Cine Arkade: Com o Super Bowl ao vivo, os cinemas ampliam suas capacidades de entretenimento

5 de fevereiro de 2017

Cine Arkade: Com o Super Bowl ao vivo, os cinemas ampliam suas capacidades de entretenimento

Os cinemas, no início do século passado, não serviam apenas para exibir filmes. Jornais também eram comuns de serem vistos nas salas, já que televisão era algo impossível naquela época, e a imprensa — além de governos de países, já que o mundo vivia em tensões e guerras — encontraram nas telonas a chance de exibir seus notíciarios.

O tempo passou, as mídias aumentaram, e o cinema acabou evoluindo para dentro de si mesmo, focando exclusivamente na experiência de se assistir a um filme, com melhorias no som, o uso de Realidade Virtual e o 3D. Mesmo assim, um item que já conta com bastante adeptos e mostra cada vez mais força é a transmissão ao vivo de eventos, como o Super Bowl, que ocorre neste domingo, na cidade de Houston, nos Estados Unidos, e terá transmissão direta nos cinemas pela Cinelive, que reunirá em diversas salas de cinema país afora os fãs de futebol americano que poderão assistir e torcer por New England Patriots ou Atlanta Falcons.

Com isso, os fãs do esporte podem se unir a outros torcedores em comum, que não puderam se locomover por uma razão ou outra até o local do jogo, para interagirem juntos, torcerem pelo seu time preferido e fazer novas amizades. E, neste caso, também é a chance dos fãs de Lady Gaga, atração do Show do Intervalo deste ano, conferir seu show de 12 minutos com telão e som de primeira.

Para falar sobre este assunto, conversamos com Laudson Diniz, gerente executivo da Cinelive. Ele nos tirou algumas dúvidas e explicou sobre este novo cenário, que está ganhando cada vez mais força em nossos cinemas.

Nos tempos mais antigos, os cinemas exibiam notícias, servindo como um meio de comunicação, além da exibição de filmes. Como você enxerga esta evolução do cinema com as transmissões ao vivo de eventos?

R: Hoje em dia o cinema é considerado mais que um meio de comunicação, os eventos ao vivo comprovam isso. O espectador passou a enxergar o cinema não só como um programa que se resume a assistir filmes, mas como um local onde se pode curtir com os amigos, torcer e interagir com os narradores que participam direto dos estúdios Cinelive.

Hoje é possível obter conteúdo em qualquer lugar. O Super Bowl LI, por exemplo, poderá ser assistido em TV, computadores, celulares, tablets e também no cinema. Você acredita que este excesso de informação acaba levando o espectador a preferir o cinema por se tratar de um local menos “agitado”, no que diz respeito ao consumo de conteúdo. Por exemplo, em um cinema, não seríamos interrompidos por mensagens no WhatsApp, como aconteceria ao ver o mesmo conteúdo em um smartphone…

R: Nós acreditamos que o que leva o espectador a preferir o cinema aos diversos outros meios é justamente a aproximação com o conteúdo e a possibilidade de viver uma experiência mais similar ao que é o evento diretamente da arena. As pessoas que vão aos cinemas assistir ao Super Bowl vivem uma experiência única e completamente diferente do que habitualmente acontece nos cinemas, eles torcem, vibram, interagem (não só com os narradores, mas também com as demais pessoas da sala), tiram fotos, postam nas redes sociais, eles realmente se sentem parte do evento.  Só quem já foi ao cinema para assistir ao Super Bowl sabe como é a atmosfera dentro da sala. O espectador pode esperar por uma plateia animada, qualidade de som e vídeo, cerveja (apenas nas redes de cinema que permitirem a venda), amigos reunidos, show do intervalo e muita emoção.

Além do que conversamos na última questão, o que mais você acredita como ponto fundamental para que o usuário deixe sua casa e seu conforto local para ir até um cinema acompanhar um grande evento como o Super Bowl?

R: É claro que a qualidade de som, da imagem e também da pipoca contam, mas acreditamos que o principal ponto que leva o espectador aos cinemas para assistir o Super Bowl é a emoção que imersão possibilita.

Esta é uma tendência que vem crescendo com os últimos anos, com as finais do CBLOL também fazendo parte deste cronograma. Como será o consumo de conteúdo ao vivo no futuro? O cinema (e a CINELIVE) terá presença maior neste segmento? Você acredita que, em um futuro próximo, material como season finale de séries ou mesmo conteúdo de canais abertos, como novelas, terão espaço nos cinemas, como um grande evento (que de fato são, se levarmos em conta a base fiel de fãs que estes produtos têm)

R: Os eventos ao vivo vêm conquistando um espaço cada vez maior na programação dos cinemas, nós acreditamos que o público tenda cada vez mais a buscar essa experiência. O consumidor de hoje em dia é muito mais exigente e busca, além de qualidade, serviços que possibilitem emoções e inovações ao que já estão acostumados. Sendo assim, a tendência é que o espectador consuma cada vez mais conteúdos especiais nos cinemas.

E qual seria a evolução natural de transmissões ao vivo no cinema? Exibições de eventos, como a E3 ou a Tokyo Game Show (em se tratando de games), anúncios de clubes de futebol sobre alguma grande contratação, exibição de uma temporada regular completa da NFL… quais os avanços e barreiras que o segmento enfrenta e enfrentará pelos próximos meses?

R: Nós costumamos dizer que os eventos, para terem audiência nos cinemas, precisam ser relevantes e, além disso, precisam despertar fortes emoções nos espectadores. Sendo assim, a ordem natural das coisas é que todas as grandes finais de campeonatos esportivos ou até mesmo a transmissão de grandes shows e festivais sejam levados aos cinemas.

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