Análise Arkade – Atirando para todos os lados como um caracol em Clid the Snail

Nos games nós já fomos de tudo: cavaleiros, exploradores, soldados, astronautas e jogadores de futebol. Mas você já pensou em ser uma lesma? Pois é o que Clid the Snail oferece. O game, exclusivo por enquanto para Playstation 4, te coloca na pele do caracol Clid na luta para derrotar a praga da lesma, que é um perigo para seu mundo.

O game, que é um shooter isométrico, traz um clima bem sombrio, com foco na narrativa, e com uma proposta de combate metódico. É, basicamente, um game de ação isométrica, no melhor estilo Diablo, com um caracol armado até os dentes, pronto para defender o seu território. E claro, com muita bizarrice.

Partindo de um cenário de quase apocalipse, Clid é levado para uma área de ação, precisando enfrentar obstáculos, inimigos ou quebra-cabeças, com um chefe sempre no aguardo. Terminado a missão, hora de voltar para a base, conversar com quem quiser e se preparar para a próxima.

Para auxiliar o caracol em sua jornada, temos várias armas, que cumprem bem o seu papel de trazer variedade, com cada jogador definindo o seu melhor estilo e conjunto para jogar. As missões não são lá as mais fáceis, exigindo atenção do jogador desde o primeiro minuto. Não se trata de um jogo impossível, mas não espere jogar com um “tanque”, como em vários jogos disponíveis.

Por aqui, você terá que, missão por missão, aprender mais sobre as mecânicas do game, descobrir como lidar com o problema proposto e depois resolvê-lo. Até dá uma sensação gostosa de “era isso?”, quando você consegue entender como lidar com uma determinada situação. Lembrando também que existem segredos escondidos que vão exigir muito de quem quiser tudo o que o jogo oferece.

A narrativa, embora não seja um elemento obrigatório em um game deste gênero, manda melhor do que o esperado. Um enredo bem construído, com vários diálogos e possibilidade de saber mais ao explorar os cenários nos mostram um ambiente bem complexo e um personagem complicado, com traumas e que ainda tem muito para viver, enquanto parte em sua jornada.

Como parte dos cenários, o game até “empresta” de Horizon Zero Dawn aquele lance de “os humanos que habitaram aqui”. Isso acontece pois, no mundo do game, a nossa civilização já é um passado distante. Somos chamados por eles de “os gigantes”, com muitos elementos do nosso dia a dia, sendo observados como itens arqueológicos, assim como nós vemos um sarcófago do antigo Egito.

E, em meio a um ambiente sombrio e ameaçador, o trabalho de arte também merece elogios. A trilha sonora consegue imergir o jogador ao clima do game, enquanto a arte, obscura, consegue também mostrar que a situação não é das melhores. Além disso, o design de personagens está bem interessante. Parecem até versões mais sombrias de Tartarugas Ninja, guardadas as devidas proporções, claro.

Clid the Snail chama atenção, de forma positiva, por vários fatores. O seu gameplay é caprichado, e oferece dificuldade para quem gosta de bons desafios. Já para quem espera uma aventura casual, passe bem longe. Ainda assim, mesmo com uma campanha curta, em comparação a outros games atuais, oferece boa diversão para quem quer desafio, e apreciar personagens e cenários bem feitos, enquanto encaram um gameplay refinado e caprichado.

Clid the Snail já está disponível, apenas para Playstation 4, embora tenha versão para PC em promessa para este ano.