Análise Arkade – Ruined King, o RPG de LoL e sua direção de arte impecável

30 de novembro de 2021
Análise Arkade – Ruined King, o RPG de LoL e sua direção de arte impecável

A Riot Games pisou no acelerador e não parou mais. Com novos jogos, séries animadas e muitos anúncios, o Riot Forge — estúdio criado para expandir o universo de League of Legends — ajudou o nome da empresa a crescer muito na mídia. Agora, com o lançamento de Ruined King, a Riot fecha mais um ciclo de entrega para um nicho de mercado, os amantes de RPGs.

Ruined King foi anunciado em 2020, junto a grandes outros nomes que estavam nos planos da empresa: Legends of Runeterra (jogo de cartas) e VALORANT (FPS). Os dois games citados já foram lançados e é possível identificar uma notável valorização da diversidade de gêneros entre um jogo e outro.

Colocando seus ovos em diversas cestas, a Riot Games vem aproximando outros públicos da marca League of Legends — pessoas que não tem interesse pelo MOBA em si, mas que acabam conhecendo seu lore e seus personagens por meio de outras obras. Alguns atrasos por conta da pandemia do COVID-19 claramente afetaram a recepção de Ruined King, mas o jogo cumpre seu papel ao levar o universo de Lol para (mais um) outro gênero.

Direção de arte

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Não tem como começar a falar de Ruined King sem comentar sua direção de arte. A Riot já é conhecida em suas produções por investimentos na experiência audiovisual, mas nem sempre isso é muito bem valorizado no mercado de RPGs por turno.

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A estética, no geral, tem um tom cartunesco cheio de nuances. Há dois estilos de “cutscene”. No começo, há uma animação 3D (como mostrado na imagem acima), porém, em outros momentos, há animações estilo motion comics (imagem abaixo), artes em 2D com breves movimentos para dar dinamicidade — me lembrou muito as animações de The Witcher 3. Este mesmo recurso é utilizado, de maneira mais amena, nos diálogos mais importantes da história.

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Nos momentos de exploração do cenário, os detalhes 3D entram em cena e colocam o jogador em uma imersão em terceira pessoa por Águas de Sentina.

A imersão também se dá nas trilhas e efeitos sonoros, porém, devo admitir que o visual impressione mais do que a qualidade sonora, embora os dois trabalhem muito bem juntos.

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A qualidade artística do game é mérito da Airship Syndicate, estúdio fundado por Joe Madureira e formado por veteranos da Vigil Games. Se a estética de Ruined King lhe parece um pouco familiar, não é por acaso: o estúdio é o mesmo que, em 2017, nos entregou o excelente Battle Chasers: Nightwar, RPG por turnos que esbanjava estilo.

Jogabilidade

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Explorar Águas de Sentina é muito divertido. O jogo entrega várias interações com o cenário (em sua maioria para coletar itens) e estimula a exploração. Vale adicionar que existem muitas falas dos habitantes de Sentina ao interagir com eles, portanto, aproveite para botar a conversa em dia com todos.

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A verdadeira diversão, porém, está nas batalhas por turnos. O esquema de batalha de Ruined King, que também é bastante similar ao de Battle Chasers, exige que você esteja sempre à frente de seu adversário, seja em estratégia ou em ação.

Isso não quer dizer que você precisa ser um gênio para vencer as batalhas, mas é preciso ter noção do que cada um dos personagens aliados pode fazer para estar preparado ao que vem na sequência. Além dos ataques inimigos, cada batalha possui uma zona negativa/positiva e três rotas de ação — isso além das diversas habilidades de cada personagem, ou seja, são diversos elementos para se ater ao longo dos combates.

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Conforme você progride na história, sua equipe vai crescendo e você começa a separar as funções de cada um nas batalhas. Dependendo do seu ritmo, as batalhas podem se tornar mais fáceis ou mais complicadas. Nesse sentido, eu notei que, mesmo tendo um bom ritmo de progresso e definição de estratégia, o nível de jogabilidade da IA e do nível das missões se mantiveram bastante equilibrados — para registro, joguei na dificuldade “normal”.

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Além de combates e exploração, ainda há momentos em que o jogador deve resolver puzzles e desvendar segredos daquele mundo, em objetivos que podem ser principais ou secundários, e concedem mais profundidade ao jogo.

Mecânicas RPG

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Equipamentos, habilidades, runas e encantamentos, há dezenas de categorias e possibilidades de customização. Ao explorar os encantamentos, por exemplo, descobre-se que é possível atribuir qualidades aos itens utilizados pelos personagens. Como é padrão nos RPGs, cada item possui suas características e influenciam nos status dos personagens.

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O diferencial de Ruined King se dá nas habilidades. Ao invés da famosa árvore de habilidades, cada campeão possui algumas habilidades base, bem como a capacidade de evoluí-las através de aprimoramentos, além de liberar novas habilidades conforme alcança determinados níveis. É um sistema de progressão mais linear, mas que ajuda a não tornar o jogo complexo demais.

História envolvente

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Ruined King coloca o jogador na pele de vários personagens e, desde o início da história, vai incluindo-os aos poucos, introduzindo cada herói de maneira cadenciada.

Um ponto negativo é que a história por traz da trama do jogo já foi abordada em League of Legends — algo que foi comprometido pela pandemia e seus atrasos. Mas, isso não necessariamente atrapalha a experiência proposta no game, só talvez não tenha nenhum “frescor” para quem já está habituado com o universo e os acontecimentos de Lol.

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Os protagonistas de Ruined King

Os protagonistas do game são: Miss Fortune, Illaoi, Braum, Pyke, Ahri e Yasuo. Os seis heróis possuem suas próprias histórias e virtudes — muitas delas já abordadas na lore do universo de League of Legends. A história é contada aos poucos e se mantém misteriosa desde os primeiros minutos de cutscene.

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Um diferencial de Ruined King é a sua imersão. Explorar o cenário é prazeroso assim como em outros RPGs, mas a história contada, os diálogos recorrentes entre os personagens do mesmo grupo e as interações com o ambiente são fundamentais para trazer essa experiência de imersão ao jogador. Mesmo uma pessoa que não conhece muito da lore de League of Legends é capaz de aproveitar os detalhes dessa obra, já antes destacada por sua direção de arte.

Acredito que o fato de o jogo possuir uma dublagem impecável em português, mesmo que com a sua tradução completa de textos, é algo que influencia ainda mais a imersão em Águas de Sentina.

Cada campeão possui uma voz característica (e já conhecida por quem joga Lol), o que contribui para a compreensão da personalidade de cada um. Suas histórias e suas ligações vão aos poucos sendo descortinadas e, mesmo sem saber completamente de seus backgrounds, é possível entender a situação colocada e criar um vínculo com cada um dos protagonistas.

Missões confusas

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As missões são organizadas em três categorias: missões da história, missões secundárias e contratos. Como é comum em RPGs, você pode seguir a história canônica, ou seja, as missões obrigatórias para concluir o game, bem como se submeter à missões secundárias e contratos para fortalecer seu time.

Confesso que tive bastante dificuldade em me guiar nas missões que não são da história. Achei confuso pois não há exatamente um guia de cada objetivo das missões, somente uma marcação no mapa, mas nem sempre há uma maneira clara de se chegar lá. Isso foi um empecilho que estragou um pouco a minha experiência, já que gosto muito de fazer as missões secundárias.

Conclusão

Análise Arkade – Ruined King, o RPG de LoL e sua direção de arte impecável

Seja um jogador de League of Legends ou amante da lore do MOBA da Riot Games, aqueles que entendem um pouquinho de cada mundo irão se esbaldar nas referências presentes em Ruined King, sejam elas explícitas ou não.

O game traz itens, habilidades, falas, entre outros elementos direto dos outros games para Ruind King e sua mecânica RPG. Mesmo que completamente diferentes em estilo e gameplay, é possível enxergar o elo que une o universo dos jogos.

Vale lembrar que não há uma necessidade de jogar todos os jogos da Riot Games para entender as histórias e suas referências. Ruined King prova que, mesmo revisitando uma história já conhecida na lore de LoL, é possível se aprofundar em diferentes perspectivas.

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No geral, o saldo é bem positivo: esbanjando estilo, Ruined King é um RPG por turnos bastante competente, que tem tudo para agradar quem já está familiarizado com Lol, mas também deve funcionar para quem não sabe absolutamente nada sobre este universo e seus personagens.

Ruined King foi lançado no dia 16 de Novembro de 2021 e está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One. Esta análise foi feita com base na versão PC (Steam). O game está totalmente localizado para o Brasil.

Uma resposta para “Análise Arkade – Ruined King, o RPG de LoL e sua direção de arte impecável”

  • 30 de novembro de 2021 às 22:20 -

    Helinux

  • A arte em si é dukralho!!!! valeu!!!!

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