O Gamer Pensador – Uma comparação entre Guild Wars e World of Warcraft

9 de outubro de 2012

O Gamer Pensador - Uma comparação entre Guild Wars e World of Warcraft

Caros gamers e leitores do Arkade, com o aumento da nossa equipe, estrearemos por aqui colunas assinadas por nossos colaboradores selecionados. O Gamer Pensador é a coluna que Marcelo Melo, game designer e pensador nas horas vagas, trará para vocês, contendo análises inquisitivas e semióticas de games e outros elementos da cultura gamer. Apresento a vocês: O Gamer Pensador.
-Raphael Cabrera, editor-chefe do Arkade.

Existe o consenso de que a literatura de Tolkien inspirou muitas das representações de criaturas fantásticas que conhecemos hoje em dia. A cultura de jogos, digitais ou não, recompôs esses mitos da maneira mais conveniente, sempre oscilando entre o respeito à tradição e o impulso criativo.  Mas, entre as sagas da Terra Média, os halflings de Dungeons and Dragons  e os Pandas de Azeroth, muito mudou.

Não apenas nos acostumamos às adaptações contemporâneas do folklore europeu, mas também essas imagens e construções se moldaram aos nossos interesses. Ao escrever “nós”, refiro-me à indústria que desenvolve games com esses conceitos e, secundariamente, aos jogadores que propagam essas franquias; é preciso enfatizar que não cabe, nesse artigo de opinião, a discussão sobre se é a indústria que nos oferece o que queremos ou que passamos, por falta de opções, a querer o que a indústria nos traz.

Dentre essas complexas relações entre imagens, conceito e cultura de consumo, venho tratar comparativamente de dois conjuntos de representações da Fantasia Medieval que, mesmo  sendo contemporâneos, interpretaram de maneiras bem diferentes a representação tradicional dos habitantes de um mundo medieval e fantástico. Hoje, temos Guild Wars comparado ao World of Warcraft, sob uma perspectiva de conceitos das espécies

Observemos que, no Guild Wars e no WoW, há quatro estereótipos comuns: a espécie belicosa e adaptável, a espécie inventiva e esperta, a espécie selvagem e a espécie harmoniosa e prudente. Podemos seguramente elencar como representantes dessas idéias, em ordem: os Humanos, os Gnomos e Asura, os Orcs e Charr e os Elfos da Noite e Sylvari.

O Gamer Pensador - Uma comparação entre Guild Wars e World of Warcraft

A espécie humana, sempre diversa, auto-predatória, sofredora e com grande capacidade de adaptação. Não me espantam que sejam esses os valores que a mídia quer associados à nossa própria espécie, visto que os mesmos refletem vícios e virtudes de nossa realidade. De fato, acho que o maior defeito das representações humanas nos dois jogos mencionados é a aparente indiferença aos eventos, geralmente traumáticos, que permeiam as narrativas de ambos os jogos. A humanidade no Guild Wars e no World of Warcraft parece estranhamente confortável diante de tantas tragédias.

Agora, ao conceito bestial e selvagem: tanto os Orcs quanto os Charr têm uma visão expansionista de mundo. Conquistadores por excelência, são vistos como os vilões das narrativas, iniciadores dos grandes conflitos que assolam Tyria e Azeroth. Representam, creio, a bestialidade que abrigamos. São a lembrança de que o ser humano também é do corpo, e que a razão não pode suprimi-lo. Curiosamente, a progressão de ambas as narrativas coloca-os em uma posição de agentes submissos às circunstâncias. Isso exime o jogador de partilhar do pecado, da culpa que os permeava. Os Orcs estavam sob influência da Legião Flamejante, e os Charr, reagindo a uma agressão iniciada pelos humanos.

Nada como uma alteração na narrativa em nome de uma maior base de jogadores!

Vamos então às criaturinhas pequenas e engenhosas, os Asura e os Gnomos! Certo, eu não esqueci dos Goblins, mas os vejo como uma adaptação do conceito de inventividade à Horda, com uma apresentação mais transloucada e imprudente.

Tais seres têm apresentações muito parecidas, em essência. Mesmo sendo os Asura mais arrogantes e menos simpáticos que os Gnomos, ambos são os representantes do progresso material, os que fazem as coisas explodirem. A excentricidade simpática dos Gnomos não muda o fato de que eles, assim como os Asura e os Goblins, são aceitos interespécies por seus resultados, e não por sua companhia agradável.

Parece-me que os três conceitos se dão de tal forma para lembrar-nos das maravilhas e perigos da ciência humana, que inventou vacinas e também bombas. Mais especificamente, os Asura do Guild Wars parecem representar a transmutação, a transformação do solo – visto que são seres subterrâneos – em objetos de desejo. Já os Gnomos me evocam a idéia do engenheiro da Revolução Industrial, que dá ordem e forma a metais e gera energia a partir do vapor. Finalmente, os Goblins representam a caricatura da alquimia, com suas poções perigosas e pouco testadas.

O Gamer Pensador - Uma comparação entre Guild Wars e World of Warcraft

Por último, temos o conceito da espécie sábia e integrada. Tanto os Sylvari – isso é uma tentativa de plural latinizado? – e os Elfos da Noite reconhecem a necessidade de comunhão com a natureza. Além disso, desdenham – assim como os Elfos de Tolkien – as decisões ruins que a espécie humana vive tomando. Representam, penso, a razão e a prudência, em contraposição aos sentidos e à impetuosidade, características dos Orcs e Charr. Em outro aspecto, seu ideal de harmonia com a natureza contrapõe-se ao cientificismo predatório dos Goblins e Gnomos e, em certa medida, dos Asura.

Fiz essas quatro menções para fundamentar as seguintes frases: ambos os jogos não estão inventando nada de novo, mas modificando conceitos já existentes. A apresentação estética do Guild Wars é, entretanto, mais criativa e menos hereditária do que a do World of Warcraft, que não se intimida ao reproduzir Tolkien. Um dos pontos é: não faz diferença se o seu personagem é um elfo ou um ser-planta, saiba que os valores narrativos que ele representa são quase os mesmos.

Ademais, podemos novamente inferir que a Fantasia Medieval não está realmente inventando nada, mas repaginando velhas ideias. Isso não é realmente um problema, pois a imitação se torna danosa quando não acrescenta absolutamente nada, criando uma cópia pouco interessante.

É também bom ver como a passagem do tempo cria reinvenções das mesmas, velhas estórias. É até bonito, sabem. Talvez possamos até dizer que somos sempre os mesmos, mas de maneira diferente; que os jogos, por serem produtos humanos, reflitam isso. Lembrem-se que isso não é uma tentativa de comparar os dois jogos valorativamente: cada qual com sua leitura, e o WoW com os pandas que quicam (bouncy) e lutam wushu.

Tudo bem, eu não aguentei.

E vocês? Se o que escrevi for verdade, algo muda em suas escolhas de raças? A escolha de uma raça em um MMO não vai muito além de uma experiência estética?

32 Respostas para “O Gamer Pensador – Uma comparação entre Guild Wars e World of Warcraft”

  • 9 de outubro de 2012 às 12:55 -

    Rangel R Morais

  • Wow é sem dúvida o melhor. Têm uma identidade visual própria e tradicional dos jogos da Blizzard, já o Guild Wars tenta incluir um pouco de cada MMORPG que ficou para trás por causa do WOW; vide Lineage II. Haters gonna hate, mas Wow sempre foi e sempre será melhor por vários motivos que só quem joga, sabe.

    • 9 de outubro de 2012 às 19:47 -

      Marcelo Melo

    • Essa não foi uma comparação qualitativa entre World of Warcraft e o Guild Wars. Sugiro que você releia o que escrevi.

      E a frase “haters gonna hate” não diz quase nada, você já parou para pensar nisso?

    • 10 de outubro de 2012 às 13:31 -

      giraia

    • Acho que não é bem assim.
      WoW se tornou um jogo extremamente casual, perdeu muito dos valores antigos, caiu em uma rotina da mesmice. Para os jogadores mais antigos, o que mudou foi a cara do boss, skills, mecaninas interntas e jogabilidade continuaram as mesmas, nenhum desafio inovador.
      TANTO é que, muitas pessoas migraram tanto de jogo ou os mais apaixonados migraram a forma que jogavam, antigamente muitos hardcore PVP-PVE hj em dia são caçadores de raridades.
      GW2 veio com uma proposta inovadora de juntar muitas coisas que funcionavam em outros jogos, e acredito que superou as espectativas, visto que no final da primeira semana de vendas estavam esgotadas as keys.
      Gw2 veio com um sistema de pvP diferenciado pela guerra de castelos, o que traz um lado medieval e uma caraacteristica única para o jogo.
      Acredito que voce poderia olhar sobre GW2.

  • 9 de outubro de 2012 às 10:13 -

    Flávio AMC.

  • “E vocês? Se o que escrevi for verdade, algo muda em suas escolhas de raças? A escolha de uma raça em um MMO não vai muito além de uma experiência estética?”

    Depende de cada pessoa, algumas simplesmente estão pela estética (pois, quem não quer possuir um avatar que lhes agrade visualmente? não é?), outros já mais aprofundados no mundo do game podem escolher o caminho da história de uma raça (assim, mais roleplay)…

    Estas questões são maravilhosas, porque quem gosta do assunto pode ter argumentos e conversas interessantes por semanas.

    “não faz diferença se o seu personagem é um elfo ou um ser-planta, saiba que os valores narrativos que ele representa são quase os mesmos.”

    Sobre isso, de que os MMO’s na verdade continuam a mesma coisa nas entrelinhas, na minha humilde opinião, é devido ao ser humano não ter experiencias novas, digo, conhecer novas realidades… É difícil de explicar o que penso a respeito disso..
    Sabe, acho que estamos presos dentro do nosso planeta e sem saber o que realmente existe lá fora… Pra mim, se existisse interações descaradas com o resto do universo, conceitos seriam completamente alterados.. hahaha, ai que doidera xD
    A mente humana é maravilhosa, mas vai chegar um ponto em que nada será realmente novo, somos finitos… E o infinito é um conceito que não é fácil de entender e explicar.

    Melhor parar por aqui :)

    • 9 de outubro de 2012 às 10:16 -

      Flávio AMC.

    • Ah, e sobre a polêmica WoW – GW, na minha opinião, WoW continua o mestre de todos.

      Comprei GW e joguei muito, e enquanto jogava, sentia falta de WoW :P

    • 9 de outubro de 2012 às 19:52 -

      Marcelo Melo

    • Realmente, essas discussões podem serem muito expandidas!

      Em essência, fiz uma análise de alguns dos arquétipos que acho que a cultura pop nos traz, neste caso, nos que encontrei nos dois jogos. Aliás, só analisei as raças jogáveis e, consideremos, que esses símbolos estão presentes em muitas outras representações, estejam elas na vida ou na digitalidade.

      Acho essas análises semióticas muito interessantes, sempre tentando ler o que há nas entrelinhas dos discursos e imagens. :)

      Fico feliz que o texto tenha inspirado reflexões sobre o nosso querido hobby.

  • 9 de outubro de 2012 às 13:16 -

    Fernando De Bom

  • Acredito que o carisma do wow vem não apenas da lore, mas do fato de termos crescido aprendendo dia a dia sua estória, desde a época do warcraft. O marketing do wow também sempre esteve a frente do seu tempo, instigando os jogadores a descobrir o que estava por vir no decorrer da estória. Guild Wars nos traz uma lore nova, ainda meio desconhecida e por este mesmo motivo ainda sem tanto peso. Mas veremos como isso vai ficar daqui alguns anos. Se a franquia conseguir se manter interessante durante este tempo o wow com certeza terá um concorrente de peso para enfrentar.

    • 9 de outubro de 2012 às 19:53 -

      Marcelo Melo

    • Agora sim fazendo um juízo de gosto, acho a lore do WoW menos verossímil e mais carismática que a do Guild Wars, tendo morrido para mim com o lançamento do Mists of Pandaria.

      A idéia não é incentivar mais rivalidade entre os apoiadores dos dois títulos, isso não pode se transformar em um conflito entre torcidas de times de futebol, por exemplo.

  • 9 de outubro de 2012 às 10:17 -

    Henrique Gonçalves

  • Ótimo texto Marcelo, a comparação narrativa e de personagens entre os dois jogos recebem grandes similaridades por seguirem a mesma inspiração confeccionada por Tolkien e outros grandes escritores da época, o que me deixa feliz como este texto não está dizendo qual é o melhor, WoW ou GW2, mas sim uma comparação profunda de temas como a história e enredo.

    Particularmente acho que a ideia de escolher um personagem pelo seu arquétipo só dá peso na primeira vez que a pessoa está jogando, se ela gosta de personagens mais selvagens ela irá escolher os Orcs/Charrs e se ela quiser uma familiaridade para não sair da zona de conforto, com certeza ela irá escolher os humanos pela simples necessidade de alguma coisa familiar.

    Acho que com o tempo os jogadores mais experientes tentam transcender os arquétipos definidos pelos desenvolvedores e assim tentam quebrar estigmas de que um Orc tem que ser agressivo ou que um Elfo precisa seguir o caminho da natureza. É igual a um RPG normal, sempre terá um jogador de D&D que fará um Halfling com muitos pontos na força ou um Orc que segue a classe de Mago.

    Espero que mais colunas como essa apareçam aqui na Arkade e que artigos opinativos ganhem mais frequência na equipe!

    • 9 de outubro de 2012 às 19:56 -

      Marcelo Melo

    • Opa, fico feliz que haja público para as minhas divagações.

      Desde o início, e como já frisei aí em cima, não quis fazer um juízo de gosto sobre os dois títulos. Acho que minha abordagem mais reflexiva e crítica sobre os temas relacionados aos jogos digitais, sem descambar para a análise crítica pura de títulos, tem bastante possibilidade de expansão. Vou tentar investir mais nesse nicho e escrever quando a inspiração permitir!

      :)

      • 9 de outubro de 2012 às 23:06 -

        Henrique Gonçalves

      • Por favor! Tem muitos jogos por ai que podem ser ótimos exemplos para comparação.

  • 9 de outubro de 2012 às 10:18 -

    leandro(leon belmont) alves

  • engraçado, eu estava agora num site que também tem artigo filosófico. e agora a Arkade também tem? será que os gamers terão o que pensar nesse novo artigo? veremos…

    e sobre o post, acho que as raças são as mesmas, só muda o nome da etinia e origem mesmo. foi o mesmo que eu disse uma vez sobre uma discussão envolvendo o game The Legend of Zelda sobre as tais reincarnações do LInk, que não faziam sentido, já que ele é um elfo. e viveria centenas de anos…

    mas retrucaram: mas Leandro, Link é um Hylian. não um elfo.

    e o que respondi foi que eu me chamo Leandro Alves, tenho 26 anos,moro em Recife,Pernambuco. trabalho, namoro, sou nerd, gosto de rpgs e games de corrida,bem poucos de jogos de tiro e não tenho fé no Neymar e na Seleção e coisa e tal, bla,bla,bla….

    ou seja, mesmo com tudo isso, ainda sou um ser humano…o Link a mesma coisa. ele pode ser um Hylian que tem uma conhecida princesa chamada Zelda(mala) e morar num castelo, mas ainda sim ambos serão elfos. e sobre talvez a inevitável comparação…não sei dizer, pois não curto jogos online e MMO. uma matéria interessante, espero que tenha longa vida aqui Marcelo.

    Yare,Yare Daze Marcelo.

    • 9 de outubro de 2012 às 19:57 -

      Marcelo Melo

    • Nah, Leo. Esse artigo não trata de filosofia, é só uma análise crítica, um exercício de livre pensamento.

      A idéia por trás do meu texto é: o que o seu personagem representa, no contexto do jogo? Qual é o símbolo, o discurso que ele porta, a que idéias ele dá suporte com suas atitudes e fala?

  • 9 de outubro de 2012 às 10:52 -

    Rennan

  • Escolher por valores é algo interessante, principalmente se vc é Role Player, eu n sou muito assim, vou mais pela estética, mais quando (geralmente) esta bate com os valores fica ainda mais interessante jogar MMOs. É legal ver os arquétipos tomando forma nos jogos!

  • 9 de outubro de 2012 às 10:58 -

    Renan do Prado

  • Excelente texto Marcelo!!!!

    No caso dos personagens, levando em conta que estamos jogando um game pela primeira vez, acredito que o lado da estética fale mais alto. Por exemplo em Skyrim, eu jogo com um Nord e durante minha jogatina descobri que essa é uma raça muito protecionista e que discrimina raças diferentes. Assim como descobri que os Argonians, raça de humanóides répteis são largamente hostilizados, mesmo levando em conta que são uma raça mais forte e com características avançadas em relação aos nords.

    Mas no fundo, escolhemos aquele personagem com o qual nos identificamos melhor, (ou não). Vejo muitas pessoas que num MMO ou RPG vão direto na classe dos magos por que é “mais fácil”, jogar com ela, por assim dizer. O que não deixa de ser uma forma de identificação com o próprio jogador, se analisarmos mais profundamente (o que não quero fazer aqui).

    Mas concordo com o que dito acima chegamos num ponto onde quase tudo já foi inventado. Alguém inventou anos, décadas, séculos atrás. Não digo que a criatividade chegou ao fim, mas que nós nos prendemos ao que já foi criado. Mas também não estou dizendo que nos acomodamos e não queremos criar algo novo.

    Mas sim que não aceitamos mais novidades em universos conhecidos, e nem universos inteiramente novos mas com alguma característica em comum com outros. É difícil explicar.

    O Senhor dos Anéis, WoW, Guild Wars, Skyrim. A ideia central é a mesma, mas cada um conta da sua forma.

    Star Wars, Japão Feudal, Azeroth. São universos diferentes, mas em todos temos os guerreiros valorosos, as disputas por poder e os seres maléficos.

    • 9 de outubro de 2012 às 11:12 -

      Flávio AMC.

    • Concordo com vc! +1

    • 9 de outubro de 2012 às 20:12 -

      Marcelo Melo

    • Renan,

      Acho que uma das grandes tentativas da mídia é nos contar as estórias que são essencialmente, repito: essencialmente as mesmas que já ouvíamos ao largo de fogueiras, há dezenas de milhares de anos atrás :)

      Quando o indivíduo considera os arquétipos como elementos funcionais, apenas, realmente o que vai importar é o desempenho deles. Por isso que tento, como designer, de separar a expressão estética da escolha funcional, para que alguém possa ter um orc mago sem quaisquer empecilhos para a experiência de usuário.

      Enquanto houver reinvenção, haverá criatividade :)

      • 10 de outubro de 2012 às 00:54 -

        Renan do Prado

      • Concordo plenamente!!!

  • 9 de outubro de 2012 às 15:17 -

    Marcelo Soriano

  • fico feliz em ver uma abordagem mais filosófica dos games, eu achu que todo GameDev tem que ter isso por natureza para naum sair por ae criando franksteins. Mas eu gostaria de ter visto mais sobre as diferenças entre os games na parte mecânica e de jogabilidade também.
    Espero que a coluna de certo, e se puder me candidatar a uma vaga de colaborador ficarei contente =). Abraço!

    • 9 de outubro de 2012 às 20:00 -

      Marcelo Melo

    • Oi, xará!

      Minha coluna não é sobre Game Design e análises de mecânicas, apesar de que poderei eventualmente mencionar algo disso para fundamentar uma opinião, ou nos casos em que mecânicas reforçam discursos e idéias nos jogos.

      Boa sorte na seleção :)

  • 9 de outubro de 2012 às 13:40 -

    Diana

  • Gostei da sua interpretação e da (quase) classificação de personagens de acordo com suas relações, modo de vida e filosofia social dentro do game (quem diria que tanta coisa poderia ser analisada, hein?), mas eu não costumo ver isso como repetição, se fosse assim, quantas histórias perderíamos, quantos autores seriam impedidos de desenvolver sua criatividade e mostrar que “somos sempre os mesmos, mas de maneira diferente”?

    Mesmo se o jogo girasse em torno da mitologia egípcia ou da babilônica, iríamos encontrar facções similares, até porque estabelecer grupos de “raças” semelhantes nesses aspectos tornaria o jogo realmente repetitivo e avesso ao que todo gamer gosta, variedade (e quem sabe encontrar o personagem que mais se identifica com sua personalidade).

    Minha escolha de personagem sempre se baseia num misto, em que não saberia dizer qual é mais relevante. Vejo o look (se houver uma caracterização livre e variada, melhor ainda para mim), leio sobre sua história, analiso sua personalidade (ou o que pode ser analisado em poucas linhas de uma descrição). Sempre fui do lado dos “místicos”, como curandeiros e magos, apesar de adorar os arqueiros e atiradores, e ter uma alegre simpatia pelos inventores ou bizarros.

    No fim, acabo fazendo um tipo de cada, tanto pela raça quanto pela profession ou class. Até agora o que mais se aproximaria a uma boa combinação para mim seria uma shaman (não falo da mesma classe que tem no WoW) arqueira/atiradora com habilidades de se transformar em algum animal e com uma filosofia como a dos taurens. E, sim, se eu voltasse a jogar WoW agora, faria uma pandaren! Assim como quero fazer uma Asura e um human no GW2. :)

    • 9 de outubro de 2012 às 20:23 -

      Marcelo Melo

    • Diana, depois que se tem mais contato com as humanidades, vê-se que quase tudo é objeto de análise! :)

      É uma repetição em essência, pois o tempo passa e certas necessidades das novas gerações são muito parecidas, mas geralmente com formas radicalmente diferentes.

      Isso não impede que a criatividade seja demonstrada, pois as formas pelas quais esses traços essenciais se manifestam são inúmeras e mutantes!

  • 9 de outubro de 2012 às 16:17 -

    DanielWarfare

  • Não importa qual RPG eu jogue, eu sempre tentarei criar um “guerreiro magico”. E olha que na maioria das vezes deu certo, um exemplo é skyrim, onde meu avatar tem 4 das cinco magias no level 100, mas também tenho o armor e “One handed” no máximo…

    Mas as vezes isso não da certo, um exemplo é “The Witcher 2” onde eu tentei fazer o mesmo esquema, vamos dizer que houve um conflito de interesses :(

    • 9 de outubro de 2012 às 16:24 -

      DanielWarfare

    • Minha escolha de raça é muito básica. Eu não escolho pela estética,(por mim, jogar com um anão ou com um bárbaro não faz diferença) eu escolho pelas habilidades que a mesma proporciona, por isso na primeira vez que joguei Skyrim eu fui de Nord, pois a habilidade dele é ter “resistência a frio”. Adivinhem? eu quase não encontrava dragões de fogo LOL

      • 9 de outubro de 2012 às 16:25 -

        DanielWarfare

      • Mas se eu soubesse que os Nords são uns bando de racista filho da quenga, eu os teria recusado no mesmo instante…

      • 9 de outubro de 2012 às 16:36 -

        Renan do Prado

      • Concordo com você, eu escolhi o Nord porque, avaliando por alto, eles não tem tantas “vantagens” como as outras raças, Nord é basicamente força bruta, então escolhi ele pois eu queria mesmo era cair na espada contra os dragões.

        Mal eu sabia que os Nords são racistas, Argonians e Dark Elves discriminados, os Orcs são a raça que foi expulsa do próprio território.

        Forsworns são os “martirizados” que justificam tudo com sangue.

        Se eu soubesse dessas coisas, talvez não tivese escolhido um Nord.

        Mas também não faria diferença, pois eu seria um Nord nobre e diplomático, diferente da própria raça.

  • 9 de outubro de 2012 às 22:33 -

    Flavio Costa Junior

  • porque no post cita os elfos da noite mas não cita os Taurinos que também tem em sua cultura a ideia de comunhão com a natureza?

    • 10 de outubro de 2012 às 09:34 -

      Marcelo Melo

    • Eu os esqueci, Flávio! Veja que coisa…de fato, mesmo não sendo oriundos dos mitos trabalhados pelo Tolkien, os Tauren mantém essa característica arquetípica em comum com os elfos.

      Obrigado pela lembrança sobre isso

  • 9 de outubro de 2012 às 23:24 -

    Mauricio Ermel

  • Muito bom artigo. Na minha opinião, o que conta em Guild Wars, na verdade, não é a originalidade, e sim a diversão, a diversificação dele e de WoW está na maneira de evoluir, já joguei mmo's no estilo de WoW e para mim já está batido, Guild Wars traz algo que te cativa mais a continuar jogando. Pelo menos é o que eu acho.

  • 10 de outubro de 2012 às 01:43 -

    Raphael Cabrera

  • Muito bom Marcelo! Quando eu li isso pensei: Caramba! Esse cara tem algo bacana a acrescentar! Longa vida ao "Gamer Pensador"!

  • 10 de outubro de 2012 às 16:24 -

    Henrique Cruz

  • Nem sempre a escolha RAÇA é uma influencia pessoal, para alguns players que jogam pela experiencia da historia, aqueles que exploram o cenário, sim para esses é fundamental a escolha da sua raça. a raça neste caso representa a interpretaçao do jogador (como em um rpg de mesa)
    ja no caso de outros que apenas jogam para pvP ou pvE, querendo top lvl, a escolha das raças é importante pela diferença individual de cada uma (no wow existem as skills raciais) e isso pode trazer grande beneficio agregado a escolha da sua vocação.
    e para alguns a raça é apenas uma forma bizarra de aparecer, criando um char extremamente grande que não passa nas portas, fica prezo em diversas áreas do mapa, ou um pequenino que é dificil de ver e dar target.

  • 11 de outubro de 2012 às 15:37 -

    Jadson Barbosa

  • Rapaz , toda a ideia básica de raças tem que parti de algum ponto , agora dizer que nos estamos copiando isso ou aquilo para min não tem nada haver , historia de wow e boa , cada raça com suas vitorias e derrotas , como não joguei guilds wars , não posso falar muito dele apenas do que vi em trailer e ouvir de players , achei o pvp dele meio feio , apesar que a dinâmica mudou pouca coisa , mas o jogo é novo e wow jah tem muito mas tempo de vida , mas com o passa do tempo e das possíveis expansões vai ser torna interessante. Para min não tem isso de jogo melhor ou pior apenas aquele que vc mais se simpatizar ou se identificar então , vamos para de tentar dizer que o jogo é ruim , que jogo não presta , que ele tah morrendo.

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