Molyneux: “Aproveite a febre indie, porque ela não vai durar”

25 de março de 2014

Molyneux: "Aproveite a febre indie, porque ela não vai durar"

Criador de games famosos como Dungeon Keeper e Fable, Peter Molyneux falou sobre o possível fim da atual boa fase dos jogos independentes.

Há alguns anos, um fenômeno legal tomou conta da indústria de games: a (re)popularização dos jogos independentes. Games feitos por pequenas equipes, com baixos orçamentos e poucos recursos técnicos conquistaram o público (e venderam muito) apostando suas fichas na criatividade.

Acontece que, para Peter Molyneux, desenvolvedor veterano que hoje lidera a 22 Cans (Godus), esta fase de ouro dos indie não vai durar muito tempo. Em entrevista ao site gringo CVG, o produtor afirmou:

“Não pense que vai ser tudo indie pelos próximos cinco anos – estas coisas se vão em ciclos, assim como é na música. Aproveite esta fase, porque inevitavelmente ela só vai durar um curto período”

Molyneux: "Aproveite a febre indie, porque ela não vai durar"

Para ele, um dos principais motivos que podem “tirar o fôlego” da produção de jogos independentes são os próprios criadores e pequenos estúdios, que pouco a pouco estão sendo absorvidos por empresas maiores:

“Dê uma volta no lobby de qualquer hotel durante o GDC e veja as etiquetas de nomes das pessoas. Esta manhã eu vi três investidores conversando com produtores independentes. Eles estavam dizendo, ‘pegue o meu dinheiro! Queremos investir na sua empresa’. O que esses produtores não entendem é que aí eles terão que participar de reuniões, e nestas reuniões alguém vai lhes dizer ‘não, você não deve fazer isso. Olhe este outro jogo que está fazendo muito dinheiro'”

Claro que ele não se refere à “extinção total dos jogos independentes”, e sim à uma possível “maré baixa”, que pode acontecer devido à aproximação entre os criadores independentes (que têm como ferramentas a criatividade e, principalmente, a liberdade) com o modelo das grandes empresas (cheias de prazos, metas e dominadas na grande maioria por caras engravatados que manjam muito de vendas e nada de jogos).

Ainda assim, muita gente pode não concordar com a sua visão. Afinal, se tem uma coisa que a atual fase dos jogos independentes nos ensinou (ou nos lembrou) é que nem só de gráficos e superproduções são feitos bons games – pelo contrário: alguns dos melhores títulos lançados nos últimos anos são muito simples em questão de recursos, vide Papers, Please, um dos nossos Melhores do Ano em 2013 e que o próprio Molyneux (imagem abaixo) considerou “brilhante” na entrevista ao CVG.

Molyneux: "Aproveite a febre indie, porque ela não vai durar"

Sempre haverá gente com boas ideias e muita vontade de criar jogos, e estas pessoas têm ferramentas cada mais poderosas e acessíveis para fazer isso. Junte a isso os grandes consoles da Sony, Nintendo e Microsoft que, pelo menos na teoria, estão mais receptivos aos jogos indie e fica difícil imaginar que estes vão perder a força tão cedo (afinal o nicho tem um público bem estabelecido e um bom espaço no mercado e na mídia).

E você, o que acha? Será que esta safra de jogos indie foi só uma “moda” passageira e vai sair dos holofotes em breve? Ou o espaço cada vez maior que eles vêm conquistando vai continuar (ou até mesmo crescer)?

(Via: CVG)

37 Respostas para “Molyneux: “Aproveite a febre indie, porque ela não vai durar””

  • 25 de março de 2014 às 19:43 -

    Francisco Ari Josino Junior

  • molyneux eh um retardado egocentrico =p

  • 25 de março de 2014 às 19:43 -

    Christopher Pereira Posser

  • Eu já tô cansando. Até alguns tão vendendo jogo normal como indie

  • 25 de março de 2014 às 19:43 -

    Janderson Chande

  • mimimi nintendista…

    • 26 de março de 2014 às 08:07 -

      Kubrick Stare Nun

    • lulwut

  • 25 de março de 2014 às 19:43 -

    Wander Martins

  • eu acho coerente o que ele disse

  • 25 de março de 2014 às 19:43 -

    Caio Gharib

  • Biagi

  • 25 de março de 2014 às 19:12 -

    Edimartin Martins

  • Acho que a absorção fica somente a critério de quem gosta. Nem todo o desenvolvedor independente vai aceitar ser mandado por uma empresa com dinheiro, a não ser que ele queira uma ferrari o mais rápido possível.

    • 26 de março de 2014 às 08:15 -

      Kubrick Stare Nun

    • Isso. E nos dias de hoje qualquer pessoa com conhecimentos de programação é um indie dev em potencial, se 500 indie devs são contratados por uma grande empresa então isso só irá deixar é um nicho aberto para mais 1000 ingressarem na indústria e ocuparem a lacuna deixada por aqueles.

  • 25 de março de 2014 às 19:43 -

    Mateus Ribeiro Culpo

  • Realmente oque vcs acham que são jogos indies não são!

  • 25 de março de 2014 às 19:43 -

    Wladimir Araújo Neto

  • Molyneux, pra variar, com seu complexo de deus. – Quando ele fizer algum jogo decente (afinal, já tem anos desde o primeiro Fable), eu penso em levar a sério alguma coisa que ele diz…

    • 26 de março de 2014 às 08:09 -

      Kubrick Stare Nun

    • Toda vez que o Molyneaux diz alguma coisa aparece alguém na internet pra falar isso, não importa o que ele diga.

  • 25 de março de 2014 às 19:37 -

    Babiro

  • Na minha opinião, é o contrário, os indies vão permanecer por muito tempo. Porque ao enquanto os games AAA ficam cada vez mais monótonos e sem inovações, os indies se destacam por ter cada vez mais criatividade e inovação, então acho que o espaço no mercado reservado pros indies vai continuar firme e se consolidando. E mesmo que as grandes empresas estejam visando lucro nos indies e tentando absorver os pequenos estúdios, muitos deles vão preferir ter a sua “liberdade artística” ao invés de ser funcionário de uma empresa grande e fazer apenas o que dá dinheiro e o que lhe é mandado!!

    • 25 de março de 2014 às 20:28 -

      leandro leon belmont alves

    • verdade Babiro, a Steam mesmo tem muitos jogos assim, e que são mais atraentes ao meu ver do que muito jogo AAA. até porque do preço, que é mais em conta e porque não tenho tempo para jogar como antes. e quando uma empresa e um game indie recebe “injeção” de grana, nem sempre o produto fica bom, pois ser simples é o charme desse nicho.

    • 25 de março de 2014 às 20:35 -

      Alexo Mello

    • Exato. Penso o mesmo. Óbvio, as pessoas podem chutar e polemizar o que for, tem 50% de chance de acerto, num pensamento raso. Produção independente pode fraquejar se toda criatividade e iniciativa do mundo esgotar; acho difícil. Pode reduzir pela aquisição dos fortes; ok, a indústria é forte. Mas também pode ser o início de uma fatia de produção cada vez mais em voga, até exatamente por isso, pela massificação dos jogos comerciais. Há espaço para todos, basta ver em outros segmentos da produção audiovisual, literária etc.

  • 25 de março de 2014 às 21:43 -

    Pércio Félix

  • O que esgotou foi a criatividade dele, não tem mais competência pra criar um jogo original.

  • 25 de março de 2014 às 21:02 -

    Renan do Prado

  • Discordo que será moda passageira. O que ele tá falando é: Indies famosas hoje podem se anexar a empresas maiores, mas isso não impede e novas, e porque não, ainda mais criativas novas indies surjam.

    E a ideia é essa afinal de contas, eles entraram no mercado pra crescer, não serem indies no real significado da palavra pra sempre. Sorte daqueles que expandem a própria empresa

    • 25 de março de 2014 às 21:19 -

      Arthur.E

    • Concordo, tudo isso faz parte de um processo natural em termos de evolução empresarial, desenvolvedores criativos mostram seu esforço e trabalho duro e chamam a atenção de investidores que gostariam de contratá-los ou financiá-los como acontece o tempo todo em diversas outras áreas. Isso não quer dizer que os desenvolvedores independentes vão sumir da face da terra e diminuir drasticamente, porque logo outros pequenos desenvolvedores, com diversos objetivos, entram em cena.

    • 26 de março de 2014 às 08:31 -

      Kubrick Stare Nun

    • Concordo também. O suprimento de novos indie devs não é algo que se esgota, o que pode se esgotar é o interesse do mercado consumidor, mas isso já é outra história.

  • 25 de março de 2014 às 21:43 -

    Diana Cabral

  • Em minha opinião, acredito que só tende a crescer e se estabelecer mais ainda como uma categoria de games. A cada três que “se rendem” à indústria, pode haver o triplo aprendendo e experimentando. Isso não tem limites.

  • 25 de março de 2014 às 22:43 -

    Erick Fernando Ferreira

  • Aff só pela foto da pra ver q sera uma cópia do game Journey do todo poderoso PS3

    • 26 de março de 2014 às 04:50 -

      leandro leon belmont alves

    • cara, tu leu a matéria?

      • 26 de março de 2014 às 07:32 -

        Renan do Prado

      • Duvido muito…

      • 26 de março de 2014 às 18:02 -

        Ghighix

      • “Ele só sabe lê ash figurash, Chefe!”

        Loguei só pra escrever isso!

        KKKKKKKKKKKK

    • 26 de março de 2014 às 08:28 -

      Kubrick Stare Nun

    • kkkkkkkkkk

  • 25 de março de 2014 às 23:43 -

    Orlando Simões

  • faz sentido… gostem ou não…

  • 25 de março de 2014 às 23:22 -

    Fernando Carvalho

  • Pra mim, os que acontece é que o cenário de produção de games nos últimos anos retornou para aquele período do atari, os games eram produzidos às vezes por um único indivíduo. Só que diferente daquela época, os criadores agora tem controle de suas criações, o que é excelente.

    Acho que o problema maior que tem havido é em relação ao termo “indie”, como tudo que recebe rótulos, acaba tendo sua imagem definida e limitada pelo conceito desse rótulo. Acho que as pessoas ainda vêem os indies como uma sub-categoria dos games, um primo pobre ou coisa assim, em relação aos chamados games AAA – outra classificação que pra mim não significa nada -, que acabaram adotando o mesmo padrão do cinema de blockbuster atual; é gasta uma quantia exorbitante de dinheiro pra se criar uma coisa de muito luxo, que precisa atrair o máximo de público pra poder recuperar o dinheiro, e portanto, não pode ser dar ao luxo de ousar em nada, aí usam o recurso da “história bem estruturada” muitas vezes pra disfarçar o fato de que não têm nada a oferecer como experiência de jogo.

    Aí surgem os “indies”, na realidade, jogadores de games, muitos de longa data e trazem de volta uma coisa que estava faltando; experiências diferentes e de repente isso pode ser o que faltava para a indústria continuar existindo. Ao invés de cair na besteira de ficar se gabando de que “fatura mais que o cinema, blá, blá, blá…” e perder o foco, eles têm mais é que se preocupar em buscar idéias novas, aproveitar as possibilidades que o hardwares oferecem hoje não pra fazer filmes interativos, mas pra expandir a imaginação. Não à toa, eu acho que essa pode ser a melhor geração para os games, não por causa da força dos hardwares, mas porque apareceu gente disposta a usá-lo com criatividade.

    Acho que esse é o problema do Molyneux, ele caiu muito pra esse lado “indústria dos games” e, pelo visto, esqueceu de como se faz um bom game.

    • 26 de março de 2014 às 00:15 -

      Renan do Prado

    • O termo indie hoje em dia é totalmente mal utilizado. Muita gente costuma considerar games diferenciados, e principalmente que não tem gráficos de ponta como indies. O que não é bem verdade.

      Indie, na síntese é uma empresa que usa dinheiro do próprio bolso (leia-se o dinheiro pessoal de cada pessoa envolvida, não dinheiro da empresa em si) pra criar um jogo.

      Essas rotulações eu também não gosto, principalmente da AAA.

      • 26 de março de 2014 às 08:28 -

        Kubrick Stare Nun

      • Pra mim o rótulo de AAA é ainda muito pior do que o de indie, por logo de cara já é um termo que relaciona rigidamente a dimensão do investimento com a qualidade do produto (daí os ‘A’s).

  • 26 de março de 2014 às 00:43 -

    José Valter Alves Junior

  • alguem realmente acredita nisso? acredito q os indie q tao dando vida pro mundo parado dos game easy mode pra mim isso e pura inveja pra q as venda dos games indies caia pra ver se as grande empresas alavancam

  • 26 de março de 2014 às 02:38 -

    Rodrigo S.T

  • só digo uma coisa, jogos indie são feitos com ideias originais usadas como uma forma de expressão por aqueles que amam desenvolver games,por que desenvolver um game de forma independente não é fácil nem rápido e tmb não é feito pra agradar a maioria dos gamers. indie game movie ta ai pra provar isso.então, acho que isso não vai acabar assim.

  • 26 de março de 2014 às 05:43 -

    Eduardo S. de Araujo

  • Andrei Michel Schwingel

  • 26 de março de 2014 às 08:18 -

    Kubrick Stare Nun

  • Falar uma coisa dessa no auge da Unity 3D e do Steam Greenlight não dá.

  • 26 de março de 2014 às 09:55 -

    Alexandre Scapini

  • Também achei coerente o que ele falou. Se um grupo de independentes recebe investimento milionário de uma grande empresa e passa a sofrer pressão de todos os lados, o “independente” se tornou “dependente”. Mas os independentes sempre vão existir.

  • 26 de março de 2014 às 15:16 -

    Carlo Henrique

  • Eu concordo com ele, chego até a dizer que já ocorreu uma fase em que a indústria indie estava por baixo com os muitos lançamentos de survival horror tentando chegar ao que era Silent Hill e Resident Evil inicialmente.
    Se a atual indústria AAA mudar sua politica e realmente se focar em fazer jogos criativos, mais preocupado em vender discos do que espaços publicitários, nada impede que com os mais recursos que eles tem, aconteça uma retomada do mercado.
    O que só é possível garantir é que os jogos mais vendidos serão realmente os melhores, uma baixa da indústria indie não significa uma baixa nas vendas dos jogos criativos, mas sim uma alta pelo lado de um setor do mercado que pode mudar suas politicas e voltar a fazer jogos pensando na qualidade e diversão.

  • 26 de março de 2014 às 20:55 -

    silva

  • Nunca vai passar, só vai melhorar, porque alguns serão comprados, mas apareram novos. Só se acabar o finnaciamento… (ou fazererm acabar)

  • 27 de março de 2014 às 01:41 -

    Jean

  • Quase campanha de desespero pq os “indies” de hoje acabam faturando boa parte da parcela de lucro do mercado, o que deixa esses meros miseráveis com medo, cagando pela boca…

    Exemplos de jogos indie simples:
    Stardrive: um único programador, 9 meses investidos, vendeu o jogo no início por 29 reais (no Brasil), vendeu 3 milhões de cópias digitais.

    Prison Architect: 2 programadores, 1 ano investido antes do lançamento do jogo “em fase Alpha”, vendeu 2 milhões de cópias.

    Terraria: 2 programadores, 3 meses sem lançamento do jogo, após lançaram o alpha a preço de 19,90 no Brasil, vendeu 4 milhões e 800 mil cópias. Ja lançaram mais 1 jogo parecido, que está beirando a marca de vendas de 5 milhões.

    E vários outros.

    Os gamers indie, acabam comprando pelo baixo preço e pela satisfação, já que a maioria destes jogos são específicos sobre X ou Y, criando fãs próprios em gêneros antes não explorados pela grande indústria. O custo pra fazer um jogo Indie, é a inteligência, a criatividade e pelo menos 6 meses sem chance de ganhar algo em troca… O mundo nunca vai largar esta tetinha, os gamers sempre vão comprar, e a cada dia novos games aparecem, SEM NENHUM CUSTO DIRETO pra quem cria, o que incentiva ainda mais programadores a correrem esta estrada.

    A grande indústria ainda não entendeu, que hoje, na era digital, lojas online, que não vendem produtos “físicos” só crescem, pois agregam valor, facilitando promoções rápidas, sem limite de distribuição, sem custo adicional, gerando interação social, etc…

    U*m grande e espetacular exemplo é a loja da Valve, conhecida como STEAM, a maior loja de games do MUNDO, sempre com novidades e promoções, evoluiu, parou de vender apenas jogos próprios (half life, Counter Strike, etc) e passou a vender títulos de terceiros. Hoje lidera o ranking mundial de vendas, é quase como o facebook, apareceu e dominou o mercado pela simplicidade e facilidade.

    lojas como a Origin, que só vendem produtos próprios estão fadadas a falência, pq uma hora ou outra, as grandes empresas de games caem, ISTO SIM É FATO! A história mostra que grandes empresas de games acabam separando os sócios, dividindo capital, abrindo falência… são vários títulos abandonados, vários anos investidos jogados fora…

    O que o Medroso aí, que acha ser o soberano, rei do estudo científico que garante que os “Indie” serão extintos, nada mais é do que um cara, com medo de perder mercado e acabar como todos seus antepassados: FALIDO!

    Ao menos, a história fala apenas das grandes indústrias fechando, enquanto as pequenas produções, até agora: só cresceram!

  • 28 de março de 2014 às 19:39 -

    Hasley Mastroiany

  • As peque nas empresas de hoje (indie) serão sempre aclamadas por quem gosta de um bom game, e não apenas de gráficos… temos de dar oportunidades aos que nos agradam como gamers

Deixar um comentário (ver regras)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *