Campus Party 2019 – A diversidade nos games nacionais foi assunto no evento

16 de fevereiro de 2019

Campus Party 2019 - A diversidade nos games nacionais foi assunto no evento

Os games nacionais, a medida que vão ganhando novos desenvolvedores e projetos, vão ganhando novas maneiras de se expressar. O Sesc SP aproveitou a Campus Party 2019 para conversar sobre o assunto. Assim, a instituição trouxe três jogos feitos no país, com temáticas variadas, e levantando diversas bandeiras.

Os games apresentados são: Huni Kuin, game que nós já falamos por aqui em outra oportunidade, que conta lendas indígenas e tem participação direta do povo, de mesmo nome, no desenvolvimento; A Nova Califórnia, game baseado nos contos de Lima Barreto, um dos mais importantes escritores brasileiros; e Florescer, game com temática de gênero, que narra a história de um personagem trans.

Os três jogos estavam disponíveis no evento, assim como seus representantes, que participaram de um bate-papo com o público. Huni Kuin é um clássico game de plataforma que tem seu gameplay envolvido com as lendas das tribos. Com direito a imagens ilustrativas desenhadas pelas crianças da tribo, o game vai contando ao jogador, através dos cenários, as lendas da tribo, assim como apresentar seus costumes. O personagem do jogo, por exemplo, anda com arco e flecha, mas, atacar animais de maneira gratuita provoca um aumento de dificuldade no jogo, como punição.

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A Nova Califórnia traz ao jogador, em forma de game, a história de Tubiacanga. No conto, uma cidade do interior do Rio de Janeiro vive em meio a um misterioso crime de roubo de ossos de defunto. Através deste contexto, você precisa investigar o cenário, feito nos moldes de games de RPG 16-bit, precisando concluir missões específicas pelo game, enquanto, conversando com pessoas, busca solucionar o mistério.

Campus Party 2019 - A diversidade nos games nacionais foi assunto no evento

E Florescer é um point and click feito em conjunto com a Casa de Acolhida a Mulheres Transsexuais e Travestis Florescer. O game conta a história de Bia, adolescente trans que se muda para uma nova cidade, e vai tendo que lidar com as novas pessoas, e também com sua família. O game conta com alguns elementos complementares para a sua história, como um celular, usado pra conversar com sua irmã distante, ou NPCs que fornecem um pouco mais do contexto de história, e de ambiente.

Campus Party 2019 - A diversidade nos games nacionais foi assunto no evento

Conversando com os três representantes dos projetos, Osvaldo Isaka, Mariana Souto, e Tainá Félix foi possível conferir mais sobre as iniciativas. Quando perguntados da escolha dos games para seus projetos, Mariana explicou que os games geram uma imersão mais profunda do que outras mídias, garantindo, assim, uma força maior para criar empatia com os personagens, e gerar um melhor debate sobre questões sociais.

Tainá acredita que os videogames são, além de produtos do entretenimento e da cultura, um espaço de construção de conhecimento. E, assim, se torna uma ferramenta poderosa para a apresentação e exposição de culturas. Desta forma, os games, de acordo com ela, são uma forma muito interessante de se apresentar culturas diferentes, assim como representar minorias.

E Osvaldo disse que os videogames são ferramentas para expandir o conhecimento. Pois jogando, é possível observar mais os elementos do gameplay, aprendendo mais e melhor, desta forma. Ele também explica que esta é uma ótima forma de se ensinar novas culturas, evoluindo o conceito dos contadores de histórias, através dos recursos multimídias de um jogo.

Huni Kuin pode ser baixado gratuitamente, em versões para Windows, Mac e Linux. A Nova Califórnia está disponível na Steam, para Windows, pelo valor de R$14,90. E Florescer está disponível gratuitamente para Android e Windows, mas aceita doações de qualquer valor, de interessados pelo projeto.

Uma resposta para “Campus Party 2019 – A diversidade nos games nacionais foi assunto no evento”

  • 17 de fevereiro de 2019 às 10:55 -

    Onigumo

  • Louvável iniciativa contudo uma vez que se visite o material e nítido o descaso para com a mídia como um todo. Apesar da indiscutível importância do ato e lamentável como a jogabilidade foi completamente posta de lado. Vemos aqui um material empírico e expositivo que pouco ou nada se utilizam da interatividade inerente da mídia para criar a imersividade que clama por uma chance de gerar a empatia buscada em iniciativas do tipo.
    Por fim creio que como arte por si só esses desenvolvedores devem estar orgulhosos de si mesmos, precisamos de mais material como esses, pertinentes, que busquem por em evidencia pontos que precisam ser discutidos na sociedade, por outro lado oque e a arte por si só?

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