Análise Arkade – Sendo “tubarão” de Wall Street por um dia em The Invisible Hand

9 de maio de 2021
Análise Arkade - Sendo "tubarão" de Wall Street por um dia em The Invisible Hand

Quer ficar rico investindo apenas R$ 21? Então “arrasta pra cima”! Bom, fique tranquilo pois não vou falar aqui de nenhum destes cursos ou métodos obscuros e esquisitos que vivem aparecendo pelo Instagram. E sim de um game com uma proposta que, embora atual, é bem diferente do normal: o mundo dos investimentos.

Com a crescente de pessoas buscando aprender e investir em Bolsas de Valores em todo o mundo, The Invisible Hand chegou no timing ideal para apresentar o mundo de Wall Street de uma forma bem peculiar. Nos EUA, especialmente, nunca se falou tanto em NYSE e NASDAQ, os locais de investimentos no país.

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Em 2020, com a pandemia de coronavírus assolando o mundo, o governo dos EUA ofereceu auxílio financeiro, de maneira semelhante ao Auxílio Emergencial do Brasil. Entretanto, muitos dos que receberam o auxílio por lá, usaram parte do dinheiro para entrar no mercado acionário.

E, somado a isso, no início de 2021 tivemos o caso da GameStop, em que investidores comuns organizados no Reddit “desafiaram” os tubarões de Wall Street e fizeram as ações da companhia que mantém a rede de loja de games e a revista Game Informer, entre outros, saltar 700% em valor em menos de um mês.

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Ou seja, nunca se falou tanto do mercado acionário e em todos os seus elementos.

The Invisible Hand lhe coloca no comando de um personagem que vai trabalhar na Ferios, uma empresa financeira do mais alto escalão. Você não está ali por mérito, e sim por “padrinhagem”. Afinal, seu parente conhece um cara que conhece outro e que após alguns telefonemas, te oferece a vaga e um salário bem gordo.

O objetivo aqui é “passar as missões” que envolvem a valorização dos ativos investidos pela Ferios, enquanto lida com o “vilão”, que é um grupo de fiscalização, semelhante a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) do Brasil, que busca puxar as rédeas da empresa.

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Para seguir valorizando a Ferios, e mergulhar cada vez mais na política da sua empresa, que valoriza o “dinheiro acima de tudo, não importa como”, você terá que fazer o que tiver ao seu alcance para conseguir seu objetivo. Neste game, até o “cheat” é incorporado ao gameplay, na forma de Geisnet, uma rede da dark web que oferece informações privilegiadas, e proibidas, sobre o mercado financeiro.

Enquanto isso, o game vai te dando opções de escolhas. Mas, não pense que estará jogando um jogo da Quantic Dream, em que as escolhas mudam de forma drástica o andar do enredo. The Invisible Hand faz uma brincadeira sobre a liberdade de escolhas, que te oferece o mesmo “final”. Não importa o que você queira fazer no game, seja seguindo a cartilha da empresa, ou tomar a decisão que quiser para tentar melhores resultados. O fim será praticamente o mesmo.

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Seu gameplay, obviamente, é centralizado em compras e vendas. Você começa com uma quantia em dinheiro para investir em ações, para o crescimento de sua empresa. O funcionamento, aqui, é semelhante ao do mercado acionário. Dá pra brincar de “trader” e fazer compras e vendas no mesmo dia, ou ser um jogador de longo prazo, e receber dividendos, dependendo da empresa investida.

Se você já tem algum contato com o mundo dos investimentos em Bolsas de Valores, não terá grandes problemas em jogar este game. Apenas lembre-se que você não está usando o Home Broker real, e elementos comuns, como o mecanismo de compra e venda automática não está disponível. Mas, de qualquer forma, dá pra “brincar de ações” sem medo de perder dinheiro, ou ter que lidar com Imposto de Renda.

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Como o mundo dos investimentos exige informação dos acionistas, então você terá ferramentas para isso no game. Um feed, semelhante ao Twitter, traz algumas dicas sobre ações, mas que exigirá do jogador atenção para filtrar o conteúdo, pois nem tudo ali é confiável. Além da Geistnet, que, como já foi dito, pertence à dark web e traz informações valiosas sobre o universo do game.

Como “missão secundária”, The Invisible Hand coloca mecanismos de crescimento particular. Você também pode usar seu salário e recebíveis para aumentar seu patrimônio pessoal. E, o “game over” também tem a ver com o agressivo mercado financeiro. Quem mantém o emprego aqui é quem atinge a meta financeira do dia, ajudando sua empresa contra as consultoras rivais.

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The Invisible Hand aposta em um universo diferente para os games. Atualmente, com a gamificação de quase tudo, incluindo o mercado financeiro, investir em ações, falando como mecânica e não como entretenimento, é quase como jogar, afinal de contas. Então a ideia se mostra interessante, por levar um mundo “O Lobo de Wall Street” para o mundo dos games.

Mas, se por um lado os filmes e livros sobre o mundo financeiro são geralmente clássicos, com muita qualidade, The Invisible Hand paga o preço da vanguarda. O game ainda é simples, conta com visual simples e apesar de oferecer um robusto sistema de compra e venda, ainda faltam elementos simples no dia a dia de quem investe. Além disso, seu enredo, que poderia ser um grande destaque, aqui não é dos mais relevantes.

Entretanto, isso não faz de The Invisible Hand um jogo ruim. Pelo contrário. Só a ideia de apostar em algo novo merece reconhecimento. A Power Struggle Games junto com a Fellow Traveller traz uma iniciativa diferente que, quero mesmo, que vá para consoles, para que mais gente possa jogar.

Apenas é preciso considerar algumas limitações, que podem ser facilmente superadas com uma atualização do game, seja com mais recursos, ou com o feedback de quem jogou. Para ganhar, por exemplo, legendas em mais idiomas, como o português, que pode atrapalhar a experiência de alguns jogadores pelas barreiras do idioma.

The Invisible Hand está disponível para PC.

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