Análise Arkade: Voice of Cards, um JRPG em um mundo feito de cartas

6 de novembro de 2021
Análise Arkade: Voice of Cards, um JRPG em um mundo feito de cartas

Voice of Cards: The Isle Dragon Roars é um JRPG no qual os jogadores assumem o controle de um grupo de personagens e navegam por um mundo de fantasia realizando missões variadas.

Esta descrição poderia ser aplicada a centenas de outros jogos, mas aqui, há um porém: em Voice of Cards, tudo — as interações entre os personagens, o mapa do mundo e o sistema de batalhas — é representado por meio de cartas.

Desenvolvido pela Alim e publicado pela Square Enix para PlayStation 4/5, Nintendo Switch e PC, Voice of Cards usa a estética de um RPG de mesa para colocar o jogador no meio de uma grande aventura que envolve o reaparecimento de um dragão lendário.

Análise Arkade: Voice of Cards, um JRPG em um mundo feito de cartas

A equipe criativa do jogo inclui vários veteranos das séries Drakengard e Nier, incluindo o diretor criativo Yoko Taro, o produtor executivo Yosuke Saito, o compositor Keiichi Okabe e o artista Kimihiko Fujisaka. O jogo inicialmente seria um social game para celulares, mas durante o desenvolvimento, acabou virando um título mais denso, para consoles.

História

O jogo começa com a apresentação do Game Master: tal qual em um RPG de mesa, ele é uma espécie de personagem que estará presente por todo o jogo. Ele também é o narrador que dá voz as cartas e ações durante o gameplay.

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A Ordem do Marfim.

Após a apresentação do Game Master, vamos conhecer os 3 guerreiros que fazem parte da Ordem do Marfim (The Ivory Order), e estão em uma missão dada pela rainha: um dragão foi acordado de seu sono ancestral e está ameaçando a vida de todos no reino. A rainha reuniu vários heróis, mercenários e caçadores de recompensas para enfrentar a fera, oferecendo em troca uma bela recompensa.

Após a audiência com a rainha somos apresentados ao personagem que iremos controlar: um mercenário cuja única motivação é a recompensa que ganhará e o reconhecimento que virá com isso.

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O herói da história

Um mundo de cartas

O mundo de Voice of Cards é inteiramente criado por cartas numa espécie de tabuleiro. Controlamos um “peão”, uma peça típica de jogos de tabuleiro, enquanto exploramos o mundo do jogo. À medida que andamos, as cartas vão sendo desviradas, nos apresentando ao mundo propriamente. É um conceito bem interessante e diferente do que vemos em outros games.

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A medida que avançamos, as cartas vão sendo desviradas para construir o mundo

Dentro de cidades temos uma exploração mais contida, mas praticamente tudo o que temos em RPGs mais tradicionais também se faz presente aqui: temos o armeiro, a estalagem, o apotecário , as lojas de itens, e por aí vai.

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Esta apresentação diferenciada sem dúvida é um dos pontos fortes de Voice of Cards. Ele não é um RPG de cartas no estilo deck builder, mas incorpora as cartas em cada detalhe de seu mundo. É criativo, inovador e muito interessante.

Combates e aspectos audiovisuais

O jogo usa um sistema de batalha baseado em turnos, acionado por meio de encontros aleatórios e lutas contra chefes. A cada turno, cristais são gerados, e eles serão utilizados para desencadear habilidades especiais, algumas das quais também dependem do rolar de dados para mensurar sua efetividade.

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Quanto maior o número que tiramos no dado, maior a eficácia da habilidade

Vale ressaltar que, embora seja “um RPG de cartas”, Voice of Cards não é um card game como Yugioh ou Magic, ou outro deck builder qualquer. A estética do jogo é que se utiliza das cartas, e o jogo como um todo carrega esse vibe de jogo de tabuleiro.

A jogabilidade é simples e intuitiva, mas isso não é um demérito, pois torna a experiência acessível e prazerosa. Por utilizar esta estética muito particular de cartas, todo o visual do jogo é diferenciado, e a forma como as cartas interagem com o jogador conforme ele se aproxima cria momentos de muita imersão.

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Os efeitos de iluminação são um show a parte.

Sempre que entramos em batalha uma mesa diferente é colocada “sobre” o mapa de exploração, onde se passa a parte de exploração do jogo. É sobre esta mesa que os combates se desenrolam: o jogador tem cartas de ataque à sua disposição, bem como magias e habilidades especiais.

Mesmo que não seja particularmente complexo, o sistema de combate demanda atenção e estratégia do jogador. Devemos sempre antecipar o que faremos, pois algumas magias precisam de cristais para serem utilizadas, e pode levar alguns turnos até que seja viável utilizá-las.

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Joguei o game no Nintendo Switch e acho que a experiência nesta plataforma talvez seja a mais imersiva, uma vez que, em modo portátil, ele faz excelente uso da tela touch do console. Jogar com toques na tela funciona tão bem que nem é preciso utilizar os joy-cons. Considerando que ele foi inicialmente pensado como um jogo mobile, isso até faz sentido, mas é um recurso que no PS4, por exemplo, não deve ser muito bem aproveitado (talvez use o touchpad, mas ele não costuma ser bem utilizado).

A trilha sonora, composta por Keiichi Okabe que também produziu a trilha dos jogos Nier e Nier Automata e também Drakengard 3, e ela segue o mesmo estilo, misturando temas épicos com outros mais experimentais — a trilha sonora deve agradar principalmente os fãs de Nier e Nier Automata.

O artista responsável pela arte do game é o Kimihiko Fujisaka, responsável por vários outros jogos como Terra Battle, Drakengard, The Last History e Fire Emblem: Awakening. Seu traço delicado e caprichoso combina perfeitamente com a estética do game.

Conclusão

Voice of cards é um game que traz uma nova linguagem visual para os RPGs por turnos, e faz isso com muita propriedade. As cartas compondo cada aspecto da aventura, aliadas à presença do Game Master, que nos faz companhia e narra os eventos, cria uma experiência muito única, que soa como uma nova forma de fundir o jogo eletrônico com o de tabuleiro.

Talvez o maior pecado do jogo seja sua curta duração. Quando se fala em JRPGs, geralmente esperamos por grandes jornadas, que podem oferecer mais de 80 horas de jogatina. Considerando que este é um jogo lançado pela Square Enix — que tem franquias como Final Fantasy e Dragon Quest em seu portfólio — seria natural esperarmos algo nessa linha.

Apesar disso, Voice of Cards: The Isle Dragon Roars é um belo jogo, que subverte as expectativas do jogador e nos leva para um passeio por um mundo diferente, mas cheio de estilo.

Voice of Cards: The Isle Dragon Roars foi lançado em 28 de outubro para Playstation 4 e 5, Nintendo Switch (versão analisada) e PC. Infelizmente o jogo não foi localizado para o nosso idioma — menus e legendas estão em inglês.

Uma resposta para “Análise Arkade: Voice of Cards, um JRPG em um mundo feito de cartas”

  • 6 de novembro de 2021 às 21:16 -

    Helinux

  • Adoro!!!! beautiful!!!! valeu!!!!

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