Ex-animador da Naughty Dog acusa estúdio de promover excesso de trabalho

13 de março de 2020
Ex-animador da Naughty Dog acusa estúdio de promover excesso de trabalho

Declarações publicadas no Twitter por Jonathan Cooper, ex-funcionário da Naughty Dog, e matéria de Jason Schreier, editor-chefe do Kotaku, acusam o estúdio de Uncharted e de The Last of Us por tratarem seus funcionários de forma desumana. As acusações envolvem excesso de trabalho, ameaça de não pagamento de salário se o funcionário expusesse o que sabia, e má gestão, que segundo eles, força o adiamento de games, como The Last of Us: Part II.

Jonathan Cooper, animador que trabalhou na Naughty Dog em The Last of Us 2 e Uncharted 4, além de ter em seu currículo trabalhos em Assassin’s Creed 3 e Mass Effect, postou uma sequência em seu Twitter pessoal explicando a situação. Ele começou acusando o estúdio de o ameaçar de não pagar seu último salário, caso não assinasse um documento se comprometendo a não compartilhar as práticas da empresa.

Ele afirma que acabou recebendo o pagamento após afirmar que esta prática era ilegal:

Cooper também explicou que na demo apresentada em setembro, a equipe de animação trabalhou mais do que o devido. A ponto de um amigo precisar ser hospitalizado, pelo excesso de trabalho.

Ele explicou também que deixou a Naughty Dog, por entender que a empresa não é mais a empresa de prestígio de anos atrás. Afirma que a reputação do estúdio em Los Angeles não é muito boa, e há dificuldade para contratar funcionários experientes.

Assim, novatos foram contratados. Cooper afirma que vê talento neles, mas observa que houve um “desequilíbrio”, pois os veteranos precisavam parar seu trabalho muitas vezes, para ensinar os novatos. Uma das razões de seus games sofrerem atrasos.

Toda a sequência de Jonathan Cooper, e suas acusações contra a Naughty Dog, estão neste link.

Matéria do Kotaku também afirma problemas no estúdio

Jason Schreier, do Kotaku, publicou matéria falando sobre os problemas trabalhistas na Naughty Dog. O jornalista trouxe entrevistas com vários membros do estúdio, que pediram para não serem identificados. Muitos deles, estão envolvidos com The Last of Us: Part II. “O game é realmente muito bom, mas há um custo alto para as pessoas”, afirmou um funcionário na matéria.

“Eles tentam cuidar de você, fornecendo comida, incentivo para fazer uma pausa”, disse um ex-desenvolvedor. “Mas, na maioria das vezes, a implicação é: ‘faça o trabalho a todo custo’”, disse outro funcionário. “Isso não pode ser algo que segue em todo game, pois é insustentável”, afirmou outro funcionário, envolvido com The Last of Us: Part II. “Não posso continuar fazendo isso. Não posso ficar e trabalhar a noite inteira”.

“Você se sente obrigado a estar lá até mais tarde, pois todo mundo está lá até mais tarde”, afirmou um ex-desenvolvedor. “Se uma animação foi inserida, e você não estava lá para ajudar o animador, agora você vai ficar bravo com ele: ‘cara, você me ferrou totalmente por não estar aqui às 23 horas'”, criticou.

Jason Schreier tentou procurar a Sony e a Naughty Dog para ouvir as respostas de ambas as empresas, mas um representante recusou todos os pedidos de entrevista, para comentar estas acusações. A matéria completa, em inglês, pode ser conferida aqui.

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