Análise Arkade: crie e controle seu exército em Masters of Anima
Que tal controlar um pequeno exército de soldados mágicos, que irão lhe ajudar a enfrentar monstros e resolver puzzles? É isso que temos em Masters of Anima, um game que mistura conceitos de Pikimin com aventura e fantasia!
Em Masters of Anima, assumimos o controle de Otto, um jovem aprendiz de mago cuja noiva — uma maga poderosa — foi raptada por Zahga, um mago malvado que quer usar os poderes dela para conquistar o mundo.
Ainda que os talentos mágicos do protagonista ainda não estejam totalmente desenvolvidos, obviamente ele vai embarcar em uma jornada para resgatá-la, aprimorando sua principal habilidade que é a de moldar guerreiros a partir da pura energia mágica.
Ok, é uma história deveras clichê, mas que funciona simplesmente por não se levar a sério: Masters of Anima é uma aventura leve e descompromissada, cheia de piadinhas e referências. isso não torna a história menos batida, mas torna mais agradável acompanhá-la.
Exército particular
O grande diferencial de Masters of Anima é que nosso protagonista é praticamente indefeso. Sua maior habilidade, porém, é conjurar diferentes tipos de guerreiros mágicos — os chamados Guardians — para lhe dar uma mãozinha tanto nos combates quanto na resolução de puzzles.
Você absorve energia de cristais luminosos para ter energia para summonar estes Guardians. De guerreiros de escudo e espada a arqueiros, passando por grandes golens que servem como Tanks, no decorrer da campanha você irá aprender a convocar 5 tipos de guerreiros, e aprender a utilizá-los de forma estratégica é fundamental.
De início, você pode summonar apenas pequenos grupos de guerreiros, mas conforme desenvolve suas habilidades, logo vai estar comandando pequenos exércitos com dezenas de Guardians. E “comandar” é a palavra-chave aqui, pois você terá que posicioná-los e coordenar suas ações em tempo real, no calor da batalha.
Confira um pouco de meu gameplay no vídeo abaixo:
Isso pode tornar o game um tanto punitivo para o jogador mais afoito, então, se você planeja investir seu tempo e seu dinheiro em Masters of Anima, tome o cuidado de respeitar o tempo do jogo: aprenda a utilizar cada tipo de Guardian, em qual situação utilizá-los e quais suas vantagens e desvantagens em batalha. Unidades arqueiras, por exemplo, ganham um bônus quando são colocadas “camuflados” em meio a relva.
Considerando que a maioria dos inimigos foca seus ataques no protagonista, ficar pardo nunca é uma opção, então você precisa comandar suas tropas enquanto se movimenta e se esquiva dos inimigos. É um exercício de coordenação mais complicado do que parece, mas que ajuda a manter as batalhas dinâmicas.
Alguns probleminhas
Confesso que, jogando no console, fica um pouco difícil lembrar o mapeamento de botões — para escolher apenas um tipo de Guadians, ou comandar unidades isoladas, por exemplo –, mas provavelmente esse problema não afeta muito os PCs, berço dos RTS e suas variantes.
Acho que Masters of Anima também tem um problema de timing: ainda que não seja um jogo particularmente longo, as fases em si são mais longas do que deveriam, e a distribuição arbitrária de checkpoints pode tornar a jornada mais difícil do que ela é de fato.
Além disso, só podemos upar nossas habilidades entre uma fase e outra, o que desacelera o processo de evolução e o feeling de “estamos nos tornando mais poderosos”. Considerando o quanto ele pode se tornar frustrante caso você não saiba como utilizar suas tropas, essa falta de aprimoramentos mais pontuais pode passar a impressão de que sempre estamos “menos poderosos” do que gostaríamos.
Audiovisual
Masters of Anima traz um low poly (nem tão low assim) simpático, com cenários bem coloridos e variados. Ele não tem a riqueza que vemos em jogos como Nine Parchments, por exemplo, mas no geral ele entrega algo decente, sempre mantendo uma veia meio cartunesca em seu mundo de fantasia.
A trilha sonora é simpática e coerente com a proposta e as dublagens — somente em inglês — soam meio pomposas (talvez por conta do sotaque inglês), mas no geral até que combinam com os personagens. Infelizmente o game não recebeu nenhum tipo de localização para o nosso idioma, de modo que é necessário ter um bom nível de inglês para acompanhar a história… e pegar todas as piadinhas dos diálogos.
Conclusão
Masters of Anima é um jogo simples mas bem executado, que coloca elementos clássicos de Lemmings e Pikmin para operar sob uma nova ótica — focada também em combates, não só em puzzles. E isso funciona surpreendentemente bem, ainda que demande alguma dedicação para que tudo funcione como deveria.
O game tem uma curva de aprendizagem meio alta, mas é recompensador dominar suas mecânicas e se tornar um verdadeiro general de guerreiros mágicos, seja para derrubar titãs elementais… ou simplesmente para empurrar alguns blocos de pedra para fora do caminho.
Masters of Anima foi lançado em 10 de abril, com versões para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch.
Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.
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