Quem são os potenciais desenvolvedores de games da nova geração?

21 de novembro de 2019
Quem são os potenciais desenvolvedores de games da nova geração?

Como tudo na vida, o mundo gira, e as coisas mudam. O que está em evidência sai de cena, volta, enquanto novas ideias aparecem. Nos games não é diferente. Assim sendo, com tanta informação e tantas ferramentas disponíveis, é natural que os mais jovens, que curtem seus games, queiram trabalhar na área.

Mas quem são eles? Como eles pensam? Será que teremos uma próxima geração só de “criadores de Fortnite“? Aproveitamos a Brasil Game Show 2019 para conversar com alguém que poderia nos trazer esta resposta. Raul Sales, Gerente de pesquisa e desenvolvimento da Saga, escola que oferece cursos envolvendo games, nos mais variados campos do conhecimento, conversou conosco. Esclarecendo, assim, na prática, uma visão sobre estes jovens, que querem entrar no mundo do videogame.

Comecei perguntando sobre a visão de Raul pelo interesse dos mais jovens pelas possibilidades que o mundo dos games oferece hoje, quanto a trabalho. Ele nos explicou que a mudança não é necessariamente o interesse do jovem, e sim o acesso a conteúdo disponível pra eles. O jovem dos anos 90 era limitado quanto ao acesso aos games, pois dependia dos pais, e ao modelo de negócios da época.

O jovem de hoje tem mais acesso, seja a conteúdo, ou mesmo a contato com pessoas importantes do universo do entretenimento

Hoje em dia, além do jovem adulto consumir videogame ainda mais, o jovem tem acesso a vários games gratuitos. Assim, com a Internet evoluindo também, a procura por mão de obra aumentou, uma vez que estúdios Indies, ou focados em games para smartphone, necessitam também de profissionais. E assim, há uma necessidade de busca por informação. Mas, de acordo com Raul, é preciso também colocar o aluno interessado em contato com profissionais e professores, para fazer com que este conhecimento seja bem apresentado.

O aluno mais jovem também evoluiu quanto ao seu entendimento no mercado de trabalho. Anos atrás, o interessado de entrar no mundo dos games só queria “fazer jogos”. Hoje em dia, ele já tem noções do que é ser um programador, um desenvolvedor, um artista, ou um bom level designer. A proposta da Saga, de acordo com Raul é a de mostrar ao aluno todo o universo disponível, e ajudar o jovem a entender o seu lugar neste mundo, baseado em seus conhecimentos, preferências e aptidões.

A Saga esteve presente na BGS. Lá pudemos conferir de perto o trabalho da escola com os alunos mais jovens

Entretanto, esse excesso de conteúdo disponível precisa ser lapidado. Raul nos explicou que muitos dos alunos entram em um curso “achando” que já sabem tudo. E de fato são jovens com muito talento e que absorvem, desde cedo, muito conhecimento. Mas é preciso, de acordo com o professor, fazer eles entenderem que é preciso passar por todo o processo. Eles querem “pular” matérias, mas é essencial mostrar para todos a necessidade de se fazer todo o curso, para que lá na frente, eles entendam a necessidade de aperfeiçoamento.

Isso também leva o aluno a entender de que o mundo dos games mudou. “Fazer games” é um processo muito diverso hoje. Embora muitos querem entrar no mundo dos games para fazer o “próximo God of War“, eles precisam entender o ritmo de um desenvolvimento Indie, e as diferenças de criação de um AAA. São vários elementos, como tempo, equipe, planejamento, que somam uma diferença imensa, e que demandam habilidades diferentes.

Raul Sales é Gerente de desenvolvimento na Saga e foi quem compartilhou conosco o conteúdo desta matéria.

No fim, o jovem de hoje será um excelente desenvolvedor de games. Ele tem talento e tem acesso a muita informação. O que eles precisarão entender, pelos próximos anos, é de que o mundo dos games é muito mais amplo do que eles pensam que são. E que é preciso, no mundo da criação de jogos, se especializar em uma área específica. Seja abrindo seu próprio estúdio, focando nos smartphones, ou buscando emprego em uma AAA, o mundo de games é uma área de aprendizado eterno. Por isso é sempre bom conciliar o talento com uma boa formação especializada.

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