RetroArkade – Os jogos cancelados de Resident Evil

11 de março de 2018

RetroArkade - Os jogos cancelados de Resident Evil

Resident Evil é uma série consagrada, querida por milhares de gamers e, desde 1996, segue tendo lançamentos que, mesmo vivendo altos e baixos, e expandindo seu universo para além de Raccoon City, mantém sua base de fãs firme e fiel. Porém, para uma série deste tamanho, vários games acabaram sendo projetados, mas, por várias razões acabaram sendo cancelados.

Vamos conhecer quais são estes games cancelados, que praticamente poderiam se transformar em uma série, de tantos games que foram apresentados, mas não entregues. Seja para a geração 32-bit, para portáteis, ou mesmo jogos que acabaram se transformando em outras franquias, Resident Evil tem uma lista considerável de games que nunca existiram.

Resident Evil: Dash – Saturn (1996)

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Todos nós sabemos que Resident Evil ganhou uma versão para o Saturn com muitas exclusividades, como documentos exclusivos, um segundo Tyrant, Wesker zumbi em um modo batalha e cenas sem censura, porém o 32-bit da Sega contaria com um game exclusivo da série para chamar de seu. Resident Evil Dash foi mencionado por Yoshiki Okamoto, da Capcom, na revista Genki Playstation, no final de 1996.

Na entrevista, o produtor chegou a explicar um pouco do enredo, que se passaria três anos após o primeiro Resident Evil, e teria como “inimigos” as plantas, que foram infectadas e também se transformaram em ameaças para a população de Raccoon City. Com a descoberta de uma nova sala, secreta, sob o laboratório de Tyrant, dois novos protagonistas voltariam à Mansão Spencer, que ofereceria novas salas e se apresentaria danificada graças aos eventos do game original, e funcionaria  de maneira semelhante a Resident Evil 3, que reaproveita alguns elementos de seu antecessor.

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A Mansão Spencer seria o cenário em RE: Dash, porém destruída após os eventos do game original.

Porém, Resident Evil 2 já estava em desenvolvimento, e tal jogo foi cancelado para não atrasar o game que seria prioridade. Deste projeto, as plantas de fato foram um incômodo na cidade em RE2, e também apareceram com o seu veneno em RE Outbreak File #2.

Resident Evil 1.5 (Playstation) – 1997

Com o sucesso do primeiro Resident Evil, a Capcom partiu para o desenvolvimento do segundo game, e, em um primeiro momento, ele seria bem diferente da versão que conhecemos. Conhecido como Resident Evil 1.5, o game já apresentava alguns elementos da versão final, mas contavam com diferenças importantes, que fariam a diferença caso fosse a versão definitiva.

A principal delas, talvez seria um tiro no pé. Junto com Leon S. Kennedy, que já era um dos protagonistas, a inédita Elza Walker, seria uma motociclista que também chegaria na Raccoon City condenada. Além da personagem, que mais tarde foi adaptada e definida como Claire Redfield, a irmã de Chris que vai até a cidade em sua procura, o policial não começaria a história nas ruas da cidade, e sim já na delegacia, e os zumbis seriam bem diferentes. Mas, apesar do seu estágio de desenvolvimento bem avançado, acabou sendo cancelado e o game foi direcionado para a versão que foi lançada em 1998, com Leon, Claire, Ada e os demais personagens.

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Um grupo de fãs se reuniu para tornar jogável o projeto, cancelado em 70% de seu desenvolvimento, e é possível encontrar a ISO em sites de emulação.

Resident Evil 2 (Saturn) – 2000

Resident Evil 2 estava em desenvolvimento para o Playstation, e a Capcom também queria levá-lo ao Saturn, assim como aconteceu com o jogo original. Porém, em 2000, Shinji Mikami, o produtor da série, divulgou pessoalmente um pedido de desculpas pelo cancelamento do game, alegando que o console não teria a mesma qualidade no sistema da Sony, mas garantiu que o time de desenvolvimento estaria focado em um game para Dreamcast, o Code: Veronica, e o segundo RE acabou sendo portado para o videogame da Sega posteriormente.

Foi cancelado em data próxima a Final Fight Revenge, o último game da Capcom para o problemático 32-bit da Sega, que reinou soberano apenas como console para jogos de luta.

Resident Evil (Game Boy Color) – 2000

Com o anúncio do Game Boy Color, que além de colocar cores no portátil da Nintendo, também ofereceria um hardware melhor, a Capcom tentou levar o seu Resident Evil original para o console. O problema é que, enquanto outras produtoras transformavam suas franquias em games de plataforma ou simplificavam-os para serem funcionais no portátil, a Capcom tentou encaixar o jogo de Playstation na telinha recém-colorida.

O resultado foi um game complicado, pesado e, embora caprichado, por explorar os limites do console, o game, feito pela HotGen, acabou cancelado, uma vez que a Capcom assumiu que não seria uma boa ideia colocá-lo nas plataformas. Mais tarde, Resident Evil Gaiden chegou, fez feio, e a Capcom conseguiu, enfim, lançar Resident Evil em um portátil da Nintendo com a versão para o DS, que usava razoavelmente bem a tela de toques do portátil.

Onimusha (Playstation 2) – 1997

A Capcom sempre se demonstrou bem experimental com sua série de zumbis, e prova disso era a tentativa de um spin-off da história principal, levando os zumbis para o Japão feudal, o que seria bem interessante, pois a cronologia de RE vai muito além dos eventos de seus games, e seria interessante ver “como tudo começou” em um Resident Evil Alpha. O cenário seria um castelo com armadilhas e demônios, com as espadas sendo a arma da vez.

O game em si não foi cancelado, mas não recebeu o nome Resident Evil na capa. Em seu lugar, nasceu Onimusha, série que renderia quatro jogos e que seria um dos grandes nomes na geração 128-bit.

Resident Evil 3 com HUNK protagonista (Playstation) – 1998

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Durante o desenvolvimento do que hoje conhecemos por Resident Evil 3, a Capcom trabalhava com vários profissionais em vários times a favor da franquia. Junto com a aventura de Jill em Raccoon City, também estavam em desenvolvimento RE: Zero e Code: Veronica, todos estes games passíveis de adaptações de acordo com o andar da carruagem da indústria de games, já que as antenas estavam ligadas na chegada do Dreamcast, e no anúncio do Playstation 2.

Uma ideia que estava em consideração para ser o terceiro game oficial da série apresentava como protagonista o mercenário HUNK, que, em um cruzeiro de luxo, buscava levar em segurança uma amostra do G-Virus, do game anterior. Porém, seu desenvolvimento iria entrar em conflito com os consoles que estariam para chegar e os outros games, e a Capcom acabou decidindo colocar o 3 na história de Jill, assumindo um projeto que estava em pauta, mas como um game menor, que apresentaria a fuga dos habitantes sobreviventes de Raccoon City, em ideia que foi melhor trabalhada nos jogos Outbreak.

Com a versão com HUNK descartada, a definitiva extinção de Raccoon City, os eventos acontecendo de maneira paralela a RE 2, e uma personagem forte como Jill Valentine foram as apostas da Capcom para apresentar um game de maneira rápida e com qualidade para os jogadores, uma vez que os outros games chegariam apenas um, ou dois anos depois.

Devil May Cry (Playstation 2) – 1999

Assim como Onimusha, Dante e sua história nasceu através de Resident Evil, que, em princípio, seria um RE 4 bem diferente da aventura que todos conhecemos. Nesta versão, o grande problema seria o vírus Fog, codinome do projeto, que se espalharia pela neblina e atingiria as pessoas, transformando-as adivinha em quê? Sim, em zumbis.

Leon já era o protagonista desejado para o game, mas, em uma decisão que sabiamente foi descartada, o protagonista ganharia poderes ao ser afetado pelo vírus. Só este Super-Leon, já faria com que o game fugisse mais da proposta da série do que já estavam fugindo naquela oportunidade, então o projeto acabou por ser rejeitado, mas com o seu potencial observado. Com isso, Leon se “transformou” em Dante e o resto da história você já sabe.

Resident Evil Zero (Nintendo 64) – 2000

Este game acabou sendo lançado, mas não em sua plataforma original. Com o milagre que foi Resident Evil 2 para o Nintendo 64, que acabou encaixando todo o conteúdo de dois CDs, com CGs e tudo, dentro de um cartucho, a Capcom se animou e partiu para desenvolver Resident Evil 0, com Rebecca Chambers como protagonista, em uma trama que ocorria antes dos eventos na Mansão Spencer. Como o cartucho não tinha problemas com loadings, uma das novidades do game era a troca rápida entre os protagonistas.

Porém, a Nintendo anunciou o seu Dolphin, que viria a ser o GameCube, e a Capcom decidiu então migrar todo o seu projeto, que já contava com imagens para revistas e até um vídeo com gameplay no trem pronto, para o novo console da Nintendo, por permitir maior exploração do mesmo. O resultado foi um game bastante competente, que ganhou posteriormente uma versão para o Wii, além de ganhar remaster em HD anos mais tarde.

Resident Evil 4 Hook (GameCube) – 2001

Voltando a Resident Evil 4, assim como aconteceu com o segundo game da franquia, algumas versões estavam em desenvolvimento, sendo descartadas em favor de uma nova, com adaptações e novidades. Além da versão que originou Devil May Cry, uma versão mais avançada, também com Leon de protagonista estava em desenvolvimento, com uma “pressão” extra: um fantasma que carregava um gancho e perseguia o agora agente especial.

Aqui o game ainda lembrava mais os jogos clássicos do que as novidades que seriam implementadas no game de 2005, como os corredores apertados e as câmeras fixas, mas o problema era o fantasma. Mesmo com uma explicação científica para justificar sua presença, o elemento, que funcionava bem em Fatal Frame, não foi bem aceito em Resident Evil, que acabou sendo cancelada para abrir espaço para o RE 4 que todos conhecemos.

Resident Evil 2 (Game Boy Advance) – 2003

Este game não foi necessariamente cancelado, mas sim, rejeitado. Em 2003, a Raylight Studios descobriu uma nova forma de renderizar gráficos em 3D para o Game Boy Advance, e para conseguir chamar atenção dos estúdios, a empresa decidiu por ela própria investir em conversões de games famosos e assim, tentar levá-los ao portátil, já famoso por adaptar diversos games de Super Nintendo.

Resident Evil 2 foi um dos jogos escolhidos, e apresentado para a Capcom, que disse não para a proposta. Mas um vídeo da demo vazou, e uma ROM desta demo ficou disponível, e é funcional para qualquer emulador do GBA.

Resident Evil Portable (PSP) – 2009

Durante a era de ouro do PSP, e a chegada de franquias importantes, como Grand Theft Auto e Metal Gear Solid, a Capcom chegou a anunciar na E3 2009 o Resident Evil Portable, que teria inclusive a participação dos fãs para escolher o protagonista, em votação. Mas esta foi a primeira e a última vez que tal game foi divulgado.

Totalmente ignorado, o jogo não recebeu nem uma nota oficial de cancelamento, mas há quem diga que algumas de suas ideias foram reaproveitadas posteriormente para o Resident Evil Revelations. Só que tal informação nunca foi confirmada, nem desmentida.

Resident Evil 7 da Creative Assembly (PS4 / Xbox One / PC) – 2015

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E até o Resident Evil 7 já foi imaginado de maneira diferente da oficial. Mas, assim como o port de RE 2 para o Game Boy Advance, a iniciativa não partiu da Capcom, e si da Creative Assembly, que mostrou saber fazer jogos de terror com o ótimo Alien: Isolation. Buscando assumir o sétimo jogo da série, o estúdio procurou conversar com a Capcom para obter este direito, mas tiveram um não como resposta.

Tempos depois, um artista da Creative Assembly de nome Brad Wright mostrou algumas artes de seu portfólio, e entre eles, alguns desenhos de sua versão de RE 7, que apresentava uma dupla em posição de ação, e uma garota infectada. O que eles significariam para a trama, talvez só iremos saber no futuro.

 

 

 

2 Respostas para “RetroArkade – Os jogos cancelados de Resident Evil”

  • 11 de março de 2018 às 19:19 -

    João Vithor Borges

  • Muito boa a matéria👍

  • 27 de novembro de 2022 às 21:20 -

    Helinux

  • Valeu!!!!

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