Análise Arkade: Super Bomberman R é uma explosão de nostalgia

Um dos personagens mais icônicos do mundo dos games retornou para uma nova aventura explosiva: Bomberman trouxe toda a família para o rolê em Super Bomberman R, confira nossa análise!

(Ex)clusivo

Super Bomberman R não é realmente novo: o game integrou a lista de títulos “day one” do Nintendo Switch, chegando às prateleiras no dia de lançamento do console… timing um tanto ingrato, visto que todas as atenções estavam voltadas para The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

BOOM

Agora, a Konami abandona a exclusividade, e traz o game também para o Playstation 4 e o Xbox One, com direito a participações muito especiais em cada plataforma. Curtimos o game no Xbox One X, e aqui estão nossas impressões sobre ele!

Salvando o(s) mundo(s) em família

A campanha principal de Super Bomberman R coloca o protagonista ao lado de seus 7 irmãos (?!) para enfrentar um grupo de Bombers malvados cridos pelo grande vilão Buggler, que estão tomando o controle de alguns planetas.

A família Bomber

Esta sinopse corresponde ao Modo História do game, onde enfrentamos cerca de 8 fases comuns antes do confronto com um chefe — confronto este, que geralmente é dividido em 2 etapas, e culmina em um confronto com algum monstro robótico gigante.

Tipo esse

Até aí tudo bem. O problema é que as “fases comuns” são extremamente repetitivas. Há 3 ou 4 objetivos que se repetem até não poder mais. É o bom e velho labirinto de Bomberman, com missões tipo “elimine x inimigos” ou “colete x chaves” ou “resgate x amigos”. São objetivos genéricos que precisam ser cumpridos diversas vezes entre um chefão e outro.

É preciso resgatar todos ao mesmo tempo

Um detalhe interessante é que o Modo História pode ser jogado em coop. Porém, as vidas — 7 no total — são compartilhadas por ambos os jogadores. Além disso, caso perca todas as suas vidas, você precisa “pagar” para tentar novamente.

Ok, são moedinhas virtuais do game, mas mesmo assim, é um formato bizarro que a gente meio que atura em jogos free-to-play de celular, mas parece deslocado em um jogo pago de console. Aliás, você só consegue juntar essas moedinhas em outros modos de jogo, não no Modo História em si.

Battle, Grand Prix & Participações Especiais

Não vou tentar dourar a pílula aqui: achei o Modo História de Super Bomberman R bem chato e repetitivo. Felizmente, os modos de jogo focados em jogatina multiplayer (tanto online quanto offline) são bem mais divertidos, trazendo aquela diversão bem “plug and play” que é característica da série.

Os ícones de power ups ainda são os mesmos! :D

O Battle Mode não tem segredo: até 8 jogadores podem se reunir em um labirinto— confesso que eu nem sabia que o Xbox One X aceitava 8 controles conectados simultaneamente –, e o objetivo é simplesmente ver quem sai vivo. Power ups clássicos estão de volta, aumentando o alcance da sua explosão, lhe permitindo empurrar bombas, e mais.

Confira abaixo um breve combate entre 4 jogadores no modo multiplayer local:

Já o Modo Grand Prix é um modo de jogo online em times 3 x 3 que ressuscita personagens emblemáticos da Konami para duelos explosivos. Este modo de jogo meio que tem sua própria história, colocando versões Bomberman de vilões emblemáticos da Konami — capitaneados pelo Dracula de Castlevania — para enfrentar Bombermans tunados com poderes e habilidades de Simon Belmont e outros heróis da empresa.

Olha quanta franquia representada em uma só imagem! <3

Infelizmente estava bem difícil arrumar partidas par entrar, de modo que minha experiência com o Grand Prix limitou-se a ver a cutscene inicial. Isso foi logo na semana de lançamento, então espero que uma comunidade seja formada com o tempo, pois este é o modo de jogo que me deixou mais curioso.

E já que falamos em participações especiais ali em cima, vale ressaltar que elas concedem um charme extra ao jogo: quem jogar no Xbox One pode jogar com o Master Chief, enquanto o PS4 recebe Ratchet e os PCs são agraciados com o sempre simpático P-Body.

Naked Snake, Solid Snake e Raiden chegaram essa semana ao game

E não para por aí: Solid Snake e Naked Snake de Metal Gear Solid acabam de chegar ao game — com direito a dublagem de David Hayter –, para fazer companhia a Pyramid Head (de Silent Hll), Jehuty (de Zone of the Enders), Reiko (do clássico wrestler Rumble Roses) e outros personagens que marcaram a história da Konami e do mundo dos games em geral.

Audiovisual

Super Bomberman R conta sua(s) história(s) em cutscenes nem tão animadas super coloridas e com a maior cara de desenho animado. Todos os personagens são dublados (em inglês) de forma caricata e simpática, e temos ainda um narrador bastante empolgado e participativo, que chega acompanhado de uma trilha sonora igualmente animada.

Esteticamente, o que temos aqui é uma evolução natural do visual clássico do universo Bomberman: o character design é facilmente reconhecível, e as arenas também trazem muitos elementos nostálgicos. A perspectiva atrapalha um pouco a visualização de rampas e degraus, mas no geral não é nada que chegue a incomodar.

Conclusão

Super Bomberman R é meio que o mesmo Bomberman de sempre, e isso não é nem de longe uma crítica. Com mais de 30 anos de “experiência”, ele ainda oferece uma experiência de jogo divertida e imprevisível, que mostra seu real potencial no bom e velho “multiplayer de sofá” com os amigos.

Todas as plataformas aceitam multiplayer local para até 8 players

Confesso que achei o Modo História a parte mais fraca do jogo, mais por ser repetitiva do que por ser ruim de fato. Sigo curioso para entender direito como funciona o modo Grand Prix, e já estou com (muita) vontade de arrumar mais controles para ver quão caótico fica o jogo com 8 jogadores se explodindo!

Super Bomberman R respeita o legado da série, e oferece algo imediatamente familiar para quem já experimentou qualquer jogo da série. A simplicidade aqui não é pejorativa, Bomberman nasceu em uma época onde os videogames eram muito mais simples, mas seu jeitão old school ainda é mais do que suficiente para entreter jogadores de ontem e de hoje.

Super Bomberman R está disponível para PC, Playstation 4, Xbox One e Nintendo Switch. O game possui menus e legendas em português brasileiro.

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.
Contato: rodrigo@arkade.com.br