Melhores do Ano Arkade 2021: Monster Hunter Rise
Quando a lista do TGA 2021 foi liberada, muito provavelmente a ausência mais sentida (ao menos por mim) dentre os indicados ao prêmio principal foi, sem dúvidas, a de Monster Hunter Rise, que sem sombra de dúvidas foi um dos jogos originais mais interessantes e imersivos lançados neste ano. Exclusivo, em 2021, para o Nintendo Switch, o jogo consegue não só manter o altíssimo padrão estético, de jogabilidade e de ritmo vistos no aclamado Monster Hunter World, como também propor algumas melhorias mecânicas muito bem-vindas que só ampliam a qualidade da experiência.
Ainda que não tenha a vivência de todos os jogos da franquia, não tenho receio em reafirmar, como o fiz na análise do jogo aqui no site publicada em abril, que Rise encontra ótimas soluções que o colocam no ápice da franquia. Suas inspirações estéticas remetem a uma versão fantástica do Japão medieval e transborda identidade, com direito a cores saturadas, vestimentas e arquitetura sem receio do exagero tão característico de animes, e criaturas uma mais encantadora (e ameaçadora) que a outra. Monster Hunter Rise ousa ao não tentar ser só uma continuação direta do sucesso anterior.
Os acertos podem ser facilmente identificados também nos sistemas de combate e de movimentação pelos amplos ambientes disponíveis. O modelo de arpão (ou mais especificamente Cabinseto) estabelece uma nova camada ao permitir a exploração vertical e a utilização de construções e acidentes geográficos para compor uma estratégia de batalha ainda mais sofisticada do que aquilo que já havia antes, isso sem precisar copiar alguns dos modelos mais populares que tanto povoam jogos similares. Seja nas costas de um de seus inseparáveis companheiros, seja por conta própria, desbravar os belos cenários do jogo garante ótimas recompensas e muitas horas de diversão.
Soma-se a isso o belíssimo trabalho na elaboração sonora do jogo, que traz composições das mais cativantes em passagens calmas às mais empolgantes para momentos de combate, além de um belíssimo trabalho com vozes cheias de carisma. E com tantas coisas que beiram a excelência, o game tecnicamente surpreende ao mostrar um ótimo desempenho considerando o hardware do Nintendo Switch, com direito a gráficos que se mostram bem acima da média das produções para o console, e tempos de carregamento surpreendentemente curtos para a amplitude de cada mapa. É um jogo belo, cheio de nuances e muito bem otimizado.
Os fãs da franquia que não tem o console híbrido da Nintendo não precisarão esperar muito mais para experimentar o jogo em sua versão para computadores, já que a data para o lançamento, 12 de janeiro, já está bem próxima, e a promessa é a de poder apreciar todo o esplendor de Monster Hunter Rise em 4K e sem qualquer trava na taxa de quadros por segundo.
Seja qual for a escolha do jogador, a certeza que fica é a de que este é não só um dos melhores jogos do ano (que foi injustamente esnobado pelas principais premiações), como também que está dentre os melhores do Switch e também de toda a série Monster Hunter. E isso já diz muito sobre esta obra-prima.
Auto intitulado Campeão Mundial de estouro de plástico-bolha, sou fã de videogames desde que me entendo por gente, continuo jogando games de esporte por pura teimosia, trabalho com produção audiovisual e mantenho a convicção de Han Solo atirou primeiro.