Análise Arkade: Lego Os Incríveis traz diversão para todas as idades
Entra ano, sai ano, e a franquia Lego segue criando parcerias divertidas. A bola da vez é Os Incríveis, animação da Disney/Pixar que ganha uma sequência depois de quase 15 anos… e ganha também um game Lego que reúne elementos dos dois filmes!
Tomando spoilers
Ainda que o timing esteja próximo, Lego Os Incríveis chegou ao mundo dos games cerca de 2 semanas antes do lançamento do filme por aqui. Ou seja, quem jogar o game vai acabar tomando alguns spoilers do novo filme, visto que ele traz 2 campanhas, baseadas nos fatos de ambos os filmes.
Pois é, tem spoilers
Por alguma razão mercadológica absurda, o game começa com os fatos de Os Incríveis 2, e só depois libera a história do primeiro filme: começamos enfrentando o icônico vilão Toupeira que chegou tocando o horror no final do filme original, e seguimos a partir daí.
De acordo com os spoilers que tomei os fatos do game, o novo filme aborda a crise familiar que assola a família Pêra quando o Sr. Incrível vira “dono de casa” e é deixado de lado enquanto sua esposa recebe todas as atenções, aliando-se com novos heróis. Porém, quando um novo vilão — O Hipnotizador — surge, é chegada a hora da família unir suas forças novamente para salvar o dia.
Eis aqui um sujeito hipnotizado
Só depois que tomamos spoilers de Os Incríveis 2 finalizamos a campanha baseada no novo filme é que podemos revisitar os acontecimentos do primeiro longa, que conta as origens da família, e tudo o mais que a gente já conhece do filme de 2004. É uma forma meio torta de mostrar os fatos, mas, como em todo jogo Lego, você pode revisitar fases já concluídas no “modo livre” quantas vezes quiser, inclusive com outros personagens.
Mundo aberto & Pixar
Jogos recentes da série Lego flertaram com mundo aberto, mas acho que esse é o primeiro game desde Lego City Undercover que realmente acerta a mão neste aspecto. A cidade aqui não é uma área “avulsa”, mas um imenso hub, que interliga todas as fases e possui diversos segredos e desafios próprios.
O rolê pela cidade é liberado
Você pode combater crimes pelas ruas da cidade, participar de corridas e desafios de time trial, recuperar sorvetes de criancinhas, bolsas de muheres e muito mais. No melhor estilo GTA, você pode até “emprestar” carros de NPCs para dar um rolê!
A forma como os superpoderes específicos de cada um são aproveitados também é bacana: a Mulher Elástica pode se esticar para acionar mecanismos ou mesmo virar uma ponte para os outros personagens. Violeta pode ficar invisível e manipular peças etéreas, enquanto Gelado pode criar estruturas de gelo e apagar incêndios.
Violeta usando seus poderes
Confira abaixo um breve vídeo de gameplay onde a Mulher Elástica mostra alguns de seus poderem em uma situação “explosiva”:
Como de praxe, há dezenas de personagens desbloqueáveis, de skins alternativas de personagens até inimigos e capangas genéricos. Os novos conteúdos são liberados naquele esquema “pacote de figurinhas” estilo NBA Playgrounds… algo que está perigosamente perto de uma loot box, ainda que aqui nada precise ser comprado.
Outro detalhe interessante são as construções em família: tanto nas missões principais quanto no mundo aberto, você encontrará painéis que carecem de bloquinhos específicos para serem montados.
Trabalho em família
Estes painéis podem tanto virar equipamentos únicos quanto dioramas que desbloqueiam personagens de outros filmes da Pixar para você jogar no modo livre. Pois é, Woody, Sully, Merida, Dory, Relâmpago McQueen e diversos outros heróis de animações Disney/Pixar também marcam presença no game!
“Tem uma cobra na minha bota”
Ou seja, por mais que continue sendo “o mesmo jogo de Lego” que a gente já conhece, aqui houve um nítido esforço para acrescentar algumas novidades interessantes — nem tanto nas mecânicas, mas nas possibilidades de exploração e na utilização criativa das habilidades de cada herói.
Audiovisual
Lego os Incríveis traz o esperado de um jogo Lego: visual colorido e divertido, com ótimas texturas e dublagem de primeira. O game chega ao Brasil 100% em português brasileiro, e as dublagens são as mesmas dos filmes, mantendo o “padrão Disney” de qualidade que a gente está acostumado.
A trilha sonora também aproveita as excelentes músicas do filme — compostas pelo premiado Michael Giacchino — e mantém a coesão do universo da família Pêra. Aliás, Lego Os Incríveis é um jogo bem cinematográfico, com cutscenes empolgantes e ótimas sequências de ação.
Um ponto mais ou menos positivo é que, jogando em coop, a divisão da tela agora se mantém fixa, na vertical. Tenho calafrios só de lembrar da divisória dinâmica que rolava em outros jogos da série, mas ainda espero pelo dia em que a Traveller’s Tales vai abolir a tela dividida e deixar os 2 jogadores na tela ao mesmo tempo.
Conclusão
Lego Os Incríveis oferece mais ou menos o que a gente já espera de um jogo Lego: diversão para todas as idades e histórias já conhecidas reimaginadas com o humor e a fofura típicas da franquia. Também traz o mesmo gameplay de sempre, que ainda funciona, mas já está bem gasto.
Felizmente, aqui também vemos um pouquinho mais de ousadia, com um mundo aberto interessante e cheio de possibilidades para ser explorado. O fato de podermos destravar dezenas de personagens de outras animações da Disney/Pixar é um “brinde” muito bem-vindo, que com certeza vai botar um sorriso no rosto dos fãs.
Considerando que Os Incríveis é um filme sobre família, Lego Os Incríveis sem dúvida é um ótimo jogo para curtir em família. Os adultos dão suporte, a criançada brinca, e no fim das contas, todo mundo se diverte. E se quiser evitar spoilers, jogue só depois de ir ao cinema assistir ao novo filme, que chega aos nossos cinemas nesta quinta.
Lego Os Incríveis foi lançado em 15 de junho, e está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.
Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.
Contato: rodrigo@arkade.com.br