Mini Análise Arkade: a diversão simples e viciante do pequeno RPG Candy Box (PC)

Se você faz parte do grupo que acredita que bons jogos não precisam de bons gráficos, prepare-se para perder sua vida social com Candy Box, um RPG de browser gratuito que remete aos adventures em texto de décadas atrás para nos levar por aventuras épicas em um mundo totalmente sem noção!

Quem está acostumando com visual hiperrealista vai levar um choque ao acessar o site do game: de início não temos nada na tela, apenas uma contagem de doces – você ganha 1 doce por segundo – e dois botões de funções bem absurdas: “coma todos os seus doces” ou “jogue 10 doces no chão”.

Tá e o que mais? Inicialmente nada, mas tenha paciência. Conforme sua contagem de doces sobe, eis que surge um vendedor, que troca mercadorias por doces. Depois de adquirir sua primeira espada, você pode se aventurar em quests. Já os pirulitos devem ser poupados de início, pois logo você poderá plantá-los e criar uma fazenda que gera mais pirulitos (?!).

Armas melhores custam mais doces, mas seus doces também são úteis para aumentar seu HP, que é fundamental para sobreviver nas dungeons. Mesmo ganhando mais doces a cada segundo, você deve saber administrar suas “finanças”, pois não adianta você ter a melhor espada sem ter energia para aguentar as pancadas inimigas.

E logo você precisará de doces para comprar poções, pergaminhos que lhe permitem soltar poderosas magias e muito mais. Percebeu como, salvo a história mirabolante, tudo que existe em um RPG “de verdade” está aqui, condensado em uma tela branca onde meros caracteres representam armas, monstros e equipamentos?

E quando digo caracteres, não estou exagerando: o visual de seu personagem é – literalmente – isso: \o/. E a maioria dos inimigos sequer é representado graficamente: goblins são “GOB”, polvos são “OCT”, fantasmas são “GHO”e por aí vai. Somente chefes e inimigos poderosos são mostrados, mas sempre desenhados com caracteres, como o dragão da imagem lá de cima.

Esse visual tosco, porém, nos permite imaginar, e é aí que Candy Box brilha: em sua simplicidade, ele nos permite “enxergar” o jogo como queremos. Por exemplo, na imagem abaixo:

Uma pessoa “normal” só enxerga caracteres aleatórios e letras dispersas. Mas eu vejo meu intrépido guerreiro “\o/” empunhando sua espada de diamante polido para enfrentar hordas de goblins malvados na Montanha dos Goblins! E não me ache maluco por isso, pois se você se deixar levar pelo game, em breve estará vendo tudo isso, e muito mais.

Conforme completa quests, você encontra baús de tesouros, mapas que levam para novos locais – inclusive um pântano onde um sapo te desafia com charadas (algumas bem filosóficas) em troca de doces – e itens que facilitam sua vida em novas quests. E estas aventuras vão ficando cada vez mais desafiadoras, repletas de inimigos, chefes e loot para ser coletado.

O início do jogo é um pouco vago, então aproveite estas dicas para se dar bem:

• Tenha paciência.
• Inicialmente, não coma seus doces. Simplesmente espere. Ao juntar 50 doces é que as coisas começam a acontecer, e só com 200 doces é que surge a primeira espada na lojinha.
• Não desperdice doces jogando-os no chão. Sei que TODO MUNDO acaba jogando alguns só por curiosidade, mas não exagere. Sério, jogar doces no chão não serve para nada.
• Depois que o vendedor tiver pirulitos, clique sobre a figura do pirulito algumas vezes. O vendedor irá se aborrecer, e vai descontar 10 doces do preço de cada pirulito para você parar de atormentá-lo.
• Refaça cada quest pelo menos 2 vezes. Baús e itens secretos podem aparecer quando você revisita um cenário.
• Plante todos os pirulitos que puder na fazenda até que seu rendimento chegue a 100 pirulitos por segundo. Depois disso, plantar é desperdício.
• Não busque tutoriais e/ou detonados. Candy Box não possui nenhum tipo de punição caso você falhe/morra, então simplesmente tente, erre, melhore, tente de novo!
• Ao salvar seu jogo, é grado uma URL específica, só sua. Salve o “nome” dessa URL pois ela será fundamental para você fazer o load revisitar seu jogo. Para isso, basta acessar o link http://candies.aniwey.net/index.php?pass=xxxxx, trocando o “xxxxx” pelo seu código.
• Se empacar em alguma parte, simplesmente deixe o jogo aberto, rendendo mais doces e pirulitos. Depois você compra mais HP ou uma arma melhor para tentar superar o desafio. O que nos leva para nossa última dica:
• Deixe o jogo de lado. A ânsia de acompanhar a contagem dos seus doces, fazer quests, comprar novos itens e visitar novos lugares é grande, mas relaxe. O contador não vai subir mais rápido se você ficar simplesmente olhando para ele.

Tenha em mente que, com exceção do medidor de doces, nada acontece sem você mexer, então simplesmente deixe seu jogo aberto em uma aba do navegador (rendendo doces a cada segundo), esqueça dele e faça o que tiver que fazer (trabalhe, estude, etc). Mais tarde, quando for ver seu jogo, você já terá uma quantidade de doces interessante para comprar itens e/ou lhe conceder energia.

E isto é basicamente tudo o que você precisa saber para começar a se aventurar pelo imaginativo mundo de Candy Box. Não se deixe enganar pela simplicidade do jogo: Candy Box é divertido, aditivo e extremamente viciante; aquele tipo de jogo que pode ajudar suas horas de trabalho a passar mais rápido.

Candy Box é um jogo da maneira mais simples e crua possível: não temos gráficos incríveis, não temos música nem efeitos sonoros, e a interação entre jogo e jogador é mínima – quase tudo feita somente por cliques de mouse.

Apesar disso, ele possui um fator diversão muito alto, e sua maneira de recompensar o jogador torna-o extremamente viciante, e nos faz lembrar que, no final das contas, um jogo é isso: uma interação divertida e recompensadora entre seres humanos e interfaces. E isso pode ser alcançado de maneiras extremamente simples, sem gráficos incríveis e tramas mirabolantes.

Então, se quer se aventurar por este simplório mas rico mundo repleto de monstros, espadas mágicas e quests, clique aqui e comece sua aventura em Candy Box!

Rodrigo Pscheidt

Jornalista, baterista, gamer, podcaster e fotógrafo digital (não necessariamente nesta ordem). Apaixonado por videogames desde os tempos do Atari 2600.
Contato: rodrigo@arkade.com.br