Pós-apocalipse: como ficou a situação da Vigil Games com o fim da THQ?

30 de janeiro de 2013

Pós-apocalipse: como ficou a situação da Vigil Games com o fim da THQ?

Conforme já te contamos, a trágica história da THQ teve seu fim na semana passada: quase todos os estúdios contratados pela falecida publicadora conseguiram novos lares. Mas uma empresa (talvez uma das mais proeminentes) se perdeu no caminho: a Vigil Games, criadora da franquia Darksiders não foi para ninguém. E agora?

A indústria dos videogames recebeu um golpe forte no ano passado: como foi noticiado há meses atrás, muitas produtoras fecharam de vez suas portas. Algumas desenvolvedoras foram alvos de muita polêmica, como a 38 Studios e a Big Huge Games, e outras que com certeza marcaram a infância de muitos gamers, como a Hudson Software, produtora do saudoso Bomber Man.

2013 mal começou, e mais uma famosa publisher – que nos trouxe Saint’s Row, Darksiders, UFC Undisputed e Warhammer – THQ Games deu seu último suspiro de vida. Depois de lutar bravamente por alguns meses, a THQ leiloou todas as suas franquias e cada empresa decidiu abocanhar uma licença, podendo dar continuidade a franquias muito queridas.

Pós-apocalipse: como ficou a situação da Vigil Games com o fim da THQ?

Porém uma empresa foi totalmente esquecida durante o leilão: a criadora da elogiada série Darksiders, Vigil Games, não foi contratada ou adquirida por ninguém, ficando assim sem lugar para ir.

Mas o fim ainda não chegou para a Vigil Games: depois de ser sondada pela Platinum Games, a salvação (ainda que parcial) da produtora foi a Crytek, que acaba de anunciar um novo estúdio que será aberto em Austin, Texas.

De acordo com a Crytek, o novo estúdio será comandado pelo co-fundador da Vigil Games, David Adams. Além disso, o novo estúdio vai contar com mais 35 desenvolvedores que eram da Vigil.

Por mais que isto seja uma boa notícia para ambas as empresas, todo este processo mostra um preocupante futuro para a indústria dos videogames, com empresas falindo e/ou sendo”englobadas” por empresas maiores. Para onde vai a diversidade neste cenário?

Pós-apocalipse: como ficou a situação da Vigil Games com o fim da THQ?

O ano de 2013 não começou bem, com o fim da THQ, e o recente pedido de falência de uma das empresas mais antigas desta indústria, a Atari. Estas – e as várias outras produtoras que fecharam suas portas no ano passado – são exemplos que mostram um panorama complexo: no mercado atual, está cada vez mais difícil produzir um jogo original e ser bem sucedido com ele.

Tirando algumas empresas que ainda mostram coragem para publicar novos jogos, não são todas as publishers que querem correr o risco de colocar um produto novo no mercado e não conseguir atingir suas expectativas.

E quando isto acontece, a desenvolvedora é a primeira a ser culpada, leva prejuízo (afinal, produzir um jogo não é barato), o que leva a problemas, demissões, e, na pior das hipóteses, até o fechamento completo de um estúdio.

Empresas como EA Games e Activision querem um padrão tão alto nas vendas que é preciso de atingir uma marca “X” de vendas para aquele jogo receber uma continuação merecida aos olhos dos chefões. Mesmo antes da THQ falir, o futuro de Darksiders já era incerto, com a saída de Joe Madureira da Vigil e o fato de o segundo jogo não vender tanto quanto a THQ esperava.

Pós-apocalipse: como ficou a situação da Vigil Games com o fim da THQ?

Isso tudo está acontecendo e ainda nem chegamos ao fim da geração atual dos consoles. Quando a nova geração chegar, o custo para produzir games irá aumentar consideravelmente (há todo um processo de atualização de hardware e software, capacitação de profissionais e muito mais), o que vai dificultar ainda mais a vida de empresas que não estão entre as maiores e mais ricas.

No final, mesmo já gerando lucros astronômicos, a indústria dos jogos ainda precisa de mais dinheiro do consumidor para continuar viva, e o imenso número de empresas fechando nos últimos tempos demonstra que o futuro pode não ser tão brilhante para todas as produtoras.

Enquanto houverem empresas como Crytek e Epic Games para salvar o que sobra de empresas menores, ótimo. Mas sabe-se lá até quando as “gigantes” estarão interessadas em fazer este tipo de “caridade”. Para cada estúdio salvo, outros tantos simplesmente sumiram do mapa, e seus funcionários foram demitidos.

E aí, o que você acha?  Será que este tipo de “fusão” fortalece as grandes empresas, ou só está diminuindo a variedade e tornando o futuro um pouco menos brilhante para esta indústria que todos adoramos? Deixe sua opinião nos comentários!

(Via: All Games Beta, IGN)

14 Respostas para “Pós-apocalipse: como ficou a situação da Vigil Games com o fim da THQ?”

  • 30 de janeiro de 2013 às 14:15 -

    Manolo

  • Triste não saber se teremos a conclusão da saga dos Cavaleiros do Apocalipse.

    Darksiders 1 e 2 são ótimos jogos. Apresentaram personagens carismáticos e enredos interessantes.

    Complicado saber que CoD e FIFA todo ano tem um jogo requentado sendo lançado e um bom adventure como Darksiders não vende o esperado.

    Na verdade a culpa é do público, que está cada vez mais homogêneo e fechado à experiências novas.

    • 30 de janeiro de 2013 às 17:13 -

      leandro leon belmont alves

    • “Complicado saber que CoD e FIFA todo ano tem um jogo requentado sendo lançado e um bom adventure como Darksiders não vende o esperado.”

      é isso que fico me perguntando Manolo. acho que é mais devido a época mesmo, onde jogos menos cerebrais são a nova onda do momento. ou seja, correr com um Messi e chutar a gol ou descer o gatilho é mais fácil que ter um hack and slash onde tem sidequest, pulos, armas fodas, chefes incríveis e entre outros.

      • 31 de janeiro de 2013 às 12:26 -

        junior andrade

      • darksiders é um jogo bom….
        nao é lá essa coisas nao,é só um jogo pra passar o tempo,
        quando nao tiver nada de melhor pra jogar…..
        que jogo BOM DE VERDADE?!
        VÁ JOGAR ZELDA….
        se darksiders é tao bom como dizem,pq nenhuma empresa quer da continuidade a ele…???

    • 31 de janeiro de 2013 às 08:19 -

      Henrique Gonçalves

    • O triste que é bem capaz que Darksiders não aconteça mais, porque pelo visto a Crytek somente contratou o pessoal da Vigil em cima do nome dela, mas não a licença de Darksiders.

      Acho que enquanto COD ser o jogo mais vendido de todos os tempos, todos os anos em seu lançamento, nós não teremos muito espaço para jogos originais e criativos. O público tem que perceber que o mesmo produto com uma camada nova de tinta não tem que ter o mesmo valor que anteriormente, enquanto isso é torcer para que mais jogos originais e interessantes apareçam no meio deste mar de continuações e DLCs

  • 30 de janeiro de 2013 às 14:23 -

    BATATA

  • Alguem pode me informar quais jogos a crytek ja fez/distribuiu? Eu conheço crysis e o primeiro far cry. Não sou muito conhecedor de produtoras e agora fiquei curioso em relação a crytek :3

    • 30 de janeiro de 2013 às 14:32 -

      Rodrigo Pscheidt

    • Em matéria de games é basicamente isso: a série Crysis e o primeiro Far Cry.

      Porém, ela está produzindo um FPS free-to-play chamado Warface e um título para Kinect chamado Ryse.

      Fora isso, sem dúvida sua contribuição mais valiosa para a indústria é sua CryEngine, que é uma das engines mais poderosas do mercado.

      A CryEngine serve de motor gráfico para games de diversas outras empresas, que sem dúvida pagam muito grana à Crytek para utilizar sua CryEngine.

      • 30 de janeiro de 2013 às 14:35 -

        Renan do Prado

      • Me corrijam se eu estiver errado, mas com Crysis 1, 2 e 3, não dá a impressão de que a Crytek tá servindo de testa de ferro pra EA?

        Sei lá, posso estar viajando, mas tive essa impressão quando a THQ foi leiloada.

      • 30 de janeiro de 2013 às 17:09 -

        BATATA

      • Valeu por responder

  • 30 de janeiro de 2013 às 14:32 -

    Renan do Prado

  • Ótimo texto Henrique!!!

    Eu acho assim, enquanto as grandes empresas englobarem empresas menores que estão no fio da vida, é até bom que aconteça, pois as franquias ainda podem continuar vivas, e dependendo do respeito que a empresa grande tiver pela menor que englobou, essas franquias podem seguir adiante sem intervenções absurdas.

    Por outro lado, se o caso fosse de uma grande empresa que tem por objetivo engolir todas as menores e colocar sob suas próprias rédeas, isso eu acho que não deve existir. Os grandes e os pequenos possuem seus lugares, e muitas vezes se confundem, pequenas empresas crescem absurdamente ao passo que as grandes diminuem seu poder graças a dificuldades que possa estar passando.

    É uma enorme pena ver a THQ se desmantelando e cada pedaço do que foi um ir se espalhando pra cada lado, mas se isso significar que a “alma” da THQ ainda poderá continuar viva, pra mim ótimo!

    • 31 de janeiro de 2013 às 12:12 -

      Henrique Gonçalves

    • Valeu Renan!

      Também acho o mesmo, a grande questão vem das produtoras continuarem o seu trabalho de fazer jogos para o público enquanto as grandes empresas criam o lado financeiro/publicidade para fazer o jogo vender, além de dar aquele feedback no desenvolvimento. Mas o meu grande medo são essas empresas imensas como a EA e Activision, que ditam uma nova tendencia na indústria e todas as outras seguem ela. Passes online, DLC, Season Pass e todos estes conteudos adicionais que muitas vezes sao desnecessários foram criados por essas empresas tempos atrás e agora todos seguem a mesma pratica.

      Mas eu fico feliz que as empresas compradas da THQ são confiaveis e que podem continuar o trabalho da THQ sem ela.

  • 30 de janeiro de 2013 às 15:56 -

    Daniel de Araujo

  • O que aconteceu com a saga Red Faction? …

    Se alguém aqui vai sentir falta da THQ, esse cara sou eu(kkkkkkk). Eu jogo WWE, Saints Row, Darksiders faz tempo demais. É triste saber que uma das minhas produtoras/distribuidoras favoritas foi a falência. Me preocupa saber que a série Saints Row está na mão da dona da Dee Silver…¬¬

    • 30 de janeiro de 2013 às 20:18 -

      Arthur

    • E não esqueçam da serie company of heroes, minha preferida da THQ, que agora não receios se vão realmente lançar o coh2, e se a SEGA vai cuidar bem da relic studios.

      • 31 de janeiro de 2013 às 11:39 -

        Henrique Gonçalves

      • Tenho fé que a SEGA consiga trabalhar bem com a Relic, ela já tem a licença de Dawn of War para a Creative Assembly e agora ela pode fazer muita coisa boa com a franquia de Dawn of War 40K. Quem sabe um jogo nos moldes de Total War, ou continuar a ideia de um jogo de ação em terceira pessoa como Warhammer 40K: Space Marine.

        A Sega de hoje parece mais focada nas franquias certas, ela tem Aliens, Sonic, Total War e agora Dawn of War para trabalhar pesado com os estudios da Gearbox (que foi contratada pela Sega para fazer Colonial Marines), Sonic Team, Creative Assembly e Relic.

  • 1 de fevereiro de 2013 às 13:07 -

    NFC3SPECTRO

  • Creio que tudo tem um ciclo de vida, apesar de roupa nova as fórmulas são as mesmas! É chegado um momento que o público alvo “cansa” e procura novas experiências ou se fecha nas velhas!

    Como usuário me dou o exemlo: Perfil 33 anos, jogos de shooter tanto arcade quanto simulação parei de jogar muitos games da linha bf, cod e medal pelos mesmos motivos de alguns:

    1) Mesma fórmula com gráficos novos

    2) Meu foco é no multiplayer é cheeters e a falta de material complementar constante fazem com que o produto seja defasado.

    3) Impossibilidade de montarmos nosso próprio server com estruturas próprias, dependendo cada vez mais da própria industria para ter um servidor! (isso é bom pra elas aumenta o lucro e justifica a presença da marca no mercado)

    4) Ping, como muitos destes jogos são hospedados em servers gringos fico impossibilitado de concorrer com os jogadores que tem uma melhor conexão.

    Atualmente, estou no jogo do ARMA 2 da bohemia a quase 5 anos, e creio que o que faz esse game sobreviver tanto no mercado é o fato de ser aberto e você usuário poder aprender ferramentas novas todos os dias para criar o jogo aos seus moldes! Poderia ter ferramentas mil vezes melhores, mas acho que essa é uma saída para algumas produtoras, começar a criar um sistema de custom game onde uma comunidade de jogadores e programadores amadores possam produzir desde mods a mudar e ampliar os horizontes destes tipos de produto.

    Quem sabe, não estamos começando a viver uma nova era, onde a industria terá que se reinventar e onde só as mais fortes continuarão de pé para que renasça esse novo mercado!

Deixar um comentário (ver regras)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *