Ano III  -  Edição 56Ano III  -  Edição 56
ISSN 2175 - 4071
FAR CRY 3FAR CRY 3
Editorial
‘indice
Editor-chefe
Raphael Cabrera
Redação
Rodrigo Pscheidt
Design
Erick Drefahl
Alan Daniel Ferreira
Marketing
Suzane Skroch
Leandro Motta
Colaboradores
Fernando Paulo
Alexo Mello
Luigi Olivieri
Henrique Gonçalves
Dayan Valente
Fábio Torres
Renan do Prado
ISSN 2175 - 4071
RETROSPECTIVA
O primeiro Far Cry foi desenvolvido por ninguémmenos que a Crytek, empresa que desenvolveu aCryEngine - engine utilizada até hoje no Crysis –
e revolucionou a física nos games. A série já tevedois jogos oficiais, cinco spin offs e até um filme(de qualidade duvidosa). O primeiro game da sériefoi o pioneiro a utilizar a CryEngine, o que signifi-cou gráficos e física inovadores para a época. Apartir do segundo Far Cry, a Crytek não estevemais envolvida no desenvolvimento da série, e aresponsabilidade ficou com o pessoal da UbisoftMontreal, que felizmente conseguiu manter a altaqualidade dos jogos mesmo utilizando outra engi-ne, a Dunia. Agora é lançado Far Cry 3, um jogoque foi muito esperado por suas belas imagens evídeos de gameplay empolgantes. Leia com calma,pois fizemos questão de caprichar nesta edição.
Já adiantando, Far Cry 3 é o nosso escolhido paraJogo do Ano de 2012. Relaxe, aproveite e sejabem-vindo à Arkade.
ANÁLISE
A edição do fim do mundo
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A Arkade é uma revista digital totalmente gratuita. Venda proibida.
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A SÉRIE FAR CRY
Far Cry 3 acabou de ser lançado, mas ele
não é necessariamente o terceiro game
da série. Relembre esta grande franquia
com a gente!
Far Cry - 2004
PC
O primeiro Far Cry foi produzido pela
Crytek (daí o Cry no nome, característica
de quase todos os games da empresa ale-
mã). Far Cry foi exclusivo para PCs e colo-
cou o jogador no papel do ex-soldado de
operações especiais Jack Carver.
Sua missão é vasculhar um belo arquipé-
lago perdido nos confins do pacífico Sul
para encontrar a jornalista Valerie Cons-
tantine, que estava sendo escoltada por
você para uma investigação quando seu
barco foi atacado por mercenários.
Porém, mercenários são apenas uma
parte de seus problemas: um cientista
maluco chamado Krieger vive na ilha, e
utiliza a fauna local para realizar bizarros
experimentos genéticos. Obviamente,
estas aberrações - chamadas Trigens -
estão soltas pelo local, e não irão pensar
duas vezes antes de te devorar.
RETROSPECTIVA
Far Cry Instincts, Evolution,
Predator e Vengeance -
2005, 2006
Xbox, Xbox 360, Wii
Empolgada com o sucesso do game origi-
nal, a Ubisoft percebeu que estava per-
dendo dinheiro mantendo Far Cry como
um game exclusivo para os PCs. Pensan-
do nisso, a empresa lançou no ano se-
guinte Far Cry Instincts para o Xbox.
A trama do game era essencialmente a
mesma do Far Cry original, mas muitos
cortes foram feitos para adequar o game
ao hardware do console. Para compensar,
algumas adições foram feitas, como as
Feral Abilites e a criação de armadilhas.
O sucesso da conversão originou Far Cry
Instincts: Evolution, também lançado pa-
ra o Xbox, e Far Cry Vengeance, uma
conversão do game para Nintendo Wii
com suporte à jogabilidade diferenciada
do console e algumas fases adicionais.
No mesmo dia em que lançou Evolution
para o Xbox, a Ubisoft lançou também
Far Cry Instincts: Predator para o então
novo Xbox 360. Predator era essencial-
mente igual ao Evolution, mas contava
com gráficos melhores, editor de mapas e
outras novidades da nova geração.
RETROSPECTIVA
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Paradise Lost - 2007
Arcade
Parece que a Ubisoft realmente gostou da
ideia de converter Far Cry para o maior
número de plataformas possíveis. Embo-
ra não leve o nome Far Cry, o game de
arcade Paradise Lost nada mais é que
uma versão on rails de Far Cry: Instincts,
produzido pela desconhecida Global VR.
Embora o fato de ser um jogo on rails
torne injusta a comparação com os ga-
mes para PCs e consoles, Paradise Lost
contava com um recurso interessante: os
gabinetes do jogo eram equipados com
grandes armas, e sua jogabilidade era no
mesmo estilo “mire-e-atire” de games
consagrados como House of the Dead e
Aliens: Extermination.
Considerando que em 2007 os arcades já
não estavam tão em alta, Paradise Lost
acabou não fazendo muito sucesso. Ainda
assim, quem jogou garante que se diver-
tiu, mesmo sem saber que aquele jogo
nada mais era do que uma conversão
meio capenga do Far Cry lançado um ano
antes para o Xbox.
RETROSPECTIVA
Far Cry 2 - 2008
PC, Playstation 3, Xbox 360
Depois de usar e abusar do primeiro
Far Cry, enfim a Ubisoft lançou uma
sequência oficial para ele, já para a
atual geração de consoles. Far Cry 2
abandona o lado ficcional do primeiro
game e apresenta uma pegada mais
realista, colocando o jogador no meio
de uma guerra civil que assola um
pequeno estado africano.
Nada de só um protagonista: Far Cry
2 permite que o jogador escolha entre
nove personagens, cada um com sua
própria história e motivação para es-
tar no conflito. Em comum, eles têm
apenas o objetivo: eliminar o vilão
conhecido como The Jackal, um pode-
roso traficante de armas que alimenta
a guerra com suas armas ilegais.
Integrando um amplo mapa onde o
jogador é livre para explorar a um
robusto modo multiplayer e novidades
bacanas - como passagem de tempo,
deterioração de equipamentos e mu-
danças climáticas - Far Cry 2 foi um
grande sucesso, deixando uma gran-
de expectativa em relação aos rumos
que a franquia tomaria no futuro.
RETROSPECTIVA
fundoENTRADA
ANÁLISE
FICHA TÉCNICA
Ação, FPS
Gênero
Ubisoft Montreal
Ubisoft
Disco e Download
4 de Dezembro de 2012
M +17anos
Produtora
Publisher
Mídia
Lançamento
ESRB
FARCRY3_CAPAdoJOGO
Platafomas
Jogadores
1 - 4 Co-op Online
1 - 2 Co-op Offline
Multiplayer Online
image28
FAR CRY 3FAR CRY 3
Fechando o ano com chave de ouro, Far Cry 3 oferece uma viagem memorávelpor uma bela ilha paradisíaca e pelo lado mais doentio da mente humana.
M
             isture o cenário do filme A Praia
             com a ilha de Lost. Junte elemen-
             tos de RPG e o mundo aberto de
Skyrim. Coloque os mistérios de Unchar-
ted, duas medidas de veículos de Battlefi-
eld e uma pitada de World of Warcraft.
Adicione stealth a gosto, bata tudo em
uma engine física incrível e você terá Far
Cry 3, o incrível jogo de tiro em primeira
pessoa lançado recentemente pela Ubisoft,
para PC, Playstation 3 e Xbox 360.
A história começa com um grupo de ami-
gos curtindo as férias, bebendo e pratican-
do esportes radicais em uma ilha tropical
paradisíaca. A câmera então começa a se
afastar e vemos que tudo isso são filma-
gens em um tablet, que está nas mãos do
vilão Vaas, o “rei da ilha”, como ele mes-
mo se define. Você está amarrado, preso
em uma jaula de madeira. Após conseguir
se soltar e fugir - em uma intensa sequên-
cia de perseguição totalmente jogável -
você desmaia, e então começam os crédi-
tos iniciais. É neste clima cinematográfico
que se inicia Far Cry 3.
Ao acordar, Jason Brody, o protagonista,
tem uma missão: salvar seu irmão e ami-
gos que continuam reféns de Vaas e fugir
da ilha. Para isto, o nada heróico rapaz te-
rá que aprender a sobreviver na ilha inós-
pita, contando com a ajuda dos Rakyat,
uma tribo local de guerreiros que está em
guerra com Vaas e seus lacaios.
Enquanto tenta realizar o resgate e a fuga,
o jogador descobrirá que a ilha esconde
muitos segredos, que vão desde tráfico de
ANÁLISE
drogas (e pessoas) até elementos mági-
cos ao melhor estilo Uncharted. E por fa-
lar em Uncharted, vamos começar esta
análise falando dos gráficos.
A engine gráfica Dunia 2, associada à en-
gine física Havok, concedem a Far Cry 3
gráficos excelentes que, rodando no má-
ximo em um PC, estão na vanguarda da
qualidade gráfica atual. Personagens, ar-
mas, animais e veículos, tudo é muito
bem modelado, texturizado e animado.
Mesmo com tanta qualidade, o que real-
mente impressiona é o cenário: efeitos
de água, montanhas, árvores e vegeta-
ção em geral, o céu... a Ubisoft Montreal
caprichou bastante no jogo. Ao andar pe-
la ilha, você não vai deixar de se surpre-
ender com os cenários, que vão de belas
praias à matas fechadas, acampamentos
e templos em ruínas. Do brilho nos olhos
dos personagens ao brilho do pôr do sol
nas águas dinâmicas e azuis do jogo, tu-
do é incrivelmente belo em Far Cry 3.
As animações também não ficam para
trás. A água por exemplo, tanto vista de
fora quanto de dentro, traz fluidez e re-
flexos quase perfeitos. A animação, asso-
ciada à ótima jogabilidade, proporciona
talvez um dos melhores efeitos de nadar
vistos em um game até hoje. O fogo tam-
bém age de maneira extremamente rea-
lista: um coquetel molotov atirado des-
cuidadamente vai consumir rapidamente
a mata ao redor, podendo se tornar uma
armadilha involuntária!
ANÁLISE
O jogo possui muitos momentos cinemato-
gráficos, boa parte deles com interação do
jogador por meio de quick time events,
aqueles momentos em que você deve aper-
tar o botão certo na hora certa para o per-
sonagem realizar uma ação. Esta dinâmica
é incorporada de maneira equilibrada ao
game, não se tornando cansativa como em
muitos outros games atuais. Estas anima-
ções são muito bem feitas, dignas de Un-
charted, com explosões, navios afundando
ou viagens psicodélicas.
Para explorar a imensidão e beleza da ilha,
nada melhor que veículos: podemos perce-
ber que em Far Cry 3, eles não são apenas
meios de transporte, mas elementos total-
mente ligados com o gameplay. Explorar a
floresta com um jipe, pegar um jet ski na
praia ou se lançar aos céus em uma asa
delta são só alguns exemplos de situações
comuns, mas incrivelmente satisfatórias
para o jogador de Far Cry 3.
O gameplay é dinâmico e muito compe-
tente. A movimentação do personagem é
fluida e natural, assim como as armas e
tiros. As balas têm peso, e é sadicamente
recompensador ver os headshots realmen-
te jogarem os inimigos para trás como
acontecia no bom e velho Counter Strike.
O personagem, de um modo geral, é bem
humano: se você cair de uma altura um
pouco alta demais, poderá perder vida ou
até morrer, sendo necessárias algumas
quedas para nos calibrarmos à sensibilida-
de do personagem. Os veículos podem
parecer difíceis de controlar no começo,
mas acredite, em não muito tempo você
será um piloto de rally profissional.
ANÁLISE
ANÁLISE
 
“ O gameplay é dinâmico e muitocompetente.  A movimentação dopersonagem é fluida e natural, assimcomo as armas e tiros.
A inteligência artificial é o ponto em que
Far Cry 3 sofre de altos e baixos. Alguns
inimigos, por exemplo, não te enxergam
mesmo se você matar alguém na frente
deles a uma certa distância. Por outro
lado, os inimigos se comportam de ma-
neira bem humana, te procurando no úl-
timo lugar em que você foi visto, ao invés
de serem oniscientes e saberem onde vo-
cê está o tempo todo.
Existem diferentes tipos de oponentes,
cada um com uma habilidade e um ponto
fraco. Alguns correm em sua direção com
um facão, querendo decepar a sua cabe-
ça a qualquer custo, outros se escondem
e tentam te flanquear. Há até um Heavy,
parecido com o de Team Fortress 2, que
é extremamente resistente, mas muito
devagar. Conhecer os inimigos e saber
seus pontos fracos é essencial para triun-
far nas inúmeras batalhas.
Os animais também se comportam de
maneiras diferentes e realistas: enquanto
os herbívoros vão manter distância e até
fugir de você, os predadores vão te ata-
car se você chegar perto, e acredite: eles
são letais. É comum estar andando pela
floresta e ser mordido por um dos im-
placáveis dragões de komodo, ou ser
atacado por um jacaré enquanto você
estiver atravessando uma área de lagos.
Far Cry 3 é um jogo imprevisível e sua
bela natureza tem vida própria. Você
verá animais brigando entre si, predado-
res caçando suas presas, aldeias sendo
atacada por ursos e várias outras intera-
ções que acontecem independentemente
da sua presença.
A caça pode ser uma tarefa difícil no
começo, pelo seu baixo poder bélico,
mas o jogador astuto saberá como se
virar, seja atirando e correndo para
longe, incitando um animal contra o
outro ou até mesmo utilizando veícu-
los para atropelar os bichos mais for-
tes. Lembre-se: você está na selva,
lute pela sobrevivência!
ANÁLISE
Caçar, aliás, não é apenas questão de
vida ou morte, mas também de necessi-
dade: você começa o jogo com equipa-
mentos bastante rudimentares (podendo
carregar apenas uma arma) e, para me-
lhorar, deve usar o couro e a pele dos
animais caçados para fabricar bolsas,
carteiras, mochilas e diversos outros
acessórios. Como sua sobrevivência está
diretamente associada aos itens e ar-
mas que você carrega, a caça se torna
um elemento fundamental no decorrer
da campanha.
Um jogo tão complexo, grandioso e des-
lumbrante merece ser explorado a fundo,
e para isto existe um tablet de informa-
ções, que é acessado pelo menu do jogo.
Ele é uma verdadeira enciclopédia, trazen-
do fatos e curiosidades (geralmente bem-
humoradas) sobre tudo que você já en-
controu na ilha: artefatos, armas, perso-
nagens, lugares, animais, plantas e muito
mais. O tablet é um verdadeiro guia para
a sobrevivência na selva, e utilizá-lo é re-
comendado para aprender mais sobre a
ilha e seus perigos.
Os personagens são muito bem constru-
ídos, a grande maioria possui uma his-
tória e uma personalidade singular. Até
mesmo personagens genéricos como os
aldeões que te dão missões paralelas,
possuem um background simples, mas
único. O cuidado com estes detalhes
torna o universo de Far Cry 3 extrema-
mente rico e imersivo.
No entanto, a grande estrela do jogo é o
personagem da capa: o vilão Vaas.
ANÁLISE
Ele é um assassino extremamente peri-
goso, maluco e viciado em drogas. Seus
encontros com ele sempre são tensos,
acompanhados de conversas em que
Vaas esbanja sua personalidade insana.
A presença dele - com seu cabelo moica-
no e sua cicatriz na cabeça - é tão forte
que já existem análises só a seu respeito
na internet: alguns dizem que é insegu-
ro, pois nunca olha nos olhos do perso-
nagem, outros dizem que ele só é mes-
mo um psicopata.
Vaas é um personagem tão marcante que
já de cara pode se considerar integrante do
clube dos melhores (e mais odiados) vilões
do mundo dos games, ao lado de persona-
lidades como Sephiroth, Albert Wesker,
GlaDOS e G-Man. Goste você dele ou não,
uma coisa é certa: o vilão de Far Cry 3 é
tão interessante que o próprio personagem
principal, Jason, acaba se tornando pratica-
mente um coadjuvante na história.
Para os jogadores que gostam de explo-
ração, a ilha de Far Cry 3 é repleta de
aventuras paralelas e mini-games que
garantem muitas horas de gameplay,
até mesmo após zerar o game. Existem
artefatos perdidos, navios naufragados,
cavernas obscuras, as Trials of the
Rakyat - desafios em que o jogador de-
ve vencer uma horda de inimigos utili-
zando apenas a arma que lhe é dada
(semelhante aos treinamentos de Basti-
on, para quem jogou) - e muitas outras
atividades espalhadas por toda a ilha e
seus arredores.
Já para quem gosta de velocidade, o game
oferece o Island Racing League, um modo
de jogo que transforma o seu Far Cry 3
em um jogo de corrida offroad, onde você
deve correr contra o tempo em terrenos
de dificuldades variadas para ganhar re-
compensas em dinheiro. Se corrida não é
muito a sua praia, você também pode jo-
gar um pôquer com os nativos da ilha, ou
participar de mini-games que testam a sua
mira com as mais variadas armas.
ANÁLISE
ANÁLISE
 
“ Os personagens são muito bemconstruídos, a grande maioriapossui uma história e umapersonalidade singular. 
Além das missões principais - ligadas di-
retamente à história do jogo - existem
outras quatro tipos de quests: as Wanted
Quests, nas quais você deve caçar um
procurado e (seguindo a tradição Rakyat)
matá-lo com uma faca; as Hunter
Quests, onde você deve utilizar uma ar-
ma específica para matar um animal raro,
as Delivery Quests, nas quais deve-se
entregar suprimentos em algum lugar
dentro do tempo determinado utilizando
um veículo, e outras side-quests passa-
das pelos habitantes locais, onde você
fica encarregado de investigar, coletar,
fotografar e fazer diversas outras coisas.
Não quer fazer nada disso? O jogo tam-
bém oferece desafios com armas e facas,
em que você aposta grana para treinar
sua habilidade de tiro, e pode ser bem
recompensado se for bom de mira. Ou-
tros vários elementos de meta-jogo estão
disponíveis, tais como colecionar cartas
de soldados da Segunda Guerra que mor-
reram na ilha, coletar cartões de memó-
ria com informações importantes sobre o
tráfico local ou buscar relíquias perdidas
pela ilha. Obviamente, estes elementos
são opcionais, e não farão falta aos joga-
dores que não querem platinar o game.
O arsenal de armas é completo: temos
diferentes categorias de armas, desde
metralhadoras, submetralhadoras, rifles,
arco e flecha, pistolas, granadas, minas
terrestres, até lança-mísseis e o famoso
lança-chamas. As armas possuem equi-
pamentos que você pode comprar, como
miras telescópicas, pentes maiores de
munição ou silenciadores.
ANÁLISE
A variedade de armas concede ao jogador
abordagens diferentes para cumprir seus
objetivos: você pode se esconder na ma-
ta para matar seus inimigos com um sni-
per e um facão, invadir uma base inimiga
na cara e na coragem com uma metra-
lhadora, ou simplesmente pegar uma ba-
zuca e explodir tudo.
Claro que nada disso será lhe dado já
de cara: você deve se virar para conse-
guir armas, munição e praticamente
qualquer outra coisa que seja necessá-
ria. Como já dissemos, você deverá não
só caçar para colher peles de animais
(o que nos lembra de World of
Warcraft), mas também colher ervas
para fazer seringas que possuem efei-
tos variados: algumas curam seus feri-
mentos, outras lhe permitem mergulhar
por mais tempo, espantam os predado-
res ou lhe deixam mais resistente ao
fogo. Apesar de algumas não serem tão
necessárias, ter um bom estoque de
seringas será fundamental no decorrer
da aventura.
Conforme você avança na trama, ganha
experiência que pode ser utilizada para
liberar novas habilidades, que acompa-
nham as tatuagens místicas que Jason
recebe na ilha, chamadas Tataus. As
tatuagens possuem 3 variações, que
funcionam como 3 árvores de habilida-
des distintas: temos as Tataus da Gar-
ça, que possuem foco em mobilidade e
tiro, as do Tubarão, que são voltadas
para cura e ataque, e as tatuagens da
Aranha, com foco em stealth e sobre-
vivência. No meio de tudo isso existem
as habilidades passivas, que melhoram
seu personagem sem precisar de algu-
ma ação específica, e as ativas, como
o takedown e suas variações, que per-
mitem que jogador mate inimigos de
maneira discreta, com seu facão.
ANÁLISE
A ilha principal é vasta e dividida em
diversos setores. Você vai precisar de
veículos para chegar de um lugar a ou-
tro e, para ter uma visão aérea de cada
região, é preciso liberar o sinal de
enormes torres de rádio que estão es-
palhadas pela ilha. Embora seja possí-
vel ir para qualquer canto, se virar sem
o mapa aéreo é bem difícil, então é re-
comendável que você gaste um tempo
liberando estas torres. Para subir nelas,
é necessário cuidado para não cair e,
embora seja algo não muito complexo,
cada torre está em um nível diferente
de deterioração, então, embora todas
pareçam iguais de longe, cada uma de-
ve ser escalada de uma maneira. Des-
bloquear torres também libera armas
grátis nas lojas, um elemento facilita-
dor que poderia ser dispensado.
Claro que você não precisa andar pela
ilha inteira. O jogo possui o recurso fast
travel, uma espécie de „teleporte‟ de um
lugar a outro no mapa. Estes teleportes
ficam em pontos importantes como cida-
des ou acampamentos, mas você vai pre-
cisar liberar os acampamentos dos ca-
pangas de Vaas para poder utilizá-los.
Em cada um destes refúgios também há
uma lojinha de armas automatizada e
alguns veículos, caso você precise ir a
algum lugar ainda não explorado.
A dificuldade é relativamente baixa pa-
ra os veteranos em FPS: quem estiver
bem preparado e não marcar bobeira
não irá morrer tão facilmente. No co-
meço o game pode parecer difícil, e vo-
cê invariavelmente vai morrer algumas
vezes até pegar o jeito, mas conforme
você se adapta ao jogo, ele vai ficando
um pouco mais fácil. As habilidades de
cura do personagem são eficazes e pra-
ticamente infinitas (é possível se curar
mesmo sem seringas, embora este re-
curso seja mais demorado). Por estes
motivos, recomendamos aos veteranos
mudar para o modo Hard após pegar o
jeito para ter um desafio maior e uma
experiência mais satisfatória.
A baixa dificuldade, entretanto, não tira
a graça do jogo, pois existem outras
formas de desafio em Far Cry 3, como
capturar um acampamento hostil sem
disparar o alarme. Far Cry 3 não te
obriga a agir desta maneira - na verda-
de, você age do jeito que quiser - mas
o sistema de experiência encoraja a
abordagem estratégica, recompensando
o jogador habilidoso.
ANÁLISE
ANÁLISE
 
“  A dificuldade é relativamente baixapara os veteranos em FPS: quemestiver bem preparado e não marcarbobeira com pouca munição não irámorrer tão facilmente. 
Apesar de tudo, um modo hardcore se-
ria bem-vindo para os mais exigentes.
A trilha sonora não é grandiosa como a
de World of Warcraft ou Halo, mas cum-
pre o seu papel e aparece nas horas cer-
tas, ditando o ritmo das batalhas ou dos
momentos calmos de caminhada na ma-
ta. Temos tambores tribais misturados às
batidas de música eletrônica, uma mistu-
ra que à primeira vista não combina mui-
to, mas logo se encaixa bem com o estilo
do game.
O ponto forte no áudio, porém, está nas
dublagens. O destaque óbvio vai para o
vilão Vaas, interpretado com maestria
por Michael Mando. Outros elementos de
áudio são muito bem feitos, deixando cla-
ro o cuidado que a Ubisoft Montreal teve
nos detalhes e no acabamento do jogo:
se você está trocando balas com inimigos
e se esconder em uma caverna, ouvirá os
tiros e vozes do lado de fora abafados e
com eco. Tiros, explosões e até mesmo
seus passos na relva são claros e cristali-
nos, o que concede um nível extra de
imersão. Acredite, você sentirá medo
quando estiver caminhando no silêncio da
mata e ouvir um urso se aproximando ou
o rugido de um tigre nas redondezas.
Além da enorme campanha principal, Far
Cry 3 ainda conta com diversos modos de
jogo online: temos uma mini-campanha
cooperativa para até quatro jogadores
(dois em tela dividida) e os tradicionais
campos de batalha para múltiplos joga-
dores se matarem.
ANÁLISE
A campanha multiplayer não possui nem
de longe a mesma profundidade da
aventura solo, mas ao menos apresenta
uma justificativa para colocar quatro
protagonistas desequilibrados e forte-
mente armados na ilha. As missões são
bem lineares, mas priorizam o trabalho
em equipe com momentos onde, por
exemplo, um jogador deve armar uma
bomba ou acionar algum mecanismo,
enquanto os demais dão cobertura.
Já nas arenas multiplayer o bicho pega
com estilo: mesmo que não tenhamos
nenhum modo de jogo revolucionário,
o multiplayer de Far Cry 3 é extrema-
mente divertido, e conta com alguns
recursos muito bacanas. Todos os jo-
gadores começam com um equipa-
mento bem básico, mas novas armas
vão sendo destravadas conforme você
sobe de nível.
Além de armas, você também pode
desbloquear tatuagens, gritos de guer-
ra (que melhoram os atributos de seu
time) e até algumas “trapaças”, como
aviões que passam descarregando
bombas sobre a base adversária!
Modos de jogo clássicos recebem novas
roupagens coerentes com o universo do
game: ao invés de plantar uma bomba
na base inimiga, por exemplo, você de-
ve atear fogo nos suprimentos deles.
Há um sistema de edição de mapas
bem completo que permite que você
crie suas próprias arenas e compartilhe
-as com seus amigos. Apesar de algu-
ma inconstância nos servidores da Ubi-
soft, poucos são os lags que prejudi-
cam o jogo e, ao final de cada partida
temos exclusivos movimentos de humi-
lhação ou finalização que realmente
desmoralizam os adversários!
ANÁLISE
Por último, mas não menos importan-
te, devemos parabenizar a Ubisoft do
Brasil pelo ótimo trabalho de localiza-
ção do game: todos os menus estão
em português, e a legenda dos diálo-
gos é de primeira qualidade, sem pou-
par o jogador dos palavrões e xinga-
mentos. Isso é uma mão na roda para
os gamers brasileiros, que poderão
acompanhar todos os detalhes da tra-
ma (bem como as informações sobre a
ilha disponibilizadas no tablet) sem
problemas.
Far Cry 3 é sem dúvida um pacote comple-
to: ele pode agradar quem busca a ação
de um shooter, a velocidade de um game
de corrida, a liberdade e imersão de um
RPG e até mesmo a discrição de um
stealth game. Tudo isso com uma trama
envolvente e adulta, que aborda temas
como violência, tráfico (e consumo) de
drogas, sexo e até homossexualismo. So-
me a grandiosa campanha ao primor técni-
co e à diversão do modo multiplayer e o
que temos é um game que pode ser cha-
mado de Jogo do Ano pela Arkade.
ANÁLISE
ANÁLISE
ANÁLISE
 
Avaliação
Visual
Gameplay
Áudio
Roteiro
Fator Replay
Inovação
Multiplayer
Visual e som impecável
Campanha longa e empolgante
Jogabilidade versátil
Fator replay enorme
Inteligência artificial inconstante
Diversão
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