Análise Arkade – Encare monstros, armadilhas mortais e heavy metal em Slain – Back From Hell

8 de agosto de 2016

Análise Arkade - Encare monstros, armadilhas mortais e heavy metal em Slain - Back From Hell

Saudade dos velhos games de plataforma dos anos 80-90, com dificuldade alta, inúmeros monstros, chefes gigantes, cenários que te matam em um piscar de olhos e que demandam tanta habilidade quanto paciência? Saudade de clássicos como Ghosts ‘n Goblins, Ninja Gaiden, Megaman e muitos outros?

Adicione esses fatores a uma trilha-sonora com muito heavy metal e uma certa dose de gore e você terá Slain – Back From Hell, game de plataforma da Wolf Brew Games, financiado via Kickstarter.

Testamos a versão mais recente do game, relançado após inúmeras reclamações de bugs, glitches e features que não funcionavam direito, e trazemos nossas impressões sobre o jogo!

Mas antes, dá uma olhada nesse trailer:

Iniciando

Na primeira cena temos Bathoryn, o protagonista, em uma tumba escura e sombria, em seu descanso eterno. Eis que um espírito invade o sepulcro de Bathoryn e o acorda, convocando-o para mais uma batalha, pois sua terra corre perigo novamente. Logo de início vemos que o jogo não está para brincadeira e já nos mostra um pouco da trilha sonora mais pesada que vai te acompanhar durante o jogo.

Aqui temos um belo exemplo:

O difícil caminho da vitória

Análise Arkade - Encare monstros, armadilhas mortais e heavy metal em Slain - Back From Hell

Slain é um game difícil. Não vou negar. Jogar ele me fez voltar aos tempos de Ghosts ‘n Goblins e da frustração de morrer para simples minions durante a fase, sequer chegando aos chefes. Slain é um game bem difícil.

Temos diversos monstros diferentes, de bruxas até demônios, passando por espíritos, lobisomens, insetos gigantes, esqueletos, gárgulas e muito mais, todos com ataques bem criativos e que conseguem te emboscar facilmente. Os inimigos são bem fortes e demandam bastante esforço e estratégia (apesar de ser um jogo de ação rápida) para serem derrotados sofrendo o mínimo de dano possível.

Muitas vezes você ficará alguns bons minutos a mais (em algumas partes fiquei uma meia hora tentando passar de uns 10 inimigos) morrendo contra minions simples que te encurralam e mini bosses que possuem muitos ataques fortes do que lutando contra os chefes de fase, o que torna o jogo muito desafiador.
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Para ajudar Bathoryn a derrotá-los, o game conta com armas diferentes que são desbloqueadas, cada uma tendo vantagem com diferentes tipos de inimigos (ex: A espada de fogo é mais eficaz contra bruxas), num esquema a lá Megaman. Além disso, Bathoryn conta com ataques de espada, de magia e um bloqueio que, quando aplicado na hora certa, garante um contra-ataque muito poderoso.

Complementando suas habilidades, também é possível lançar magias que consomem mana (ajudando muito contra inimigos mais distantes) e ataques carregados (de magia e espada). Uma boa prática para sobreviver no game é a de utilizar o ataque de espada carregado para derrotar os inimigos, pois quando o ataque é fatal acaba concedendo pontos de mana para o jogador.
Análise Arkade - Encare monstros, armadilhas mortais e heavy metal em Slain - Back From Hell

As armadilhas estão espalhadas por todos os lados. E boa parte delas você nem vai reparar que existem até cair para a morte. Bolas de ferro com espinhos, estátuas assassinas, espinhos mortais, plataformas que caem, botões que acionam prensas gigantes, pilares esmagadores e muito mais objetos do cenário vão te matar. Para dificultar, muitas dessas armadilhas ficam no meio do cenário onde as batalhas ocorrem, dificultando ainda mais a vida de Bathoryn. Entretanto, uma vez que se descubra a forma de escapar, torna-se uma questão muito mais técnica, só sabendo o timing exato e distâncias para evitar cair nas armadilhas.

Já os chefes de Slain são surpreendentemente fáceis (pode parecer até piada), sendo quase um alívio para o jogador após passar horas e horas morrendo para inimigos menores e cenários mortais. Apesar de ser um game que não conta com game overs e contagem de vidas (como a maioria dos títulos modernos), os checkpoints são bem posicionados e preenchem sua barra de mana e de energia, salvando muitas vezes sua vida (até porque tudo no game te mata) e garantindo que o seu progresso seja salvo.

Audiovisual

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A arte do game é incrível. Usando pixel art, o estilo do jogo lembra bastante os games mais antigos, contando com um character design muito competente e criativo, criando um mundo cheio de criaturas sinistras e com sede de sangue, ambientes cheio de perigos e com um estilo gótico e bem sangrento.

Os ambientes por onde você percorre também são muito interessantes e imersivos, cada um com um tema diferente: Temos desde esgotos, com criaturas estranhas e um ambiente bem tóxico, a florestas malditas com corvos, bruxas e seres bem soturnos, passando por castelos úmidos e escuros, cidades amaldiçoadas invadidas por criaturas malévolas, entre outros.

As animações são muito boas, tanto dos personagens quanto do background, que conta com efeitos de clima que é extremamente detalhado (até as gotas de chuva caindo no chão você consegue visualizar).

Veja na imagem abaixo:
Análise Arkade - Encare monstros, armadilhas mortais e heavy metal em Slain - Back From Hell

Já as músicas do game são muito boas e embalam muito o gameplay, trazendo um tom mais épico e heroico ao jogo, principalmente nas etapas onde chefes são enfrentados. Inclusive, quando você derrota um dos chefões, o botão de ataque faz Bathoryn exibir uma animação de comemoração bem ao estilo metaleiro headbanger, e isso é muito divertido. Os demais sons dos efeitos de clima (chuva, vento), colisões e principalmente de esmagamento de personagem em armadilhas são bem competentes, talvez até realistas demais (barulho de coisa sendo esmagada é complicado).

Controles

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Já citei anteriormente sobre os golpes que Bathoryn utiliza para massacrar seus inimigos, mas vamos partir para uma análise mais técnica: Os comandos do game são muito bem-feitos. A possibilidade de conectar um controle (eu preferi jogar utilizando um) facilita muito na experiência, criando uma imersão maior e dá maior impressão de se tratar de um game mais antigo.

De qualquer forma, o teclado consegue executar todas as funções sem problemas. Nas setas direcionais, andamos para esquerda e direita, abaixamos e pulamos. Com o W atacamos (segurando para dar o ataque carregado), Q lança projéteis mágicos (pode ser carregado também), E bloqueia os golpes/defende e R dá um dash para trás, evitando vários ataques fatais.

A única coisa que poderia ser melhorada é a velocidade do golpe de espada, que poderia ser um pouco mais rápido, mas pelo tamanho da espada, é explicável, além de ser bem fácil aprender a lidar com esse leve delay que tem nos golpes.

Chegando ao final

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A história do game é sempre mostrada de uma forma superficial, nunca aprofundando muito a relação de Bathoryn com o vilão principal, assim como com o ser que o guia entre as diferentes áreas do jogo, e eu achei surpreendente a história ser expandida de uma forma absurda nas cenas finais, contando com uma plot twist bem interessante. A história pareceu bem ambiciosa, mas acho que poderia ser mais bem-desenvolvida.

Na verdade, o desafio é muito mais interessante que a história em si, e o deixará concentrado em derrotar as hordas de criaturas assassinas muito mais do que na narrativa da saga de Bathoryn.

Conclusão

Análise Arkade - Encare monstros, armadilhas mortais e heavy metal em Slain - Back From Hell

Slain é um game de ação e plataforma, com dificuldade alta e gráficos pixelados muito bem-feitos. Apesar de focar pouco na história, traz muita satisfação e diverte com as pequenas vitórias ao passar por áreas muito difíceis e prosseguir até o final do game. Para quem consegue lidar bem com a frustração de morrer várias e várias vezes (por exemplo, fãs de Dark Souls) e gosta de um belo desafio, curte bastante heavy metal e estilo visual mais gótico, Slain – Back From Hell é um ótimo game para sua coleção.

Financiado com sucesso no Kickstarter, passou por diversas mudanças e encontra-se numa release bem estável e pronta para ser jogada e apreciada. Com diversos limites de financiamento batidos, Slain – Back From Hell possui versões para PC, PS4, PSVita, XONE, MAC e Linux

2 Respostas para “Análise Arkade – Encare monstros, armadilhas mortais e heavy metal em Slain – Back From Hell”

  • 9 de agosto de 2016 às 02:17 -

    Roney Colella de Souza

  • O estilo de Slain me fez lembrar de Castlevania. Tanto a trilha sonora quanto a estética dos locais e personagens eu achei de muito bom gosto. A equipe de produção fez um bom trabalho, estão de parabéns.

  • 11 de agosto de 2016 às 09:20 -

    mikemwxs

  • Só esperando um descontinho maroto na Steam para comprar o jogo… :-)

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