Análise Arkade: MagiCat traz fofura e desafio em um ótimo custo-benefício

17 de outubro de 2018

Análise Arkade: MagiCat traz fofura e desafio em um ótimo custo-benefício

Se tem uma coisa que a internet adora são os vídeos de gatinhos. E se você é fã de gatinhos e de videogames, talvez queira dar uma olhada em MagiCat, um simpático e desafiador jogo de plataforma 2D que mistura elementos de Mega Man e Super Mario com muita competência!

Uma história de miados

MagiCat não tem lá uma grande história, e o pouco que tem é bastante visual. Acontece que nosso protagonista é um gatinho, e o que gatos fazem? Pois é, eles miam. E é isso que nosso pequeno gato mago faz, de modo que cutscenes e diálogos se resumem a um punhado de miados que, talvez, seu gato de estimação entenda (ou não).

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Não tem tecla SAP que resolva

Jogos como Okami nos dão um porta-voz para suprir a “falta de vocabulário” do protagonista, enquanto outro — como Cat Quest — simplesmente permitem que os bichanos falem. Aqui temos um gato que realmente age como um gato (exceto a parte dos feitiços, e tal), o que não deixa de ser um approach curioso.

O fato é: alguém roubou um artefato mágico de nosso gatinho, e é nosso dever recuperá-lo. Para isso, vamos explorar um enorme mapa no melhor estilo Super Mario World, com dezenas de fases diferentes, cada uma com um chefão no final.

Mapa, fases e chefes

O gameplay de MagiCat é bem simples e direto ao ponto: temos um botão de pulo, um de dash e outro de ataque, que solta um projétil mágico em arco. O level design é cheio de espinhos, abismos e inimigos estrategicamente posicionados para testar sua perícia com estas mecânicas básicas.

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Tipo assim

As fases são relativamente curtas, e tem aquela vibe meio Mega Man de se dividirem em telas, com cada tela sendo um desafio a ser superado. Há moedinhas e outras coisas para coletar, com destaque para os vidros de poção, que agregam um fator estratégico ao game: eles são consumíveis, sendo utilizados para seus dashes e até para ativar checkpoints pelos cenários.

Na real, ainda que esteja longe de ser um Souls-like, em MagiCat a gente “paga” até para usar mais vidas — a moeda aqui são patinhas douradas, que você acumula conforme seu desempenho. Se não quiser pagar, não tem problema, mas aí você volta para o checkpoint (ou para o início da fase, caso não tenha ativado nenhum).

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As vezes a falta de espaço pode ser um problema maior do que o chefe em si

O extenso mapa do game traz mais de 60 fases, e cada uma delas tem um chefão te esperando no final. Ainda que o design deles não seja particularmente inspirado — sendo, basicamente, versões gigantes dos inimigos comuns –, as batalhas em si são bem legais, desafiadoras, e fazem um bom uso de elementos do cenário e da mobilidade do protagonista.

Tutorial é para os fracos

Um detalhe curioso é que o próprio mapa de MagiCat traz alguns desafios: as moedinhas que coletamos podem ser trocadas por itens e habilidades que, em sua maioria, são utilizadas no próprio mapa. Há por exemplo, um machado que nos permite cortar árvores para liberar certas rotas, ou um martelo que nos permite consertar pontes para acessar novas áreas.

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Não parece (muito) o mapa de Super Mario World?

Isso é interessante; o problema é que o jogo nunca nos explica direito como isso funciona: pode acontecer de você ficar um tempão parado na frente de uma ponte quebrada sem saber que (ainda) não tem como consertá-la. Falta um tutorial, uma explicação de onde conseguir essas ferramentas e como usá-las.

Fora isso, cada fase do jogo tem 3 pequenos troféus esperando para serem coletados, e muitos deles estão em locais bem difíceis de se alcançar. Há botões que ativam plataformas móveis, abrem portões por alguns segundos, ou exigem que você elimine um número x de inimigos. Este não é um puzzle game, mas ele tem alguns environmental puzzles muito bem sacados.

Audiovisual

MagiCat é mais um daqueles jogos atuais que poderia muito bem estar rodando em um Super Nintendo. A pixel art é simples, mas colorida e bastante carismática, ainda que haja um óbvio reaproveitamento de inimigos. Há uma boa variedade de ambientes, com fases ambientadas em florestas, montanhas geladas, cavernas e por aí vai.

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No departamento sonoro, o game mantém essa vibe old school, trazendo uma trilha sonora em chiptune que não é realmente marcante, mas cumpre seu papel. Os efeitos sonoros também parecem saídos diretamente dos anos 90. O game não recebeu localização para o nosso idioma, e traz menus em inglês, mas nada que demande muito conhecimento.

Conclusão

MagiCat é um joguinho simples, mas divertido. Amparado por mecânicas bem tradicionais, ele entrega um bom nível de desafio, e seu volume de fases e chefes realmente faz dele um bom custo-benefício para quem curte o gênero — tanto na Steam quanto no Switch ele está custando apenas 5 dólares, um ótimo preço, pelo tanto de conteúdo que oferece.

Análise Arkade: MagiCat traz fofura e desafio em um ótimo custo-benefício

Os chefes são malvados… mas também são fofinhos!

Ele definitivamente não consegue ser tão memorável quanto Super Mario ou Mega Man — games nos quais obviamente se inspira — mas talvez essa nem fosse a proposta. De qualquer modo, é uma boa diversão sem compromisso, ideal para ser apreciada aos poucos.

MagiCat está disponível para PC e Nintendo Switch.

4 Respostas para “Análise Arkade: MagiCat traz fofura e desafio em um ótimo custo-benefício”

  • 17 de outubro de 2018 às 23:26 -

    Onigumo

  • Se você não sabe porque abrio esse post e simplesmente desceu ate o final fique sabendo que apesar de ter um gatinho de chapéu na capa o jogo, tal qual a publicação e bem competente. Devo admitir que só me dei o trabalho de ler porque o Rodrigo com frequência aparece com ótimas analises e jogos improváveis que só deus sabe por que cantos obscuros ele procura para encontrar as joias perdidas. Por fim o jogo pode ser aquele softplay que você pode estar procurando e custa apenas 10 reais na steam, então de no minimo vale o risco.

    • 18 de outubro de 2018 às 02:28 -

      Thomas

    • Parece jogo de Android

    • 18 de outubro de 2018 às 08:57 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Hahaha agradeço a perseverança em ler esses reviews mais aleatórios, meu caro Onigumo! <3

      E, mano, a gente recebe muita coisa indie. MUITA mesmo. Alguns a gente nem consegue fazer review, mas sempre que dá, valorizamos essas pérolas pq, né, tal qual o Arkade, que é um site de games indie, essa galera só quer que seu trabalho ganhe visibilidade.

      E, vou te falar que nos últimos 2 anos, minha lista de "Melhores do Ano" incluiu mais indies do que Triple A's. Só esse ano tivemos Guacamelee 2, Yoku's Island Express, Kabounce e Pool Panic, todos maravilhosos!

      • 18 de outubro de 2018 às 23:20 -

        Onigumo

      • Sim, comigo o mesmo, as grandes desenvolvedoras e grandes projetos se concentram tanto em expor um material de qualidade que esquecem da diversão, não adianta ter ambientação e imersão e nem mesmo uma boa historia, afinal todos esses fatores podem ser encontrados em outras mídias. Um jogo antes de mais nada tem que ser divertido de ser jogado e no cenário indie os desenvolvedores parecem ter mais essa perspectiva, mesmo diante dos desafios do mercado, da necessidade de conseguir ter um produto rentável boa parte deles se concentra em entregar um material divertido e com toda qualidade possível, não e atoa que surgem jogos como undertale, que a priori são muito mais experiencias do que produtos como um todo.
        PS: Por outro lado o tanto de pseudo-jogos que vocês devem encontrar também deve ser enorme.

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