Análise Arkade: Rainbow Skies é um RPG tático competente e divertido

26 de junho de 2018

Análise Arkade: Rainbow Skies é um RPG tático competente e divertido

Desenvolvido pelo SideQuest Studios e distribuído pela eastasiasoft, Rainbow Skies é o sucessor espiritual de Rainbow Moon, jogo lançado para PS3 em 2012 e posteriormente portado para PS4 e PS Vita.

Depois de aproximadamente 5 anos de desenvolvimento o novo game da franquia Rainbow chega com a promessa de ser um RPG robusto e com muito conteúdo para jogadores que queiram experienciar todos os detalhes da história. Além disso, contempla também aqueles que preferem se aprofundar em todos os seus sistemas e mecânicas, durante e no pós end game.

Uma aventura clássica

Rainbow Skies não reinventa a roda, mas utiliza todos os conceitos e clichês dos jogos clássicos do gênero RPG de forma competente. A jornada remete ao que experienciávamos na década de 1990 em games das empresas Konami ou Square, então o sentimento nostálgico está sempre presente na aventura.

A história foca em três personagens principais, Damion, Layne e Ashley. Cada um explora um arquétipo tradicional, desde o herói arrogante com confiança excessiva, seu amigo ponderado e racional e, por fim, alguém que possui uma personalidade que fica no meio termo entre esses extremos. Damion e Layne vivem em uma espécie de cidade flutuante e Ashly vive em um vilarejo localizada em terra firme.

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Arte conceitual de Ashly; sem dúvida a personagem mais carismática de Rainbow Skies

A própria estrutura do início da campanha tem tons clássicos com o herói ‘acordando’ em um dia especial no qual fará um teste para ascender a uma posição importante na cidade, mas obviamente as coisas não saem como esperado.

Depois de realizar algumas missões para o jogador se ambientar com as estruturas do jogo (que serve como tutorial) Damion e Layne acabam caindo da cidade flutuante após um confronto com um monstro no subsolo da localidade. Nesse momento, a SideQuest Studios mostra uma de suas armas com Rainbow Skies: humor no ponto certo.

A aventura não tem um tom sério e sombrio e também não cai no erro de ter textos ingênuos e rasos. Há um bom equilíbrio nesse quesito. Já nesse início, quando os protagonistas caem da cidade flutuante, a tela escurece e aparece uma mensagem tipo: “Os protagonistas caíram. Sua jornada recém começou, mas já terminou. Fim do jogo”.

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O texto é bem escrito, mas Damion destoa um pouco em função de seu arquétipo inconsequente

Nesse momento se questiona que tipo de jornada vamos encarar, algo mais sério, humorado ou meio-tom? E as próximas horas respondem com autoridade essa pergunta. Rainbow Skies é uma mistura de mecânica, estética e texto que já vimos outrora, mas surpreendentemente ele agrupa esses elementos sem parecer uma cópia, trazendo um frescor inusitado aos RPGs independentes.

Depois de ver o ato um com Damion e Layne passamos a jogar com Ashly, uma garota que vive com sua avó em um vilarejo em terra firme. Ashly é uma maga que está aprendendo a usar suas habilidades e um dia quando sai para praticar seus feitiços é que as coisas começam a mudar em sua vida.

A jovem maga estava praticando um feitiço que faria com que monstros a seguissem e exatamente no momento em que ela conjura a magia os protagonistas caem do céu. O resultado disso é que os três acabam ficando unidos por esse laço mágico e até onde se sabe não pode ser desfeito. E a jornada inicial tem essa premissa, encontrar uma forma de quebrar essa ‘maldição’ que os mantém juntos.

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O mundo do jogo, Lunah, possui 9 cidades com muito conteúdo em cada uma delas

É interessante que há uma rivalidade de certa forma velada entre quem vive no céu e na terra, especialmente por parte dos terrestres. Em qualquer vilarejo sempre presenciamos um comentário negativo sobre as pessoas que moram no céu. Sem revelar partes importantes da história, essa premissa já transmite a ideia do que a longa jornada proporciona.

Jogabilidade e estética

Outro elemento familiar no game é sua mecânica e jogabilidade. Rainbow Skies é um RPG tático no qual os inimigos estão dispostos em tela e temos que nos aproximar e apertar um botão para entrar em combate. Cada batalha rola em uma arena fechada, na qual podemos movimentar os personagens nas quatro principais direções do D-pad (botões direcionais).

Na parte superior da tela vemos a ordem em que os inimigos podem realizar ações e em nosso turno podemos efetuar movimentos clássicos do gênero: atacar, defender, usar magia, itens, etc.

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O grid de batalha pode parecer caótico, mas funciona bem

A dificuldade também é intensa, tanto que no começo da aventura temos uma barra de vida com 50 pontos, por exemplo, e há inimigos que tiram algo em torno de 20 pontos por ataque. Todos os combates necessitam de certa estratégia e mesmo inimigos que parecem fracos devem ser levados a sério.

Quando iniciamos o jogo podemos escolher entre duas opções; na primeira começamos com alguns equipamentos básicos que de certa forma ajudam nas horas iniciais e outra que aumenta a dificuldades inicial, pois nosso personagem não recebe muitos itens ou vantagens.

A parte de personalização também é bem familiar. Podemos utilizar várias armaduras e otimizar nossas armas em ferreiros, comprar livros que concedem habilidades e magias e, como é de costume em RPGs, aumentar nossos pontos de ataque, defesa, entre outros.

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O menu do jogo e os equipamentos de Damion

Em termos estéticos e de escopo Skies é muito semelhante a Rainbow Moon. Os vilarejos são relativamente pequenos, mas surpreendentemente bem construídos geograficamente falando, então, passam uma sensação de amplitude.

Confesso que os modelos 3D de Skies não me agradam tanto: particularmente prefiro os personagens mais proporcionais de Moon, mas isso é só uma preferência estética pessoal. Certamente há quem goste dos modelos mais “cabeçudos” de Skies e as cenas que não são em ‘in-game footage’ são bem-feitas dentro da estética escolhida.

A trilha sonora é bem interessante quando estamos falando sobre a música ambiente e batalhas, mas os sons emitidos pelos personagens principais e, especialmente NPCs, parecem um pouco genéricos. Os ruídos que os NPCs fazem parecem até mesmo abafados em certos momentos.

Essa composição dá uma boa noção do que o jogador vai ouvir durante a jornada:

Os tutoriais também são um ponto que entendo que deveriam existir em menor escala. Talvez nesse momento aquele equilíbrio humorístico se perca um pouco, pois toda explicação que vamos receber é atrelada a uma arte estática dos personagens usando togas de estudantes em frente a um quadro negro. Acaba sendo uma piada pronta, uma associação um pouco pobre em termos estéticos.

Conclusão

Rainbow Skies é uma ótima opção para quem gosta de RPGs clássicos, das longas conversas entre personagens e de fazer aquele grinding para upar seus personagens. Infelizmente o jogo não tem localização em português, então quem não tem bom conhecimento em inglês certamente não conseguirá aproveitar a experiência em sua totalidade.

As batalhas táticas propõem um bom desafio e a fluidez da história faz com que o ato de jogar, mesmo sem inovar, seja divertido. Não é demérito não inovar e entendo que Skies faz bem tudo que se propõe, mas vale essa ressalva — não há nada de novo ou revolucionário aqui.

Rainbow Skies é exclusivo de plataformas PlayStation e está sendo lançado hoje (26/06), com cross-buy e cross-save entre PS4, PS3 e PS Vita.

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