Análise Arkade: retornando ao clássico Resident Evil: Code Veronica X no Playstation 4

19 de maio de 2017

Análise Arkade: retornando ao clássico Resident Evil: Code Veronica X no Playstation 4

Um dos grandes títulos da “Era clássica” de Resident Evil ganhou vida nova este mês, sendo relançado para o Playstation 4 através da linha “PS2 Classics”, que trás os antigos games do Playstation 2 para a geração atual da forma como eram, mas adicionando suporte para troféus.

Então é hora de iniciar essa análise um pouco diferente do habitual, pois trata-se de uma análise de um game lançado há 16 anos atrás que chega a uma plataforma diferente. Portanto, devemos analisá-lo pelo o que ele era no passado e por como ele é hoje. Então prepare-se para voltar à um clássico do Survival Horror em Resident Evil: Code Veronica X!

O início da era pós-Raccoon City

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Essa é uma tela que dava saudades de se rever

Resident Evil: Code Veronica X se passa três meses após a destruição de Raccoon City ao final de Resident Evil 3: Nemesis. Após escapar com vida da cidade ao lado de Leon S. Kennedy, a sobrevivente Claire Redfield continua sua busca por seu irmão, Chris Redfield, desaparecido desde os eventos do primeiro game. Sua busca a leva para a divisão francesa da Umbrella, onde ela é capturada e enviada para a isolada Rockfort Island.

Na ilha se encontra uma base secreta da Umbrella controlada pela família Ashford, uma das famílias fundadoras da própria Umbrella. E logo após chegar na ilha, tudo vira de ponta a cabeça, e uma epidemia do T-Virus toma conta de todo o lugar, com zumbis e outros monstros infectados dominando toda a ilha. Sua missão principal agora é escapar desse lugar com vida, e ao longo do caminho novos segredos vão sendo revelados, com novos objetivos além da sobrevivência sendo apresentados.

Uma campanha contada por diferentes personagens

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Além de Claire, o game alterna o controle com dois outros personagens em alguns momentos. Na maior parte acompanhamos Claire, fugindo da prisão em que se encontra no inicio do game e avançando por suas instalações, enfrentando monstros, descobrindo segredos sobre o lugar e resolvendo puzzles.

No inicio do game, somos apresentados a Steve, um jovem impulsivo que também estava preso na ilha e conseguiu escapar durante a infestação do T-Virus, e que por alguns momentos se alia a Claire, inclusive em certos momentos em que podemos controlá-lo. Essas partes são bem curtas e simples, pois sendo Steve um personagem secundário no controle do jogador, basta que completemos suas partes apenas matando zumbis e monstros até chegarmos a determinado local.

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E por fim, na segunda parte do game dividimos o controle entre Claire e seu irmão Chris, que também acaba se envolvendo nos acontecimentos do game, tentando salvar sua irmã de todo esse inferno. A troca de personagens é feita de maneira a mostrar diferentes pontos de vista do game. Muitas vezes passamos pelo mesmo local com dois personagens diferentes, mas os acontecimentos mudam. Por exemplo, jogando com Claire passamos por lugares em sua forma original, mas que em algum ponto serão destruídos, e ao assumir o controle de Chris, esse mesmo local estará em escombros, com caminhos antigos bloqueados e novas passagens abertas.

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Além é claro dos puzzles, que são exclusivos para cada um dos personagens. Dessa forma, o compartilhamento de itens é uma das coisas mais importantes do game, pois Claire Chris contribuem com puzzles um do outro em vários momentos. Além de poderem compartilhar todos os seus itens de cura, armas e munições. Dessa forma o game insere uma grande dose de estratégia, pois muitas vezes se você gastar todos os seus itens (e não deixar nada nas caixas) com um personagem, o outro se dará muito mal. E eu testemunhei isso da pior forma.

Uma evolução de seus antecessores mas ainda dentro do clássico

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Code Veronica X, sendo um dos últimos games canônicos da série (antes de Resident Evil 0 e do remake do primeiro game) criados antes da completa mudança de foco que veio em Resident Evil 4 (Mas sem esquecer a “sub-série” Outbreak), é um game cujas raízes estavam na proposta original da série. Ou seja, jogabilidade de tanque, inventário limitado e munições escassas, além do velho sistema de câmeras fixas, mas dessa vez com uma significativa evolução.

Os clássicos games de Resident Evil eram construídos de uma forma bastante icônica: Cenários 2D com personagens 3D. Em Code Veronica X, uma mudança muito bem vinda foi implementada, agora, todos os cenários estão em 3D, e com isso, um novo recurso de câmera foi adicionado, permitindo que ela siga o jogador a partir de pontos fixos. Dessa forma, por exemplo, ao explorar uma sala muito grande, a câmera acompanha seu personagem lateralmente até onde for possível, antes de mudar seu ângulo. E quando a câmera muda de ângulo acontece de duas formas, na forma padrão, com um “corte” de cena, como nos seus antecessores, ou com a câmera se movendo sem tirar o foco do personagem para a sua próxima posição.

E como nos games antigos, o foco aqui é a exploração e a resolução de puzzles ao invés do puro combate, apesar desses momentos também estarem presentes. Durante as primeiras horas do game os únicos inimigos que encontramos são zumbis, lentos e fáceis de se enfrentar, mas quanto mais se progride, as coisas ficam piores. Dessa forma, o game possui trechos em que é possível simplesmente ignorar inimigos e seguir adiante, e outros em que a melhor opção é matar tudo antes de prosseguir. Fica por fim a cargo do jogador decidir a melhor estratégica, porém, Code Veronica X é um game bem difícil, e com exceção dos zumbis, todos os outros inimigos do game são espertos, rápidos e muito agressivos. E não é fácil escapar de seus ataques.

Não é uma remasterização, é o mesmo game do PS2, mas com troféus

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Que fique bem claro, isso aqui não se trata de um remake ou uma remasterização! O que temos aqui é basicamente o mesmo game lançado para o Playstation 2 lá em 2001, apenas sendo emulado no Playstation 4. Inclusive, ao iniciar o game em seu console, vemos o nome Playstation 2 aparecendo na tela, no final da animação de boot do console (infelizmente não temos a animação inteira, apenas o momento em que o nome aparece). A diferença aqui é a inserção de troféus, o que dá um novo ânimo aos caçadores de platinas.

Apesar de não ser uma remasterização, o game foi adaptado para as televisões atuais, mas ainda tendo características antigas. O game possui duas faixas pretas verticais dos lados da tela, um detalhe realmente mínimo, que mantém o game na resolução original. Senão, ele ficaria todo esticado para os lados, o que não seria nada bom.

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Graficamente o game é muito competente. Há poucos serrilhados ou defeitos visuais, com exceção das cutscenes, pois nem todas possuem um visual muito bom, algumas sendo tão embaçadas e serrilhadas que fica bem difícil enxergar de forma plena o que está acontecendo. Porém as animações in-game e os gráficos estão muito bons, mesmo para um game com 16 anos de idade. Mas uma coisa que fez falta foi a explosão de corpos, algo que era presente desde o primeiro Resident Evil, mas não vista aqui. Por exemplo, ao atirar com a shotgun na cara de um zumbi, sua cabeça explodia, mas aqui isso não ocorre com nenhum inimigo infelizmente, mesmo ao explodi-los com lança-granadas e outras armas poderosas.

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Como já mencionado, a jogabilidade de Code Veronica X é no antigo formato de tanque, que é aquela em que o direcional para frente e para trás faz seu personagem andar, enquanto a esquerda e a direita o fazem girar no local em que está, já a mira aponta para três direções, frente, baixo e cima, mas com um auxilio de mira automática e um quase “lock-on” em inimigos. É uma jogabilidade que funciona bem, mas que é difícil, em especial aqui, visto que esse é um dos Resident Evils mais difíceis de toda a série. Apesar de que o ritmo do game não é rápido, o que faz com que a jogabilidade não atrapalhe muito. Mas para os tempos de hoje, o ideal seria a jogabilidade das remasterizações de Resident Evil Remake e Resident Evil 0, que quebram a jogabilidade tanque e permitem movimentação livre. Mas novamente, Code Veronica X não é uma remasterização, mas sim uma emulação.

Um dos melhores títulos da série, com um altíssimo desafio

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Resident Evil: Code Veronica X é um dos games mais aclamados da série Resident Evil. Aqui foi o começo da expansão da série para algo maior, saindo das fronteiras de Raccoon City e tornando o perigo das armas biológicas uma ameaça mundial. Com esse game, e posteriormente com Resident Evil 0, o passado da Umbrella começou a ser apresentado, bem como a revelação de que a companhia maligna não é o único inimigo para os sobreviventes da S.T.A.R.S.

O game possui um enredo que sempre se mantém envolvente, com mistérios e conspirações envolvidas com novos monstros nascidos do T-Virus e aqueles que realmente controlam as coisas na escuridão. Enquanto a trilogia original do PS1 nos apresentou o perigo, a epidemia do T-virus e o apocalipse zumbi de Raccoon CityCode Veronica X nos apresenta mais sobre quem são os responsáveis por tudo isso, direta e indiretamente, nos apresentando os rostos e o passado daqueles que criaram o T-Virus.

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E como já mencionado, esse é um game que oferece um desafio altíssimo. Por ser focado em exploração, existe muito do famoso backtracking aqui, que é a necessidade de revisitar cenários para resolver puzzles ou coletar itens. Os puzzles do game são bastante desafiadores, demandando que o jogador encontre itens chave bem escondidos pelos cenários do game. E para dar um auxilio ao jogador, existem alguns atalhos que são habilitados conforme se progride, deixando as coisas um pouco mais rápidas, senão o jogador precisaria fazer muitas longas voltas para resolver puzzles (O que vai acontecer, principalmente para quem estiver jogando o game pela primeira vez, sem conhecimento sobre seus eventos e resoluções).

Para os jogadores mais novos, que se acostumaram com Resident Evil 5 6, que são bem mais lineares e diretos, Code Veronica X pode parecer lento e talvez um pouco desinteressante. Mas quem jogou e gostou de Resident Evil 7 e não teve a chance de jogar os clássicos verá aqui o porque RE 7 ter sido um game que, apesar de não entregar 100% o retorno às origens que os fãs pediam, ainda sim foi um game muito elogiado por justamente se inspirar da forma certa em seu passado. Para os fãs da série, esse é um título obrigatório, tanto por seu enredo e suas revelações, bem como pelo seu desafio.

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E ao terminar o game, um novo modo é aberto, o Battle Mode, em que o jogador deve avançar por diferentes salas de todo o game, matando todos os inimigos que encontrar para poder seguir em frente. Esse modo pode ser jogado tanto em primeira como em terceira pessoa. Jogar em primeira pessoa é bem interessante, porém a jogabilidade se mantém a mesma do modo em terceira pessoa. Ou seja, movimentação de tanque e mira em apenas três direções. Jogar em primeira pessoa é difícil, e não muito funcional, mas tem lá sua diversão.

Conclusão

Análise Arkade: retornando ao clássico Resident Evil: Code Veronica X no Playstation 4

Resident Evil: Code Veronica X é o relançamento de um clássico game da série para os dias de hoje, sem mudar absolutamente nada, nem gráficos, nem jogabilidade. É exatamente a mesma experiência vivida por jogadores lá em 2001, apenas com a adição de troféus para deixar o desafio um pouco mais interessante para os obcecados por platinas.

Code Veronica X é um game realmente excelente, mas que trás para o presente as falhas (que antigamente não enxergávamos) do passado. Isso no entanto é uma afirmação não totalmente imperativa, a verdade é que os tempos mudaram, e enquanto a jogabilidade de tanque era comum no passado, hoje com games mais rápidos e com desafios ainda maiores, a sensação da dificuldade é ainda maior. Não há nada de impossível aqui e muito menos “ruim”, “travado” e um pouco datado sim, mas não ruim. Os tempos mudam, assim como os jogadores, mas uma coisa permanece a mesma, Code Veronica X é um excelente título!

Então se você tem um Playstation 4 e quer reviver ou ter seu primeiro contato com esse clássico, a chance é agora. Resident Evil: Code Veronica X foi relançado exclusivamente para o PS4 no dia 9 de maio, o game está sendo vendido digitalmente na PS Store.

2 Respostas para “Análise Arkade: retornando ao clássico Resident Evil: Code Veronica X no Playstation 4”

  • 19 de maio de 2017 às 14:10 -

    Onigumo

  • Emtao e o mesmo jogo do 360? Meh, bem que podiam remasterizar hein?

    • 6 de maio de 2018 às 20:00 -

      Rafael Barbosa Francisco

    • Pra mim, a versão PS3/360 é bem superior a essa.

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