Análise Arkade: Pikmin 1 + 2 revisita dois clássicos do GameCube no Switch

21 de julho de 2023
Análise Arkade: Pikmin 1 + 2 revisita dois clássicos do GameCube no Switch

Hoje rola o lançamento oficial de Pikmin 4, novo capítulo de uma das séries de estratégia mais fofinhas do mundo dos games. E também é o dia em que analisamos os primórdios da saga, graças ao pacote Pikmin 1 + 2, clássicos que a Nintendo relançou recentemente no Nintendo Switch!

Relembrando Pikmin

Antes de mais nada, vale o disclaimer que eu semrpe trago nas minhas análises de exclusivos da Nintendo. Antes do Nintendo Switch, eu nunca tive um console da Nintendo. Por conta disso, não joguei boa parte dos exclusivos das plataformas da Big N, embora tenha tido algum contato com boa parte dos consoles ao longo dos anos.

Eu sabia o que era Pikmin, conceitualmente. E sabia também que os bichinhos são uma criação de ninguém menos que Shigeru Miyamoto, aka o pai do Super Mario. Porém, eu nunca havia jogado absolutamente nada da série. Estas remasterizações, então, representam o meu primeiro contato com a franquia.

Para quem, como eu, não conhece nada dos jogos, aí vai um resumo: o protagonista costuma ser Capitão Olimar, um pequenino astronauta que sempre dá um jeito de ir parar em algum planeta inóspito e precisa de “uma mãozinha”. Felizmente, quem vai ao seu auxílio são os Pikmin, criaturinhas com cabeça de planta que podem cumprir diversos objetivos.

A dinâmina do jogo envolve “pastorear” os Pikmin, para que eles possam unir forças para realizar diferentes atividades, como destruir barreiras, carregar coisas e superar obstáculos. Os Pikmin se apresentam em diferentes cores, e cada uma delas tem alguma particularidade. Os Pikmin azuis, por exemplo, são os únicos capazes de se mover pela água, enquanto os bichinhos brancos (introduzidos em Pikmin 2) podem envenenar inimigos e cavar tesouros.

Pikmin 1 e os 30 dias de ansiedade

O primeiro Pikmin deixa o intrépido Capitão Olimar preso em um planeta desconhecido após um acidente. Com sua nave em pedaços e um estoque limitado de oxigênio, o personagem tem 30 dias para recuperar as 30 partes de sua nave, se quiser voltar para casa.

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Com apenas 3 tipos de Pikmin disponíveis (vermelho, amarelo e azul) , o jogo é um tanto simples, mas representa o primeiro passo de um conceito que foi sendo expandido em títulos futuros. A ideia é conseguir o máximo de Pikmin possíveis para ajudar a coletar as partes da nave e superar os obstáculos do game.

O detalhe mais “incômodo” é o limite de tempo: com 30 dias contados de oxigênio disponíveis, o jogo assume um ritmo um tanto frenético. É possível coletar mais de uma peça da nave por dia, mas como os Pikmin voltam para sua “cebola” ao cair da noite, é preciso ser rápido. Aliás, esse ciclo de dia e noite estabelece uma rotina que perdura por toda a série.

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Não sei você, mas eu tenho uma tendência a ficar ansioso com jogos que apresentam limite de tempo. E há a possibilidade de final bom ou ruim aqui, o que me deixa ainda mais pilhado. Curiosamente, Pikmin 1 é o único jogo da franquia que leva isso realmente a sério — em Pikmin 2 não há limite de tempo, enquanto no 3º jogo, podemos aumentar consideravelmente o número de dias coletando frutas.

Pikmin 2: novos personagens e cavernas

Lançado 3 anos após o jogo original, Pikmin 2 é tudo o que se espera de uma sequência: maior, melhor e com mais possibilidades de gameplay. Além dos 3 tipos de Pikmin do jogo original, aqui conhecemos novas criaturinhas: os Pikmin roxos, que são mais gordinhos e fortes, e os brancos, que possuem habilidades venenosas, além de uma espécie que é exclusiva de um novo tipo de ambiente.

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Também somos apresentados a um novo personagem, Louie, um novato um tanto trapalhão. A missão da dupla é explorar o mundo dos Pikmin em busca de tesouros, para pagar uma enorme dívida que eles têm com sua empregadora, a Hocotate Freight.

Além dos novos personagens, Pikmin 2 também introduz as cavernas. Há diversas delas espalhadas pelo jogo, com desafios e inimigos específicos — bem como um tipo de Pikmin que não se acha em outro lugar.

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Sem as “cebolas” presentes na superfície, é impossível criar novos Pikmin dentro das cavernas, o que acrescenta uma dose extra de complexidade e estratégia ao game.

Jogando Pikmin 1 +2

Salvo as supracitadas novidades que rolaram de um jogo para o outro, o feeling de jogar é bastante similar. “A união faz a força” é um conceito que está no cerne da experiência de Pikmin. O core do jogo envolve multiplicar os Pikmin, para que, juntos, eles possam fazer mais coisas e carregar mais peso. Sem esquecer, claro, de escolher o tipo certo de Pikmin para superar obstáculos e inimigos únicos em cada área do jogo.

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É um loop de gameplay relativamente simples, mas engajante — e o capricho da Nintendo torna o ato de jogar muito agradável. Há um bom número de situações e cenários que vão exigir que o jogador pense fora da caixa se quiser superar algum obstáculo sem perder muitas criaturinhas — seja para predadores, ou para armadilhas e perigos do cenário.

Jogar Pikmin tem uma vibe semelhante à de alguns dos maiores clássicos dos jogos de estratégia. Embora haja um protagonista, estamos sempre controlando uma tropa. Administrar os grupos, delegar tarefas, ficar de olho em potenciais perigos, garantir que todos façam a melhor rota e retornem em segurança, tudo isso faz parte de “um dia normal” dentro deste universo em miniatura.

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Mesmo eu não sendo um grande fã de jogos de estratégia, me diverti com Pikmin. E muito dessa diversão vem desse aspecto fofinho e lúdico do jogo. Salvo a ansiedade do limite de 30 dias do jogo original, Pikmin me parece um jogo de estratégia mais leve, mais tranquilo, para jogar mais de boa.

O Switch acaba sendo uma plataforma perfeita pra isso. Se os jogos originais, no GameCube, exigiam que o jogador sentasse no sofá e jogasse na TV, com Pikmin 1 + 2 no Switch eu tenho os bichinhos, literalmente, na palma da mão, para jogar onde quiser. Essa praticidade casa perfeitamente com o formato cíclico do jogo, pois permite partidas rápidas. É possível curtir cada campanha um dia (do jogo) de cada vez.

Audiovisual aprimorado

A Nintendo não costuma brincar em serviço quando o assunto é a estética de seus jogos, e Pikmin é mais uma prova disso. O mundo dos Pikmin é apresentado com detalhes realistas e cores vibrantes, tudo em uma escala diminuta que dá ao jogo um ar de maquete que é encantador.

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A atenção aos detalhes é notável, com animações muito caprichadas e um cuidado ímpar no design como um todo. Os Pikmin podem não ser tão populares quanto Mario ou Zelda, mas seu mundo sem dúvida é tão encantador e cativante quanto o de qualquer outra franquia da Nintendo.

Contribuindo com a pegada mais leve e tranquila que mencionei ali em cima, a trilha sonora do jogo traz composições relaxantes, que reforçam este aspecto “confortável” do jogo. Como as criaturas fofinhas que são, os Pikmin são cheios de barulhinhos divertidos, o que concede um charme extra ao jogo.

Para este relançamento, a Nintendo tratou de dar um banho de loja em ambos os games, que estão mais bonitos e coloridos. Ícones e fontes foram redesenhados, o que melhora a interface como um todo. No geral, a remasterização de gráficos e sons atualiza dois jogos que já eram charmosos em sua forma original.

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Vale ressaltar que é possível jogar com controles de movimento opcionais, uma herança dos relançamentos anteriores — estes remasters foram feitos com base nos ports lançados para o Nintendo Wii sob a alcunha “New Play Control“. É uma implementação um pouco falha, mas não deixa de ser uma maneira diferenciada de curtir os jogos.

O que faltou — como já é comum em se tratando de Nintendo — é um mínimo de cuidado com localização e acessibilidade. Sem nenhum suporte ao nosso idioma, as aventuras de Olimar seguem exigindo algum conhecimento de inglês para serem aproveitadas. Por que a Nintendo localiza relançamentos aleatórios do Kirby e não faz o mesmo esforço com Pikmin? Jamais saberemos.

Conclusão

Pikmin é uma franquia realmente única dentro do portfólio de exclusivos da Nintendo. A mistura de estratégia com fofura funciona super bem, e cria um mundo em miniatura extremamente cativante e interessante de ser explorado.

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A evolução da franquia fica evidente a cada novo título e, embora haja intervalos relativamente grandes entre os títulos (Pikmin 3 é de 2013), Pikmin 4 sem dúvida será o ápice da saga, em termos de criatividade e possibilidades de exploração com os novos tipos de Pikmin que vem aí.

E o melhor é que, com estes relançamentos — e o Pikmin 3 que já estava disponível no Switch –, agora é possível curtir todos os jogos da série Pikmin em um único console. E, depois desse meu primeiro contato com a fanquia, ouso dizer que vale a pena, pois o jogo realmente consegue nos transportar para seu charmoso mundinho.

Pikmin 1 + 2 está disponível para Nintendo Switch. É possível adquirir ambos os jogos em um bundle promocional, ou comprar cada um deles separadamente.

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