A força da #: Como as hashtags do Twitter influenciam o mundo gamer

30 de julho de 2018

A força da #: Como as hashtags do Twitter influenciam o mundo gamer

Antigamente apenas um ícone do lado do 0 nos telefones, hoje as hashtags são símbolos de engajamento, de ideias, de relevância. O ícone, antes usado na programação, acabou sendo incorporado ao Twitter, em 2009, como ferramenta de fácil indexação de palavras chave, pois, basta colocar o # junto a palavra em questão e ela é rapidamente linkada a várias outras pessoas que falam sobre o mesmo assunto, aumentando assim a força da palavra, além de engajar uma comunidade que pode falar bem, mal, ou de maneira zoeira sobre qualquer assunto.

Desde então, este ícone acabou sendo incorporado em outras redes sociais, com cada uma a usando de maneira mais adequada com o seu perfil. A verdade é que, hoje, encontramos # em todos os lugares, além das redes sociais: propagandas, camisetas, adesivos de carros e tudo o mais.

Um ótimo exemplo da força das hashtags está no universo do entretenimento. Vingadores: Guerra Infinita, um dos maiores lançamentos do cinema em todos os tempos, contabilizou 15 milhões de tweets sobre o filme. A cada trailer lançado, picos de audiência eram contabilizados, e na véspera do lançamento, dias 24 e 25 de abril, conversas por todo o mundo (incluindo o Brasil, que ficou em terceiro lugar entre as conversas) mostraram o gigantesco interesse pelo longa, que rendeu uma conversa muito bem planejada entre Robert Downey Jr. e a Marvel Studios:

Entender as #’s ajuda também a fazer com que o determinado game aumente ainda mais as suas capacidades de hype, gerando atenção de pessoas que nem interessadas no assunto acompanhem a conversa. Foi o que aconteceu com God of War, em que, uma campanha que serviu para praticamente “contaminar” de maneira positiva a rede social, que, com direito a # patrocinada que lhe dava direito a um ícone, além de trabalho feito com imprensa gamer e influenciadores digitais, garantiu 3.1 milhões de vendas logo nos três primeiros dias, o que lhe deu o título de exclusivo de PS4 que vendeu mais e rápido na história do console.

Este tweet, através de likes e comentários, explica bem o hype que o jogo teve em seu lançamento:

E, também é importante observar a força que o engajamento da hashtag tem no mundo do eSport. No ano passado, a Red Canids disputou o MSI (Mid-Season Invitational) de League of Legends, e, para os fãs, #REDWIN e #GoRED estavam disponíveis junto com o escudo do time como ícone, em parceria com o Twitter.

Na época, Pitter Rodriguez, diretor de parcerias de esportes do Twitter para a América Latina, explicou as razões que estimularam a parceria: “Temos notado que os fãs de League of Legends e outros games têm usado cada vez mais o Twitter para comentar, em tempo real, os principais torneios de eSports. Com essa parceria, esperamos estimular ainda mais o engajamento durante o MSI, com a possibilidade de que o público expresse seu apoio à equipe que representa o Brasil nesta disputa mundial”.

E, em 2016, a final do CBLoL, que na ocasião aconteceu no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, outra parceria garantiu que os tweets que tivessem #CBLoL aparecessem durante a partida, no telão do ginásio ou no SporTV 2, que transmitiu ao vivo o jogo. Também era possível interagir com os jogadores, com #FalaCBLoL, que levava perguntas aos principais jogadores do cenário no ano. Só em 2016, 8.4 milhões de tweets usaram #CBLoL para se expressar sobre o torneio.

A oportunidade de interagir e acompanhar de maneira mais direta com os estúdios de games, pro-players ou torneios faz com que as # aumentem ainda mais a interação sobre a indústria do videogame. É nestas conversas que encontramos fãs ansiosos por um grande lançamento, comunidades são formadas e, no caso do eSport, torcidas acompanhem o desempenho de seus jogadores preferidos.

Quem entende bem isso é Phil Spencer. O “cara” de Xbox usa bastante o Twitter para se comunicar com a sua base de jogadores, compartilha o que acha de mais interessante em seu universo e é bem constante em seus tweets. Com seu carisma e bom trabalho, é muito querido e se transformou em sinônimo de Xbox, funcionando, além de empresário, como um garoto propaganda da divisão de games da Microsoft. Além de se mostrar uma figura simpática, elogiando concorrentes e seus próprios projetos a todo momento:

Regados a memes, bom humor, mensagens de apoio e muita opinião, a interação sempre foi parte do videogame, basta lembrar das épocas das revistas e suas seções de cartas do leitor. O que acontece é que hoje, o Twitter e outras redes sociais funcionam como um megafone, expandindo ainda mais a voz da comunidade sobre um determinado assunto e, também, servindo de comunicação direta entre consumidor e marca, ou figuras públicas. Isso também ajuda as empresas ou organizações a entenderem melhor seus consumidores, bastando que, uma nuvem de comentários negativos sobre alguma atualização, por exemplo, faça com que pesquisas sejam feitas para ver como resolver o problema, anteriormente denunciado apenas por correio ou via profissionais.

E, falando em bom humor… a Devolver é quem manda muito bem com suas ideias malucas usando as redes sociais. Você lembra do Lootboxcoin?

Os videogames mudaram muito após o crescimento do Twitter, de outras redes sociais, e a popularização das #’s. Através delas, ficou mais rápido saber se determinado jogo foi um sucesso ou fracasso de vendas, além de praticamente obrigar os estúdios ou organizações a se aproximar mais de quem consome seus produtos. E, através deste “imenso SAC”, é possível otimizar ideias, solucionar problemas de maneira mais eficaz e entender melhor o público com o qual você está trabalhando. Aliás, qual será a próxima # de sucesso no mundo dos games, hein?

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