Análise Arkade: A simpática e desafiadora aventura dos animais robôs de Mekazoo

18 de novembro de 2016

Análise Arkade: A simpática e desafiadora aventura dos animais robôs de Mekazoo

Mekazoo, o primeiro game da desenvolvedora indie The Good Mood Creators chegou trazendo uma boa dose de diversão, um alto desafio e uma particular dose de nostalgia que será familiar para muitos jogadores que viveram lá na época do Mega Drive e do Super Nintendo.

Então venha com a gente conferir esse simpático indie com animais robóticos e um alto desafio dividido em várias fases, inimigos e obstáculos!

Um mundo de animais robótico

Análise Arkade: A simpática e desafiadora aventura dos animais robôs de Mekazoo

Mekazoo possui uma premissa bem simples, porém contada sem nenhuma palavra. Em um mundo futurista, tecnologia e natureza se fundiram em uma coisa só, com florestas de altas árvores e máquinas convivendo lado a lado, grande cidades, montanhas e desertos onde a vida animal é composta por robôs.

Nesse futuro, um misterioso orbe vermelho, uma espécie de vírus, apareceu e começou a infectar tudo, dominando todas as formas de vida robóticas. Esse orbe ataca um laboratório onde um simpático tatu robótico dorme em sua câmara, e sequestra um dos outros animais que lá dormem, possuindo seu corpo e tornando-o uma gigantesca fera robótica.

Com isso, o jogador inicia a jornada no controle desse pequeno Tatu, que deve passar por diferentes cenários para salvar os outros animais, que se tornam ele próprio: um Sapo, um Canguru, um Panda e um Pelicano. E assim, saímos em diversas fases recheadas de cor e desafios enfrentando inimigos e aumentando nosso repertório animal.

Uma nostálgica mistura de elementos

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Quem vê Mekazoo já de cara consegue se lembrar de uma série: Sonic the Hedgehog, afinal as semelhanças são várias, mas sem tornar o game uma cópia descarada. Imagine se no mundo de Sonic Robotnik tivesse conseguido cumprir seu eternamente frustrado plano: O de transformar todos os animais da floresta em robôs, o mundo de Mekazoo é como se fosse isso, mas no bom sentido. Os animais que controlamos, seres robóticos de cor azul, descansam pacificamente e lutam para impedir que o vírus vermelho tome conta de tudo.

As semelhanças com Sonic não param aí, as próprias fases lembram um pouco os antigos games do ouriço azul, principalmente quando jogamos com o Tatu, cuja especialidade e rolar em alta velocidade por pistas de corrida e looping. Os cenários do game possuem muitos desafios diferentes, nunca se mantendo na mesmice, não apenas com desafios para o tatu!

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E aqui entra outro elemento nostálgico do game, um que talvez muita gente não conheça, mas que marcou brevemente a minha infância: O game de Super Nintendo chamado Claymates. Esse antigo game tinha a seguinte premissa: Um jovem foi transformado numa pequena bola de massinha azul, e ao tocar em outras bolas coloridas de massinha, ele se transformava em um animal. Cada animal tinha um gameplay diferente, com diferentes habilidades, e essa é a mecânica central desse game.

Os diferentes animais e seus desafios

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Como já mencionado, no game devemos encarar diferentes fases para salvar os outros animais, em desafiadoras boss battles. O vírus transforma os animais infectados em monstros gigantes, cada um com uma forma de ser combatido. Vencido um chefão, seu animal é libertado, e ao coletarmos seu orbe azul, ganhamos a habilidade de nos transformar naquele animal.

Cada animal possui uma jogabilidade única. O Tatu rola em alta velocidade, o Sapo pode usar sua língua para se segurar e se balançar em plataformas, o Canguru pula bem alto e pode pular entre paredes, o Panda pode escalar paredes e tetos livremente, e o Pelicano pode voar livremente pelos cenários. Cada animal, com suas jogabilidades únicas, então se unem para vencer os diferentes obstáculos do game.

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Em certos pontos do cenário podemos mudar o animal que controlamos, mas podemos somente trocar entre dois animais. O jogador deve usar os animais disponíveis para seguir adiante, combinando as habilidades deles no meio de obstáculos, como por exemplo usar o Tatu para rolar rápido e pular em velocidade em uma rampa, trocando para o sapo no meio do ar para usar sua língua e se segurar em uma plataforma no ar.

Gameplay e alguns frustrantes objetivos

O gameplay é simples e fácil de aprender, mas conta com algumas dificuldades que podem atrapalhar na jogabilidade. Por exemplo, apenas o canguru pode pular, algo que não chega a ser um problema pois o game foi construído para se usar de forma eficaz as habilidades de cada animal, mas muitas vezes o pulo tornaria as coisas muito mais fáceis, porém não temos o canguru a disposição nesses lugares.

E falando no canguru, de todos os animais ele é o que o tem os controles mais difíceis de se dominar. Ele está sempre pulando, mesmo que o jogador não o movimente, e sua habilidade é um super pulo, porém ativar ele muitas vezes é bem frustrante. Ao se usar sua habilidade, uma luz percorre seu corpo, e na próxima vez que ele tocar numa superfície ele dará o super pulo, por conta disso muitas vezes o canguru não responde a nossos comandos como desejamos, justamente por ele estar sempre pulando. E não se trata de um pulo “falso”, apenas uma animação de pulo mas com ele fixo no solo, ele realmente está sempre pulando.

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E o tatu, por exemplo, não pode pular, o que facilitaria e muito o seu controle, pois se quisermos acessar um lugar alto, devemos correr com ele numa parede e apontar na direção desejada para ele cair nessa direção, porém o controle dessas quedas é muito impreciso, as vezes o Tatu cai muito distante ou mal se move pro lado em sua queda. A Garça possui uma certa instabilidade de voo, que leva um bom tempo para se acostumar, apesar de não ser um controle ruim para esse animal. Mas esses três animais possuem jogabilidades complicadas, que muitas vezes atrapalharão muito durante o game, pois suas próprias jogabilidades prejudicarão o jogador.

O Sapo e o Panda são os animais mais fáceis e até mesmo mais divertidos de se controlar, principalmente o sapo, se balançando entre plataformas bem ao estilo Homem-Aranha.

Cada fase possui um conjunto de objetivos comuns: Terminar a fase, terminar antes de determinado tempo, matar todos os inimigos de certo tipo, não morrer e usar a troca de animais especial (que bloqueia a fase apara apenas dois animais não ideais para seus obstáculos, aumentando seu desafio). Cada um desses objetivos é marcado por uma medalha dourada, e ainda existem os cristais azuis, quatro por fase para serem coletados.

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Os cristais azuis são usados para se comprar customizações pros animais, novas cores e fantasias. E as medalhas douradas são usadas para liberar novas fases. O problema dos objetivos é justamente a necessidade dessas medalhas para abrir novas fases. Na maior parte do game isso não atrapalhará, mas chegando no penúltimo chefão as coisas apertam, pois o número de medalhas necessárias para abrir sua batalha é grande.

Isso obriga o jogador a rejogar fases passadas para ganhar mais medalhas, o que pode tornar as coisas bem frustrantes. Principalmente quando se chega no último chefão, que cobra 50 medalhas para liberar a luta final, obrigando o jogador a voltar em várias fases antigas para coletar (se ainda não coletou) mais medalhas. E coletar várias medalhas é muito difícil, pois conforme passamos de fase, as dificuldade dá um verdadeiro salto, com fases que levam as vezes dezenas de minutos apenas em tentativas para serem terminadas.

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Notou o easter egg presente na imagem acima?

A dificuldade do game, deixando de lado os problemas de jogabilidade de alguns animais, é grande, porém justa. Muitas vezes os jogadores travarão em certas partes mas logo as superarão, porém após passar essas fases que já na primeira tentativa foram bem difíceis, um jogador não iria querer voltar pra ela e tentar um caminho ainda mais difícil somente para poder liberar a próxima fase.

Essa necessidade de medalhas quebra o ritmo do jogo, obrigando o jogador a parar e refazer seu caminho de forma cansativa para poder seguir adiante. Talvez isso tenha sido feito para aumentar a longevidade do game, mas não funciona muito bem nesse sentido. O game possui fases bônus liberadas com essas medalhas, talvez tivesse sido uma ideia melhor aproveitar essas fases bônus para o desbloqueio de medalhas, ao invés de bloquear justamente as missões principais.

Audiovisual

Análise Arkade: A simpática e desafiadora aventura dos animais robôs de Mekazoo

Mekazoo possui um visual muito bonito. Os cenários do game são grandes e com bastante profundidade. O game possui jogabilidade 2.5D e se aproveita bem de seus cenários 3D, com mudanças de perspectiva e mudanças estratégicas de câmera que valorizam e muito os cenários do game.

O game possui muita cor e muita vida, os cenários da região da Metrópole por exemplo são incríveis, cidades enormes cheias de neon, carros e trens futuristas passando por todo lado, o game é realmente belíssimo. Um ponto negativo porém é que em cenários com muitos elementos, como a própria Metrópole, possuem quedas de framerate, que deixam o game um pouco lento em certos pontos. Não chegando a atrapalhar a jogatina, mas ainda assim deixando tudo bem lento.

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A trilha sonora do game é fantástica, com músicas de diversos estilos diferentes, mas todas com aquele ar tecnológico bem forte, como alguns cenários com música puramente oitentista, cheias de sintetizadores, guitarras distorcidas e baterias de ritmo bem empolgante. E o game ainda possui algumas música que lembram fortemente os primórdios da série Megaman X, o que sem querer da mais um banho de nostalgia para esse game.

O game ainda possui tradução em português brasileiro, com menus e textos em nosso idioma, porém com alguns errinhos de concordância.

Conclusão

Análise Arkade: A simpática e desafiadora aventura dos animais robôs de Mekazoo

Mekazoo é um game muito divertido, e um indie que soube usar bem os recursos da engine Unity (e saliento isso pois tenho certos problemas com indies feitos nessa engine), e a The Good Mood Creators conseguiu criar um game muito divertido, com uma boa dose de diversão e desafio, com uma bem vinda dose (mesmo que não intencional) de nostalgia.

Infelizmente o game conta com certos problemas que atrapalham um pouco a jogabilidade em certos pontos, como a jogabilidade de alguns dos animais e a obrigação da coleta de medalhas, mas apesar disso o game consegue se manter interessante e divertido durante seu percurso.

Mekazoo foi lançado no dia 15 de novembro com versões para PC, PS4 Xbox One.

Uma resposta para “Análise Arkade: A simpática e desafiadora aventura dos animais robôs de Mekazoo”

  • 19 de novembro de 2016 às 00:35 -

    Jean Alves

  • Legal, vou dar uma conferida na Loja Steam, eu estava na expectativa, para o lançamento desse jogo.

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