Estúdio Tale of Tales, responsável pelo elogiado game Sunset, fecha suas portas após 12 anos

O estúdio belga Tale of Tales anunciou que irá parar de fazer jogos, fechando as portas após 12 anos desenvolvendo jogos e terminando com uma triste, porém honesta história sobre o estado atual de produção de games.

Há um mês vimos o lançamento de Sunset, um interessantes jogo indie que conta a história de Angela Burnes e seu conflito vivendo em Anchuria nos anos 70, em plena ditadura militar. Angela trabalha como governanta na propriedade do milionário misterioso Gabriel Ortega. Sunset toma inspirações de games como Gone Home, te colocando em um lugar desconhecido e dando toda a liberdade para explorar aquele ambiente.

E mesmo com Sunset recebendo ótimas análises, isso não foi o bastante para fazer dele um sucesso comercial como outros jogos independentes (alguns nem tão bons). Frustrados, os desenvolvedores Michaël Samyn e Auriea Harvey publicaram um texto no blog do estúdio explicando as dificuldades que passaram durante a produção de Sunset e como eles aprenderam com os próprios erros para se tornarem pessoas melhores.

O texto revela alguns fatos interessantes, incluindo que Sunset conseguiu vender apenas 4 mil cópias desde seu lançamento, não conseguindo bater a meta estipulada. O que é bem grave especialmente se considerarmos que a dupla teve que tirar dinheiro de seus próprios bolsos para concluir o game, mesmo após uma campanha de sucesso no Kickstarter.

Michaël e Auriea terminam explicando alguns pontos  pós-desenvolvimento em que eles cometeram gafes, como a como a contratação de uma agência para trabalhar no marketing e até a compra de um espaço de propagando no site Rock, Paper, Shotgun. Ambas as iniciativas só deram prejuízo e não deram resultado.

Vemos muitas vezes como videogames são inclusivos e capazes de atrair todo tipo de público, por mais incomum que um jogo seja. Mas as vezes aquele público não é o bastante para manter um estúdio na ativa, resultando em um potencial perdido e ideias mortas prematuramente.

A conclusão de Michaël e Auriea foi esperançosa, com ambos mostrando que “o fogo da criatividade” continua queimando, mas a jornada do estúdio pelos videogames foi tortuosa e complicada, deixando pouco espaço para criatividade em prol de algo que atraia um público, e consequentemente, dinheiro.

Vamos torcer para que Michaël e Auriea consigam explorar sua criatividade em outro espaço que não requer tanto para sobreviver. E se você se interessou por Sunset, ele está disponível na Steam por um precinho camarada, aproveite.

(Via: Kotaku)

Henrique Gonçalves

Joguinhos e entretenimento.