Primeiras Impressões: Lost Ark demonstra enredo complexo e ótimo gameplay

8 de fevereiro de 2022
Primeiras Impressões: Lost Ark demonstra enredo complexo e ótimo gameplay

Lançado originalmente na Coréia do Sul em 2019 pela Smilegate RPG, Lost Ark vem dando o que falar no mundo dos MMORPGs. O game finalmente vai sair no ocidente através da distribuição da Amazon Games. Nós tivemos a oportunidade de testar o game por quase um mês, em acesso antecipado exclusivo para a imprensa, e vamos trazer para você nossas impressões em primeira mão!

Lost Ark é um action MMORPG nos moldes de jogabilidade de Diablo e Path of Exile. Entretanto, ele tem personalidade o suficiente para andar com as próprias pernas, inovando em algumas mecânicas de jogo e trazendo todo um mundo de fantasia medieval interessante, envolvente e rico em detalhes no processo. O jogo já está muito bem estabelecido na Coréia (visto que já existe por lá há 3 anos), o que dá bons indícios de tudo o que está por vir.

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Um herói para salvar o mundo

Lost Ark, como todo MMORPG que se preze, mantém uma introdução interessante à história, uma desculpa para seu personagem existir naquele mundo. Entretanto, a narrativa do game apresenta alguns acertos acima da média no que tange a famosa “lore do jogo.

Aqui estamos no mundo de Arkesia, local repleto de raças distintas, territórios diversificados e com acesso a outros planos. Enquanto participamos de uma expedição para explorar o mundo, acabamos em meio a uma situação muito maior, que envolve a segurança do mundo todo. Com o passar da progressão da história, acabamos em meio a um embate contra uma legião de criaturas demoníacas que buscam em Arkesia as chamadas pedras Ark, artefatos de grande poder.

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A história é cheia de clichês e momentos previsíveis, entretanto, possui seus momentos de brilho e surpresa também. O interessante aqui é que a narrativa do jogo, bem como sua fotografia (da qual vamos falar já já), acrescenta bastante à história. Não estamos falando de um enredo que é simplesmente contado por diversas linhas de texto enquanto você continua upando seu personagem.

Claro, existe esse aspecto textual também, mas o ritmo da história segue uma constância excelente para que o jogador tenha tempo de reconhecer os ambientes, localidades e personagens importantes do enredo. Além de momentos climáticos dignos de filmes épicos e personagens que você vai conseguir guardar o nome caso se importe minimamente com esse pilar dos MMORPGs.

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Um show de fotografia

Mas o enredo e sua narrativa não seriam os mesmos caso Lost Ark não tivesse uma direção de fotografia simplesmente fantástica. Isso é realmente surpreendente, ainda mais em se tratando de um jogo em perspectiva isométrica. Normalmente jogos desse tipo não possuem tantos planos mais abertos, mudanças de câmera ou perspectivas diferenciadas. No máximo uma cinemática aqui e ali como ocorre na franquia da Blizzard.

Entretanto, Lost Ark vai além e realmente supreende bastante em direção cinematográfica, jogos de câmera, uso interessante de mudanças de plano e cinemáticas que ocorrem 100% dentro da engine do próprio jogo, às vezes sem nem esconder os menus do jogo para isso. Todo esse cuidado visual impecável rende alguns momentos verdadeiramente épicos durante a aventura, que se escalonam nos momentos certos, trazendo situações climáticas estupendas para a narrativa.

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O cerco à Luterra é realmente épico!

Impossível para mim citar esse aspecto do jogo sem utilizar de exemplo (sem spoilers) a sequência de missões do Cerco ao Castelo de Luterra, que os jogadores farão próximo ao nível 30. Uma missão com cenas em escala realmente monumental, com grandiosas batalhas campais que lembram franquias como O Senhor dos Anéis de tão bem montadas.

No aspecto narrativo, essas cenas acrescentam bastante principalmente à imersão. Tendo tomadas mais cinematográficas e com diálogos interessantes, coreografias de combate interessantes e efeitos visuais que podem não ser de última geração, mas estão bem acima da média comparados a tudo que temos no mercado nesse gênero de jogo.

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As classes de Lost Ark

Já na montagem do seu personagem, você escolhe uma dentre cinco classes (algumas com gênero travado). Estas não fogem do tradicional já visto em outros jogos do gênero: Warrior, Mage, Assassin, Gunner e Martial Artist. Porém, cada uma dessas cinco classes básicas possuem algumas subclasses de especialização que são escolhidas já no início da aventura, e ditam as árvores de habilidade de cada jogador.

Com essas especializações, acabamos tendo na prática cerca de 15 classes, sendo três para Warrior (Paladin, Berserker e Gunlancer); duas para Mage (Sorcerer e Bard); duas para Assassin (Shadowhunter e Deathblade); quatro para Gunner (Gunslinger, Sharpshooter, Deadeye e Artillerist) e quatro para Martial Artist (Scrapper, Soulfist, Wardancer e Striker).

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Cada uma das especializações de classe possui um padrão de armas e equipamentos específicos, além de ter toda uma árvore de habilidades que podem ser equipadas e utilizadas da forma que o jogador bem entender. O sistema de habilidades por si só é um dos pontos mais originais de Lost Ark, mudando um pouco a forma como este elemento é tratado em MMOs.

Quanto às classes num geral, vale dizer que temos aqui uma variedade bem interessante e relativamente criativa tanto no que tange aparência como jogabilidade. Não foi possível avaliar o balanceamento entre tantas especializações de classe, mas considerando que o jogo já possui três anos em sua terra natal, provavelmente teremos um nivelamento mais estável quando o game chegar por aqui.

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Progressão pouco repetitiva

A progressão do jogo segue por boa parte do tempo um ritmo que lembra bastante a franquia Diablo e o MMO Path of Exile. Temos diversas quests a serem feitas, divididas entre missões principais, gerais e outras secundárias mais específicas como missões de dungeon, missões para aumentar sua afinidade com algum NPC, missões de evento entre outras.

Entretanto, basta que você siga a missão principal e ganhará vários níveis completando seus objetivos. Não temos por aqui aquelas tradicionais “barrigas” de progressão, quando você precisa obrigatoriamente pausar a missão principal para utilizar algum mecanismo de grind pois seu nível não é suficiente para dar sequência às missões. Além disso, missões gerais normalmente ocorrem em sintonia com a missão principal daquele mapa, o que otimiza também a progressão do jogador.

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Como se trata de um Action MMORPG, temos a maioria esmagadora de missões focada em matar inimigos. Entretanto, nada daquelas missões tediosas de “coletar 70 peles de lobo” que infelizmente vimos aos montes em New World. As “desculpas” para matarmos hordas de monstros, bandidos, demônios e animais selvagens são bem melhor construídas em Lost Ark, diminuindo bastante a sensação de repetição.

Quando o ritmo do jogo começa a flertar com algum tipo de repetição ou “mesmice”, são introduzidas mecânicas diferenciadas e secundárias que ajudam o jogador a sentir a progressão de um modo mais orgânico. Sejam os sistemas de coleta de recursos para crafting, o sistema de navios ou o seu assentamento, tudo é muito bem encaixado no enredo da missão principal, e colocados em momentos da história que também ajudam a dar variedade à progressão.

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Existem missões bem diferenciadas em termos de mecânicas de jogo.

As mecânicas mais diferenciadas

E por falar em mecânicas diferenciadas, Lost Ark tem uma coletânea interessante de conteúdos já vistos em outros MMO mas que podem agregar bastante à experiência de jogo aqui. A começar por um sistema de habilidades. Estas recebem pontos a serem distribuídos com o passar de níveis do personagem, mas possuem um esquema de combinação em tríplice interessantíssimo.

Em três momentos específicos da progressão de cada habilidade, o jogador pode escolher uma habilidade passiva que modifica ativamente o efeito, aparência e impacto daquela habilidade durante a jogatina. Além disso, o resultado final da habilidade é também modificado pela combinação dessas três habilidades passivas que são escolhidas.

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Esse é um modo bem peculiar e interessantíssimo de personalização de habilidades, dando um universo de variedades para os jogadores de um modo simples e instintivo, que inclusive pode ser livremente modificado pelo jogador caso este queira. Concomitante a isso temos também um sistema de cartas que lembra vagamente o clássico Ragnarok Online.

A diferença aqui é que as cartas, que são itens colecionáveis com nível de raridade variados, são equipadas em um menu próprio e servem para gerar combinações específicas, dando assim alguns buffs permanentes para o jogador. Seis cartas podem ser equipadas, tendo todo um sistema de sinergia entre elas para propiciar benefícios. Para os amantes de combos e cartinhas, está aí um prato cheio para se debruçar em Lost Ark.

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Um mundo recheado de conteúdo

Para além da progressão inicial, há muito o que se ver e fazer em Lost Ark no decorrer dos 50 níveis do seu personagem. Até porque, alcançar os maiores níveis em si não é lá um desafio tão exaustivo assim, tarefa essa que pode ser feita em cerca de 20 horas (o que é pouco para um MMORPG). Mas nessas 20 horas você vai conhecer basicamente a grande ilha do reino de Luterra, sendo que existe literalmente todo um mundo para ser desbravado.

O sistema de mapas do jogo é bem interessante e convidativo a ser explorado. Todo o progresso até cerca do nível 40 é passado pelo reino de Luterra, onde conseguimos nosso primeiro navio e, assim, ganhamos os mares para explorar livremente todo o mundo. A sensação aqui é realmente de liberdade (mesmo que demore umas quinze horas para isso acontecer).

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Com o navio (altamente personalizável) em mãos, melhorado e equipado, poderemos encarar toda uma leva de missões bosses e tarefas secundárias navais a fazer, podemos explorar o mundo e traçar novas rotas. Caso não queira bancar o explorador desenfreado, temos também o sistema de assentamento, que lembra vagamente o sistema de housing de outros jogos.

A diferença é que em Lost Ark temos uma ilha inteira para construir, com NPCs próprios e inúmeras possibilidades de crafting. Upar sua ilha e melhorar suas construções concede acesso a construção de novos itens, equipamentos e poções, incentivando ao mesmo tempo o crafting e o mercado do jogo. Todas essas tarefas são liberadas paulatinamente no decorrer do jogo, fazendo o número de afazeres aumentar exponencialmente enquanto a história se desenrola.

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As promessas do end game

Mesmo tendo quase um mês para experimentar o jogo, foi consideravelmente difícil encontrar outros jogadores durante minha jogatina — afinal, o server era fechado para a imprensa. Por isso, não foi possível testar com afinco o conteúdo que será disponibilizado no “end game” de Lost Ark. Entendendo que para muitos este é o principal conteúdo que os fazem escolher ou não um MMORPG para jogar, vamos citar aqui quais são as promessas de Lost Ark para esse tipo de conteúdo.

Para os amantes de PvE, Lost Ark possui as chamadas Chaos Dungeons, que são masmorras organizadas em ondas de inimigos com limite de tempo que ficam localizadas em diversas localidades diferentes. Elas desbloquearão os tiers mais altos de equipamentos e alguns materiais base para craftar estes equipamentos. O interessante aqui é que elas poderão ser feitas em grupo ou individualmente.

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Existe também as Guardians Dungeons, claramente inspiradas na franquia Monster Hunter, traduzindo sua jogabilidade para o plano isométrico tradicional dos action RPGs. Nessas dungeons, grupos de jogadores estarão em algum mapa específico e precisarão executar determinadas tarefas para localizar uma criatura monstruosa que serve de boss para a dungeon. Ao encontrá-la, os jogadores precisam derrotá-la em combate, tendo que lidar com fraquezas e comportamentos específicos.

É interessante ver como Lost Ark consegue disponibilizar bastante conteúdo para jogadores solo. Temos no end game um conteúdo próprio para esses jogadores, as chamadas Towers, que são, claro, torres com vários andares de dificuldades para um jogador sozinho testar a própria habilidade em troca de recompensas de alto nível. Para além dessas novidades, temos as Abyssal Dungeons, mais próximas de dungeons tradicionais de MMOs, o conteúdo PvP 3×3 em Arena e missões e mecânicas específicas para o assentamento e os navios também.

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Os riscos de Lost Ark

Claro que ao falarmos de um novo MMORPG que chega ao ocidente sob o selo da Amazon Games, muitos podem ter medo do projeto não deslanchar por conta de como se sucederam os meses seguintes ao lançamento de New World, o último projeto do estúdio. Entretanto, Lost Ark não se assemelha em praticamente nada com o (até então) falido MMORPG de 2021.

Porém, isso não significa que seu lançamento em terras ocidentais está imune de riscos. Sempre existe, como citamos em nossa análise de New World no ano passado, a responsabilidade da empresa em manter um ritmo decente de novos conteúdos para que jogadores se mantenham engajados no game.

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Lost Ark felizmente chega por aqui no próximo dia 11 já com uma bagagem de três anos de conteúdo lá da Coreia, já com níveis decentes de balanceamento e um conteúdo invejável para a maioria dos MMORPGs em seu primeiro ano de lançamento. Um outro elemento que precisa ser levado em conta por aqui são seus servidores. Isso porque, até o presente momento, Lost Ark não terá localização brasileira nem para dublagem nem para textos, o que é uma pena.

Mesmo que servidores sulamericanos sejam uma realidade possível, não podemos descartas os riscos de superlotação, quantidade de servidores insuficiente e outros probleminhas já bem tradicionais do lançamento de grandes MMOs. Ainda mais se tratando de um que terá um formato gratuito de distribuição. Por essas e outras é sempre importante ressaltar que um conteúdo robusto no lançamento é importantíssimo, mas os meses que sucedem o lançamento de um MMO são cruciais para o seu eventual sucesso e longevidade.

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Outra chance para a Amazon Games?

Com uma história robusta, fotografia impecável, conteúdo diversificado e variado o suficiente para jogadores em grupo ou solo, não é exagero dizer que Lost Ark é um MMORPG próprio para os amantes de PvE. Ao contrário do que vimos em New World, que tentou agradar todos os públicos de MMO e acabou perdendo 90% dos seus jogadores pela falta de conteúdo, aqui temos um claro investimento para um público mais específico.

Isso por si só já deixa Lost Ark com um pouco mais de margem de segurança em sua empreitada no ocidente. Além disso, temos também o fato do jogo já ser um sucesso absoluto no oriente, além de ter um formato gratuito por aqui e um começo muito mais robusto em termos de conteúdo que a aposta da Amazon Games do ano passado. Por essas e outras, Lost Ark pode ser um MMO bem “barulhento” em 2022, com legiões de fãs e comunidades inteiras surgindo.

Mas claro que, como ressaltamos nesse texto, a qualidade progressiva de conteúdo e suporte ao jogo e a sua comunidade serão cruciais para seu eventual sucesso. Enquanto essa realidade não chega, cabe dizer que Lost Ark é sim um excelente jogo para experimentar seja sozinho ou em grupo, com uma quantidade e qualidade de conteúdo que vale sim as dezenas de horas gastas em seu mundo.

Lost Ark será lançado no próximo dia 11 de fevereiro exclusivamente para PC. A partir de hoje, dia 08 de fevereiro, ele já estará disponível para quem comprar um dos pacotes de fundador do jogo. Para esta análise, rodamos o game em um notebook gamer com processador i5-9300, 24GB de memória, placa de vídeo GTX 1650 (4GB) e SSD de 450gb.

*Agradecimentos à Amazon Games por nos disponibilizar uma chave antecipada do game para experimentarmos.

2 Respostas para “Primeiras Impressões: Lost Ark demonstra enredo complexo e ótimo gameplay”

  • 8 de fevereiro de 2022 às 14:24 -

    Carlos Frederico Ferreira Tidei de Lima

  • Eita… lá vou eu comprar o joguim. Droga.
    Eu amo a perspectiva isométrica. Ela é tudo de bom.

  • 20 de fevereiro de 2022 às 00:12 -

    Bruno RIbeiro

  • Lost Ark é muito bom mas de longe não tem enredo complexo, é a histórinha mais cliche que existe, poderiam ter se inspirado em Final Fantasy XIV para criar a história.

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