Análise Arkade – Yakuza Like a Dragon, uma nova era para a aventura da SEGA

25 de março de 2021
Análise Arkade - Yakuza Like a Dragon, uma nova era para a aventura da SEGA

Yakuza, após 15 anos de histórias, remakes e muito sucesso, saindo do Japão e conquistando outros mercados, mudou. Sai de cena Kazuma Kiryu e seus companheiros, e entra Ichiban Kasuga, um típico personagem atrapalhado, mas de bom coração, que se envolve nos novos casos de uma nova história.

Como estamos lidando com um novo capítulo e um novo momento na série, Yakuza Like a Dragon é um game “igual, mas diferente”. Você vai ver aqui, conosco, as mudanças de gameplay, e os elementos comuns em games do gênero, como o tom de humor, o extenso conteúdo e, finalmente, para nós brasileiros, as legendas em português.

Mas agora é um RPG?

Análise Arkade - Yakuza Like a Dragon, uma nova era para a aventura da SEGA

Bom, a primeira mudança drástica que o jogador tradicional de Yakuza vai perceber é no seu gameplay. Por um lado, as cidades são praticamente as mesmas, o formato de exploração também e as muitas lojas e locais de missões idem. Mas, desta vez, nada de pancadaria no estilão beat ‘em up. Agora as brigas são resolvidas em formato de RPG, por turnos, em um formato que lembra games como Parasite Eve, Persona, os games Final Fantasy, ou Dragon Quest, game muitas vezes referenciado diretamente pelo protagonista Kasuga.

Inclusive, tal gameplay é justificado pelo próprio personagem principal. Ele, um jogador de Dragon Quest no passado, vê a vida como um game de RPG, e passa ao jogador a sua visão de mundo, o que inclui até a sua visão de lutas, que chegam ao ponto de atingir a imaginação do personagem, fazendo de um taco de baseball abandonado, uma arma “mágica” e que pode contar com bons upgrades.

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Tal mudança faz sim a diferença para quem gostava do formato de pancadaria dos outros games, mas não é uma total novidade no universo de Yakuza. No quinto game, Haruka Sawamura enfrentava “adversários” em batalha de dança, e em Yakuza Kiwami 2, temos a Majima Construction e suas confusões sendo resolvidas no melhor “jeitão MOBA” de ser.

Mas é um RPG tão bem caprichado, que até fãs do gênero, que nunca jogaram um Yakuza na vida, poderão experimentar numa boa. Os sistemas são simples e de fácil assimilação, mas mesmo em tom de paródia, é bem completo. Tem, por exemplo, “magias”, baseadas nas personalidades dos personagens. Além disso, os personagens assumem “empregos”, que funcionam como classes, que também garante acesso a itens específicos: uma cantora, por exemplo, recupera a energia dos aliados com uma música revigorante.

Tem até a possibilidade de se invocar “summons”, com o serviço de “ajudantes”. Por um custo do serviço, o jogador pode, no meio da luta, chamar por um ataque poderoso de uma lista de pessoas disponíveis para o serviço. Há uma boa variedade de elementos, tanto para a personalização do personagem, quanto para o combate em si. Claro, com o teor Yakuza de humor, com algumas armas e itens de proteção podendo ser encontrados em sex-shop, por exemplo.

Enfim, é um RPG fácil de assimilar, que tem tudo para agradar até os fãs do Yakuza, mas também não fica devendo em nada para outros jogos do gênero. Simples, completo e bem feito.

Um ex-Yakuza, um ex-policial, um morador de rua e uma ex-garçonete andam pela rua…

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Apesar de Yakuza Like a Dragon seguir o mesmo estilo que mistura questões sérias com bom humor, o foco aqui é um pouco diferente. O centro da história está em Ichiban Kasuga, personagem o qual começamos a jogatina, e conhecemos mais de sua personalidade. Eventualmente, outros personagens aparecem e vão somando ao grupo. Yu Nanba, Koichi Adachi e Saeko Mukoda trazem ainda mais profundidade à trama.

Mas, desta vez, não temos uma visão mais profunda das questões envolvendo a Yakuza. Temos personagens que observam por fora, e acabam entrando no olho do furacão por várias questões. O que chama a atenção, desta vez, é que os protagonistas do game são pessoas comuns. Não há o “grande chefe Yakuza“, nem “uma lenda do Japão”. E sim, pessoas como eu e você, simples. Cada um com sua ocupação, suas questões de vida e suas motivações.

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Isso muda, de boa maneira, o andar do enredo. Não somos mais o centro dos eventos, e sim observadores, adentrando mais na história e vendo as muitas questões envolvendo personagens, organizações e as cidades do game. Seu enredo começa despretensioso, mas depois de aprofunda de uma forma que mantém a qualidade dos outros games da série. Valendo muito a pena, para quem gosta da série e de seu enredo.

E, de “brinde”, ainda há diversas referências. Ao passado de Yakuza. Sobre Dragon Quest. Sobre Pokémon. E de muitas coisas mais. Cada esquina, uma surpresa positiva.

Uma vez Yakuza, sempre Yakuza

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Mas, mesmo com novidades e alterações, o game segue sendo um bom Yakuza. Missões secundárias, envolvendo desde situações divertidas, até alguns minigames, passando para pontos no mapa esperando por sua intervenção, também estão em abundância. Ao ponto de, algumas delas, seguirem sendo “intrometidas”, aparecendo quando você não queria, naquele momento. Mas algumas delas são úteis, para seguir a evolução do game.

Há também, como sempre, conversa. MUITA CONVERSA. No caso do Xbox Series S, que foi o console de testes, aconteceu comigo do controle se desconectar sozinho, por tempo de inatividade. Não acontece muito, e nem incomoda, visto que pessoas que jogam Yakuza já estão acostumados. Mas sim, isso não mudou: as conversas são muitas e frequentes.

Outra coisa que não mudou, e isso é bom, foi a parte técnica. Visualmente falando, o game segue muito bonito, embora não tenha usado ainda os recursos que os consoles atuais oferecem. As ruas do game seguem muito detalhadas e bonitas, e até mais movimentadas, com carros passando pelas ruas, que podem te atropelar.

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Há a possibilidade de escolher por modo desempenho e resolução. Com o desempenho, o game roda a 60 FPS, mas a resoluções menores. E no modo de alta resolução, o jogo chega a resoluções mais altas porém com o framerate mais baixo, na casa dos 30 FPS. Mas, neste caso, é uma questão de gosto. E seja você mais adepto da resolução ou da definição, terá um belo game para apreciar.

Por fim, uma novidade que os brasileiros aguardavam há anos. O game, apesar de ter chegado em 2020, recebeu, recentemente, legendas em português brasileiro. E com direito a um trabalho muito competente. Há gírias, e palavras específicas para cada personagem. Sendo digno de nota a competência de quem fez a tradução, deixando as legendas não só esclarecedoras, mas imersivas. Elas ajudam, de fato, a colocar o jogador de forma mais profunda no game. Tudo isso com uma trilha sonora ok, que cumpre bem seu papel.

É diferente, mas é Yakuza!

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Yakuza Like a Dragon é, como falei no início: igual, mas diferente! Talvez exista uma certa resistência para quem gostava muito das pancadarias, mas, no geral, o game acaba por oferecer o mesmo que o fã geral de Yakuza quer: uma boa história, personagens marcantes, um Japão muito bonito e convidativo à exploração, e atividades para se manter ativo por horas. Com direito a fliperamas de Virtua Fighter 2 e 5, além de Out Run, para passar um tempo.

Este game, que simboliza uma nova era para a franquia, é sim uma opção interessante, e que merece atenção até de quem pode ter ficado com o olho torto, ao ver alguns vídeos a respeito. Pode ter certeza que Like a Dragon é um legítimo game Yakuza, e capaz de te trazer horas e horas de diversão.

Yakuza: Like a Dragon já está disponível para PlayStation 4, Playstation 5Xbox One, Xbox Series X|S e PC. No Xbox o game tem Smart Delivery, ou seja, o game se adaptará ao console que você possui hoje.

Uma resposta para “Análise Arkade – Yakuza Like a Dragon, uma nova era para a aventura da SEGA”

  • 26 de março de 2021 às 20:45 -

    Helinux

  • valeu galera do Arkade!!!!

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