Análise Arkade – Green Hell para consoles traz sobrevivência a um nível extremo

9 de junho de 2021
Análise Arkade - Green Hell para consoles traz sobrevivência a um nível extremo

Embora inúmeros games tenham a temática de florestas com sobrevivência, a verdade é que raramente este conceito é utilizado de forma plena. Como sobreviver no meio do nada não é necessariamente uma coisa “divertida”, os games praticamente reduzem a sobrevivência com escassez de recursos ou algumas dificuldades pontuais impostas.

Entretanto, a polonesa Creepy Jar quis mostrar que sim, dá pra fazer um game com foco total na sobrevivência, e deixá-lo atraente e divertido. Green Hell traz esta proposta de uma maneira única. Lançado em 2019 para PCs, e agora chegando ao Xbox One e Playstation 4, o game te coloca na pele de um explorador, que precisa lidar com ameaças de todos os tipos.

Análise Arkade - Green Hell para consoles traz sobrevivência a um nível extremo

Além disso, precisa se virar com o que tem: construir sua própria fogueira, lidar com a sede, e tomar cuidado com seus inimigos. Diria que seria um “Tomb Raider realista”, caso Lara Croft fosse, no mundo real, para uma aventura no meio do nada.

Jake Higgins, um antropologista que publicou um livro sobre os Yabahuacas, precisa voltar à tribo para entender a razão que fez os nativos se tornarem hostis a estrangeiros. Ele retorna com sua esposa, Mia, para entender o que acontece nesta região da Amazônia.

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Mas, como o foco é sobrevivência, o game, que apesar de ter visão em primeira pessoa e parecer um FPS, lembrando até um Far Cry dos velhos tempos, oferece uma fase inteira de tutorial, para que o jogador possa entender, de fato, como se joga o game. Fazer uma simples fogueira exige do jogador um mínimo de exploração e saber como lidar com as mecânicas do game.

O que se mostram um pouco confusas nos controles. Como sabemos, Green Hell foi desenvolvido primeiro para computadores, que contam com o teclado como controlador principal. Para os consoles, houve a necessidade de se adaptar o controle, fazendo, por exemplo, da construção da citada fogueira, uma tarefa complexa.

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Mas, tirando isso, o gameplay é praticamente o mesmo: uma jornada solitária, em meio a ameaças dos seus habitantes e da fauna loca, em que é preciso, para avançar, entender bem o que está acontecendo no ambiente e com você, para sempre seguir sobrevivendo da melhor forma possível. Com poucos recursos, e apoio apenas de seu relógio, sua mochila e sua intuição, o “se vira” nunca foi tão trabalhado em um game, nos últimos tempos.

O game tem três “níveis” de dificuldade: O “história”, que supre a necessidade de quem só tem interesse na história, e não quer ter que passar pelos apertos da vida no mato. “Sobrevivência” seria o “normal”, enquanto “desafio” busca trazer uma experiência mais realista, com as ameaças sendo mesmo muito perigosas.

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E, como um ser humano que está num local destes, é preciso prestar atenção em vários detalhes: seu personagem pode sentir fome, sede e até ter alergias ou doenças. A fome, por exemplo, pode ser carência de gordura, carboidratos, ou proteína. O que exige a busca pelos elementos com as propriedades nutricionais corretas. Além disso, água também tem que ser administrada. Se você, ao dar uma pequena corrida já sente sede, imagine alguém enfiado no meio do nada, após uma corrida para fugir de um perigo?

Além disso, parasitas e bactérias podem ser contraídos, o que exige uma intervenção com itens médicos, para evitar a morte. E os animais, que são fonte de alimento, também são ameaças, o que fará com que você, a todo momento, tente saber bem onde pisa primeiro, para depois decidir avançar.

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Visualmente falando, temos um jogo ok. Não é nenhum primor visual, e, através de um olhar “chato”, dá até pra afirmar que se trata de um visual “datado” de dois anos atrás. Mas cumpre muito bem seu papel de apresentar uma floresta densa, e cheia de recursos. Apenas não gostei do tamanho das legendas, que são muito pequenas e atrapalham no gameplay na tela grande. Um ajuste futuro nisso seria ideal.

Mas, não há o que se reclamar em Green Hell. É uma opção rara para quem quer um game de exploração o mais real possível no meio da floresta. Não me lembro de muitos games que tinham uma profundidade de sobrevivência neste nível. Talvez os primeiros games Far Cry tinham algo neste sentido, mas é, de fato, algo raro de se ver.

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O game cumpre bem seu papel, mesmo que às vezes, sendo burocrático para isso. Mas, se você se interessa pelo game, mas não tem ideia de como se virar no jogo sem tomar Game Over direto, o modo “história” é um bom aliado, para que você jogue uma primeira vez, sabendo onde está se metendo, para depois mudar a dificuldade para curtir o jogo de verdade.

É o famoso game “que não é pra todo mundo”, mas que agradará em cheio quem se interessa por sobrevivência, e quer conhecer uma interessante opção disponível.

Green Hell já estava disponível para PC, e agora também conta com versão para Playstation 4 e Xbox One.

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