Análise Arkade – Os ótimos Iron Commando e Legend tiveram nova chance através da QUByte

A QUbyte segue em sua jornada de resgatar bons clássicos do passado, trazendo desta vez dois beat ‘em ups muito interessantes. O estúdio brasileiro tem se esforçado em trazer games “esquecidos” do passado, que embora tenham suas qualidades, não envelheceram no imaginário dos jogadores como franquias mais famosas, como Final Fight ou Streets of Rage, quando o assunto é jogo de “andar e bater”.

Desta vez, temos acesso a Iron Commando e Legend, dois jogos feitos nos anos 90 pela francesa Arcade Zone. Legend, lançado em 1994 para o Super Nintendo, se inspira em jogos como Golden Axe ou Knights of the Round, trazendo ação com armas medievais e elementos de fantasia. Aqui, você vai até o reino de Sellech na Idade Média, e controla Kaor ou Igor, na luta contra Clóvis, o filho do rei corrupto do lugar.

A ação é o simples beat ‘em up daqueles dias, com pancadaria (ou melhor, espadaria) em um jogo que oferece bons recursos para os jogadores, como o já citado uso de espadas, chutes e feitiços. É possível também bloquear ataques com escudos, além de usar técnicas especiais, acionados com comandos como dos jogos de luta, mas que consomem saúde ao serem usados.

O jogo oferece sete fases, sendo uma delas “secreta”, acessível apenas se os jogadores forem capturados pelos inimigos em uma luta contra um chefe. Uma coisa em especial neste game são os inimigos, programados sempre para te cercar, um dos meios de trazer mais desafio para o gênero, mas que funciona de forma bem “robótica” aqui, e curiosa. Trata-se daqueles bons jogos da era 16-bits, mas que acabou ofuscada por causa do brilho de jogos mais famosos, que acabavam encostando jogos como este no fundo das locadoras.

Mesma situação de Iron Commando, outro jogo da Arcade Zone, mas que chegou um ano depois, e apenas no Japão. O jogo, que chegaria ao ocidente apenas em 2017, é considerado o Cadillacs and Dinosaurs que o Super Nintendo nunca teve. Trata-se de um outro beat ‘em up, mas que troca o mundo de fantasia por ruas escuras e sujeitos mal-encarados.

Aqui você controla Jack, um soldado, e Chang Li, um mestre do kung-fu, em ação para combater inimigos enquanto confrontam a G.H.O.S.T., uma organização maligna que quer capturar um meteorito radiativo. O game, que traz dez fases, traz uma interessante variedade de gameplay, com fases de veículos e outras com o bom e velho andar e bater repleto de inimigos, que são mais resistentes do que o normal, que aumentam positivamente o desafio, com boa interação com os elementos da tela e uso de armas, como no jogo da Capcom.

Ambos os games são interessantes por si só, especialmente para apreciadores de games do passado, que querem continuar conhecendo bons jogos da época, além dos grandes nomes, sempre lembrados quando o assunto é Super Nintendo e Mega Drive. E a adaptação da QUbyte traz os games em uma interessante coletânea.

A coletânea é bem simples, trazendo apenas os games e nada mais. Em ambos os jogos, você já é direcionado para a tela título e já está pronto para a ação. Ao apertar L2-R2 ou LT-RT, o menu se abre e você pode escolher entre continuar a partida, recomeçar do zero, salvar seu progresso ou carregar, além de acessar as opções do emulador. As opções não são muitas, mas oferecem filtros como o de CRT, que traz a ideia de TV mal sintonizada via RF para a sua TV de alta definição.

Senti falta de recursos comuns em jogos relançados desta natureza, como a possibilidade de dar um rewind na ação, útil para novatos no gênero, ou mesmo alguns extras, como imagens e rascunhos da época do desenvolvimento. Mas o que realmente importa são os games, que estão em seu formato original, com muita qualidade, e bom desafio, para quem quer relembrar os jogos dos bons e velhos dias de antigamente.

O Beat ‘em Up Archives da QUByte já está disponível, para Nintendo Switch, PlayStation 4 e 5, Xbox One e Xbox Series X|S.

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