Análise Arkade – Just Cause 4 capricha nas explosões, mas segue repetitivo

16 de dezembro de 2018

Análise Arkade - Just Cause 4 capricha nas explosões, mas segue repetitivo

Explodir coisas é legal, no videogame. Desde os primórdios dos videogames, podemos usar armas e meios variados pra garantir grandes explosões. E foi essa fórmula que consagrou a série Just Cause. Sempre comprometida para entregar ao jogador as melhores maneiras de destruir coisas, a série chega em seu quarto jogo oferecendo praticamente a mesma coisa.

Ação desenfreada, enredo de filme de brucutus da Sessão da Tarde, tiroteio e, obviamente, explosões, são parte essencial do game. De novo. Mais uma vez a Avalanche trouxe Rico Rodriguez em mais uma missão de destruir um governo ditatorial. Baseado, claro, no seu “estilo” explosivo de resolver as coisas.

O melhor e o pior da “ação Sessão da Tarde”

Análise Arkade - Just Cause 4 capricha nas explosões, mas segue repetitivo

Com uma história que não importa muito, e mais do mesmo, Just Cause 4 nos dá a impressão de que foi desenvolvido apenas para os fãs da série. Ou seja, gente que gosta de explodir tudo o que vê na frente, e ama as perseguições e a ação sem limites. Para novos jogadores, talvez a falta de criatividade fora deste contexto possa desapontar. Pois, tirando os tiroteios, não há muito de diferente do que se fazer em Solis, a fictícia nação onde se passa o jogo.

De “grandes mudanças”, temos aqui apenas um Rico Rodrigues que rompeu com a Agência. E, devido a acontecimentos ocasionados pela Mão Negra, a organização por trás dos problemas no país em que está, se une ao Exército do Caos, uma organização de resistência rebelde, que lutará contra os opressores, além de evitar que avanços em projetos envolvendo o controle climático artificial, possam ser usados para fins obscuros.

Talvez tenhamos aqui um dos únicos lampejos de novidade em Just Cause 4. Como há este contexto de controle do clima artificial, você poderá usar ela a seu favor, ou evitar seus efeitos, quando controlados por seus inimigos. Fora isso, é o mesmo de sempre: use seu para-quedas e seu planador para se locomover, seu gancho para algumas utilidades, e suas armas para detonar tudo e todos.

Sim, ainda é legal explodir coisas

Análise Arkade - Just Cause 4 capricha nas explosões, mas segue repetitivo

A jogabilidade segue ágil. Considerando Just Cause 4 uma evolução de seus antecessores, neste ponto, talvez o mais apreciado por seus fãs, controlar Rico segue sendo algo fácil e explosivo. Mesmo com uma complicadinha maneira de ajustar o gancho, para dar a ele mais funções. O ambiente do jogo ajuda também. Pois conta com uma diversidade típica de países sul-americanos, que envolvem florestas, montanhas, desertos e praias. Cada uma com particularidades para incrementar o espírito destutivo do jogo.

Espírito destrutivo este que é incentivado pelo gameplay. Você pode, por exemplo, conectar o gancho em um helicóptero, e mandá-lo direto para um local explosivo. Ou jogar carros em cima de inimigos. Ou explodir silos próximos a inimigos. Enfim, cada um de nós gostamos de destruir bases inimigas de formas diferentes. E, neste ponto, Just Cause 4 segue impecável. Um medidor de caos “recompensa” o jogador por cada destruição que causa.

Entretanto, tudo isso cansa. Fazer de novo, de novo e de novo as mesmas coisas, mesmo que de forma diferente, cansa. Ainda mais se estivermos fazendo pela quarta vez. Lembra que falei que o jogo pode afastar curiosos com a série por não trazer nada de inovador? Pois isso pode acontecer até com os veteranos, que terão que explodir, explodir, explodir, e explodir coisas a todo o momento.

A direção de carros e veículos não é lá das melhores, o que poderia oferecer algumas tarefas a mais, caso fossem melhor trabalhadas. Isso lembrando que com a wingsuit, seu para-quedas e seu gancho, dirigir pode ser uma das coisas que você só faça se o jogo te obrigar. Pois assim, acaba sendo mais prático se locomover.

Um mapa que te ajuda a se perder

Análise Arkade - Just Cause 4 capricha nas explosões, mas segue repetitivo

Agora, o grande problema de Just Cause 4, sem sombra de dúvidas, é seu mapa. Os mapas de game foram evoluindo com o passar dos anos. Já tivemos a época em que tínhamos que fazer algo, como o antigo “padrão Ubisoft“, para ver os novos locais. Atualmente, a indústria foca em mapas abertos, apenas exigindo a exploração para conhecer melhor os novos lugares.

Mas por aqui, temos uma certa bagunça. O mapa, completo, concentra as áreas controladas pelos inimigos. Que devem ser conquistadas por você e seus rebeldes, frente a libertação do país. O problema é que, em um primeiro momento, as informações sobre este contexto são todas bagunçadas. E você simplesmente vai concluindo missões. Sem ás vezes nem ter ideia do que está fazendo, em relação a evolução no jogo.

Uma vez concluída algumas missões, sempre focadas em explodir coisas, você pode colocar tropas no novo local, e assim conquistar o mapa. Mas só. Achei, de verdade, algo bem preguiçoso. Uma vez que não há a dramaticidade de ter que defender seu local recém-capturado de investidas inimigas. O GTA San Andreas e Scarface, jogos de Playstation 2, contavam com algo assim. Até o Asterix, com um jogo para o primeiro Playstation, tinha um sistema de defesa contra os romanos.

O mapa do jogo poderia oferecer elementos muito bacanas, como a “limpeza” que acontece em outros games do gênero, como em Assassin’s Creed Odyssey, cujos territórios contam com líderes, os quais você precisa ir quebrando a força desta liderança, até encontrá-lo acuado. Ou em Wildlands, que você vai enfraquecendo, missão por missão, a influência de seus alvos. Mas em Just Cause 4, uma boa ideia infelizmente foi implementada de maneira preguiçosa, e tirou um extra bem interessante do gameplay.

Um mais do mesmo na arte de explodir coisas

Análise Arkade - Just Cause 4 capricha nas explosões, mas segue repetitivo

Just Cause 4 pode ser considerado sim, para o bem, ou para o mal, um “mais do mesmo”. Pra quem gosta de explodir tudo, o jogo segue com uma mecânica afiada e caprichada focada em destruição, mesmo que da mesma forma repetitiva de sempre. Para quem quer um jogo de mundo aberto diferente, pode se decepcionar com um enredo digno dos piores filmes de ação dos anos 80, novidades zero de gameplay. Além de uma certa confusão de exploração e de avanço no jogo.

Não estamos falando de um game de todo ruim. Entretanto, esta “necessidade” de se fazer um jogo focado na destruição acabou fazendo de Just Cause 4 um game que tem personagem, plano de fundo e mecânicas dignas de uma série divertida, um game que beira o genérico. Talvez seja a hora de pensarem em novidades relevantes. Seja no próprio gameplay ou em elementos do jogo, para que Rico Rodrigues siga relevante nos próximos anos.

Just Cause 4 está disponível para Playstation 4 (compre aqui), Xbox One (compre aqui), e PC (compre aqui).

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