Arkade Séries – Já assistimos (Des)encanto, nova série do criador de Os Simpsons

16 de agosto de 2018

Arkade Séries - Já assistimos (Des)encanto, nova série do criador de Os Simpsons

Matt Groening está de volta, com (Des)encanto, que chega na Netflix após décadas de sucesso com Os Simpsons. E também após conquistar um público fiel com Futurama, um novo desafio foi encarado pelo cartunista. Estreia amanhã uma nova série, com novos personagens. Terá o mundo de contos de fada “do jeito Homer” de ser, como plano para suas histórias. Porém, Groening e companhia querem algo novo, e a Internet parece ser um ótimo lugar.

(Des)encanto traz a história da princesa Bean, uma jovem que gosta de uma boa bebida e de confusão. Vivendo na Terra dos Sonhos, um reino medieval decadente, ela parte para diversas aventuras com seus novos amigos. Elfo, um elfo que decidiu sair para explorar o mundo. E Luci, seu “demônio pessoal”, que lhe dá “os melhores conselhos”.

Bem-vindo a Terra dos Sonhos de (Des)encanto

Já assistimos aos primeiros sete episódios da animação, e conhecemos melhor a Terra dos Sonhos. Trata-se de um universo bem parecido com o de Futurama, com a sociedade da época satirizada em meio as aventuras. É normal encontrarmos, por exemplo, o “controle de pragas”, recolhendo os cadáveres pelo caminho pela manhã. Ou presenciarmos guerras “épicas” entre seres de todos os tipos.

Arkade Séries - Já assistimos (Des)encanto, nova série do criador de Os Simpsons

Logo nos primeiros minutos do primeiro episódio, já percebemos que há um “espírito de Homer” em Bean. Ela não é bem um esteriótipo de princesa de contos de fada, e nem quer ser. A princesa quer curtir a vida, e não ter vínculos e responsabilidades reais, embora se dê bem com o Rei, que é bem sem noção em suas ações e decisões.

E, com o passar do episódio, vemos como ela conhece Elfo e Luci, e como os três juntos funcionam bem. Assim como o trio Fly, Bender e Leela, de Futurama, as histórias centralizam na princesa, elfo e demônio, levando a partir deles, as situações cômicas e divertidamente exageradas do reino. Uma pena que, pelo menos nos primeiros episódios, os outros personagens não tenham sido devidamente explorados, funcionando apenas como escadas.

Arkade Séries - Já assistimos (Des)encanto, nova série do criador de Os Simpsons

São várias as situações que poderiam ser melhor exploradas. A atual rainha, fruto de um segundo casamento, funcionando como uma “rainha má”. O próprio Rei, que vai ganhando mais destaque com o passar dos episódios. Situações de contos de fada, que poderiam ser mais satirizadas. Ou outros povos e reinos, como alguns que já são apresentados, e que mostram toda a competência para absurdos da turma de Groening.

Experiências na Idade Média

Entretando, os episódios aparentam ser algo bem experimental. Não se sabe, pelo menos nos episódios que assistimos, se a intenção da série é focar em uma história sequencial, como as que a Netflix costuma apresentar, ou focar em “episódios da semana”, tais como os dos Simpsons. A impressão que tive é a de que a equipe quer usar os algoritmos da Netflix para medir a audiência e, assim, levar ao povo o que ele quer, adaptando para o formato preferido da audiência.

Na minha opinião, os episódios “da semana” se saíram bem melhor. Pois dão mais liberdade para a criação de situações bem absurdas, e de escrever histórias sem necessidades de consequências, salvo algum fato importante bem pontual. Mas, para entender um pouco isso, podemos recapitular o know-how de Groening com suas produções. Os Simpsons são geniais com os episódios semanais. Enquanto isso, Futurama já teve filme, que acabou sendo adaptado para a TV. Além disso, a animação de Homer e sua família também conta com canal no Youtube, devidamente formatado para a linguagem da Internet. Lembra do famoso vídeo com Donald Trump?

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Este conhecimento dá a equipe liberdade para explorar os diversos formatos, em um sistema diferente da televisão. A Netflix permite não só estas experiências de formato, mas como a medição exata do comportamento do público. Por isso, há um ar de “vamos ver o que funciona” nos primeiros episódios, como se todos eles fossem parte de um grande piloto, que será avaliado pelo público através de seu comportamento.

Um mais do mesmo divertido de Matt Groening

(Des)encanto não é brilhante, ainda, mas consegue divertir. Quem conhece Matt Groening e seu trabalho, ficará feliz em ver o seu “mais do mesmo”. Com um Homer/Bender personificado em uma princesa, e um Bart “vestido de” demônio, além de situações bem absurdas e engraçadas, a série apresenta três protagonistas carismáticos, em um reino decadente com potencial para histórias bem engraçadas. E até personagens secundários que, se forem melhor explorados, podem transformar a Terra dos Sonhos em uma Springfield da idade média, o que seria demais!

Os Simpsons já tiverem episódios que satirizaram a idade média. Assim como o Futurama já brincava com usos e costumes de sociedades que povoam a nossa imaginação, no futuro. Assim, estes elementos estão sim presentes por aqui, e dão o ar de “já vi isso antes”. Ou seja, teremos também algumas situações que nos fazem lembrar de desenhos clássicos como o Pica-Pau. Mas, como sabemos, em time que está ganhando, não se mexe.

(Des)encanto, de Matt Groening, estreia amanhã, 17, na Netflix.

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