RetroArkade – Gex: Enter the Gecko e a aventura nos canais de TV

12 de maio de 2019

RetroArkade - Gex: Enter the Gecko e a aventura nos canais de TV

Criado para ser uma espécie de “mascote” para o 3DO, Gex é uma simpática lagartixa, criada pela Crystal Dynamics, que protagonizou um game em 1994 de plataforma com bastante competência. Tanto é que, após o fracasso do console, o personagem ganhou versões para PC, Playstation e Saturn, garantindo ainda mais fama para o personagem.

E, como era “moda” no final dos anos 90, todo jogo “deveria ser 3D”. E Gex passou por este processo, ganhando, assim, um game bem interessante. Gex: Enter the Gecko é um convite para o bom humor e as sátiras de produções da TV e do cinema, com um gameplay tridimensional que ainda estava em seus primeiros momentos, mas já mostrava todo o seu potencial.

Visitando novamente os canais de TV da Dimensão da Mídia

Quem jogou o primeiro Gex, sabe que o elemento principal do jogo é a visita em vários canais de TV, que servem de cenário para as fases. Enter the Gecko é uma continuação direta, na qual Gex é obrigado, por agentes do governo, sob promessa de pagamento milionário em caso de sucesso, a derrotar Rez, o vilão do primeiro game, novamente.

Usando a mesma Engine de Tomb Raider, a sequência de Gex foi construído, usando como base, Mario 3D, como praticamente quase todos os games de sua época. A diferença é que aqui, a influência foi ainda maior, uma vez que um mundo aberto guiava Gex para a escolha de suas fases, simbolizadas por TVs. E em cada fase, toda uma ambientação, como a primeira, que é baseada nos Looney Tunes.

O game trazia ótimos avanços para a época. O jogo não é perfeito, mas, pela forma o qual foi desenvolvido, funcionou melhor do que o próprio game que originou a Engine. Gex falava com o jogador constantemente, com sua boca se movento junto ao diálogo. Ele contava com vários movimentos, feitos para melhorar a exploração tridimensional. Afinal, segredos era o que não faltavam por ali.

Todas estas referências e sátiras contam com um nome bem interessante na equipe. Dana Gould, roteirista de Os Simpsons, roteirizou o jogo, trouxe muito da insanidade do desenho para o jogo, encaixando muito bem com o espírito bagunceiro do personagem. Gould também sugeriu as fantasias para Gex, que se caracterizava com cada fase a qual entrava. Assim, você poderia ver o personagem vestido de Pernalonga, ou James Bond.

Chicote de cauda e comendo moscas para salvar o mundo

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Gex é uma lagartixa, e foi desenvolvido como tal. Sua cauda é bem útil, funcionando como uma mola para saltos mais altos. Além de um golpe do chicote de cauda. Além disso, ele também pode dar uma voadora, além de comer moscas. Que entregam itens importantes para o jogo, como vidas.

Cada nível tem um número de controles remotos para serem coletados, além de um controle adicional. Quanto mais controles você resgata, mais fases são desbloqueadas, assim como os bônus, e os chefes. Sim, exatamente o mesmo sistema de estrelas de Mario 64. Há controles escondidos e, encontrando todos, você ganha acesso a final especial do game.

A câmera, ainda um problema naqueles tempos, pois não havia a liberdade analógica como temos hoje, oferecia três opções, mas não era incomum ser atrapalhado por causa da má posição delas. Entretanto, já era um avanço, comparado a outros games de sua época. O game também oferecia vários puzzles, feitos para avançar nas fases.

E, outra coisa comum naquela época, era a diferença entre versões. Enquanto o Playstation contava com visual mais simples, mas com vozes e mais fases, o Nintendo 64 oferecia uma fase extra. Que compensava a limitação em vozes, além de fases cortadas. A fase do Nintendo 64 era baseada no Titanic, e fazia referência ao mergulhador francês Jacques Cousteau.

Um interessante game que mostra a evolução do 3D

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Embora Gex não dê as caras já faz um tempo, o personagem apresentava interessantes games na era 32-bit. O bom humor, somado as fases diferentes e a exploração oferecida faziam uma interessante evolução ao que foi o Mario 64. Guardadas as limitações que o game também possuía. Os jogos tridimensionais estavam evoluindo naquela época. E iniciativas como Enter the Gecko ajudaram e muito a ampliar conceitos como exploração.

Gex: Enter the Gecko teve recepção mista na indústria especializada, mas nivelada para cima. Houve reclamações quanto à câmera. E também problemas no gameplay, como o jeito complicado de se entender a proposta de exploração. Lembre que naqueles tempos, tutorial era coisa rara.

Mas quem melhor definiu o jogo foi a Next Generation“A Crystal Dyanmics deu um passo ousado e inovador no gênero plataforma 3D com Enter the Gecko. Oferecendo humor, design sólido e inimigos inteligentes. Mas a jogabilidade ainda precisa de um pouco de tempo para recuperar o atraso”. A jogabilidade, com o passar dos anos, com outros games, foi melhorando tanto, a ponto de chegar ao tipo de game que temos hoje.

Inclusive, Gex: Enter the Gecko é um game que poderia fazer o mesmo que Crash Bandicoot fez. E voltar para as novas gerações. Sua riqueza de detalhes, exploração e design de fases, se melhor lapidadas, teria tudo para ser um sucesso nas plataformas atuais. Basta a Square Enix querer.

2 Respostas para “RetroArkade – Gex: Enter the Gecko e a aventura nos canais de TV”

  • 12 de maio de 2019 às 23:49 -

    Helinux

  • Bons tempos do vídeo game 3DO, tinha bons clássicos!!!!

  • 5 de junho de 2019 às 21:59 -

    Vitor Hugo

  • Excelente artigo!

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