prático e cheio de ação, o que pode não ser tão interessante para a proposta básica do game.

Felizmente, o pessoal da KING Art e da Deep Silver tem demonstrado um profundo interesse em manter seu jogo vivo. Atualizações constantes e esse primeiro DLC demonstram que o game está longe de ser esgotado, mesmo que não tenhamos recebido nenhum modo de jogo inteiramente novo até então. E Usonia só mostra o quão rico esse mundo ainda pode se mostrar ser.

Iron Harvest – Operation Eagle foi lançado no dia 27 de mario de 2021, enquanto seu jogo base é de setembro de 2020. O DLC está disponível para PC e futuramente chegará com o jogo base para Playstation 4 e Xbox One.

Para esta análise, rodamos o game em um notebook gamer com processador i5-930024GB de memória, placa de vídeo GTX 1650 de 4GB e SSD de 480 GB.

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