Análise Arkade: o potencial desperdiçado de Styx: Master of Shadows (PC, PS4, XOne)

11 de outubro de 2014

Análise Arkade: o potencial desperdiçado de Styx: Master of Shadows (PC, PS4, XOne)

Que tal um jogo de stealth e assassinato onde o protagonista é um goblin? Esta é a premissa de Styx: Master of Shadows, o novo game da Cyanide Studios cuja análise você confere na sequência!

Sinopse

Styx: Master of Shadows é o novo jogo da Cyanide Studios (mesma produtora dos jogos de Game of Thrones e Of Orcs and Men), distribuído pela Focus Home Interactive. De cara sua premissa me pareceu interessante, pois coloca o jogador no controle de um Goblin boca suja em um universo medieval, o que já é uma imensa mudança dos heróis caucasianos, fortões e de barbas malfeita que figuram na capa de quase todo grande lançamento.

Análise Arkade: o potencial desperdiçado de Styx: Master of Shadows (PC, PS4, XOne)

Styx, além de ser uma aberração para os seus inimigos nas horas vagas, também é um ladrão com a missão de chegar ao que eles chamam de Treeworld, lugar que é rico em Amber, uma fonte de energia que garante diversos poderes e habilidades ao protagonista Styx.

A história inteira de Styx: Master of Shadows gira em torno da Treeworld: Styx precisa chegar até lá, mas o local é guardado por humanos, comandados pelo Governador Barimen. O enredo é bem simples, ainda que flerte de leve com política, com a suspeita aliança entre os humanos e elfos, uma união que parece ser mais centrada no poder e no medo do que na confiança mútua.

Styx: Master of Shadows remete as jogos de RPG como Dungeons & Dragons, pela maneira com que o enredo vai se desenrolando, além do fato que um monstrinho assassino como protagonista se encaixa neste universo de fantasia típico dos RPGs “de capa e espada”, e é um personagem perfeito para ganhar vantagens na hora de se esconder.

Análise Arkade: o potencial desperdiçado de Styx: Master of Shadows (PC, PS4, XOne)

A baixa estatura de Styx se torna um dos elementos mais criativos e divertidos do jogo, visto que abre um imenso leque de possibilidades de gameplay. O que é muito útil, se considerarmos que Styx: Master of Shadows é um jogo bem difícil, com um nível de desafio alto mesmo na dificuldade Normal.

Gameplay

Na prática, este é um jogo em terceira pessoa para ser jogado plenamente em stealth, pois se você for flagrado por um guarda, pode esquecer: matá-lo em combate direto é extremamente difícil e geralmente nem vale a pena, pois vai consumir preciosas poções de cura, item bastante escasso.

Sua dificuldade inerente é somente um dos exemplos de como o jogo consegue desafiar o jogador, intencionalmente e acidentalmente. Seu percurso básico na maioria das fases é bem básico: vá do ponto A ao ponto B da forma mais furtiva possível. Entre estes dois pontos, existem várias missões secundárias que podem ser completadas para conseguir itens e pontos de experiência, o que é fundamental para melhorar suas habilidades e platinar o jogo.

As fases são imensas; cada cenário oferece inúmeras formas para ser completado,o que é bem legal. Você pode ir por cima, pelos telhados, trabalhando no desafio de pulos e obstáculos, ou pode prosseguir pelo chão, esgueirando-se pelas sombras e cantos enquanto evita os guardas.

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Para lhe ajudar, Styx tem uma boa gama de poderes especiais, como a possibilidade de se tornar invisível por um curto período de tempo e criar um clone controlável para servir de isca ou vasculhar uma área em especial. Ele ainda possui uma habilidade ao estilo do Modo Detetive de Batman da série Arkham, que possibilita ao jogador ver detalhes do cenário, a localização de seus inimigos, e outros pontos de interesse.

Infelizmente, porém, nem só de qualidades e boas ideias é constituído o universo de Styx: Master of Shadows.

Problemas

O primeiro problema de Styx: Master of Shadows é justamente seu desafio, que se torna frustrante em diversos momentos não pela dificuldade em si, mas por escolhas um pouco questionáveis e desbalanceadas no que tange a força de nosso protagonista e de seus inimigos.

Tudo neste jogo é desbalanceado: o mapa é imenso mas a dificuldade de encontrar os caminhos é alta. É preciso muita paciência para passar por um inimigo sem ser detectado, e o combate desleal só piora, pois ou você se esmera para passar despercebido, ou vai acabar em um combate direto onde  as chances de vitória são remotas.

Os poderes de Styx — todos muito legais na teoria — também não conseguem ser tão úteis quanto deveriam: sua invisibilidade acaba rápido demais, seu clone só tem alguma utilidade nos primeiros três segundos (até que alguém encontre-o e dê cabo dele), e sua visão especial não é tão informativa quanto deveria, o que a torna um gasto desnecessário de Amber, a escassa barra de poderes que precisa ser recarregada com poções bem limitadas.

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O stealth propriamente dito também deixa a desejar: se você está debaixo de uma mesa, dentro de um baú ou de um armário, poderá ser localizado por qualquer inimigo que entrar naquele ambiente, mesmo que ele sequer cheque debaixo da mesa ou dentro do  armário.

Quando Styx é descoberto, o jogo se transforma em uma batalha com cara de Quick Time Event, onde você precisa clicar no momento em que é atacado até que surja uma brecha para contra-ataque. A dificuldade nestes casos também é alta, pois não é fácil defletir os golpes e em muitos casos você se verá encurralado por mais de um inimigo, o que torna tudo ainda mais complicado.

Com o combate fora de questão, nos resta fugir e passar o mais rápido possível pelos inimigos sem que alguém tome conhecimento. E mesmo com esta parte dando certo algumas das vezes, em muitos casos caímos em um monótono exercício de tentativa e erro.

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Algumas escolhas questionáveis de design também atrapalham a experiência. Por exemplo: o jogo não conta com nenhuma identificação visual para o caso de o jogador sofrer algum dano por queda. Assim, você acabará sendo surpreendido ao morrer no primeiro ataque simplesmente porque não sabia que estava com pouca energia.

O stealth também é prejudicado pelos bugs: quando um inimigo é morto, seu corpo começa a “afundar” e atravessar elementos do cenário. Aí outro guarda passa por ali (ou pior, pelo andar de baixo), vê aquele membro bugado surgindo de algum lugar fisicamente impossível e já fica em alerta, podendo chamar reforços e complicar de vez a sua vida.

Poderia ser melhor

Se Styx: Master of Shadows fosse um jogo mais focado em sua história e na simples exploração de seu mundo, conseguiria ser um jogo muito mais completo e envolvente, especialmente pelo trabalho de arte singularmente caprichado com que o universo do game foi desenvolvido.

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O mundo criado pela Cyanide é surpreendente, com personagens cheios de peculiaridades. A arquitetura geral do mundo mescla direções artísticas diferenciadas, mas consegue colocá-las em um todo coeso que funciona. O próprio Styx é um personagem divertido e cativante, bem desenvolvido a ponto de nos importarmos com o bem estar dele. E mesmo com todos estes detalhes, infelizmente o jogo raramente funciona como gostaríamos, e seu belo mundo jamais pode ser de maneira decente.

Styx: Master of Shadows apresenta ideias boas de como um jogo que tem a furtividade como seu maior triunfo deve funcionar… porém, a execução dessas ideias peca de diversas maneiras. Sua jogabilidade simplista não se adequa ao mundo hostil e complexo do jogo, você é jogado em um ambiente extremamente hostil e desafiador sem ter as ferramentas (e o gameplay) necessários para se virar naquele mundo.

Isto sem mencionar os bugs, a agressiva e punitiva inteligência artificial dos inimigos, a falta de instruções claras no mapa e um sistema de combate que dificilmente funciona e só causa frustração.

Análise Arkade: o potencial desperdiçado de Styx: Master of Shadows (PC, PS4, XOne)

Conclusão

Styx: Master of Shadows é um jogo que tem boas ideias, mas foi mal executado. Seus problemas que variam do “passável” ao “inaceitável” e o pior é que boa parte deles estraga justamente a furtividade, que é o cerne do game.

Sua história e seu bem construído universo até conseguem manter o jogador interessado, mas se prepare para se frustrar e passar um bocado de raiva enquanto tenta se esconder e eliminar seus inimigos com Styx, um personagem que sem dúvida merecia protagonizar um jogo melhor.

Styx: Master of Shadows foi lançado no dia 7 de outubro, com versões para PC, Xbox One e Playstation 4.

11 Respostas para “Análise Arkade: o potencial desperdiçado de Styx: Master of Shadows (PC, PS4, XOne)”

  • 11 de outubro de 2014 às 14:55 -

    PolakLive

  • Estou jogando ele e realmente um dos pontos mais frustrantes é o combate na hora que você é descoberto, se tiver dois inimigos esqueça de tentar, pra fugir é a mesma coisa, mesmo você fazendo um clone ou ficando invisível tais mecanismos são inúteis…Demorei mais de 3 horas só para finalizar a “Introdução” do game no Hard, por não ter skills suficientes e os vários bugs, tanto dos corpos quanto barulhos que o Styx faz simplesmente do nada. Adoro jogos stealth mas como dito é um belo jogo com um potencial totalmente jogado fora.  

  • 11 de outubro de 2014 às 17:08 -

    leandro leon belmont alves

  • ou seja, é como a jogabilidade de Mark of Ninja, onde é mais fácil se manter em Stealth do que encarar os inimigos mesmo se eles te verem. eu o comprarei na Steam em promoção, pois acho diferente um Goblin ser um protagonista de algum jogo

    • 12 de outubro de 2014 às 09:14 -

      Henrique Gonçalves

    • Acredito que somente vale mesmo em uma promoção do Steam e se realmente você quer experimentar jogar como um goblin, isso se você for paciente mesmo. 

  • 12 de outubro de 2014 às 12:41 -

    Tengu

  • Na realidade o Styx e o mesmo do Orcs and Men que eu achei bem melhor que esse jogo já que você jogo com um orc e o formato Rpg dele é bem bacana

  • 14 de outubro de 2014 às 13:26 -

    Yuri PAes

  • Vcs tão chorando por causa da dificuldade do game kkkkkkkkkkk achei o jogo ótimo, tem um traço de rpg bem forte, o AI da máquina é bem refinado e o game respeita a essência do ladino, ainda mais o personagem principal sendo um goblin. (imagina um goblin lutando abertamente com múltiplos targets  kkkkkkkkkk pfv)

  • 22 de março de 2015 às 18:36 -

    jackson ferreita silva

  • sinceramente não vi dificuldade nenhuma no styx o jogo e muito bom eu não encontro problemas com o jogo e os oponente na verdade são bem lerdos já que apos voce matar um parceiro ele volta a sua rotina já cheguei a matar uns quatro na mesma sala (abandono varias vezes o estilo stealth e me divirto matando todo mundo das fazes)não e desperdício de dinheiro se você for um pouco inteligente (quase não uso as skills mas algumas vezes são realmente necessárias )ainde se voce usa o salvamento altomatico F5 voce não fica irritado hora nenhuma faciu

  • 10 de maio de 2015 às 19:40 -

    Jackson Jose de Souza

  • discordo sobre a gameplay dos poderes. .os poderes são muito uteis sim e o clone é bastante util …só é claro que ele não pode ser visto né …é um boneco muito fragil e o protagonista tambem é ..ele só pode lutar com os inimigos de forma stealth …todo jogo stealth é assim em maioria …a visão amber é só pra iluminar coisas importantes no cenário escuro ..o clone pode agarrar inimigos por tras pra vc poder pegar ele depois ..invisibilidade é util só pra vc fugir de uma enrascada inescapável porra ..TA PENSANDO QUE IA ANDAR INVISIVEL PELO MAPA INTEIRO ? não quer um chá com bolachas de acompanhamento tambem ? porra tem que ter dificuldade caralho …lol….os poderes são bem uteis ..basta saber usar ..eu to acostumado a jogar jogos de poucos recursos que tem que improvisar com pouca coisa ..então poderes como os do personagem pra min soam como super mega poderes que dão uma vantagem quase de cheater …tem certas coisas que não gostei no jogo mas não são as que vc citou ..n vou falar aqui pq ja escrevi demais.

  • 10 de maio de 2015 às 19:52 -

    Jackson Jose de Souza

  • ahh ..e não …os inimigos não te enchergam debaixo das mesas e nem dentro dos armarios a menos que eles estejam ja procurando por você anteriormente e estejam patrulhando em alerta..por que eles olham debaixo das mesas e eles abrem os armarios e lugares que dão pra se esconder …ou seja ..vc pode se esconder numa boa em todo lugar des de que não estejam procurando por vc …é uma pessima ideia correr pra dentro desses lugares quando a galera ta te rastreando ..esse jogo não igual hitman que ninguem olha dentro dos container e armário kkkk aprendi isso logo no inicio que vi um carinha abrindo um closet ai vi “hmm nesse jogo os carinhas não são burros” mesmo assim o jogo não é tão legal …eu to jogando ainda tentando zerar ..e até que é legalzinho ..mas poderia ser mais estilizado e menos tosco nas animações …n gostei de como animaram ele falando com os caras …parece meio bugado …eu jogo em grafico baixo ..pode ser por isso que to detestando os graficos ,,mas em questão de stealth o jogo é legal …apenas os bonecos inimigos podiam se movimentar um pouco menos robotizados e podiam enchergar melhor em certos lugares ..as vezes é facil demais não ser visto onde com certeza te veriam em jogos feito splinter celll …mas o potencial do jogo é interessante eu gostaria que tivesse uma sequencia pra eu poder jogar e com os graficos e problemas corrigidos.

  • 24 de novembro de 2015 às 20:51 -

    bvim75

  • Praticamente todas as habilidades dele são úteis principalmente o clone que é essencial pra chamar a atenção do inimigo apertando X (ele grita atraindo guardas) ou passando na frente deles já que não conta como alerta nos achievements, fica invisível se você investir nas skills e não consome amber no caso de destrui-lo antes que os inimigos o façam e tem mais! usando o clone como armadilha nos baús você pode matar inimigos e não contar como kill! como isso pode ser inútil?!
    Visão especial do protagonista NÃO GASTA ENERGIA se você usar e esperar recarregar normalmente, além de que nos níveis mais avançados ela se torna essencial pois vê através das paredes.

    Os inimigos não te procuram nos armários e baús se você não estiver sendo procurado.

    A invisibilidade é um recurso de urgência para ser usado apenas em certos momentos e com muita criatividade, no nível máximo é possível ficar indeterminadamente invisível se permanecer imóvel…quanto a historia….você chegou a jogar até que parte? aposto que nem fechou, a partir da quarta fase começa a ficar interessante e o final é simplesmente incrível. Péssimo review na moral, totalmente amador.

  • 22 de fevereiro de 2016 às 19:26 -

    Rengav23

  • Análise tosca, típica de bebê chorão. De que adiantaria um jogo ser stealth se o combate fosse fácil? Não quer dificuldade vá jogar Assassin’s Creed que explica o caminho a ser seguido. 

  • 1 de dezembro de 2016 às 20:18 -

    Rogerio

  • Eu discordo das críticas citadas nesse artigo. Primeiro, jogo stealth é para ser jogado furtivamente, então é proposital a dificuldade em caso de detecção. Segundo, a visão amber não gasta amber, ela é reposta assim que o tempo acaba. Terceiro, se a invisibilidade fosse mais demorada, o jogo ficaria muito fácil. Tem um upgrade que faz com que vc fique invisível indefinidamente quando está parado. Quarto, o clone é super útil, pois ele serve para chamar a atenção dos inimigos, principalmente quando vc aciona o urro. Os inimigos não te procuram no esconderijo, a não ser que vc tenha chamado a atenção em um ponto que eles comecem a busca.
    O jogo possui defeitos sim, eu vou citar alguns:
    -O Jogo fica massante da metade para frente, pois os cenários se repetem nas missões
    -Algumas vezes npcs, quando são mortos furtivamente próximo de paredes, ficam presos na mesma, impedindo que se carregue o corpo e esse seja descoberto
    -Movimentação dos npcs horrível e quando esbarram em alguma coisa, movimentam as pernas, mas não saem do lugar, parecendo que estão em uma esteira
    -Jogabilidade ruim nos saltos das paredes até as plataformas
    -Há dois tipos de mortes furtivas, a rápida, onde faz muito barulho alertando inimigos ao redor e a demorada (teoricamente silenciosa), onde abafa a boca do npc,
    no entanto,faz barulho quando o corpo cai, fazendo com que inimigos próximos ouçam. Acho que deveríamos conseguir agarrar o corpo antes de ele cair
    -Quando um inimigo está em uma borda, a única opção é empurrar. Primeiro, esse procedimento faz barulho, não alertando, mas fazendo com que os npcs comecem uma
    busca e segundo, as vezes, o npc cai onde já tem inimigos e esses vão detectar o corpo. Acho que deveria funcionar a morte silenciosa também.
    Claro que isso se trata da minha opinião e repeito que divirja delas

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