Estudante desenvolve console retrô “futurista” que permite jogar Pong em 10 TVs antigas

10 de maio de 2018

Estudante desenvolve console retrô "futurista" que permite jogar Pong em 10 TVs antigas

Como poderiam ter sido os videogames nos anos 80, caso a história fosse diferente? O que sabemos é que a década começou com a Atari quase dominando o mundo, quebrando no meio do processo, e terminou com a Nintendo revolucionando este universo, seguido pela SEGA, que seria sua grande rival no início da década seguinte.

Porém, em uma década cheia de ideias inovadoras e diferentes, se não tivesse acontecido o crash de 1983, talvez a situação dos games, e as iniciativas envolvendo consoles, poderia ter sido bem diferente. Ryan Mason, estudante da Universidade OCAD, em Toronto, no Canadá, pensou bastante nisso, enquanto passou suas férias digitalizando as fitas antigas em VHS de seus pais. Voltando para os estudos, começou a refletir sobre as tecnologias obsoletas, para seu projeto de conclusão de curso.

|| First Prototype of "That Night" || || DF Open show 2018 || || publicgames.ca/games ||

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E, após muita reflexão e pesquisas, Mason apresentou, na mostra anual de estudantes em sua Universidade, uma ideia do que poderia ser um console dos anos 80 que nunca existiu, mas que poderia naturalmente ter sido parte daquela década, cheia de ideias das mais variadas formas. O projeto permitia que as pessoas pudessem jogar três jogos diferentes em 10 TVs de tubos antigas ao mesmo tempo, com a imagem trocando de tela. Algo bem parecido com o que temos hoje, com a união de dois ou mais monitores, mas que fica bem interessante quando executado em TVs tão antigas.

O console, chamado de Cathode MK.1, tem até “história” e sistema de distribuição de jogos: ele não funcionaria com a venda de cartuchos, e sim com uma plataforma de distribuição digital, que consiste em ter uma fita VHS, e gravar os dados de jogos através de um canal de TV especial para este fim. Com os jogos gravados, era apenas levar até o console e jogar. Mason explicou este sistema como “voltar e trazer um pouco deste potencial perdido — dos anos 80 — para o futuro”.

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Os jogos tem até capa personalizada, no nostálgico modelo das fitas VHS.

Os três jogos são todos baseados na tecnologia disponível da época. Um jogo de aventura em 3D com elementos de texto, em que você precisa explorar a casa do fundador da empresa fictícia do console, e que tem cada cômodo representada por uma das TVs empilhadas no local. O segundo é um game co-op em que você precisa mover um cubo por vários quebra-cabeças, sendo que um jogador precisa mover o cubo, enquanto o segundo precisa mover pontes e plataformas para ajudar o amigo.

Já o terceiro, é um velho conhecido de todos: Pong. E, o jogo fica ainda mais especial quando jogado nos dez televisores, com o pontinho atravessando as telas. Como estamos falando de tecnologia antiga, acontecia que apenas a tela a qual o ponto estava representado ficava iluminado, enquanto os outros monitores seguiam escuros ou estáticos, o que obrigava os jogadores a ter que saber exatamente onde estavam suas raquetes, e também a prever a trajetória da bolinha.

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O projeto, segundo Mason, foi uma oportunidade de explorar tecnologias como VHS e multi-screen play que ficaram de lado após o crash dos videogames, que gerou as mudanças que conhecemos e que ditam as regras desde então. No console fictício, há um deck VHS que, quando você coloca a fita com um jogo, a máquina lê as informações do jogo através de infravermelho. Já as TVs vieram de vários locais possíveis, desde a própria Universidade, que emprestou, até algumas que foram doadas ou vendidas a preços bem baixos, com mais 30 dólares que Mason gastou para o restante da instalação, que incluiu um Arduino Uno para acionar e um switch para permitir que as imagens pudessem trocar de tela.

Não é preciso juntar dez TVs antigas para curtir os games. O That Night pode ser baixado aqui e pode ser jogado com qualquer número de telas. E Mason também explica que nem precisa colocar uma TV em cima da outra para jogar com várias telas, ele pensa em experiências do tipo Escape Room com TVs espalhadas por uma sala, em que jogadores precisam seguir sons ou imagens para resolver seus quebra-cabeças.

O retorno com a experiência, de acordo com o criador, é bem interessante: ele percebeu que todos os que jogaram seus games se divertiram muito, e um vídeo de seu projeto recebeu mais de 25 mil likes no Twitter, porém ele não enxerga potencial comercial no projeto. Mesmo assim, vários desenvolvedores o procuram para criar jogos para a sua plataforma. A ideia, em resposta a eles, é a de colocar no ar um tipo de jogo global para deixar o software disponível gratuitamente para qualquer um que queira fabricar o seu próprio Cathode MK.1.

Via (The Verge)

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