Show de despedida do Kiss em São Paulo teve a mesma energia dos primeiros dias da banda

1 de maio de 2022
Show de despedida do Kiss em São Paulo teve a mesma energia dos primeiros dias da banda
Kiss em São Paulo – Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Quem olhasse o palco do Allianz Parque na noite de ontem (30) sem conhecer o Kiss, jamais acreditaria que Paul Stanley, de 70 anos de idade, se penduraria em uma tirolesa, dançaria como se estivesse em algum dia qualquer de 1978, e cantaria com uma voz que, mesmo não sendo a mesma de décadas passadas, entrega energia e contagia.

Na verdade, contagiante é como podemos resumir a presença de palco dos quatro integrantes do Kiss. O show da turnê de despedida, a End of The Road, nem parecia um show de despedida, tamanha a capacidade musical e energia de duas horas e meia de músicas com um setlist elétrico. Que eu me lembre, apenas Bruce Springsteen, em seus shows de 10 anos atrás, quando estava com 60 anos, contava com energia semelhante, com o cantor se jogando na plateia, tocando por três horas seguidas e demonstrando muito vigor.

Show de despedida do Kiss em São Paulo teve a mesma energia dos primeiros dias da banda
Kiss em São Paulo – Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

O show, que não contou com nenhuma banda de abertura, começou com o espetáculo visual que é uma das marcas da banda. Ao som de Detroit Rock City, a banda se apresentou descendo em plataformas no alto, e desde então, não parou mais. Foram 20 músicas e três solos, em um show que só rolaram as músicas mais enérgicas da banda.

Por se tratar de uma turnê de adeus, o repertório foi bem variado (a setlist estará no fim do artigo), trazendo as músicas obrigatórias, como Rock and Roll All Nite (que encerrou a noite) e Heaven’s on Fire, assim como clássicos como Deuce, do primeiro disco da banda, de 1974, ou Psycho Circus, de 1998, que chegou a render um game. Pode-se dizer, tranquilamente, que todas as eras do Kiss foram representadas no show.

Show de despedida do Kiss em São Paulo teve a mesma energia dos primeiros dias da banda
Kiss em São Paulo – Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

O público, claro, ficou praticamente “sem respirar” nestas duas horas de música. Era possível, inclusive, ver muitas crianças curtindo o show, levados por seus pais que, de certa forma, buscam “manter o legado” apresentando o rock aos pequenos. O Kiss não deu nenhum minuto de folga para os fãs, emendando um hit atrás do outro.

Paul Stanley, entre uma música e outra, conversava com a plateia, com a mesma energia de sempre. Energia esta demonstrada em sua performance. Entre muitas coisas, até um inseto que pousou em seu microfone, o que rendeu uma “conversa” entre cantor e o “visitante”: “como você está?”, perguntou um sorridente “Starchild“.

Show de despedida do Kiss em São Paulo teve a mesma energia dos primeiros dias da banda
Kiss em São Paulo – Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

A “criança das estrelas” se comportou como a energia de uma criança, em sua despedida. Apesar da voz não ser a mesma, o que é mais do que normal em uma banda com cinco décadas de história, é notório observar a dedicação e entrega do cantor e de toda a banda, que segurou a onda em todas as canções, sendo merecidamente reconhecidos pelo público. O Starchild se mandou para o meio do estádio com uma tirolesa para cantar e dançar Love Gun e I Was Made for Lovin’ You.

E demonstrou que todo o seu preparo, como o da banda, resulta mesmo na energia proposta pelo legado da banda. Stanley chegou a brincar em uma entrevista, dizendo que Bono Vox, Beyoncé e Mick Jagger desmaiariam em meia hora de show com a sua armadura”. Gene Simmons, por sua vez, voltou a cuspir fogo e sangue, enquanto também demonstrava que talento com dedicação supera a barreira da idade.

Show de despedida do Kiss em São Paulo teve a mesma energia dos primeiros dias da banda
Kiss em São Paulo – Foto: Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Tommy Thayer também teve seu momento em um solo impressionante, assim como Eric Singer, que se divertiu em seu solo de bateria, chegando a se secar com uma toalha enquanto solava. Como você conferiu aqui, não foi possível “respirar” em duas horas de música, em uma turnê de despedida na qual os integrantes, inacreditavelmente, não parecem estar em posição de aposentadoria.

Mas o show também confirma a posição de Stanley, que havia afirmado em 2019, que gostaria de terminar “estourando” e não “choramingando”. Os shows do Kiss de despedida mostram exatamente isso, que o grupo de cinco décadas ainda tem muito para oferecer, mas, por preferirem um adeus “no auge”, trouxeram uma despedida divertida, sem as lamentações de um adeus, deixando no lugar a todos os presentes a energia que só o legado do Kiss pode oferecer.

Setlist do show: Kiss em São Paulo

1. Detroit Rock City
2. Shout It Out Loud
3. Deuce
4. War Machine
5. Heaven’s on Fire
6. I Love It Loud
7. Say Yeah
8. Cold Gin
9. Solo de guitarra de Tommy Thayer
10. Lick It Up
11. Calling Dr. Love
12. Tears Are Falling
13. Psycho Circus (até o solo)
14. Solo de bateria de Eric Singer
15. 100,000 Years (apenas o final)
16. Solo de baixo de Gene Simmons
17. God of Thunder
18. Love Gun
19. I Was Made for Lovin’ You
20. Black Diamond

Bis:

21. Beth
22. Do You Love Me
23. Rock and Roll All Nite

Arkade fora da caixa

Nós amamos videogames e continuaremos a falar sobre eles. Mas entendemos também que uma vida “fora da caixa” é fundamental para conhecermos mais coisas interessantes e divertidas. Assim, temos um espaço dedicado para outros elementos do entretenimento, longe das telas, para trazer shows, exposições, eventos e muito mais.

Uma resposta para “Show de despedida do Kiss em São Paulo teve a mesma energia dos primeiros dias da banda”

  • 1 de maio de 2022 às 22:50 -

    Helinux

  • Em 1998, o Kiss lançou “Psycho Circus”, o primeiro disco desde a reunião com o guitarrista Ace Frehley e o baterista Peter Criss. No fim das contas, a dupla participou de poucas faixas e boa parte do trabalho foi feita por músicos de estúdio. Tenho saudade desse ano especificamente em termos de coisas pessoais e música!!!!Blaze Bayley detonando no Iron Maiden no disco Virtual XI, Metallica no Garage Inc, Sepultura com o seu Against e a merd…do New metal virando modismo entre muitos!!!! Por isso é que eu falo que anos 90 era bom em termos de tudo: música, rádio, shows, games…anda tinha muito fliperamas e locadoras. A internet meio que ajudou a acabar com isso e até mesmo a gerar desemprego em determinados setores de músicas, principalmente a quem era vendedor de discos em lojas de CD e DVD!!!! Não sou fã de Kiss, apenas gosto de algumas músicas…Apesar de que eu tenho um cd de coletânicas da banda!!!! já sou mais da área do Metal, mas respeito os caras, gosto mesmo é da Shannon Tweed que é a esposa do Gene Simmons …já assisti muito os filmes dela no Cine privé, Valeu Kra do Sofazinho!!!! fui

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