Além do review Arkade: Final Fantasy Pixel Remaster, uma coletânea imperdível

8 de maio de 2023
Além do review Arkade: Final Fantasy Pixel Remaster, uma coletânea imperdível

Recentemente, a Square Enix trouxe para os consoles os primórdios da saga Final Fantasy em deliciosas versões “pixel remasterizadas”, depois de uma temporada de sucesso em PCs e dispositivos mobile. E, neste “além do review” pra lá de especial, vamos falar sobre esse pacote repleto de nostalgia!

Antes de prosseguir, um disclaimer

Começo este artigo fazendo uma confissão. Embora Final Fantasy seja uma das minhas franquias favoritas, tive pouquíssimo contato com ela antes da geração 32-bits.

Minha história de amor com Final Fantasy VII está devidamente documentada aqui no site, em uma matéria especial de 2 partes em que falo de como comprei o jogo (usado) de uma locadora e de quando descobri a incrível Gamers Book que me peritiu zerar o game e compreender sua incrível história.

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Mas, antes disso, eu tive zero contato com Final Fantasy. Muito por conta do fato de eu ter sido uma criança “Seguista“, que não teve contato com muitos títullos que eram exclusivos dos consoles da Nintendo.

Claro que, depois de velho — e graças à magia dos emuladores –, eu tive a chance de visitar os primórdios da saga… mas, limitei-me ao excelente Final Fantasy VI, justamente por ele ser apontado como o melhor por tanta gente (não compartilho dessa opinião, mas sem dúvida é um baita jogo).

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Até agora, eu só conhecia essa batalha na versão Stranger of Paradise

Sendo bem honesto, confesso que tinha um pouco de preguiça de tentar acompanhar um JRPG com história densa, dramática, em jogos tão… datados tecnicamente. Eu queria personagens realistas, cutscenes cinematográficas… não um amontoado de polígonos, batalhas sem animações, nem nada mais empolgante. Preconceito bobo, eu sei, mas é isso.

O fato é que, com essa Final Fantasy Pixel Remaster Collection, a Square Enix atualizou os seis primeiros títulos da franquia de um jeito que renova certos aspectos dos jogos, mas mantém sua essência clássica. O que é basicamente o que eu estava esperando para poder, enfim, jogar os primeiros 5 jogos e tirar essa mancha do meu “currículo gamer”.

Por isso, foi com alegria que recebi o código de análise em minnha caixa de e-mail, há algumas semanas. E, depois de passa várias dezenas de horas conhecendo personagens de nomes estranhos, como Firion, Bartz, Cecil e Setzer, chegou a hora de contar um pouco sobre o quão mágica e importante é essa coletânea.

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Finalmente pude conhecer Golbez, de FF IV

Que fique claro: não vou abordar detalhes sobre cada jogo. Até porque, alguns deles já estão aí há mais de 30 anos, então, há um vasto acervo esmiuçando cada um deles internet afora. Estou aqui para falar, de forma geral, sobre o maravilhoso (e respeitoso) trabalho que a Square Enix realizou para revitalizar alguns dos maiores clássicos do mundo dos videogames.

Pixels mais bonitos do que nunca

Final Fantasy Pixel Remaster não tenta esconder a glória dos pixels que sustentam a gênese da franquia. Ao invés de trocá-los por algo mais estilizado e desenhado à mão, ou cometer a heresia de trocar tudo por modelos 3D, a Square Enix chamou a artista original, Kazuko Shibuya, para refazer seu trabalho, da forma mais fiel possível ao material original.

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A crocância dos pixels

Então, o que temos aqui ainda são jogos pixelados… mas com pixels mais nítidos e “crocantes” do que nunca. Os cenários foram retrabalhados para se adaptarem às TVs e monitores widescreen de hoje em dia — ou seja, nada de bordas pretas para manter a proporção 4:3 de outrora.

Com isso, temos um visual muito mais rico, nítido, com cores mais vivas. E o melhor: ainda parecem jogos de 30 anos atrás, com todo seu charme pixelado mantido. Ou mesmo “melhorado”, afinal, a remasterização permite que eles ocupem as telas atuais sem parecerem “esticados”. Impossível não babar nesse visual “retro-moderno”.

Trilhas sonoras atemporais

As canções da série Final Fantasy são quase tão icônicas quanto os jogos em si. Sabendo que mudanças muito dr´´asticas poderiam enfurecer os fãs mais puristas, a Square Enix mais uma vez foi sagaz: atualizou as canções e até criou arranjos novos… mas quem quiser, pode curtir os jogos com suas trilhas em gloriosas versões chiptune.

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Para melhorar, cada jogo tem sua jukebox <3

A escolha entre os formatos é cruel. Novamente, chamaram o autor original — o compositor Nobuo Uematsu –, para supervisionar as remasterizações, e o trabalho orquestrado e retumbante criado é simplesmente incrível. As faixas ainda são as mesmas, facilmente reconhecíveis… mas estão muito mais épicas e grandiosas.

De forma geral, todos os efeitos sonoros da série foram regravados, para soarem claros e cristalinos, com qualidade muito superior ao que os cartuchos de 8-bit do Nintendinho podiam armazenar.

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E também temos uma galeria de arte bem recehada para cada título

Há alguns rearranjos criados para acompanhar melhor certas cenas e momentos icônicos, mas essa é o tipo de mudança que chega para melhorar algo que já era incrível. Músicas que no geral são tão boas que dá vontade de ouvir na playlist, mesmo fora do jogo.

Qualidade de vida é tudo

Uma das coisas que mais tenho preguiça ao revisitar JRPGs antigos são os famigerados encontros aleatórios. Você está lá, de boas, explorando o mundo e de repente “vush”, cai na vigésima batalha contra os mesmos monstros de nível baixo que não vão lhe render quase nada de XP.

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O tipo de luta chata e repetitiva típica de um jogo com encontros aleatórios

Os emuladores, claro, já resolveram esse problema há tempos, mas é bom ver que essas melhorias de qualidade de vida acabam vindo parar também em relançamentos oficiais. Ao toque de um botão é possível ativar/desativar os encontros aleatórios, tanto no mapa do mundo quanto nas dungeons.

O save automático é outro recurso moderno incorporado aos Pixel Remasters. E o jogo não economiza: entrar ou sair de qualquer ambiente cria um save — e, para garantir, podemos manter um save manual pelo menu. Isso facilita demais a vida do jogador adulto, que não dispõe de tempo infinito para jogar.

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Correr nas dungeons e desativar as batalhas aleatórias = <3

Outras melhorias de qualidade de vida incluem a possibilidade de correr dentro de cidades e dungeons (parece bobagem, mas faz bastante diferença); ampliar o mapa mundi e mover-se na diagonal (antes era no estilo “tanque” de quatro posições).

Toda a interface dos jogos foi atualizada e padronizada, para manter uma coesão visual. Além disso, uma nova fonte tipográfica para os menus e legendas foi incluída, com base em feedbacks da comunidade que jogou em PCs e smartphones.

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A “tela de cheats”

E já que falamos em legendas, vale ressaltar aqui o quee talvez seja a maior surpresa de Final Fantasy Pixel Remaster:

Um trabalho de localização sublime

A Square Enix é estranha. Ela não se deu ao trabalho de legendar em nosso idioma lançamentos de grande porte como Kingdom Hearts III ou Crisis Core Final Fantasy VII Reunion… mas, os clássicos do pacote Final Fantasy Pixel Remaster receberam uma atenção ímpar no que diz respeito à localização.

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O primeiro Final Fantasy em português <3

O trabalho de tradução foi claramente feito com muito carinho. Houve muito cuidado na adaptação de certos termos e trocadilhos, ou mesmo em representar, por texto, elementos como diferentes sotaques ou trejeitos.

Pegue a screenshot abaixo como exemplo:

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O português informal concede personalidade ao pirata

Repare como o sujeito fala errado, mais ou menos como o Chico Bento, da Turma da Mônica. Pois bem, ele é um pirata, sujeito que provavelmente não estudou muito na vida… e como resultado, fala de um jeito peculiar.

Este é apenas um exemplo simples, mas temos centenas de outras expressões e maneirismos que foram muito bem localizados. Isso torna os personagens mais autênticos, lhes concede uma camada extra de personalidade.

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Um momento emblemático da saga, muito bem localizado

Mesmo como alguém que “aprendeu inglês” por conta de jogos como Final Fantasy na adolescência, reforço: curtir os jogos entendendo TUDO em nosso idioma nativo melhora muito a experiência. Que a Square Enix continue mandando bem neste quesito em seus lançamentos futuros!

Conclusão

E é ressaltando o excelente trabalho de localização que encerro esta “mais que análise” de Final Fantasy Pixel Remaster. E saio muito satisfeito com a(s) jornada(s) que vivi, e com a certeza de que pude experimentar cada jogo em sua melhor forma.

Além do review Arkade: Final Fantasy Pixel Remaster, uma coletânea imperdível

Venha pela nostalgia. Ou faça como eu, e venha para conhecer os primórdios de uma saga história. Venha pela crocância dos gráficos pixelados, pelas melhorias de qualidade de vida. Ou venha simplesmente para curtir esss jogos em PORTUGUÊS BRASILEIRO. Venha por ser fã, ou por ainda não ser. Mas venha.

O que temos aqui é um pedaço precioso da história dos videogames, recriado de um jeito que tempera os clássicos com recursos atuais de forma harmoniosa e respeitosa. Feliz pela chance de enfim conhecer — da melhor forma possível –, títulos tão importantes de uma série pela qual sou apaixonado. <3

Final Fantasy Pixel Remaster está disponível para PC, Android, iOS, Playstation 4 (versão analisada, rodando no PS5) e Nintendo Switch. Os jogos podem ser comprados individualmente, ou adquiridos em um bundle com os 6 títulos.

Uma resposta para “Além do review Arkade: Final Fantasy Pixel Remaster, uma coletânea imperdível”

  • 8 de maio de 2023 às 23:32 -

    Helinux

  • A série Final Fantasy é uma verdadeira obra de arte!!!!Um bom enredo, jogabilidade, músicas marcantes e os primórdios de forma emblemáticas por terem gráficos pixelados de forma extraordinária e magnífica!!!! Valeu!!!!

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