Análise Arkade – Hyrule Warriors: Age of Calamity, um musou indispensável

5 de dezembro de 2020
Análise Arkade - Hyrule Warriors: Age of Calamity, um musou indispensável

The Legend of Zelda: Breath of the Wild foi um jogo que não só cativou os fãs, como também apresentou o mundo mágico da série por uma nova perspectiva. Todos que jogaram queriam ver mais daquele mundo, voltar para lá.

Hyrule Warriors: Age of Calamity, se apresenta como um prequel para Breath of the Wild, e ainda que seja de um gênero completamente diferente, mais focado na ação e na pancadaria, é uma bem-vinda revisita à Hyrule que já conhecemos, porém, agora estamos visitando-a 100 anos antes dos acontecimentos do GOTY de 2017.

Um século antes…

A trama do game nos (re)apresenta ao ótimo elenco que já conhecemos: a princesa Zelda do “futuro” (de BoTW) envia um pequeno Guardião para alertar a si mesma (no passado) sobre a ameaça do Calamity Ganon, para que eles tenham tempo de se preparar para o inevitável confronto com a entidade. Cabe a Zelda e seu leal cavaleiro Link, a missão de reunificar os povos e raças de Hyrule contra o perigo iminente.

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Assim, boa parte da nossa missão envolve recrutar aliados que irão nos ajudar na vindoura batalha. Mais do que isso: eles são personagens influentes de seus próprios povos — como Urbosa, a campeã dos Gerudo, e Revali, o arrogante pássaro que chefia a tribo Rito. Eles vão “pilotar” as Divine Beasts, colossais criaturas de pedra que conhecemos (e libertamos) em Breath of the Wild.

Assim, embora este não seja um legítimo jogo da série The Legend of Zelda, sua narrativa é canônica e está diretamente ligada ao presente momento da franquia, o que a torna indispensável para os fãs. Sem contar que, aqui podemos controlar as Divine Beasts — usando seus poderes titânicos para dizimar às centenas os exércitos inimigos — e isso é bem legal.

Zelda Musou

O fato deste não ser um “Zelda” fica claro pelo gênero: se o jogo é produzido pela Koei Tecmo e tem “alguma coisa + Warriors” no título — tipo Dynasty Warriors, Fire Emblem Warriors, ou este Hyrule Warriors –, estamos diante de um Musou, que é tipo um hack ‘n slash exagerado, onde enfrentamos hordas com centenas de inimigos simultâneos espalhados por grandes arenas.

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Tipo assim

O gênero, por si só, não tem o gameplay refinado de um RPG de mundo aberto como Breath of the Wild. O foco aqui é na pancadaria, e os combos, que utilizam basicamente dois botões são fluidos, devastadores e bem fáceis de realizar.

Ou seja, você não vai passar seu tempo no jogo explorando, planando, escalando ou cozinhando… você vai passar seu tempo fazendo algo mais ou menos assim:

Cada personagem possui suas próprias características de combate: Link se vira com escudos, espadas e lanças, enquanto Zelda usa o poder da Sheikah Slate para surrar os inimigos através de conjurações e magias. Todos os personagens podem usar algumas variações dos poderes da Sheikah Slate, conjurando explosivos e pilares de gelo, ou “magnetizando” armas inimigas para usá-las contra eles.

Quem curte o gênero Musou já deve estar acostumado com o tipo de gameplay que temos aqui, e há espaço até para um pouco de estratégia: há fases em que vários membros do grupo participam, e nós podemos alternar entre até 3 deles, ou mesmo dar ordens para que, controlados pela IA, eles vão para outros pontos do mapa e cumpram outros objetivos. O simples fato de termos vários protagonistas dá uma boa refrescada nas coisas ao longo da campanha, e os fãs sem dúvida vão curtir experimentar os poderes estranhos da Impa, uma das favoritas.

Mundo aberto… só que não

Hyrule Warriors: Age of Calamity nos apresenta praticamente o mesmo mapa de Breath of the Wild, mas ele não é um jogo de mundo aberto, e o mapa é apenas cartográfico: ícones de missões, lojas e objetivos vão pipocando por ele, e acessamos cada área separadamente, com direito a animação saindo da Sheikah Tower e tudo.

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Há missões principais, que seguem com a narrativa, e missões secundárias, que também envolvem pancadaria com algum modificador — tipo usar a arma x, ou o personagem y — e podem conceder algum benefício: há sidemissions que servem de treinamento para campeões específicos, podendo lhes conceder aumento de vida e combos maiores. Também existem pontos de interesse no mapa que nem são missões, mas locais que podem virar lojas ou lhe render receitas, caso você entregue os ingredientes corretos.

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Um detalhe interessante é que você pode “pagar” para subir o level de todos os campeões, com exceção do Link, até no máximo o nível que ele (Link) se encontra. Se o seu Link está no level 20, por exemplo, e a Zelda no 14, você pode ir até o quartel-general e gastar algumas centenas de rupees para upar ela rapidamente. É um “atalho” bom para encarar as missões em equipe, e tendo dinheiro no bolso, você pode manter todo o time “upado” sem ter que, necessariamente, ficar grindando levels com cada um.

Um universo coeso

Por ser um prequel de Zelda Breath of the Wild, Hyrule Warriors: Age of Calamity é um jogo todo pensado para “se encaixar” no padrão estético que foi estabelecido para esta nova fase da franquia. Não temos o exuberante mundo aberto para explorar, mas toda a identidade visual foi mantida, o que torna esta nova visita imediatamente familiar.

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O time da Koei Tecmo trabalhou junto da equipe criativa de Breath of the Wild para manter a coesão do universo, e o trabalho é nada menos do que excelente: o novo Hyrule Warriors é tão lindo quanto Breath of the Wild, e suas cutscenes são incrivelmente cinematográficas.

Todo esse deslumbre visual cobra seu preço do hardware: o Nintendo Switch sofre um pouco em alguns momentos, especialmente quando batalhas muito frenéticas acontecem em cenários com neve ou chuva, e há muitos elementos na tela. São algumas quedas de framerate pontuais que não arruínam a experiência, mas podem aborrecer um pouco. Isso fica mais evidente no modo portátil, então, se puder, prefira jogar com o console em seu dock, ligado na TV.

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O áudio do jogo segue o padrão de qualidade da franquia Zelda e também se destaca, trazendo excelentes dublagens e todos aqueles barulhinhos típicos. A trilha sonora também é incrível, revisitando temas de Breath of the Wild e acrescentando novas faixas igualmente inspiradas.

A escorregada, pra variar, fica na localização: o jogo não recebeu nenhum suporte para o nosso idioma, e está 100% em inglês. Os fãs da Nintendo já estão acostumados com isso, mas de qualquer jeito fica o aviso: se quiser entender a história, esteja com o inglês em dia. Será que a chegada oficial do Nintendo eShop ao Brasil vai mudar isso? Gostaria de acreditar que sim, mas não ponho minha mão no fogo.

Conclusão

Hyrule Warriors: Age of Calamity é um jogo indispensável para os fãs da série Zelda, especialmente aqueles que querem “mais” do mundo que nos foi apresentado em Breath of the Wild. Ele não é a sequência legítima daquele jogo — que está em desenvolvimento –, mas complementa muito bem aquela história, integrando-se ao cânone da franquia e agregando novas camadas de lore àquele universo.

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O gênero Musou pode se tornar um bocado repetitivo, e este novo Hyrule Warriors não foge disso. Felizmente, ele arruma espaço para algumas novidades, e as fases em que podemos assumir os controles das Divine Beasts são um bom exemplo. E, admito que ter um “atalho oficial” para upar a equipe não deixa de ser um bom adendo, ainda que cada personagem tenha seu charme, e seja saudável alternar entre todos eles.

O fato é que, independente da pancadaria um tanto formulaica, os acontecimentos deste jogo são importantes, e nos dão uma nova perspectiva para o que acontece no futuro (em Breath of the Wild). Eu quero ver se aproveito as férias de fim de ano para revisitar Breath of the Wild, agora com a bagagem extra que adquiri em Hyrule Warriors: Age of Calamity. É isso, afinal, que um bom prequel deve fazer: valorizar uma história que já era boa. E isso ele faz com maestria.

Hyrule Warriors: Age of Calamity foi lançado em 20 de novembro, exclusivamente para o Nintendo Switch. O jogo está 100% em inglês.

Uma resposta para “Análise Arkade – Hyrule Warriors: Age of Calamity, um musou indispensável”

  • 7 de dezembro de 2020 às 21:38 -

    Helinux

  • A arte em forma de jogo, considero!!!! valeu!!!!

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