Análise Arkade: Xenoblade Chronicles 3, uma aventura épica e obrigatória

6 de agosto de 2022
Análise Arkade: Xenoblade Chronicles 3, uma aventura épica e obrigatória

Xenoblade Chronicles 3 é o mais novo JRPG desenvolvido pela Monolith Soft e publicado pela Nintendo com exclusividade para o Nintendo Switch. O jogo pega toda a bagagem dos seus antecessores e eleva a um novo patamar, não só para a série Xenoblade Chronicles, mas para os jogos de RPG da atualidade como um todo.

O jogo conta com a participação dos diretores e produtores Koh Kojima — que participou da produção das série Xenosaga e Xenoblade Chronicles 1, 2 e o Chronicles X de Nintendo WiiU — e Genki Yokota, que foi responsável pela saga Xenoblade Chronicles, Fire Emblem Awakening, The Last Story entre outros.

Não podemos esquecer de Katsuya Eguchi que, além de supervisionar a produção do game, foi produtor de diversos sucessos da Nintendo como Animal Crossing, Splatoon e os portes de Zelda para o 3DS.

A história é assinada por Tetsuya Takahashi. Além de ter cuidado do roteiro dos outros Xenoblades, ele também escreveu  a história aclamado Chrono Trigger e também de Final Fantasy V e Final Fantasy VI.

A História

Situado após os eventos dos jogos anteriores, Xenoblade Chronicles 3 e passa em Aionios, onde a nação mecanicamente proficiente de Keves e a nação orientada pelo éter de Agnus estão em constante guerra.

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O jogo começa em uma grande batalha

As guerras são travadas por soldados projetados com expectativa de vida artificialmente limitada de dez anos, sendo que todos estes anos são gastos em combate: eles vivem para lutar e precisam lutar para sobreviver. Os que sobrevivem a essa década conturbada têm a honra de participar de um ritual chamado “Homecoming”, realizado pela própria rainha de cada nação. No ritual, a essência do soldado recebe uma espécie de benção eterna, podendo retornar em tempos futuros e repetir todo o processo dos dez anos — esses retornos são conhecidos como “termos”.

Os que não conseguem chegar até o final dos dez anos têm a sua essência resgatada pelos “off-seers“; soldados que tocam flautas especiais em rituais para aproveitar a força vital dos soldados que caem em batalha. As essências servem como combustível para o relógio do fogo (Flame Clock), que precisa estar sempre abastecido para que suprimentos enviados pelo castelo.

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Aqueles que conseguem tal feito sempre terão suprimentos e equipamentos melhores e garantirão que as colônias subam de ranking e sejam reconhecidas entre as demais. Quem falhar, porém, estará relegado à própria sorte, sem o suporte do castelo.

Neste contexto, o jogo apresenta seis personagens principais, incluindo dois protagonistas: o primeiro deles é Noah, um “off-seer” da nação de Keves, que é acompanhado por seus amigos de infância Lanz e Eunie. Além deles, temos também Mio, uma “off-seer” da nação de Agnus que é acompanhada por seus companheiros militares Taion e Sena.

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Após uma batalha vitoriosa contra uma colônia de Agnus, os soldados de Keves, Noah, Lanz e Eunie, recebem uma missão especial para interceptar uma misteriosa aeronave. No entanto, quando eles chegam à área, encontram forças de Agnus, o que desencadeia uma batalha.

Durante o confronto, a misteriosa aeronave é abatida. Noah e sua equipe chegam ao local do acidente ao mesmo tempo em que o esquadrão de Agnus composto por Mio, Sena e Taion. Enquanto eles lutam, o único sobrevivente da aeronave, Guernica Vandham, intervém, alegando que conhece seu “verdadeiro inimigo”. Logo em seguida, ele é baleado por uma estranha figura conhecida como D, que é membro da organização Moebius.

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D então ataca as equipes de Noah e Mio e rapidamente ganha vantagem até Vandham para ativar a Pedra Ouroboros que ele estava contrabandeando, imbuindo as equipes de Noah e Mio com seu poder. Noah e Mio então se interligam inadvertidamente em um Ouroboros, que D explica ser o inimigo natural de Moebius. D é forçado a recuar, e Vandham mortalmente ferido instrui o grupo a seguir para a “Cidade” em Swordmarch, onde eles podem encontrar respostas. Também é revelado que Mio está perto do final de seu décimo mandato e tem apenas três meses de vida.

Tudo isso é apenas o pontapé inicial de uma grande história que envolve magia, diplomacia, honra e muitos conflitos. Não vamos entregar spoilers aqui, mas quem é fã de Xenoblade Chronicles sem dúvida sabe que suas narrativas são sempre densas e interessantes, e este novo capítulo não decepciona neste quesito.

O Mundo

Diferente do primeiro que se passa no corpo de dois titãs e o segundo — em que são vários titãs em Xenoblade 3 o jogo se passa em um continente, chamado Aonios, um território vasto e que possui diversos biomas diferentes.

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Cada pedaço do mapa é uma região com biomas novos.

A primeira vista, o mundo do jogo parece ser pequeno mas não se engane: cada sessão do mapa é composta por um mapa gigantesco, totalmente explorável e sem telas de carregamento o tempo todo — os loadings só aparecem quando mudamos de bioma.

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Alguns paisagens são realmente incríveis

Existem locais que só podem ser acessados por certos pontos do mapa, vindo de outros biomas ou adquirindo novas habilidades de exploração que permitam sao jogador chegar mais longe. Isso torna o mundo mais rico em detalhes e level design, estimulando o jogador.

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Esse barco foi uma das novidades que o game trouxe para otimizar a exploração

Jogabilidade

Primeiro, vamos às novidades: Xenoblade Chronicles 3 pegou tudo que era bom dos seus antecessores e aprimorou, lapidou para que o core do jogo funcione ainda melhor. Parece que os produtores pegaram todos os pontos positivos e juntaram nesse jogo, tornando-o mais acessivel e ao mesmo tempo mais gostoso de jogar — tudo isso sem perder a essência a franquia.

A primeira novidade é um bem-vindo GPS: quem jogou os dois primeiros jogos da saga sabe o quanto é chato ficar perdido no mapa procurando o caminho certo. Agora podemos ligar um GPS, que marca com um traçado onde está o objetivo.

Outra novidade deste terceiro capítulo são as classes: cada personagem possui uma classe e cada uma tem um efeito diferente. Temos classes de suporte, outras que são defensivas e classes de ataque. É possível adquirir classes novas com o sétimo integrante do grupo (os heróis). Eles possuem uma classe que pode ser herdada por um dos 6 integrantes do grupo, mas futuramente todos podem ter acesso a ela, conforme jogamos com elas. Cada classe possui um nível, que é melhorado derrotando inimigos. Então é sempre bom testar as novas classes a fim de upá-las e entender como seus poderes e habilidades funcionam.

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É sempre bom variar as classes pois podemos usar habilidades que nos favorecem nos momentos certos

O sistema de batalha mescla muito do que vimos no Xenoblade 1 e 2. Conforme causamos dano nos inimigos, um medidor de skill é preenchido. Cada classe possui um cooldown (tempo de espera) para utilizar suas skills novamente, uma característica que mescla o que já foi visto nos 2 primeiros jogos.

Aqui podemos ver um pouco da batalha do jogo.

Também temos a opção de usar skills de outras classes, criando inclusive fusões interessantes de poderes. Essas habilidades são utilizáveis conforme avançamos na história e evoluímos os personagens e classes.

Outra novidade interessante é o fato de os personagens discutirem rumores ouvidos nas colônias e se reunirem para decidir o que fazer a respeito. Se você decidir investigá-los mais a fundo, vai descobrir várias sidequests que podem tomar rumos inesperados. Também podem surgir interrogações no mapa, que criam eventos que complementam a história do jogo e podem inclusive nos apresentar a novos heróis. Ou seja, aqui não tem aquela de “senhor perdi meus gatinhos, me ajude a encontrá-los” ou “preciso de ajuda para recuperar minha frigideira”, nem mini-games que apenas “incham” o jogo, sem acrescentar nada. Em Xenoblade Chronicles 3, as missões secundárias são interessantes e podem render boas surpresas.

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existem várias missões que são bastante importantes para a progressão do jogo que só são desbloqueadas dessa forma

E, finalmente, temos o Interlink que é o poder dos Ouroboros. O Interlink é a fusão de dois personagens em uma nova forma chamada Ouroboros. Essa forma é liberada em certo momento do jogo e, dali em diante, você pode usar e abusar da transformação — lembrando que há um limite de tempo para usá-la: se você ficar transformado tempo demais, precisará esperar um tempo até poder se transformar novamente.

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Cada Ouroboros tem sua árvore de habilidades

E já que estamos falando em poderes, outro ponto interessante são as mecânicas de Chain, que são combinações de especiais que podemos usar contra inimigos fortes. Aperfeiçoar este recurso é muito bom, pois nos permite criar combos tão fortes que são capazes de eliminar os inimigos mais apelões sem muito esforço — e ainda ganhamos bônus de experiência pelo feito!

Um dos especiais que conseguimos dar com Chain Attack

Outra mecânica interessante que está de volta em Xenoblade Chronicles 3 é a de afinidade entre os personagens que conhecemos ao longo do jogo, recurso oriundo do primeiro Xenoblade que nos permite ver como os personagens se comportam entre si. As interações entre eles podem gerar missões únicas, que podem fzer com que os membros da party mudem de ideia entre si. Por exemplo, dois personagens que não se dão bem por terem opiniões diferentes podem mudar de ponto de vista caso você cumpra uma missão que lhes faça superar tais diferenças. isso pode gerar outras missões, que repercutem na sinergia do grupo de novas maneiras. Não deixa de ser uma dinâmica interessante.

O jogo faz um ótimo trabalho em tornar suas diversas mecânicas acessíveis gradativamente, dando o tempo de o jogador assimilar cada uma delas até que a próxima mecânica seja desbloqueada, e apresentando tutoriais simples e menos intrusivos para ninguém ficar boiando. Se mesmo assim você ficar com alguma dúvida sobre as mecânicas do jogo, pode acessar um menu onde pode revisitar tudo o que aprendeu quando quiser (contando inclusive com tutoriais jogáveis). Isso faz deste o Xenoblade mais acessível da série.

Audiovisual

Uma coisa que a Monolith Soft sabe fazer é aproveitar ao máximo o hardware do Nintendo Switch para criar obras primas visuais. Se o segundo jogo teve seu brilho inicial ofuscado por alguns problemas técnicos — como framerate caindo e imagens borradas –, é fato que, com o tempo, eles foram aprendendo a trabalhar com o hardware do console híbrido e aproveitar ao máximo seu potencial sem comprometer a performance. Uma prova é o próprio Xenoblade Chronicles Definitive Edition, que foi otimizado e roda muito melhor, sendo, como o nome já diz, a versão definitiva do primeiro jogo.

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O terceiro jogo da franquia vai além. Em Xenoblade Chronicles 3, a Monolith usou uma programação que simula o DLSS da NVIDIA, ou mesmo o FSR da AMD — e que, até agora, só havia sido utilizado no divertido Nintendo Switch Sports.

O Jogo utiliza o chamado “Upsampling” — uma tecnologia de redimensionamento que coleta informações de determinados quadros para calcular a imagem final sem precisar renderizar os gráficos na resolução máxima, mas mantendo a qualidade.

Resumindo, Xenoblade 3 roda na mesma resolução mínima que o Xenoblade 2 mas o resultado é consideravelmente melhor e muito mais nítido e mais definido. Some isso ao soberbo trabalho de direção de arte e character design, e o que temos aqui sem dúvida é um dos exclusivos mais bonitos do Nintendo Switch.

A trilha sonora foi produzida por Yasunori Mitsuda que já compôs a trilha sonora dos Xenoblades anteriores além dos jogos Chrono Cross, Chrono Trigger, Soul Sacrifice entre outros. Ele compôs boa parte da trilha sonora utilizando flautas — instrumentos que são utilizados pelos protagonistas — criando músicas bastante climáticas e que se integram com perfeição ao universo do jogo.

Um detalhe interessante é que a OST do novo jogo inclui até uma releitura de uma música de Xenoblade Chronicles Definitive edition.

Essa é uma das músicas que ele regravou do Definitive Edition usando flautas

Conclusão

Xenoblade Chronicles 3 é um jogo grandioso, ambicioso e obrigatório para quem tem um Nintendo Switch e é fã JRPGs. Considerando que ele se passa após Xenoblade Chronicles Definitive Edition e Xenoblade Chronicles 2, mas andou recebendo muito mais atenção da mídia (e ganhou muito mais visibilidade) fica a pergunta: preciso jogar os 2 primeiros?

Vou ser sincero: quem não jogou os dois primeiros sem dúvida vai gostar muito do jogo, mas vai perder as ligações com os títulos anteriores, o que pode comprometer o aproveitameto da experiência. Já quem vem acompanhando a saga desde o início tem aqui um prato cheio, que traz tanto mecânicas novas quanto otimiza o que já fuincionava, criando um jogo ainda melhor, que deixa claro que a série está no caminho certo.

E o melhor: além de ser enorme, o jogo conta com bastante conteúdo pós-game e oferece um New Game Plus para encorajar os jogadores que quiserem revisitar sua belíssima história mantendo seus upgrades e poderes.

Por tudo isso, Xenoblade Chronicles 3 sem dúvida entra para a lista dos melhores jogos já produzidos para Nintendo Switch. Recomendadíssimo e indispensável!

Xenoblade Chronicles 3 foi lançado no dia 29 de julho, exclusivamente para Nintendo Switch. O jogo possui dublagens em inglês e japonês e legendas em alemão, chinês simplificado, chinês tradicional, coreano, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês. Pois é, infelizmente, o nosso bom e velho português brasileiro foi esquecido pela Nintendo

Uma resposta para “Análise Arkade: Xenoblade Chronicles 3, uma aventura épica e obrigatória”

  • 9 de agosto de 2022 às 07:10 -

    SOY LOCO POR TI

  • Está lindão.

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