Análise Arkade: Return to Monkey Island é uma carta de amor à série

29 de setembro de 2022
Análise Arkade: Return to Monkey Island é uma carta de amor à série

Após mais de uma década de “dormência”, uma das séries mais importantes da história dos video games está de volta com um novíssimo capítulo, e contando ainda com o retorno de seu criador original em seu leme! Estou falando é claro de Return to Monkey Island, o mais novo capítulo de um dos clássicos absolutos dos Point & Clicks!

Sendo assim, é hora de voltar à Ilha Sopapo encontrar o icônico Guybrush Threepwood, o Pirata Zumbi LeChuck, Elaine Marley e vários outros personagens clássicos nessa nova aventura pelo caribe!

O Retorno em Busca do Segredo de Monkey Island

Análise Arkade: Return to Monkey Island é uma carta de amor à série

Return to Monkey Island é um game cujo título não é acidental, ou “cosmético”. Trata-se de um retorno verdadeiro, tanto para nós jogadores, que enfim temos uma nova aventura na série depois de mais de 10 anos; E também para Ron Gilbert, criador da série, junto seu próprio estúdio, com mais veteranos que também trabalharam na franquia.

E, obviamente, porque mais uma vez podemos visitar a própria Monkey Island novamente! E a razão para isso é algo muito interessante e divertido! Return to Monkey Island inicia no futuro, nos apresentando ao filho de Guybrush e Elaine Marley, brincando com seus amigos, até encontrar seu pai sentado num banco e pedindo para ouvir mais uma história das aventuras piratas de seu pai.

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Guybrush então conta para seu filho, e pra nós, mais uma história de seu passado, a história sobre o Segredo de Monkey Island! Se você já jogou a série e conhece bem sobre ela, certamente pegará a referência aqui. Senão, aqui vai a explicação: “O Segredo de Monkey Island” é nada menos que o título do primeiro game da série, que foi lançado no ano de 1990.

Então, estamos vendo o Guybrush do futuro recontando a história do primeiro game? Não! E é aí que vem a parte legal! A história que acompanhamos Guybrush contar é ambientada após todos os games anteriores, e focada em algo que nunca foi explorado: Qual é, afinal de contas, o “Segredo de Monkey Island”? O game ainda usa metalinguagem para fazer piada sobre isso, sobre como o game original, que tem “Segredo” no nome, nunca abordou nada sobre o segredo em si!

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Com isso, seguimos mar afora acompanhando Guybrush em busca desse Segredo. Mas, como é óbvio, não será uma viagem fácil, pois o próprio LeChuck está atrás do Segredo! E não apenas isso, mas o trio de líderes piratas foi substituído por novos e desagradáveis piratas, que vão tornar tudo ainda mais difícil.

E assim a aventura segue de uma forma muito familiar e divertida, mesmo para quem nunca jogou um game da série Monkey Island antes. Há muitas piadas, quebras de quarta parede e referências a todo lado que deixam tudo muito mais acessível, fácil de entender e muito engraçado, como por exemplo Guybrush fazendo referência direta aos outros games da série, tendo consciência de que ele próprio está dentro de um game!

Um Point & Click clássico, mas bastante acessível

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Acho que não preciso explicar como Return of Monkey Island é jogado não é? Trata-se de um Point & Click, ou seja, use seu mouse e clique onde quer que Guybrush vá, em objetos para ele interagir e personagens para ele conversar.

A interface é bem limpa, ao clicar em alguma coisa interativa, seja cenário, objeto ou personagem, uma lista de opções e ações aparece na parte de baixo da tela. E conforme o jogador experimenta diferentes ações, novas opções podem aparecer. Fora isso, no canto inferior esquerdo da tela temos o inventário, onde todos os objetos que coletamos estarão lá disponíveis. E no canto superior direito está o menu de pausa e configurações.

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E, como um bom Point & Click clássico precisa ser, Return to Monkey Island é incrivelmente inventivo e criativo nas possibilidades do que o jogador pode fazer. Combine itens, experimente opções de diálogos diferentes, realize algumas “missões” secundárias que afetam “missões” principais de forma muito divertidas. Há muita coisa para se fazer e explorar aqui, o que deixa tudo muito mais divertido.

E é claro, não se pode falar de criatividade sem mencionar os puzzles, que são muito legais de se resolver. Desde os mais simples até os mais longos e complexos, que exigem visitar vários personagens e ilhas diferentes, ou usar bastante a cabeça para entender o que fazer.

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Uma coisa legal do game são suas opções de acessibilidade. Em termos de gameplay, há um item literalmente chamado “Livro de Dicas”. Ao usar ele, você pode ver dicas sobre o que deve fazer e até como resolver puzzles. Você pode, se quiser, ver a solução de tudo, se estiver com muita dificuldade. Obviamente esse item não é necessário, e você o usará só SE QUISER, mas é uma adição que certamente ajudará muito quem não tem experiência com o gênero.

Além disso, para que os jogadores não fiquem perdidos no que devem fazer, há dentro do inventário uma lista de tarefas, detalhando os seus objetivos principais e secundários. Mas, há muito mais coisa a se fazer além do que está nessa lista!

Audiovisual e suas polêmicas

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Quando Return to Monkey Island foi anunciado, infelizmente foi colocado numa enorme polêmica referente a seu estilo visual. Na verdade, polêmica não é a palavra certa a se usar aqui, visto que o que realmente aconteceu foi uma verdadeira injustiça.

A série Monkey Island já passou por todo tipo de visual em toda a sua história, desde seus primórdios em pixel art, passando por visual estilo desenho animado e até mesmo pelo mundo do 3D. Sendo assim, uma coisa que não podemos dizer é que a série é estabelecida em um único estilo visual.

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Return to Monkey Island possui um estilo bem único, mais parecido com um livro ilustrado, cheio de cores e formas. Seu estilo lembra vagamente o visual de Broken Age, da Double Fine, mas se destaca principalmente pelo visual de seus personagens, que as vezes até parecem colagens de papel colorido. Inicialmente, eu não gostei do visual do game, mesmo antes de ter jogado.

Mas conforme fui jogando e interagindo com seu mundo, minha opinião mudou completamente. Após me acostumar com o visual, ficou bem claro que ele não tem problema nenhum e é sim bem legal. É claro que você pode não gostar dele, o que não tem nada errado também. O ponto é: o visual não é um problema, nunca foi e nunca será. Mesmo que não seja um estilo de seu agrado, ele está bem longe de ser ruim, e definitivamente não é um ponto negativo do game.

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Return to Monkey Island possui uma trilha sonora muito divertida, bem ao estilo das músicas da série, além de contar com novas versões de músicas clássicas de seus games anteriores! Não há um momento em que não haja uma boa música tocando ao fundo, assim como todo bom Point & Click deve ser!

O game é totalmente dublado em inglês, com um excelente trabalho de vozes com todos os seus personagens. E conta com localização em português brasileiro em seus menus e legendas, com uma tradução simplesmente perfeita!

Conclusão

Análise Arkade: Return to Monkey Island é uma carta de amor à série

Return to Monkey Island é uma divertidíssima aventura que resgata com muito sucesso o que tornou a série tão amada. Tem uma história engraçada, envolvente e recheada de puzzles e segredos bem escondidos que vão exigir bastante atenção e criatividade do jogador para descobrir tudo. Aliás, o game possui nada menos que 9 finais diferentes, então tem muita coisa mesmo para se ver!

Infelizmente as reclamações sobre seu visual deixaram uma marca ruim no game antes de seu lançamento. Mas, após enfim ter sido lançado e jogado por muitos, essas reclamações felizmente ficaram de lado, pois realmente o visual é o que menos importa aqui, pois o coração e a alma dos Point & Clicks e principalmente da série Monkey Island estão aqui!

Return to Monkey Island foi lançado no dia 19 de setembro com versões para PC e Nintendo Switch.

Uma resposta para “Análise Arkade: Return to Monkey Island é uma carta de amor à série”

  • 2 de outubro de 2022 às 21:52 -

    Helinux

  • Lembro de jogar o primeiro game em uma versão Demo do PC e depois fui para a versão Sega CD!!!! Bons tempos de jogos Point & Click…nessa época dos anos 90 estava jogando muito Phantasmagoria e Full Throttle!!!! Ainda não joguei essa versão atual, ficou boa a analise!!!! Valeu!!!!

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