Análise Arkade: Payday 2 – The Big Score é tiro, porrada e bomba!

24 de setembro de 2016

Análise Arkade: Payday 2 - The Big Score é tiro, porrada e bomba!

Quando se fala de jogos voltados a um público adulto com uma temática politicamente incorreta, a primeira coisa que vem a mente são os jogos da franquia GTA, seja pela popularidade, seja pelo fato da marca ter se tornado o auge da “criminalidade” gamer. Payday, contudo, é uma franquia cuja experiência é mais simples do que um jogo enorme de mundo aberto, mas por sua temática principal, é definitivamente um título a ser reconhecido.

Contextualizando

Esta certamente não é a primeira vez que você vê Payday 2, mesmo na nova geração. Trocando em miúdos, Payday 2: The Big Score pode ser considerada a versão “definitiva” do jogo, que chega com uma tonelada de extras e DLCs lançados anteriormente, o que faz dela uma boa opção custo-benefício para os fãs. De resto, a experiência purista do crime está lá, em sua essência.

Os conteúdos extras inclusos nesta “nova versão” do game — Payday 2: The Big Score — vão desde missões e mapas completos até armas, equipamentos, máscaras  e outras bijuterias. Esta é a lista oficial de DLCs presentes:

●       The Pointbreak Heist

●       The Alesso Heist

●       The Golden Grin Casino Heist

●       The Sokol Character Pack

●       The Yakuza Character Pack

●       Butcher’s AK/CAR Mod Pack

●       Butcher’s BBQ Pack

●       Butcher’s Western Pack

●       The Gage Ninja Pack

●       Gage Chivalry Pack

O(s) grande(s) golpe(s)

Como você já deve saber, Payday é basicamente um jogo de assaltos. Se for comparar com filmes de gênero, entra na mesma categoria de obras como Onze Homens e Um Segredo ou mesmo Homem-Formiga no objetivo mais direto possível: invadir, roubar e fugir colhendo os lucros e as glórias do sucesso.

Confira abaixo um de nossos assaltos em grupo — que acabou não muito bem-sucedido, mas o que vale é a intenção:

Na prática, o jogo é muito mais simples do que qualquer plano mirabolante que vemos no cinema, ainda que valorize a organização e o trabalho em equipe. Contando com uma diversidade interessante de mapas — incluindo a volta de algumas das missões favoritas da comunidade –, acompanhamos a carreira de Dallas, Hoxton, Wolf e Chains no cumprimento de missões diversas e independentes entre si e que podem ser acessadas por meio da Crime.net, uma espécie de rede social do crime organizado, por onde você recebe seus “contratos”.

Ainda que as diferentes fases de cada missão possam ser variadas a princípio — como abrir um carro-forte, encontrar cofres dentro de lojas e outras construções, roubar joalherias arrombar cofres de bancos e dar um jeito de carregar tudo para fora dali (seja em um carro, um helicóptero ou um caminhão) –, depois de jogar meia dúzia de missões, pode-se perceber que tudo é sempre uma variação de alguns poucos objetivos. Ou seja, o jogo não apresenta uma diversidade enorme de tarefas.

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No fim das contas, porém isso não é tão problemático, pois, ainda que o jogo tenha um número limitado de missões, ele randomiza o posicionamento dos objetivos, de modo que a mesma missão pode ter “uma cara” diferente em outras partidas, pois mesmo que o cenário seja o mesmo, seus objetivos não estarão necessariamente nos mesmos lugares.

Audiovisual

Tudo bem, o jogo não é dos mais bonitos. Na verdade, ele não apresenta nenhuma melhoria significativa que valha a pena destaque se comparado à versão da geração anterior, que já não era lá das mais surpreendentes. O visual parece um tanto quanto datado e, mesmo com alguns cenários se destacando em relação aos demais, no geral o game fica meio aquém da expectativa. Ainda que os efeitos de iluminação funcionem bem, o nível de detalhamento, sobretudo em espaços internos, decepciona.

Em alguns aspectos, Payday 2 parece um jogo de 10 anos atrás. Algumas texturas são muito ruins, e o jogo possui diversas “paredes invisíveis” para impedir que você se afaste da área da missão. Salvo pelas estilosas máscaras e dublagens, os personagens em geral também parecem genéricos, e, quando vemos eles agindo em terceira pessoa, suas animações são bizarras.

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A parte sonora, possui altos e baixos. A trilha sonora é um mix de músicas eletrônicas, dubsteps e rocks industrias que compõem uma mistura inusitada, mas interessante. As músicas “se moldam” ao que rola na tela, acrescentando uma dinâmica bem interessante para as missões. Em muitos casos, a música até soa alta demais, ofuscando o som dos tiros, explosões e gritos. As vozes agregam pouquíssima personalidade aos personagens, mas contam com sotaques e maneirismos que dão algum background para cada um.

Senta o dedo nessa p****, mas pensa antes…

Apesar de não ser exatamente um deslumbre audiovisual, na hora da verdade, as questões técnicas do jogo são deixadas de lado simplesmente porque reunir “a quadrilha” para jogar Payday é muito divertido. No momento em que se coloca a máscara, a jogabilidade simples e direta ajuda a fazer aquilo que tem que ser feito, o que contribui com a sinergia do grupo.

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O mapeamento de comandos, contudo, não é perfeito. Arremessar granadas ou bombas usando os direcionais do D-pad não é algo lá muito intuitivo de aprender e se acostumar. Mas tirando esses pequenos detalhes específicos, tudo flui com relativa facilidade. Até porque, em 70% do tempo enquanto você espera sua broca fazer seu trabalho, a regra é mirar e atirar, atirar sem mirar, atirar só por atirar, e assim por diante. Nada de novo no gênero FPS nesse sentido, a não ser a precisão que ora ou outra parece meio estranha, ainda que haja um “auto aim” embutido que ajude bastante.

Se o gameplay no geral é tranquilo, os menus, por outro lado, trazem uma dificuldade de entendimento um pouco maior. Há muitas coisas a serem feitas, compradas, distribuídas e configuradas. Não é raro, em alguns momentos, a equipe toda gastar mais tempo nesses ajustes do que nas missões em si. Desde a básica compra de novas armas e equipamentos até a especialização do personagem em uma (ou várias) das classes disponíveis no jogo, são tantos menus, submenus e árvores de habilidades diferentes que até alguns RPGs ficariam com inveja.

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Isso é até bacana se considerar a parte social do jogo. Por ser uma experiência voltada para o multiplayer cooperativo, nada mais divertido do que ter esse momento de intervalo entre uma jogatina e outra para dialogar, planejar e compreender as nuances das escolhas que podem ser feitas na distribuição da experiência (no caso do jogo, de reputação) nas habilidades certas e que mais se encaixa com o estilo do jogador ou até o que melhor supre as necessidades do grupo.

A reputação inclusive é um elemento de progressão pautado na experiência adquirida durante as missões, sejam elas jogadas no formato offline, sejam no online. Para liberar algumas armas, equipamentos e perfumarias (como as emblemáticas máscaras) é necessário evoluir o seu personagem com a conclusão das missões, que também gera dinheiro para comprar aquilo que vai sendo disponibilizado, como por exemplo as armas, que custam lá centenas de milhares de dólares (inflação é pouco!).

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Nem sempre as duas coisas andam juntas, o que pode ser frustrante — as vezes, tem-se dinheiro mas não a reputação para adquirir uma arma nova, as vezes é o contrário. Algumas coisas são especificamente resultado de uma premiação aleatória e se o jogador não der muita sorte pode ficar sem aquilo que mais deseja e ver um companheiro ganhando aquilo logo de primeira, mais ou menos como acontece em Destiny.

Essa característica — que bebe um pouco da fonte de evolução em RPGs — é um fator interessante ao criar variações muito distintas entre os diferentes jogadores de uma gangue. Afinal, cada classe do jogo tem uma série enorme de atribuições a serem desbloqueadas. O mais comum, porém, é o jogador ir criando sua árvore somando elementos das diferentes classes, facilitando ou dificultando sua função dentro do grupo. Obviamente que é possível sair todo mundo atirando e fazendo as tarefas aleatoriamente, mas a organização estruturada pode facilitar demais os objetivos nos níveis mais altos de dificuldade.

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Missões, multiplayer e gente burra demais

Voltando ao jogo em si, como dito , Payday 2: The Big Score é voltado para a experiência shooter cooperativa, onde até 4 jogadores online colaboram para executar as missões que variam em dificuldade e complexidade dentro dos mais diferentes mapas e ambientes do jogo. Contudo, é possível jogar sozinho e offline, quando o jogo coloca outros 3 bots para completar o seu time. O problema é que a inteligência artificial de Payday 2 é bastante limitada, para não dizer primária.

Enquanto as missões são direcionadas a diferentes passos a serem seguidos, seus companheiros não tem nenhuma ação nesse sentido. Eles estão lá basicamente para cobri-lo durante os tiroteios- – e até funcionam bem nesse sentido já que são imortais — mas acabam dificultando um pouco na medida em que o jogador precisa fazer todo o resto sozinho (instalar brocas, coletar dinheiro, levar tudo até o ponto de fuga, etc).

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Em uma missão, por exemplo, o protagonista tem que arrombar duas vans em lugares diferentes, cuidar das brocas (que engasgam o tempo todo), pegar 4 cofres (sendo que é possível carregar somente um por vez), buscar um caminhão do outro lado do cenário, carregar o caminhão com os cofres, dirigir o caminhão carregado até um ponto de resgate e esperar o helicóptero para finalizar a missão. Jogando sozinho, tudo isso fica nas costas do jogador, enquanto os outros 3 companheiros só ficam trocando tiros com os policiais que vão chegando.

Em contrapartida, os inimigos também não são dotados lá de grande esperteza. Não é incomum alguns deles passarem do seu lado como se não percebessem a sua presença ali, ou mesmo se posicionarem em um ponto onde ficam muito mais vulneráveis. Assim, pouco agem de forma coordenada para evitar o crime, dificultando mais pela quantidade de tiras do que pela inteligência deles, que geralmente chegam correndo em hordas e atiram loucamente. As vezes, até fazem uma ou outra cobertura, mas nada que pareça minimamente planejado.

Análise Arkade: Payday 2 - The Big Score é tiro, porrada e bomba!

Por tudo isso, jogar sozinho é uma experiência meio complicada. É como se o jogador fosse o único ser pensante no meio de um tiroteio maluco. Ao mesmo tempo, quando se joga acompanhado por outros jogadores, principalmente se forem amigos ou pessoas conhecidas, o aspecto da diversão fica muito mais evidente e mesmo quando a coisa fica mais difícil e ninguém sabe bem o que fazer, tudo parece bastante leve e descompromissado.

Veja abaixo uma das primeiras missões que o pessoal do Arkade fez junto, desta vez com o áudio dos microfones (e não ligue para perguntas ridículas como “como eu coloco a máscara?”… estávamos todos começando!):

Não parece no nosso gameplay (somos meio n00bs), mas há um elemento estratégico bastante forte em Payday 2. A organização interna, mesmo que não siga a lógica dos grandes planos infalíveis do Cebolinha, é importante e por vezes fundamental. Se na primeira vez que se joga uma missão tudo parece surpreender, já que os passos a serem seguidos vão se revelando aos poucos e o jogador pode se ver perdido com aquela velha pergunta “o que fazer agora?”, nas vezes seguintes, é possível criar lógicas e funções bem definidas para se beirar a perfeição.

Conclusão

Payday 2: The Big Score é um jogo que certamente pode dividir opiniões. Sem considerar a própria polêmica sobre a temática de crimes e roubos, a experiência que sempre foi pensada para se jogar na modalidade multiplayer não é algo que deve agradar a totalidade dos jogadores, mesmo com um formato diferente do padrão dos jogos de FPS mais comuns no mercado.

Análise Arkade: Payday 2 - The Big Score é tiro, porrada e bomba!

Ainda que pautado na colaboração e não na competição, e com a possibilidade esquisita de se jogar sozinho, é um jogo que só vale mesmo a pena para quem quer jogar com a galera. É em 4 players online que o jogo realmente empolga, diverte e mostra seu potencial.

Se em termos artísticos o jogo peca, mesmo se considerar as limitações da geração anterior, o fator diversão presente na simplicidade da jogatina descompromissada — mas que demanda dedicação e organização — pode ser preponderante para o aproveitamento da experiência.

Análise Arkade: Payday 2 - The Big Score é tiro, porrada e bomba!

Payday 2: The Big Score não promete ser revolucionário ou marcante, mas entrega tudo aquilo que se propõe, e diverte muito quando jogado com amigos. E, para quem quer mais conteúdo, a edição The Big Score se mostra um bom negócio, pois traz um pacotão de armas, missões, trajes e mapas que agregam mais valor ao jogo.

Payday 2: The Big Score está disponível para Playstation 4 e Xbox One tanto em formato digital como em mídia física. O jogo continua totalmente em inglês.

Uma resposta para “Análise Arkade: Payday 2 – The Big Score é tiro, porrada e bomba!”

  • 26 de setembro de 2016 às 10:08 -

    Glauco Lima

  • Eu adoro esse jogo kkkkkk altos assaltos maneiros kkkk já tenho a versão crimewave, acho que posso jogar com quem comprar essa nova versão aih neh????

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