Melhores do Ano Arkade 2018: The Red Strings Club
Já faz quase um ano que The Red Strings Club foi lançado, e olhando em retrospecto, percebo o quão valioso ele é. Apesar de ser uma experiência curta, de 6 a 8 horas, e possuir um gameplay simplificado, ele aborda diversas questões filosóficas e existenciais com maestria, e como é difícil de se ver no mundo dos games.
O cenário, com tom contemporâneo, mas ainda assim situado em um futuro tecnológico, dá substância e veracidade ao mundo que nos é apresentado e faz com que nos importemos com os personagens principais. Mas o ponto forte do game não é sua ambientação/pixel arte, que diga-se de passagem é linda, mas sim a parte textual.
O texto é maravilhoso, bem escrito, impactante sem ser piegas, engraçado, instigante e faz com que o jogador queira ler mais e mais. As vezes o ato de jogar em si fica na frente desse aspecto tão bem polido pelo estúdio Deconstructeam.
Outro fator interessante é que há muito replay em The Red Strings Club. Existem várias possibilidades narrativas e se faz necessário jogar mais de uma vez para perceber todas as nuances da história ou apenas para apreciar todas as linhas de dialogo criadas. O jogo tem legendas em português do Brasil, o que o torna acessível para quem não domina a língua inglesa.
E é importante pontuar que apesar da estética futurística remeter a obras clássicas situadas em cenários distópicos, The Red Strings Club trata, especialmente, de uma condição humana fundamental: a tristeza. É um game que nos faz questionar o modelo de nossa sociedade e o que estamos fazendo no mundo e, principalmente, por qual razão estamos fazendo isso ou aquilo.
Se a arte ou a jogabilidade não são tão atrativas para você, a parte textual é um deleite que merece ser lida por todos e tenho certeza que algo positivo será absorvido pelo jogador. Dito isso, The Red Strings Club não poderia estar fora de nossa lista de Melhores do Ano, pois apesar de ser um pequeno no meio de gigantes, seu valor é inestimável.
Leia também nossa análise completa do game, lá abordamos mais profundamente essas questões superficialmente citadas aqui.
Ready for the mosh pit, shaka brah.
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