Análise Arkade: State of Mind traz androides, drones e conflitos emocionais

16 de agosto de 2018

Análise Arkade: State of Mind traz androides, drones e conflitos emocionais

Conheça State of Mind, um jogo de aventura de ficção científica futurístico com elementos de ação, com lindos gráficos e uma história muito bem elaborada.

Criado pela Daedelic Entertainment, mesma desenvolvedora de Silence, State of Mind é bem mais do que somente mais um jogo de aventura.

Inspirações

Em State of Mind você encontra uma mistura interessante: a princípio ele parece ser um jogo de aventura com exploração de cenário e trocas de diálogos juntamente com cenas dignas de Hollywood.

Porém, nesse game você vai ter que usar também um pouco de sua coordenação em momentos em que você pode controlar objetos voadores, como drones.

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Nos primeiros minutos não consegui evitar de lembrar de Deus Ex e Bioshock ao jogar State of Mind, talvez pela energia da cidade e de todo o domínio cibernético que, nestes games, já faz parte da rotina das pessoas.

Mais estranho ainda é que, perto do final do jogo parece que você está de fato em um game da franquia Resident Evil, com toda a claustrofobia e aflição que os laboratórios e metrôs proporcionam aos jogadores, uma virada coerente com a narrativa e executada com muita competência.

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Não somente isso, há alguns momentos em que você pode mudar de personagem, assim como na série de jogos de terror da Capcom, onde você faz a troca para resolver um problema ou quebra-cabeça.

Você é feliz?

Você é feliz? Essa simples pergunta — que muitos esquecem de fazer ou que leva certas pessoas a cometerem loucuras — é o principal tema de State of Mind. Parece filosofia barata ou tema de autoajuda, mas o bom desenvolvimento do roteiro foge dos clichês, entregando uma narrativa densa e interessante.

No jogo você vive em um futuro (nem tão) distópico onde robôs e tecnologia estão em toda parte. Porém, esse mesmo mundo incrivelmente avançado está cheio de doenças, escassez de recursos e guerras.

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A história gira em torno do ano de 2048 (uma década depois de outro jogo com temática similar; Detroit Become Human) e conta com alguns flashbacks de anos passados para situar o jogador. O personagem principal é o jornalista Richard Nolan que tem uma visão bem radical contra o domínio tecnológico.

Richard está em um momento muito ruim de sua vida, tudo está dando errado, no pessoal e profissional. Para encontrar a esposa e o filho que sumiram misteriosamente, ele vai se envolver em uma trama misteriosa que abrange não só sua família, mas toda a humanidade.

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Muitas questões morais são levantadas em State of Mind, você logo vai descobrir que o ser humano é capaz de tudo para ser feliz e ter uma vida (supostamente) perfeita.

Jogabilidade diversificada

Em State of Mind é possível controlar mais de 5 personagens, todos estão muito bem interligados com a narrativa.

Pode-se dizer que o nível de dificuldade é médio no jogo: se você for muito desatento, pode ficar preso em algumas partes, mas são poucas as situações que permitem isso.

Em alguns momentos a sensação que dá é de que você está em um game de espionagem, daqueles onde você deve controlar um drone para hackear portas e para escapar de câmeras de vigilância.

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São poucos jogos de aventura que cheguei a jogar que permitem tantas variações na gameplay, mas para muitos que estão acostumados com games AAA de ação, isso não deve causar desconforto ou estranhamento.

A tecnologia está tão avançada no mundo de State of Mind, que é possível até mesmo acessar digitalmente lembranças, e no jogo você deve escolher a peça certa para completar a cena do mosaico digital — algo que lembra um pouco o remix de memórias que vimos em Remember Me.

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Em alguns momentos você pode hackear sistemas e precisa cumprir um pequeno e simples minigame para manter um objeto alinhado por alguns segundos, o mesmo tipo de interação acontece também em outros momentos, mas não no mesmo contexto.

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As novidades não param por aí: o jogo também tem seus momentos de investigação, nos quais você pode averiguar vários documentos e tentar descobrir uma informação importante (semelhante às investigações do Batman da Telltale). Só é permitida uma combinação certa, mas os próprios comentários do personagem fazem essa tarefa ser bem lógica e simples de completar.

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Outro detalhe que não posso deixar de comentar são os diálogos e decisões que podem ser tomadas: a história de State of Mind é um tanto quanto linear, você não vai poder fazer missões extras ou mudar completamente o rumo de tudo.

Porém, o jogo lhe permite alguns finais diferentes com pequenas alterações caso você faça algumas escolhas, mas isso só acontece na reta final da campanha do jogo. Como ele salva automaticamente, é bem fácil voltar e ver o que acontece ao escolher outra opção.

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É bom destacar a atenção dada pelos criadores de State of Mind para a resposta de suas escolhas: podem aparecer várias alternativas de diálogos para você, e independente da ordem que você escolher, a resposta é adaptada. Assim você não sente que está conversando com uma máquina, tornando a experiência muito mais fluida e orgânica.

Explicando: existe um certo padrão em jogos de aventura onde você deve seguir uma ordem — normalmente toda a conversa faz mais sentido se você começar escolhendo as frases de cima para baixo — e as respostas não se conectam (ou se repetem) caso alteremos a ordem. Em State of Mind todas as conversas vão soar reais, pois são consideradas as frases escolhidas anteriormente na conversa.

Efeitos cinematográficos

O jogo é em câmera de terceira pessoa e permite a você ter um controle maravilhoso dos arredores do cenário, tanto pelos lados quanto por cima e por baixo. Pessoalmente me fez lembrar da visão dos jogos da Remedy Entertainment, tipo Alan Wake e Quantum Break.

Se você gosta de apreciar uma boa paisagem e tirar fotos de sua jogada, vai adorar o livre controle da câmera, com ele é possível tirar fotos incríveis com o sol, por exemplo.

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State of Mind está recheado de cutscenes, algumas maiores e outra menores, todas com o posicionamento de câmera dignos de filmes de cinema. A linguagem audiovisual como um todo é bastante cinematográfica, o que deixa o jogo bem estiloso.

A música também faz o seu papel no jogo, de fato, você até mesmo pode criar música ao tocar um simples piano que reproduz algumas notas conforme o botão que você aperta.

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O grande destaque sonoro vai para a dublagem: conforme você vai jogando, a voz dos personagens fica bem familiar aos seus ouvidos, a atuação dos dubladores não é artificial e é um fator crucial para você realmente se importar com eles. E, sempre bom ressaltar, jogo tem menus e legendas em português brasileiro, com vozes do inglês.

Desconforto emocional

Não posso ignorar o fato de que o jogo provoca alguns momentos de desconforto: existe algumas sequências de cenas mais pesadas que são bem impactantes. Ajuda o fato dos gráficos não serem realistas, mas mesmo assim, fique ciente que você vai testemunhar alguns eventos bem pesados.

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O mesmo acontece com algumas escolhas de diálogos: você começa a se perguntar se o que está escolhendo é certo ou errado e isso pode levar a alguns questionamentos morais bem profundos. State of Mind é o tipo de jogo que reverbera pela mente do jogador, mesmo algum tempo depois de finalizado.

Conclusão

Todos os elementos comentados nessa análise fazem de State of Mind um jogo que vale a pena ser apreciado e lembrado. Ele traz Uma história muito bem escrita e fácil de acompanhar, que te prende do início até o fim como um filme ou série.

Trazendo uma experiência densa e variada, State of Mind é facilmente recomendável para quem gosta de uma boa história futurista, que mistura elementos de investigação à uma narrativa questionadora, capaz de nos fazer refletir.

State of Mind foi lançado em 15 de agosto de 2018 para PC, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch. Esta análise foi feita com base na versão PC do game, já disponível na Steam.

Uma resposta para “Análise Arkade: State of Mind traz androides, drones e conflitos emocionais”

  • 16 de agosto de 2018 às 19:06 -

    Ronnie

  • Niiice!

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