Drive to Survive e os games ajudam a Fórmula 1 a expandir seu público

Considerada uma categoria “de pessoas mais velhas”, nos últimos anos é possível ver pessoas mais jovens torcendo por pilotos e acompanhando as corridas. O perfil engajado de Lewis Hamilton, e jovens como Max Verstappen, George Russell ou Lando Norris atraem um público que, normalmente, não acompanhariam as corridas.

Dois elementos estão sendo fundamentais na busca pelos mais jovens: os videogames e a Netflix. Com Drive to Survive, que precede a nova temporada da F1, que se inicia hoje no Bahrein, os fãs podem ver momentos da temporada passada, que foi intensa, literalmente, até a última volta do último Grande Prêmio.

O seriado em 2022 traz vários elementos da última temporada, mostrando, como sempre, o dia a dia dos pilotos, chefes de equipes e todos os envolvidos, além de uma visão mais próxima de cada um dos 20 pilotos do grid, e, como não poderia ser diferente, a disputa intensa entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, uma das mais intensas da história da competição.

A disputa, inclusive, aumentou ainda mais as expectativas para a temporada 2022, que se inicia hoje, no Grande Prêmio do Bahrein. Aproveite para conferir cinco curiosidades sobre o circuito no Oriente Médio.

A série teve algumas dificuldades no começo, já que equipes como Mercedes e Ferrari não quiseram participar, nos primeiros anos. Havia uma sensação de desconfiança, em relação às informações que poderiam vazar, e ceticismo quanto a boa apresentação do conteúdo. Em 2022, a comprovação veio, tanto em forma de audiência, como na boa relação da Netflix com as equipes, uma vez que até o momento, nenhuma informação sigilosa das equipes, tão valorizadas por elas, foi vazada.

Baseado nisso, encontrei na Betway alguns infográficos, para que possamos entender, em números, o crescimento da Fórmula 1 nos últimos anos. Começando, com a audiência na TV:

As redes sociais também tiveram papel fundamental. Tanto na divulgação de Drive to Survive, impulsionado pelo trabalho de mídias sociais da Netflix, além do trabalho da própria Fórmula 1:

A Netflix não confirma a audiência, mas o número descrito por Brown colocaria a série entre as mais assistidas entre as originais do serviço de streaming mais popular do mundo. “A audiência da F1 está crescendo no mundo todo por causa da série”, afirmou Ted Sarandos, co-CEO e diretor de conteúdo da Netflix na Code Conference, em Los Angeles, em outubro de 2021. Foi um tiro certeiro:

Não foi apenas na TV que o impacto foi sentido. O GP dos Estados Unidos viu um aumento significativo no público presente no fim de semana de corrida desde que a série começou. Em 2019, o público foi 268 mil pessoas, um aumento de 15%. Vale lembrar que, em 2005, os EUA viveram um episódio tenebroso em Indianápolis, que diminuiu, e muito, o interesse do país pela F1. Mas os recentes esforços resgataram o interesse do público no país. Além do interesse sempre presente dos brasileiros que, mesmo sem um piloto do país no grid, seguem fiéis à Fórmula 1:

Os games também fazem seu papel

Além da Netflix, os videogames e eSports tem feito seu papel. A Fórmula 1 trouxe, através de comunicado, um fato interessante. A organização observou um aumento de fãs jovens em 2,85 milhões, nos principais mercados europeus. A informação foi entregue pela assessoria da F1, com dados de pesquisas da The Insights Family.

Foi observado um aumento de 17% em seu público entre 12 e 18 anos, em relação ao ano anterior. Números maiores do que o futebol, que cresceu 6% no mesmo período. A pesquisa trouxe dados que, segundo a organização, irá moldar a abordagem para envolver a próxima geração de fãs da categoria. O que inclui, obviamente, os investimentos em games e conteúdo digital.

Entre os dados coletados, a Fórmula 1 apresentou as seguintes observações:

• A Geração Z agora tem um nível de interesse maior em esportes eletrônicos do que nos esportes tradicionais.
• Instagram e TikTok são onde os jovens estão consumindo conteúdo agora, ao invés do Twitter e Facebook.
• O conteúdo das redes sociais oficiais da F1 foi muito bem recebido pelo grupo.
• Ter acesso aos bastidores os ajuda a entender mais sobre os participantes de um esporte e suas costas histórias. Os interessados ​​na engenharia e inovação dos carros F1 são particularmente atraídos por documentários também.
• Os espectadores de “Drive To Survive” tendiam a se divertir completamente e valorizavam as percepções adicionais que isso lhes proporcionava.
• Houve um grande interesse em ouvir sobre a história da F1, incluindo a evolução dos carros e ícones do esporte.

Os games F1, produzidos pela Codemasters desde 2009, cresceram em interesse, e hoje, com a participação da EA, que comprou a Codemasters, conta com maior potencial para os próximos anos, impulsionados pelos eSports. A F1 Esports Series, que estreou em 2017, também tem aumentado em audiência ano a ano, já com suas próprias lendas e campeões, atraindo pessoas que, agora também sonham em pilotar um F1, de forma virtual.